Sonhos

Depois daquela grande revelação, o resto do ano pareceu extremamente calmo.
Todos os alunos sobreviveram às provas finais, a Lufa-Lufa ganhou a competição das casas e Grifinória o campeonato de Quadribol. No último dia, todos os alunos estavam ansiosos para voltar pra casa. As malas de alguns deles, já estavam prontas há uma semana.
De noite, os alunos da Grifinória fizeram uma animada festa de despedida. Um gramofone enfeitiçado tocava músicas trouxas e bruxas. As garotas fizeram uma decoração com papéis dourados e flores e fitas vermelhas. A professora McGonagall e Nick Quase Sem Cabeça também estavam presentes.
A festa durou muitas horas, alguns dançavam, a maioria comia, alguns grupos de amigas já choravam se abraçando, e outros jogavam cartas. A medida que os alunos foram se recolhendo, os que ficavam iam entrando no jogo. Depois de uma rodada de duas horas e meia, pela primeira vez, Miranda ganhava um jogo inteiro e saíra com os galeões de todos que tinham entrado na partida!
No dia seguinte, os alunos pegaram o Expresso de Hogwarts muito cansados da festa, que aparentemente não aconteceu apenas na Grifinória. A maioria dos alunos dormiu a viagem inteira. Quando chegaram à estação King Cross, as gêmeas se despediram de suas amigas Juliana e Nadine com fortes abraços e várias recomendações de que escrevessem cartas. Se despediram também dos meninos que ainda as tratavam quase como seus mascotes. Encontraram com seus pais e foram pra casa. …

Nos primeiros dias, após contarem as novidades possíveis da escola, Miranda e Suzan se sentiram um pouco estranhas, um pouco fora de lugar. Como se muita coisa tivesse mudado em suas vidas. Até os amigos trouxas de quem elas tanto gostavam pareciam imaturos, sem saber de nada. Mas aquilo era só um sentimento sem muita explicação, e em poucos dias tudo parecia normal. De qualquer maneira, a agitação usual e as encrencas de Hogwarts contrastavam com a calma de casa: ajudar Dana na loja de perfumes, cuidar do jardim, ler, estudar um pouco de magia.

Certa vez, depois de uma agradável reunião familiar em volta da lareira e assistindo a filmes trouxas, foram todos dormir. No meio da noite, Miranda teve um sonho conturbado.
Estava em um quarto, talvez uma sala, era tudo muito escuro e a única coisa que conseguia ver era a lua crescente distante no céu, através de uma janela comprida que mais parecia uma porta. As barras da janela faziam sombras quadradas na única parte que tinha luz dentro daquele lugar. Enquanto se concentrava em olhar pra fora da janela tentando descobrir onde estava, viu um vulto passando sob a luz fraca da lua. Uma voz em sua cabeça a chamava pelo nome, abriu a janela e pulou de uma altura que imaginava ser razoável, já que rolou no chão. Tentou seguir a pessoa entrando em um labirinto, hora com paredes grossas de ficus, hora feito de espinhos. Cada vez que chegava mais perto do vulto misterioso, o chamado em sua cabeça ficava mais forte. Mas o vulto sempre sumia de vista. Era um homem alto, com uma capa que às vezes parecia preta, outras, cinza escuro meio prata. Continuou seguindo até que foi surpreendida por um homem que não conhecia, mas no fundo não lhe parecia estranho. Ele a segurou pelas costas e abriu a boca mostrando enormes dentes caninos, indo em direção ao seu pescoço.
Miranda! – uma voz conhecida a chamou, num grito estridente e desesperado. Miranda abriu os olhos e caiu no chão. Estava distante de casa, já tinha passado dos extensos jardins dos fundos da propriedade. Viu Suzan correr em sua direção.
- O que aconteceu? – Suzan perguntou assustada – Você tá legal?
Miranda se sentou, olhando para o chão tentando entender o que tinha acontecido. Passou a mão no pescoço conferindo seu estado.
- Eu... eu tive um pesadelo. – ela disse sendo ajudada pela irmã a se levantar. – Era muito real, eu vi um castelo, um labirinto…
- Desde quando você é sonâmbula? – Suzan comentou supondo que a irmã tivesse saído do quarto por causa do sonho.
- Você sabe que eu não sou. Eu não… - Miranda voltou a ficar confusa. – Como você me achou? Você me seguiu?
- Mas é claro! – Suzan disse voltando com a irmã para casa. - Você pulou da janela. Só acordei por causa do barulho que você fez quando caiu do lado de fora. Daí eu te segui, ninguém em sã consciência pula da janela do nosso quarto. Tudo bem que são dois andares, mas deve ter uns três metros de altura.
- Peraí, eu pulei da janela do nosso quarto? Por isso eu rolei no chão…
- É... acho que você rolou mesmo. Bem... quando eu desci você tava caminhando sem direção como uma sonâmbula. As vezes corria, as vezes parava, fiquei com medo de te acordar.
- O que mais você viu? – Miranda começava a ficar preocupada. – O que você viu antes de eu cair? Tinha mais alguém comigo? – perguntou agitada.
- Não sei. Eu gritei quando vi que você estava entrando no terreno dos Gerber, não consegui mais te ver. Quando eu te vi você já tava no chão.
As garotas estavam para abrir a porta de casa, eLucian e Dana correram desesperados para as filhas. Miranda contou todo o sonho para a família. Seus pais pareciam muito preocupados.
- Meninas acho melhor vocês irem dormir. – Lucian disse se levantando tentando parecer menos preocupado do que estava.
Suzan e Miranda ficaram caladas por alguns segundos no quarto tentando ouvir a conversa. Suzan não agüentou e foi de mansinho até o escritório seguida por Miranda. Ouviram a voz dos pais e passos de um lado pro outro.
- Vou mandar uma coruja pra Dumbledore. – Lucian disse, os passos ficando cada vez mais próximos da porta. As meninas subiram para seus quartos e não saíram mais.


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