Umbral do Inferno


VIII – A realeza de Duo


Zechs estava sentando na sala real. Relaxado tomava uma taça de vinho tinto saboreando o gosto doce da bebida. Ele sabia que Duo voltaria às suas mãos.

"Alteza. O escravo está aqui." – um de seus soldados veio lhe avisar.

O príncipe não disse palavras. Ele apenas sorriu sorvendo a bebida em sua taça com gosto e alegria. Teatralmente ele se levantou e mexendo sensualmente nos cabelos sorriu ao soldado.

"Ora, meu bom homem. O traga até mim..." – pediu tão polidamente que nem mesmo lembrava o homem cruel de sempre.

"Sim senhor."

"Duo, Duo, como você é tolo... voltar às minhas mãos..." – ele sorriu vitorioso.

O jovem escravo havia fugido de L1 antes do anoitecer, contando com carona havia chegado em L2 e agora estava ali preste a voltar ao dono que seu pai lhe atribuira. Seus olhos, que na tarde chegaram a brilhar tocado pela razão do amor, estavam agora opacos, mortos. Voltar para Zechs significava o fim de tudo e justo agora que havia tocado, mesmo que por uma tarde, o amor de verdade.

Puxado pelos cabelos o rapaz foi jogado na sala aos pés de Zechs. Talvez essa fosse a forma atual que Duo veria o mundo, do chão.

"Saiam!" – o loiro mandou aos soldados.

"Acha que é confiável ficar sozinho com esse vadio, senhor?" – um dos soldados se antecipou, mas Zechs não lhe respondeu, apenas lançou um olhar de morte. Ele podia matar com aqueles olhos frios e violentos.
Assim que se viu na sala apenas com o menino escravo o loiro sorriu vitorioso. A sensação que trazia agora no peito era tão intensa.

E era bem estranho. Duo estava ali, humilhado ao chão, mas Zechs não sentiu nenhuma excitação por isso, não sentiu nenhuma vontade de feri-lo, de machucá-lo. Ao contrário, ele queria apenas segurar aquele menino em seus braços e confortá-lo.

"Você..." – Duo estava no chão. "Deve estar muito feliz..." – ele falou encarando o loiro com muito ódio.

"Estou..." – Zechs falou simples se sentando numa poltrona e olhando rigorosamente para o rapaz lindo caído ao chão. "Tive medo de nunca mais vê-lo, ou tocá-lo." – o príncipe assegurou sem nunca deixar de olhar o jovem de trança.

"Odeio você Zechs. Por me fazer engolir meu orgulho. Por me humilhar dessa forma. Por tirar de mim..." – o escravo protelou. Queria falar sobre Heero e a paixão que havia descoberto, mas temeu que o loiro, tão possessivo o quisesse punir por ter se apaixonado. "Por tirar de mim... a liberdade." – terminou por fim.

"Não. Nada disso." – o loiro se jogou ao chão tocando com carinho o rosto belo em formato de coração de Duo. O achando belo, lindo e meigo. Talvez a sua frente tivesse o ser mais lindo, o mais puro. Como pode ousar ferir aquela criatura? Não podia se arriscar a perdê-lo novamente. "Eu... você não está entendo nada, Duo. Eu compreendi quando você fugiu que não devo ser dessa forma... eu estava errado e alguém como você precisa ser cuidado, acariciado. Você é como uma jóia preciosa demais." – nem mesmo o nobre sabia que podia sentir algo assim por alguém.

"Você é louco?" – Duo se esquivou para fugir do carinho que os dedos de Zechs começavam a fazer em seu rosto.

"Não. Não fuja mais de mim. A sua pele é tão macia, Duo" – Zechs se aproximou falando perto do rosto do rapaz. Queria beijá-lo. Tocar naqueles lábios doces. Talvez quem sabe pudesse acertar dessa vez?

Duo se afastou, mas o loiro ia beijá-lo. Tinha que ter aqueles lábios doces. O nobre jogou seu corpo sobre o corpo menor o derrubando ao chão, mantendo os pulsos do escravo presos contra o chão ele buscou os lábios macios e gostosos para um beijo forçado.

O trançado fechou os olhos com força quando, sem poder evitar teve seus lábios violados pelo nobre. Sentir aquela língua dentro de sua boca lhe fazia sentir-se tão sujo. Sua boca só devia ser tocada pela boca do homem que amava: Heero.

"Zechs?" – Treize acabava de entrar na sala e não se viu menos chocado. O noivo, um príncipe belo e cheio de classe estava ao chão tentando tomar os lábios de um escravo vadio? Era demais para um homem tão orgulhoso como ele. "O que está havendo aqui?" –bufou.

"Treize. Não se mete aqui!" – Zechs gritou se afastando de Duo. "Me deixa em paz, droga." – o loiro falou baixo olhando para o noivo.

"Então era por causa desse vagabundo que você estava tão animado quando transamos? Estava pensando nele?" – Treize estava trêmulo de raiva. "Eu sou um homem, Zechs. Como acha que me sinto sabendo que meu noivo sente prazer com um maldito escravo?"

"Não me importo como você se sente. E deixe de ser sentimentalista. Tanto eu quanto você sabemos que não há essas coisas entre nós. Você nunca me amou." – o loiro falou tenso passando os dedos nos cabelos loiros e fartos.

"Eu não vou ficar discutindo sobre meus sentimentos da frente desse vadio!" – Treize gritou nervoso.

"Chega!" – Zechs o enfrentou. "Chega. Nunca mais o chame assim... ele não é um vadio ou um vagabundo, nem mesmo é mais um escravo." – o príncipe falou tenso. "Duo. Dentro desse palácio agora é meu companheiro... cercado de todo o respeito e carinho que eu posso dar a alguém como um príncipe." – ele falou.

"Santo Deus! Você ficou louco. Você quer dividir com ele o seu título? Ficou louco? Ele é um escravo." – Treize estava horrorizado. "Quer fazer dele um nobre?" – ele se moveu pela sala tenso.

"Acabou, Treize. Eu estou com o Duo agora! Ele sim merece ser meu noivo..." – o loiro falou ficando na frente de Duo. Temia que Treize pudesse tentar algo contra o menino.

"Eu... nunca vou permitir. Esse garoto é o fim de nosso império, Zechs." – Treize saiu furioso. "Juntos, você e esse vadio nunca vão ficar." – ele falou parando na frente do loiro.

"Treize. Ele não é..."

"Vadio sim... um vagabundo sem classe que você tirou do lixo... ele nunca vai ser diferente disso." – Treize cuspiu essas palavras se retirando.

"Tudo bem, Duo. Ele apenas teve a notícia em péssima hora." – Zechs se voltou para tocar o rosto do menino. "Vem. Você deve estar com fome... estar cansado, né?" – o príncipe falava com um carinho exagerado, seus olhos vidrados no rosto pequenino de Duo. Qualquer um podia notar que Zechs não estava bem. Ele acabara de terminar um namoro de anos com uma briga horrível, e agora estava ali tratando o garoto como se nada tivesse acontecido.

"Estou sim." – Duo gemeu num fiapinho de voz. Por algum motivo teve medo de Zechs, ele parecia alucinado. "Mas, eu quero ver meu pai antes disso..." – terminou numa quase súplica.

"Eu... eu sei, criança. Depois... depois. Vamos para o meu quarto agora. Eu quero passar a noite com você." – o loiro falou emocionado acariciando o rosto do menino. "Tão linda, a minha criança... tão linda." – ele gemeu.

"Zechs... por favor. Meu pai, eu tenho..." – Duo chorava sabendo que não podia fazer muito não ser ceder àqueles toques que embrulhavam seu estômago.

"Não, criança. Não chora. Vem pro quarto, agente vai passar uma noite linda juntos. Eu vou te fazer meu hoje. Vou ser seu primeiro amor... seu primeiro homem." – Zechs falou.

"Não. Por favor." – Duo chorou implorando baixinho. Não ia passar a noite com outro homem senão fosse Heero. Nunca poderia dormir com outro homem... Preferia a morte.

"Duo, se você não for eu não posso garantir a vida de seu pai..." – num tom de inocência força o loiro comentou e Duo o odiou por isso.

"Nãoo!" – o rapaz mais novo gritou. Estava trêmulo. Seu estômago parecia saltar. Um bolo incômodo parecia se mover dentro dele. Zechs o estava torturando psicologicamente. O loiro o pressionava para fazer algo que ia lhe arrombar por dentro sem conserto. E agora? Duo se via numa gangorra mortal. Ou ia para cama de bom grado com aquele maldito nobre ou tinha sob as próprias costas o peso da morte do pai.

"Vem, meu amor. Vai ser lindo. Eu vou te tratar com muito amor." – o loiro o levou pela mão sorrindo. Ele estava feliz e em sua loucura não atinava para o fato de estar matando o coração daquele rapaz de olhos violetas.


"Treize. Ele vai mesmo cobrir o vadio de ouro?" – Relena parou o homem no corredor. "Não vou deixar. Eu mato esse garoto antes." – ela falou com raiva na voz.

"Eles vão passar a noite juntos e eu nada posso fazer para impedir." – o nobre falou confuso e chateado.

"Perco a minha vida, meu caro, mas Zechs nunca vai dormir com Duo Maxwell. Eles não podem." – Relena andou pelo corredor pensativa. "Eles não podem, eles são irmãos..." – ela falou em voz alta.

"Deus. Fala baixo. Ou você quer que metade do mundo saiba que os Peacecraft tem um filho bastardo? Relena será o fim. Todos os nossos inimigos querem nos destruir. Um príncipe, com o sangue real e que foi criado longe de nossas condutas de interesse é uma arma letal contra nós." – ele falou tenso.

"Eu sei disso. Mas, como que nós adivinharíamos que Zechs ia comprar justamente o próprio irmão?" – ela respirou profundamente.

"Culpa sua. Agente varreu meio mundo atrás daquela maldita criança, porque eu achava que aquele filho que a sua mãe tinha tido estava vivo. E quando finalmente o achamos vivendo como um miserável em L2, eu devia tê-lo matado, mas não, você disse que o garoto jamais sonharia em se aproximar. Você e seu senso ridículo de família deixou esse garoto vivo." – Treize esquecido de manter o sigilo estava quase berrando no meio do corredor.

"Esqueça... eu não vou matar meu irmão. Minha mãe morreu chamando por esse garoto..." – Relena falou. "Eu só mato esse menino se ele ousar retirar de mim o trono..." –ela completou aos berros sem se incomodar se alguém podia ouvir ou não.

"E o que vai fazer?" –ele estava nervoso. De repente seu plano de riqueza e poder parecia ruir diante de um par de olhos grandes e violeta.

"Zechs está apaixonado. Eu não o culpo, nosso irmão é lindo demais, e o Zechs não sabe de nada... ele só esta manifestando um sentimento de... de fraternidade..." – ela considerou.

"E você? Também nutre esse sentimento por seu belo irmãozinho?" – Treize a encarou.

"Claro." – Relena ajeitou o vestido. "Eu sou uma mulher de ótimo coração... amo meus dois irmãos..." – sorriu perversa. "Mas se não tiver outra forma, eu esmago qualquer um, e nem Zechs nem Duo vão ficar no meu caminho, Treize. Esse trono é meu. Só meu." – ela bateu no peito.

"E o que vamos fazer agora?" – ele segurava a têmpera.

"Primeiro. Vou providenciar o fim dessa safadeza que meus dois irmãozinhos querem fazer nessa noite..." – ela sorriu. "Vamos, eu tenho tudo sobre controle. Eu sempre tenho tudo sobre controle."


Em L1 Heero havia decidido que ia atrás de Duo. O garoto havia sumido, só podia ter ido atrás do pai. Yui estava muito nervoso, indócil.

Os outros tentavam impedi-lo de ir atrás do escravo.

"Heero, reconsidere." – Trowa estava tenso. "Você vai colocar tudo a perder por causa de um garotinho gostoso, Heero. O que você vai falar quando chegar lá? Vai meter o pé na porta e arrancá-lo de lá?" – Trowa agora gritava enfrentando seu líder.

"Olha como você fala dele. Eu nunca falei nada sobre esse seu romance com o Quatre..." – agora a discussão passava para um lado mais pessoal. De repente Trowa Barton e Heero Yui estavam apenas revelando suas formas completamente diferentes de pensar... Eles eram diferentes, era natural que suas personalidades se batessem em algum momento, porém esse era o pior momento.

"O Quatre não é um maldito escravo vindo do lixo. Ele tem berço e nunca colocou nossa organização em risco, como o seu concubino!" – o ex-soldado gritou a todo o pulmão.

Heero viu tudo vermelho a sua frente e os dois se perderam no meio da emoção deixando de lado o sangue frio e razão que um líder devia ter. Yui fechou com força o punho o largando contra o rosto do rapaz de topete.

Eles teriam se matado, mas Wufei e Quatre acudiram em separar.

"Seu louco. Aquele vadio vai acabar destruindo nossos planos!" – Trowa gritou sendo contido por Wufei.

"Eu vou matar você!" – Yui tentou sendo contido por Quatre.

"Heero, tenha calma." – o loiro pediu baixo.

"Ele está ofendendo o Duo... o coitado do Duo está lá com aqueles loucos..." – Heero estava tremendo.

"Eu sei. Eu sei disso, calma. O que não podemos é sair brigando e esquecendo que o pobre do Duo está lá nas garras do Zechs. Yui vamos pôr nossa cabeça em ordem." – Quatre o chamava delicadamente para a sensatez olhando profundamente nos olhos azuis turquesa dele.

"Que eu faço? Se o Duo passar a noite lá com ele, Quatre. Aquele desgraçado vai obrigá-lo a..." – Heero nem teve coragem de falar o que podia acontecer a seu amado nas mãos daquele alucinado. "Eu não posso deixar. Não posso..." – ele falou cansado. No fundo sabia que não podia sair dali e ir até L2 arrancar Duo da cama de Zechs.

"Pelo menos por enquanto Zechs não vai tocar em Duo, mas ainda assim o garoto corre risco de vida." – Sally entrou na sala.

"Sally, você ainda não pode ficar perambulando por ai." – Wufei falou.

"Cale a boca, Chang! Me deixe em paz." – ela o desconsiderou.

"Nossa, que mulher mais brava. Estou em maus bocados." – o bobo da corte comentou girando os olhos.

"O que você tem a nos falar?" – Trowa, agora mais calmo se sentou a observando.

"Minha amiga, uma mulher que vive no palácio de Relena como nossa aliada, nos mandou uma mensagem muito importante." – ela informou séria. "Noin, me disse que Relena vai matar o pai de Duo hoje e impedir que Zechs o tome para si. Isso tudo porque ela quer evitar que os dois irmãos cometam um pecado incestuoso. Noin acabou ouvindo Relena e Treize discutirem sobre o fato de Duo ser o filho que a rainha Mira teve e que foi abandonado no rio por G depois do parto a pedido da própria rainha. Eles simularam que a criança nasceu morta, tudo para salvá-lo de ser tão perverso quanto Zechs e Relena." – ela falou os olhando seriamente.

"Aquele escravinho? Um príncipe?" – Trowa bateu com o punho na mesa ao lado. "Mas, não pode ser. Ele foi criado longe do palácio?" – ele estava atônito.

"É isso mesmo." – Agora era a vez de J entrar naquela sala e revelar. "G e eu o tiramos do palácio assim que ele nasceu, dissemos que ele estava morto e o deixamos no rio que levaria até L2. Um velho amigo nosso, Maxwell, já estava avisado e pegou o cestinho com a criança assim que ele passou flutuando pelo rio. Assim ele criou esse garoto passando a ele o código de honra e ética que deve reger um homem de verdade..." – ele falou.

"Então... esse garoto é nossa mais perfeita arma contra esse maldito império. Duo deve assumir aquele trono e fazer esse reinado de maldade ser findado." – Sally falou.

"Mas, agora ele está nas mãos de Zechs..." – Quatre comentou tão surpreso quanto Trowa e Wufei estavam.

"Só que Zechs ainda não sabe que são irmãos e Relena vai preferir que ninguém nunca saiba disso senão Duo pode reclamar esse trono. Mas, foi um grande erro termos deixado que ele escapasse e fosse até lá sozinho..." – Sally ponderou.

"A culpa é minha..." – J abaixou a cabeça. "Eu estava alucinado de ódio deles... dos Peacecraft. Eles mataram G, e agora iam matar o velho Maxwell. Eu tinha que fazer alguma coisa para evitar a morte de mais esse meu amigo." – ele estava chorando.

"Que você fez?" – Yui o olhou com raiva.

"Instiguei Duo a ir salvar o velho. Se entregar a Zechs pela salvação do pai." – ele confessou.

"Eu mato você..." – Yui agora foi contido por Wufei.

"Eu sinto muito. Só depois que o recado chegou, vindo de Noin eu tive noção que Relena é mais forte e perigosa que todos nós. Eu sinto muito por estragar tudo." – ele estava inconsolável. "Eu peguei o garoto nesses corredores hoje mais cedo e o convenci a ir atrás de Zechs livrar o velho Maxwell... perdão..."

-Me larga. Eu vou matá-lo." – Yui insistiu.

"Ei,Yui!" – Trowa se meteu encarando os olhos do outro. "Errei muito vendo apenas a aparência. Julguei muito mal, falei de coisas que não sabia. Acabei ofendendo o Duo sem nem ao menos conhecer toda a história, mas agora que sei a verdade..." – ele sorriu. "Eu e você, todos os outros aqui... nós, juntos vamos trazer nosso príncipe de volta. Eu te prometo isso." – ele completou.

"Trowa? Eu... obrigado." – Yui apertou a mão do ex-soldado selando a paz entre eles.

"Eiii... topete! Não pense que vai fazer algo sozinho... eu estou nessa. Não que eu goste de trabalhar a seu lado. Mas o garoto é engraçadinho." – Wufei sorriu quebrando aquele clima tenso.

"Ei, Quat! São homens ou bebês?" – Sally perguntou baixo ao loiro com certo tom de impaciência.

"Às vezes... são apenas crianças. Mas, são os nossos homens..." – ele sorriu sensato.


No palácio de Relena. Nas masmorras fétidas e escuras. A rainha não tinha costume de freqüentar aquela parte do paládio desde que sua mãe morrera ali. Mas nessa noite ela tinha um motivo especial, eles tinham um convidado importante.

Ela parou rente a uma grade atrás da qual estava um homem leproso. Ela sorriu com escárnio olhando o homem de rosto feio.

"Que ironia... você vai morrer no exato lugar que minha mãe morreu, seu velho sujo" – ela falou. "Vais aprender a não ajudar malditos rebeldes..." – ela gemeu com raiva. Tinha fúria daquele homem por saber que ele havia ajudado a salvar a vida do filho que sua mãe tanto amou. "Sabia que amava esse garoto, mais que a mim? Ela morreu chamando por esse nome idiota que deu a ela." – Relena falou ferida. Aquilo lhe incomodava. Afinal, quando era criança sabia que sua mãe vivia nas masmorras em grande sofrimento, porem nunca fez um mínimo esforço para ajudá-la. Na verdade ficara muito contente ao saber que a rainha havia morrido, assim o trono seria só seu... Uma vez que Zechs não o desejava e logo seu pai também morreria.

"Nunca vai apagar a verdade. Esse trono nunca foi seu... As leias do império mandavam que um homem assumisse o trono e havendo um outro príncipe esse vai assumir... você está acabada Relena." – ele falou sorrindo num esforço com seu rosto leproso.

"Ohhh... mundo machista." – ela sorriu cínica. "Vou esmagar esse meu irmãozinho como se ele fosse uma barata leprenta. Carrasco! A dama de ferro o espera!" – ela se retirou divertida.


No quarto de Zechs Duo estava encolhido na cama. Ele havia tomado um banho e trocado de roupas, mas nada havia comido. Toda a tensão daquela noite lhe deixara trêmulo e angustiado. Queria ver seu pai, e queria estar nos braços de Heero.

Zechs se aproximou e ele se encolheu ainda mais. Dessa vez nem lutar poderia para defender seu honra, afinal estava sendo ameaçado. Devia se entregar àquele monstro senão seu pai ia morrer.

O loiro o tocou delicadamente no rosto, fazendo um carinho delicado.

"Sua pele é como um pêssego..." – ele comentou baixo num sopro.

"Pelo Amor de Deus." – Duo tentou retirar a mão de Zechs. Levá-la para longe de sua pele.

"Não... eu vou te dar carinho, meu tesouro." – o loiro falou abaixando a alça da camiseta cumprida que o rapaz usava e beijando o ombro macio no processo... "Lindo... e cheiroso." – agora aquele homem cheirava e beijava a pele do pescoço de Duo sentindo o aroma de rosas.

"Não..." – o rapaz suspirou baixinho chorando desconsolado.

"Vamos, meu lindo." – dessa forma lenta e torturosa Zechs ia apertando a carne de Duo, o tocando em pontos tão delicados, o desejando para si. Desnudando a pele pálida e se deliciando com beijos em cada parte daquela pele tão perfeita.

Duo nada podia fazer. Seu desespero era grande. Zechs lhe tratava com carinho, mas era algo insano e para o escravo soava como algo errado. Eles não deviam...

Maxwell não sabia qual o motivo, mas havia uma fina voz em seu coração que implorava para não ser tocado daquela forma por Zechs, porem quando menos esperou estava ali na cama exposto.

O loiro havia removido as calças dele e agora investia em beijos e chupões tocando seu falo. Estava preste a acontecer o que Duo menos desejava.

"Zechs! Zechs!" – Noin irrompeu o quarto como se fosse o anjo de salvação de Duo.

"Mas... sua vagabunda! O que faz aqui?" – ele gritou largando o rapaz na cama.

"Desculpe..." – ela sorriu verificando que chegara antes que o loiro tocasse o garoto. "Mas... eu tinha que vos avisar." – ela fez uma breve mesura. "O suspirou final foi dado pelo leproso Maxwell exatamente à meia noite, como era seu desejo. Imagino que já tenha possuído seu escravo..." – ela sorriu.

Aquela notícia caiu como uma bomba sobre a cabeça de Duo. Zechs havia mandado matar seu velho pai? Ele tremeu se levantando, estava apenas trajando a camiseta branca que por sorte era cumprida.

"Duo... eu!" – Zechs o olhou. "Eu não sei do que ela..."

"Cala essa boca!" – Duo gritou. "Seu assassino, doente!" – o menino agora o agredia. "Eu odeio você... eu nunca vou deixar você me tocar... Eu odeio você... odeio!" – ele falou com uma carga de emoção muito grande. Zechs jamais conseguiria reverter àqueles sentimentos.

"Você vai ficar aqui..." – o loiro falou inseguro. Ele já não tinha comando contra Duo. Desde que o garoto fugira, ele acabara entendendo que mais era comandando do que mandava naquela relação. Ele era agora vitima do sentimento que tinha pelo trançado. Temia que seu belo escravo o odiasse.

"Eu vou embora." – Duo falou, teve vontade de jogar seu romance com Heero na cara do loiro, mas ninguém podia saber que esteve em L1 e que esteve ainda com os rebeldes e principalmente que um homem chamado Heero Yui era o líder de um movimento anti- Relena.

Zechs tinha que agir rápido. Ele girou confuso, sem foco. As idéias escapando por sua cabeça. Duo o odiava e ia embora. Sentiu-se tão fraco perante aquele garoto. Sem ter como evitar que o rapaz fosse embora ele o socou com força no estômago o fazendo desmaiar sem ar.

"Eu sinto muito, minha criança." – ele falou. "Você! Mato você hoje, sua vagabunda!" – transformado em outro ele puxou Noin pelo braço. "Vamos ver esse infeliz morto e você vai ficar por lá mesmo... morta também. Sua vadia mentirosa!" – Zechs falou a arrastando pelo braço e trancando a porta de seu quarto.

Ao menos por aquela noite Relena havia garantido que Zechs não possuiria o próprio irmão. Porem Duo continuava no palácio, pairando como uma ameaça sobre sua cabeça. Ela devia tomar alguma providência sobre o menino, uma vez que se fosse provado que ele era o filho morto dos Peacrecraft o trono era dele por direito e sendo e aquele rapaz como era jamais governaria para mal.


Hehehe.. corri com esse capítulo porque preciso com urgência voltar a ler um fic de CVZ e outro de YYH que estão ambas eletrizantes e eu não conseguindo despregar os olhos delas!

Ahhh... e agitando o cosplay para o af... ohhh, vidinha gostosa... podia ser melhor? (ahh podia, mas tudo bem) - A PEDIDOS esticando essa fic.

Beijos (lendo)

Hina