DISCLAIMER: Harry Potter não é meu. Mas a A.L.L. é criação minha, assim como os pais dos personagens.
N/A: Só pra esclarecer, essa fic é Remus/Sirius porque não dava pra colocar Remus/Sirius/James. Eu só escolhi um dos dois. Não é nem de longe um slash ou yaoi ou shounen-ai, ok? Tanto que não é do gênero "romance".
N/A²: Como eles já saíram da escola, eu decidi que eles não vão mais se chamar pelos apelidos. É que colocar os apelidos em português fica estranho, e em inglês mais ainda, então é melhor não colocar nada.
"Mais um pedaço de torta, querido?"
"Muito obrigado, Sra. Potter. A senhora é muito gentil."
James balançava a cabeça, nada discretamente, expondo ao mundo sua indignação frente àquela ceninha. Sua mãe, sua própria mãe, se abrindo em sorrisos e mimos para o malandro do Sirius! Onde o mundo ia parar?
Não que fosse a primeira vez que acontecia aquilo, mas, desde que Sirius se mudara para um apartamento próprio (onde só tinha um colchão no chão, que servia de cama e de sofá, e uma mala com as roupas dele), sua mãe tomara para si a incumbência de alimentar aquele animal o suficiente para ele passar uma semana de barriga cheia. E todo sábado ele voltava.
Aliás, sua mãe não era a única. Sirius também conquistara as mães de Remus e de Peter. Aquelas mulheres, um bando de cinqüentonas, sendo seduzidas descaradamente por seu melhor amigo, era algo que James achava um absurdo. Parecia que a única mãe que não gostava de Sirius era a dele mesmo.
"Se não parar de comer tanto doce, vai perder sua silhueta, querido," comentou James, quando Sirius aceitou seu sexto pedaço de torta de chocolate com caramelo e nozes.
"Pare de reclamar, Jamie, e coma mais você também," disse sua mãe, a cabeleira preta esvoaçando quando ela se virou para o filho, despejando mais um tijolo de chocolate no prato dele.
"Mãe! Eu não agüento maaaais…"
"Como não? Você só comeu dois pedaços. Desse jeito nunca vai deixar de ser magrelo."
"Eu não sou magrelo!" protestou James, enquanto Sirius escondia seus risos por detrás da franja. "E além do mais, todo mundo nessa casa é magro. Por que eu seria diferente?"
"A Lily bem que disse que preferia ter se apaixonado por mim," comentou Sirius, a boca cheia de bolo, flexionando um braço musculoso apesar de todas as porcarias que ele vivia comendo. James abriu a boca, horrorizado.
"O que—ela não disse iss—ela nunca—seu babaca!" concluiu ele, vermelho sob o olhar da Sra. Potter. Sirius começou a rir.
"Claro que ela não disse, sua namorada deve gostar de osso," disse ele, consolador. James lançou-lhe um olhar furioso e devorou seu bloco de torta com uma rapidez incrível pra quem não agüentava mais.
Mais tarde, naquele mesmo dia, uma cabeça apareceu na lareira da sala dos Potter. Uma cabeça de cabelos castanho-claros e olhos escuros, que os dois amigos diriam ser de Remus Lupin, não fosse o penteado cheio de gel e partido no meio, e a marca de batom na bochecha.
"Remus, o que fizeram com você?" disse Sirius, assustado. Remus fez uma careta conformada.
"Minha mãe disse que eu tinha que estar arrumadinho pra reunião de hoje," resmungou ele. "Isso é porque você não percebeu o maldito perfume que ela me fez pôr. Eu só apareci aqui pra ver se tinha alguém em casa. Posso ir praí?"
Remus sumiu e reapareceu alguns segundos depois, de corpo inteiro, espanando a fuligem de suas vestes novas e impecavelmente azuis. Suas roupas combinavam de forma constrangedoramente perfeita. Ele parecia muito infeliz daquele jeito.
"Sinto muito, colega, mas você não vai andar na minha casa nesses trajes," avisou James, sacudindo uma manga de linho azul-anil que, ironicamente, cobria um braço de Remus.
"Você ainda não entendeu que eu tô fugindo?" retrucou Remus, exasperado. "Não posso ir pra minha primeira reunião da A.L.L. desse jeito. Tô parecendo um idiota!"
"E por que está vestido assim, então?"
"Sirius, minha mãe ia ter três filhinhos coloridos se eu me recusasse a vestir essa coisa. Ela passou dias fazendo isso pra mim."
"Dias?"
"Ela vem de família trouxa, lembra? Gosta de usar máquina de costura," Remus suspirou, cansado, se jogando no sofá mais próximo. James estava olhando para ele com uma cara estranha, só agora digerindo o que ele dissera.
"O que é essa A.L.L.?"
"Associação dos Lobisomens de Londres, não contei pra vocês?"
"Acho que não," disse Sirius, cruzando os braços. "Mas já ouvi falar nisso. Um bando de lobisomens se reúne num galpão pra conversar."
"Trocar experiências de vida!" corrigiu Remus.
"Tanto faz, rapaz. Quer dizer que você vai pra esse negócio? Então a gente também vai, não é, James?"
"É isso aí, não temos mais nada pra fazer hoje!"
"O quê? Espera!" exclamou Remus, erguendo-se num salto. "Endoidaram? Vocês são lobisomens, por acaso?"
"É só questão de fingir!" disse James, dando de ombros.
"Não dá pra fingir que se é um lobisomem!"
"É claro que dá, é só a gente te imitar. Passamos sete anos perto de você, é claro que sabemos como é um lobisomem."
"Mas… mas…!"
"Nem mas nem menos. Vamos com você pra te dar apoio moral. Agora, não vamos andar na rua com você vestindo de jeca; acho que tenho uma roupa que serve em você."
Remus ainda tentou protestar, mas já estava sendo arrastado escada acima.
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