Entre o céu e o inferno

Hina

Au-Drama-Romance-Mpreg

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-Gundam Wing não me pertence

-Conteudo YAOI.

-Temas Mpreg e hemafroditismo.

Desejo a todos uma leitura leve e romântica!


I. O Prólogo

Em algum lugar entre as nuvens e o nada, onde o vento sopra sem barreiras havia um mundo paralelo ao mundo dos humanos, era o reino dos anjos.

Ali a brisa era fresca e os gramados sempre verdes e macios, as flores multicolores, os riachos e córregos cristalinos. Um céu azul bordado de nuvens acalentava as tardes naquele lugar. Era o perfeito e harmonioso mundo do anjos.

Embora toda a beleza daquele local a vida ali não era nada fácil, cada anjo tinha uma tarefa a executar e na sua maioria estava intimamente ligada ao mundo dos humanos. Essa era a maior fonte de preocupação desses seres: os humanos.

De certo zelar pelo bom andamento das relações humanas, não era uma tarefa fácil, nem mesmo os anjos conseguiam muito facilmente.

Assim não era raro o constante movimento do anjos, asas apressadas batiam para cima e para baixo, como num caótico engarrafamento voador. Colisões de anjos apressados ou assustados aconteciam a toda hora, bem como era comum o anjo pedir um tempo para descansar alegando que o ser humano era stressante.

Na sua normalidade aquele reino alado era bem agitado. O maior trânsito de anjos era em torno da grande Torre Mestra, que nada mais era que o quartel general dos anjos da guarda dos humanos.

A torre Mestra era a torre central de onde saiam as importantes decisões dos anjos em relação aos humanos. Dali saiam nuvens de seres alados incumbidos das mais variadas missões que se possa imaginar.

Incrustada no palácio dos arcanjos a torre alcançava o alto céu, onde se acreditava que podia entrar em contato direto com Deus. Cercada de magia ela era sem dúvidas a mais impressionante arquitetura daquele reino. Era uma fantástica arquitetura de cristal que flutuava sobre as nuvens como por mágica.

Sentar na grama ao entardecer e olhar o Sol se pôr atrás do palácio de cristal era algo que trazia ao indivíduo uma paz e conforto acalentador, porem lá dentro havia um contraste violento com o exterior.

Lá dentro havia alvoroço. Milhares de anjos entravam e saiam ao mesmo tempo, falavam e gritavam fazendo seus pedidos em um enorme balcão de mármore branco onde havia outros tantos anjos e arcanjos despachando os pedidos que lhes eram gritados.

-Onde estão aqueles mil Shinigamis que mandei chamar? – Um anjo de voz já rouca perguntava. Era sempre caótica àquela hora do dia. Ele estava trêmulo e descabelado, estava esperando uma resposta do outro anjo que o havia atendido no balcão dos despachos.

-Atrasados mais uma vez! – O anjo do balcão respondeu dando um pacote para um outro anjo que logo voou por uma das janelas da torre.

-Não. Eu preciso desses malditos Shinigamis... Os mortos daquela enchente na Ásia estão na porta do purgatório... Alguém precisa encaminhá-los! – O anjo que estava à espera dos seus Shinigamis bradou.

-Isso é o de menos. Eu quero minhas cegonhas! Há dez minutos não nascem bebês no Brasil porque as cegonhas sumiram! – Agora uma menina loira soltou um grito estridente. A garota tinha uma expressão tensa. Estava irritada demais para esperar.

-Senhorita, eu... Eu não sei... – Uma anja a recebeu com pesar.

-Como assim? EU QUERO AS MINHAS CEGONHAS! – A moça atacou mais uma vez com aquele seu jeito insuportável de berrar. Agora seus olhos azuis estavam arregalados e ela movia as asas apressadas.

-Impossível terem sumido... Elas estavam bem... Lá os jardins do Limbo. – Outro anjo atrás do balcão tentou explicar. Ele tentava acalmar aquela menina.

-E onde estão as minhas orações? Droga! Eu tenho mais de dez mil humanos esperando por mim na Europa e onde estão minhas orações? – Outro anjo loiro e alto berrou acabando de aterrissar próximo ao balcão.

-Eu quero meu mapa... Eu preciso está nos confins do universo em meia hora e como vou voar até lá sem esse mapa? – Outro anjo gritou chegando ao balcão.

-Minhas cegonhas!
-Meus Shinigamis!
-Minhas orações!
-Meu mapa!

Todos pareciam gritar naquele local.

Os anjos que estavam ao balcão pareciam tontos. Confusos eles não processavam mais nada naquele aglomerado. O socorro veio logo. Um anjo belíssimo apareceu sorrindo entrando pela janela. Seu semblante era calmo e sereno.

A sua chegada todos os outros, entre despachantes e despachados, se amainaram. Sua presença significava que se haviam problemas, ele resolveria.

Era belo. Alto e de porte avantajado. Mantinha cabelos loiros, que soltos exibiam um lindo movimento quando ele andava. Seus olhos tinham um atraente tom de determinação e um brilho de vida que ia alem de sua cor azul transparente.

Era ele o arcanjo Zechs Ariel. Um anjo de ordem maior, um dos príncipes.

Ele sorriu passando calma aos demais.

-Os Shinigamis estão esperando na outra sala... Eles disseram que estava quente demais aqui e achei que não teria problemas. Vá lá de as instruções a eles. – O anjo recém chegado pediu com polimento na voz. – Aqui está seu pergaminho com orações... Eu mandei que dessem uma lavada ou você não enxergaria as letras douradas. – Ele sorriu. – Aqui está seu mapa, mandei refazer as novas capitais nele ou você se perderia. – acalmou o outro anjo.

Com um pouco de tempo o salão ia se esvaziando. Apenas alguns poucos anjos voavam por ali. Zechs sempre tinha as soluções para aquele tanto de problemas. O arcanjo nunca descansava, afinal sem ele por ali nada caminhava, porem nem tudo podia ser perfeito.

-O senhor perfeição vai tirar minhas cegonhas da cartola? – Uma voz esganiçada quis saber.

-Ouh... – O anjo girou os olhos passando lentamente a mão pela têmpera, ajeitou os fios de seus cabelos compridos e loiros e se voltou para encarar a moça. – Querida Relena. Quem sabe elas não estão comendo alguma coisa... – Ele sorriu.

-ZECHS! Cegonhas não comem alguma coisa! Como vou fazer para levar os espíritos que vão reencarnar até seus corpos lá no Brasil? – Ela estreitou os olhos. –Vamos! Faça alguma coisa! Você é o arcanjo maior por aqui. – Ela o desafiou.

Cansado o arcanjo suspirou. Ele andou pelo salão coçando a cabeça e a olhou finalmente. – Você é a irmã mais chata que um arcanjo pode ter. Papai deve ser louco por dar esse encargo dos bebês a você... Mas ordens são ordens. – Ele falou.

-ZECHS! O que vai fazer? Estou esperando. – Relena gritou.

-Mande os espíritos seguirem para as nuvens carregadas, vou arrumar um vento forte para levá-los a seu destino... Eu só preciso que você me informe exatamente onde cada um vai nascer.

Relena revirou os olhos. Aquilo não ia dar certo.

A confusão no céu estava formada. Relena quando contrariada não era uma boa anjinha. Não era assim má, apenas gostava de seu trabalho enviando os espíritos para a Terra. Ela adorava os humanos, na verdade tinha algum tipo de fascínio por eles, por isso seu pai havia lhe dado esse trabalho de enviar para Terra os bebês dos humanos.

Porém, ver Relena irada era o grande divertimento de uma dupla. Sempre que podiam os dois irmãos arrumavam uma forma de contrariar a menina. Dessa vez não fora diferente. Heero e Wufei estavam caminhando quando viram as tão preciosas cegonhas de Relena descansando nos jardins do Limbo. Foi inevitável. Eles tinham que fazer aquilo. Afinal eram dois filhotes de demônios pavorosos que sempre se metiam em confusão.

Agora escondidos na mata virgem estavam os dois a sorrir.

Heero Yui Zebu e Chang Wufei Zebu eram irmãos. Príncipes do reino dos demônios. Chang era o filho mais velho e Heero ficava atrás dele dois anos. Era ainda bem pequenos e nessa fase infantil de suas vidas, o maior passa tempo era odiar as meninas. Bem, naturalmente demônios e anjos já se odiavam, porém, Heero e Wufei achavam que Relena era a mais detestável de todos os anjos.

-Ouviu os gritos dela? – Wufei sorriu. Estavam no Limbo, aquele jardim era o último reino entre o céu e o inferno. O limiar.

-Ela é a garota mais chata de todos os mundos. – Heero falou olhando as cegonhas presas numa pequena jaula. – Mas o que faremos com elas? – O menino demônio perguntou se referindo as aves celestiais de Relena.

-Não sei. Porque não decide o que fazer? – Wufei não se importou muito. A Heero sempre cabia a parte mais responsável de suas "missões".

-Vamos levá-las para o rio de lavas. – Yui estreitou seus olhos azuis cobalto. O menino ainda não tinha boa estatura, porem já despertava um senso de astúcia intrigante. Seus olhos eram azuis de cor cobalto, os cabelos daquele demônio eram marrom e agitados. – Ninguém vai lá mesmo. – Ele completou esticando as asas negras.

-Não vai dar certo. O irmão dela vai vir atrás. – Wufei se levantou batendo a poeira das vestes. Ele olhou as aves, seus olhos negros e estreitos brilharam. – Porque não levá-las para um passeio no inferno gelado? – Ele sorriu passando a mão nos cabelos negros.

-Será... Interessante. – Heero se levantou.

Os dois jovens demônios teciam os mais mirabolantes planos para o fim das preciosas cegonhas angelicais. Estavam distraídos demais para perceber que alguém se aproximava.

Um demônio alto de porte físico desenvolvido. Ele veio lentamente, sabia que os dois estavam aprontando. Seus olhos eram vermelhos vinho e sua pele branca demais. Os cabelos extremamente longos e lisos eram negros.

-Chang Wufei Zebu e Heero Yui Zebu! – O homem os chamou com autoridade.

-Papai? – Os meninos o olharam com susto.

-Que pensam que estão fazendo? Algum churrasco de ave? – Aqueles olhos vermelhos brilharam. Os lábios finos estavam tensos.

-Papai... Eu posso explicar... – Heero ainda tentou.

-Silêncio. – O demônio falou sério demais. Ele não podia acreditar. Deu um passo à frente fazendo suas longas vestes arrastarem no chão. – Eu me descuido por um minuto e vocês vão mexer com o céu? – Ele passou a mão pelos chifrinhos que saiam de sua cabeça. – Vão devolver isso agora! – Essa era uma ordem que não havia recusa.

-Mas, pai. – Wufei fez alguma manha.

-Quieto, peste dos sete infernos! – O demônio estava perdendo a paciência. – Heero? – Ele olhou o filho mais jovem esperando que esse tomasse a atitude de devolver as cegonhas.

-Eu sei. – Heero abaixou os olhos, odiava quando o pai lhe dava ordens. –Vamos Wufei.

-Heero... Acho que ainda estou esperando... – Ele gemeu frio olhando feio para o filho.

-Desculpe, pai. Um príncipe não devia agir assim. Vamos devolver as aves e nos desculpar em nome do reino do inferno. – Yui falou chateado.

-Wufei... – O mesmo olhar foi lançado para o filho mais velho, porém esse nada falou. Apenas começou a arrastar lentamente a jaula com as cegonhas.

-Pestes! Um demônio se descuida por um minuto e... – O pai dos meninos foi interrompido por um forte relâmpago. Ele se voltou para o céu escuro que cobria todo seu reino. Sem pestanejar ele bateu forte as grandes asas negras ganhando velocidade.

-Papai? – Heero o olhou com medo.

-Está tudo bem. Devolva essas coisas e voltem para casa. Isso é só sua mãe, ela não está passando bem hoje. – O pai informou seguindo para casa.

-Parece que nosso irmãozinho quer nascer. – Heero comentou sem muito interesse.

-Hum... Eu odeio quando mamãe fica nervosa. Ela joga raios na cabeça de quem se aproxima. – O outro demônio comentou arrastando a jaula.

-Parece que vem uma tempestade por ai. – Yui comentou. Deviam se apressar.

A jornada atravessando o Limbo foi penosa para os pequenos demônios. Porém tinham que reparar tamanho erro.

Ao término do Limbo havia uma longa ponte. Essa era a passagem entre o céu e o inferno, uma vez que o Limbo costumava ser um local neutro.

Do lado da ponte que dava para o mundo dos anjos Relena estava parada. Seu semblante era transtornado. Zechs estava com ela.

-Eu sabia que esses demônios estavam aprontando. Pestes! – Zechs comentou sem paciência.

-Heero e Wufei! – Relena estava furiosa. –Sabe a gravidade do que fizeram? Sabem da minha importância nesse mundo. – Ela falou cheia de si. – Não os perdôo.

-Não ligo para você, nem para seus trabalhos importantes. – Heero gemeu soltando as cegonhas, que rápidas atravessaram a ponte para o lado de sua dona.

-Heero Yui! – Ela o olhou. – Você vai ver! – Ameaçou. Ela fechou os olhos e se concentrou.

Zechs tapou os ouvidos, ele sabia o que vinha pela frente. Relena tinha um dom vocal muito agudo. Ela liberou sua voz que soou com um esguicho violento.

Heero e Wufei tentaram fechar os ouvidos, mas era terrivelmente violento aquele barulho.

-Heero! Voe! – Wufei berrou. –Não vamos suportar isso por muito tempo! – Ele cambaleou ganhando altura.

-Eu juro que você me paga, Relena! – Heero gemeu voando em fuga.

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Passada a confusão causada pelos pequenos demônios parecia que tudo estava em paz novamente.

Zechs havia voltado para o palácio e agora estava sentado no topo da Torre Mestra. Aquele arcanjo quase nunca conseguia parar para respirar sem ter em volta de seu manto alguns anjos reclamando de alguma coisa.

Ele suspirou olhando para as estrelas, tão próximas, quase palpáveis. Zechs deixou seu olhar se perder naquele amontoado de brilhos. Ele suspirou acreditando naquela idéia acolhedora de que Deus havia feito aquela beleza para amenizar o sofrimento dos seres humanos, porém desde muito jovem o arcanjo se perguntava quanto ao sofrimento dos anjos. Não que fosse revoltado, estava longe de ser um anjo rebelde, mas ele apenas se questionava quanto à condição dos anjos que apenas viviam para ajudar o ser humano.

-Ahh, Pai celestial, porque não temos direito ao amor que aos humanos podem sentir? – Ele fez a pergunta mais para as estrelas que para qualquer outro ser.

A resposta não veio, como sempre. Apenas um vento frio soprou. Zechs olhou para o inferno. Lá era sempre noite, havia tantas lendas sobre como o Sol de lá se apagou.

Ao longe o arcanjo viu os estranhos clarões vindos das torres do inferno.

Ele viu quando Treize Hiriel voou ligeiro em sua direção. Treize era o terceiro arcanjo do comando real. Isso queria dizer que era o terceiro em comando naquela região, depois do pai de Zechs, o arcanjo Avidiel Ariel e do próprio Zechs.

O anjo era alto e trajava as mesmas vestes brancas, as asas batiam contra o vento e seus cabelos curtos aloirados se assanhava tamanha pressa.

-Que ouve Treize Hiriel? – Zechs o olhou. Afinal aquele arcanjo quase não era visto pelo reino. Ele ficava na entrada do céu. Era conhecido como o guardião da porta sagrada. Treize apenas saia de sua posição de vigília quando algo grave acontecia, ou mesmo dava uns vôos pela cidade celestial vendo se estava tudo como devia. Mas hoje não era o dia de sua ronda.

-Eu... Eu preciso falar com Avidiel! – Ele gritou aterrissando ao lado do outro anjo. – Temos que convocar uma reunião urgente com O arcanjo Gabriel, Miguel e Rafael, os três mestres celestiais. – Ele informou.

-Mas... Reunir o sagrado conselho superior! É-é tão grave assim? – Zechs se assustou.

-Temo que sim, meu jovem. O inferno não pode fazer algo assim. Imagine, Deus não permitirá que ele venha ao mundo, não nessa época.

-Ele quem? – O arcanjo louro não entendia.

-Por todas as divindades, não viu a tempestade de luz que está caindo no inferno? Isso quer dizer que vai vir o clarão do inferno... O Sol que se apagou. – Treize falou quase num tom de respeito. Era apenas um das muitas lendas, porém, eles iam reunir o conselho para uma decisão.

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Enquanto isso no inferno a tempestade se acirrava. Heero e Wufei se apressaram lutando contra o forte vento em suas asas. Eles se precipitaram para casa.

Além das copas das folhagens altas da Floresta Negra se levantava uma estranha construção. Era uma espécie de esplêndidas montanhas feitas em pedras com incontáveis torres finas e altas. Ao longe podia se ver as nuvens negras que voavam ao redor do local.

Um constante movimento de demônios entrando e saindo de suas tocas. Lá no alto, se destacando das demais, estava a maior torre de pedra, ali era a morada dos maiores demônios do reino.

Finalmente a tempestade havia se acalmado.

Os dois meninos voaram até a entrada de sua torre e caminharam pelos corredores escuros, no quarto dos pais eles viram sua mãe. Heeriana Sombria Zebu era uma mulher de curvas graves, porque não dizer, era uma mulher grande? Seus olhos enormes e escuros, os lábios carnudos, os cabelos negros cheios e crespos, havia uma grande verruga no nariz, de fato a beleza física não lhe era um atributo, porém era uma boa esposa e mãe dedicada.

Deitada à cama ela descansava após o parto difícil.

Heero se aproximou lentamente, se ela estivesse nervosa nem chegaria perto. Mas estava calma e relaxada.

-Pode vir, meu amorzinho. – Ela sorriu. – O pior já passou.

-Você está bem, mamãe? – Wufei também se aproximou.

-Ótima. – Ela sorriu. – Olhe aqui. – Heeriana apontou para o lado da cama onde havia um pequenino cesto de palha. Lá dentro havia um bebê ativo e risonho.

Heero se aproximou curioso vendo como seu novo irmão era lindo. O bebê lhe sorriu aberto quando se aproximou. Era rechonchudo, tinha os cabelos marrons quase dourados e olhos enormes de uma cor estranha. Seriam violetas, a pele era tão clarinha, nas costas duas asas negras despontavam ainda pequeninas.

-Meninos. Esse é o Duo. Duo Maxwell Zebu. – O pai lhes informou orgulhoso do novo filho.

-Hn. - Heero gemeu. Havia achado o bebê bonitinho, mas já não lhe agradou o jeito alegre da criança, afinal Heero sabia pela mãe que na sua época de bebê, era sério e nunca sorria com nada, pelo visto não havia mudado.

-Fale direito com seu irmão, Heero Yui Zebu. – A mãe o olhou com atitude.

-Oi, Duo. Seja bem vindo ao lar dos Zebus. – Heero falou automático.

-Sinta-se em casa, Duo. – Wufei gemeu, era outro que não se agradava com sorrisos. Ele estava sempre fechado em seus próprios pensamentos. Julgava-se que o gênio enfezado os meninos haviam puxado à mãe.

-E veja. – O demônio pai se aproximou do bebê. Beel Zebu era um homem jovem e belo, a beleza lhe era admirada em todos os reinos, até mesmo os humanos que haviam o visto em alguma circunstancia haviam ficado impressionados.

Casara-se com sua esposa Heeriana por conveniências, a moça era descendente de uma linhagem nobre, cuja lenda dizia ser portadora do sangue real dos primeiros demônios.

Beel Zebu se apressou abrindo as pernas do menino. – Não é lindo? – Ele quase gritou.

-Ahhh... Ele é um... – Wufei se surpreendeu. – Ele é um legítimo hermafrodita. Ele tem pintinho e perereca. – O menino comentou.

-Que orgulho. Ahhh... Eu sabia que ele viria na nossa família! – Zebu passou a falar exageradamente emocionado.

-O menino vai ser assim como você. Acho que todos os meus filhos puxaram a sua beleza. – Ela comentou entristecida, haja dito, Heeriana não era uma mulher bonita. Por esse motivo já havia sofrido muito com aquele casamento, afinal o marido era um dos mais belos demônios de todos os infernos.

-Não seja boba, querida. Eu acho que ele tem quase tudo seu. – Zebu comentou olhando de perto o menino.

-Seu... Não deboche de mim! – Heeriana não via nenhuma semelhança entre ela e o filho, na verdade qualquer um podia notar isso.

-Ahhh... Vamos Meninos, mamãe precisa descansar! – Beel Zebu se apressou em deixar o quarto, afinal aquela sua esposa não era para se contrariar.

O nascimento de Duo havia trazido uma grande expectativa. Havia muitas lendas prenunciando sua chegada. As mais aceitas, eram também contraditórias. Uma dizia que Duo seria a criança negra. Ele seria o Clarão do Inferno. Teria tanta força que quando emocionado faria um Sol nascer naquele mundo frio e escuro. E que um dia ele conduziria os demônios contra os anjos.

Já a outra o chamava de Elo dourado, pois de alguma forma ele seria a ligação entre o céu e o inferno.

Bastava esperar o tempo passar para saber ao certo quem era o demônio recém-nascido.


Continua>>


Quando o vento soprar... estaremos sozinhos...
A solidão não é fim. Conheça-se!

Hina