DISCLAIMER: Vou dizer de uma vez por todas, pra não precisar mais dizer no futuro: Harry Potter não é meu, nunca foi! Eu apenas utilizo seus personagens para escrever histórias, por diversão, sem qualquer intenção de lucro. Mesmo porque, eu acho que não dá pra lucrar coisa alguma aqui no (portanto, nos próximos capítulos, sem disclaimers! Cansei!).


O que será que Remus esperara daquela reunião? Nem ele mesmo sabia. Talvez uma sala ampla e bem iluminada. Ou algo como uma palestra. Uma mesinha redonda com chazinho servido, talvez? Não sabia dizer.

Mas não esperava um banheiro.

'Que diabos?' sussurrou Sirius, os olhos do tamanho de bolas de pingue-pongue, quando deu de cara com um vaso sanitário.

Quando a parede girara, eles haviam ido parar num corredor escuro, e tateado às cegas (por que eles não usaram suas varinhas era um grande mistério, nunca desvendado) até acharem uma porta, que se abria para um toalete público. Pelo menos não estava todo sujo, mas tinha um ratinho azul bonitinho passeando pela tampa do vaso.

'Remus, meu fofo, acho que eu vou te bater,' rosnou James, já de saco cheio daquela história. Remus pareceu muito insultado. 'Isso é tudo culpa sua e da sua á-éle-éle. Quero ir pra casa, enjoei dessa caçada maluca.'

'Ora, mas logo agora que estamos perto?' retrucou Remus, marchando para a porta do banheiro e abrindo-a de supetão.

Só conseguiu ver um sutiã cor-de-rosa e ouvir gritos histéricos de mulher, antes de levar duzentas mil bolsadas e correr para a proteção do banheiro. Seus dois amigos tinham as sobrancelhas erguidas.

'É… um banheiro público feminino,' ele se engasgou.

'Que alívio, achei que esses gritinhos fossem seus,' disse James, pousando a mão sobre o peito e fingindo espanto. Remus lhe mostrou o famigerado Dedo do Meio. James escandalizou-se.

'Tarado! Pervertido! Maníaco sexual! Alguém chame a polícia! Um maluco narigudo no banheiro feminino!' guinchavam as moçoilas do outro lado da porta.

'Narigudo é a senhora sua mãe!' berrou Remus de volta.

Houve um silêncio momentâneo. Então, ouviu-se um barulho horrível de reboco se quebrando, e segundos depois uma pia (!) voou por cima das paredes do cubículo em que estavam. Por milímetros Remus não perdeu a orelha. Sirius soltou um gritinho pouco característico.

'Repita isso e tu morre, Pinóquio!' gritou uma voz, feminina mas grossa demais.

Várias vozes a apoiaram, com urras enlouquecidos. Alguma coisa muito pesada começou a colidir contra a porta, como se uma mulher bastante gorda estivesse se jogando contra ela (mal sabiam eles que era isso mesmo que Agnes Smith, mais conhecida como Mata-Homem, estava fazendo).

Os três amigos estavam apavorados demais para pensar e agir como machos. Assim, quando uma mão de unhas vermelhas postiças quebrou um buraco na porta e tentou agarrá-los, começaram a gritar como garotinhas e tanto espernearam que a passagem secreta abriu de novo.

O ratinho azul, que até então estivera calmamente observando a situação, escolheu esse momento para se pronunciar. 'Mexam-se, seus retardados,' foi o que ele disse, antes de pular de cima do vaso e sair saltitando pelo corredor escuro.

Os três se entreolharam, olharam para a mão assustadora que se sacudia ameaçadoramente, olharam para o rato, perceberam que aquela era a coisa mais normal que lhes acontecera naquele dia, e resolveram segui-lo.


Depois de tantas desventuras, os marotos finalmente seguiram pelo corredor certo (então havia outros? Eles não tinham percebido, sabe, por estarem no escuro), um no qual era só pisar no chão que as tochas iam se acendendo, liderados pelo ratinho azul que se apresentou como Theodor.

Theo, como James passou a chamá-lo, muito para a consternação do rato que se orgulhava de seu nome por inteiro, era um bichinho muito gente fina. Tinha uma voz meio fanha, mas isso não atrapalhava em nada. Antes mesmo de chegarem à sala de reunião, já havia contado aos garotos que vinha da Escócia, gostava de Jazz e, nas horas vagas, fazia cerâmica.

'Cerâmica,' repetiu Remus, tentando processar aquilo em sua mente debilitada pela loucura do dia. 'É, cerâmica é uma coisa legal. Mas você faz proporcional ao seu tamanho, né?'

'Não, eu faço pra humanos. Tenho até uma lojinha aqui perto,' retrucou Theodor. Remus não soube o que dizer, por isso não disse nada.

'Você deve conhecer o Rabicho, Theo,' comentou James, lembrando-se do amigo gorducho. Theodor mexeu os bigodes para ele, confuso. 'Rabicho. Peter. Amigo nosso, um rato cinza e meio cheinho…'

'Há dezenas de ratos cinzentos e cheinhos pelos esgotos, aliás, eu já cheguei a ver um lilás, mas ele ficou se esfregando em mim e eu sou espada,' disse o rato, balançando a cauda todo cheio de si.

'Tá certo,' desconversou James, ao mesmo tempo em que Sirius fazia uma cara muito hilária tentando conter o riso. 'Mas ele é um rato cinzento, cheinho e que cheira a hortelã, talvez isso ajude.'

Theodor estacou. Virou seus olhos pretos e agitados para James. 'Ele cheira a hortelã?'

'Infelizmente,' confirmou Remus, perguntando-se por que a tal sala de reunião não chegava nunca.

'Então só pode ser o Pompom!' exclamou o ratinho, fanhamente.

Foi a gota d'água para Sirius. O pobre Black desertor e traidor do sangue teve um acesso de gargalhadas tão grande que chegou a cair no chão. 'Pompom!' repetia ele, rindo como um alucinado. James e Remus tinham caras de horror. 'Pompom?' repetiram eles, achando que tinham ouvido mal.

Theodor não via o que era tão engraçado. Era trágico, era medonho, era ultrajante – não engraçado. 'Do que estão rindo? O Pompom me roubou a namorada! Eu ainda quebro a cara daquele infeliz, mas não consigo chegar perto dele por causa daquele cheiro maldito.'

A imagem de Peter, o rato, roubando a rata do próximo, era muito perturbadora. 'Então é por isso que o safado anda tão alegrinho…' comentou James, com uma careta.

'Você não acredita nisso, não é?' disse Remus, como se James tivesse duas cabeças e um rabinho amarelo com ponta de seta. E penas saindo pelas orelhas.

'Não?... Não, lógico que não!' exclamou ele, vendo o olhar que Remus lhe lançava. Sirius ainda se acabava de rir no chão.

Theodor pareceu decidir que humanos são criaturas complicadas e idiotas, e não questionou o comportamento deles. Parecia que eles não sabiam levar as coisas a sério! Que forma de vida primitiva aquela. Se todos fossem como os ratos, apenas se importando com seu queijo e com sua ratinha, o mundo seria muito diferente e melhor.

Depois de muito esforço para obrigar Sirius a se erguer (ele perdia as forças quando ria daquele jeito, coitado), e mais alguns minutos no túnel (aquilo já não era mais um corredor, que diabos), finalmente chegaram a um portão de madeira escura, com uma maçaneta muito assustadora na forma de um bicho feio de dentes mais feios ainda. Eles se perguntaram se aquilo seria, por acaso, um lobisomem.

'Essa porta só pode ser aberta por um legítimo lobisomem, do contrário, a maçaneta come a mão do mentiroso,' disse Theodor, com uma risadinha divertida de rato, como se fosse a coisa mais engraçada do mundo. James e Sirius entreolharam-se, alarmados.

'Então pode deixar que eu abro,' declarou Remus, adiantando-se, sabendo até onde ia a coragem deles.

Theodor estranhou aquilo. 'Por que, seus amigos não são lobisomens também?' perguntou, apontando com a ponta do rabo para os dois, que deram um pulo.

'Ah, não, quer dizer, não é isso, eles são sim!' Remus se embolou todo na hora de responder. 'É que eles são meio covardes.'

'Quem é covarde aqui?' exclamou Sirius, ultrajado, se empertigando. Remus fuzilou-o com os olhos e James lhe deu um beliscão nas costas. 'Ai!'

'Cale a boca,' sussurrou James, letal, depois se virou para o rato. 'É verdade, Theo, nós somos as criaturas mais medrosas do mundo. Não comemos caroço de melancia com medo que germine no estômago. Até apanhamos de mulher!'

'Você apanha de mulher, eu não,' retrucou Sirius, irritado. 'Seu submisso.'

'Submisso é a---!'

'Quietos! Eu vou abrir a porta!' exclamou Remus, pondo um fim naquilo. Theodor balançou a cabeça, desanimado com a raça humana.

Remus encostou na maçaneta e puxou o braço rapidamente.

Os outros três olharam para ele. 'O que é?'

'Essa coisa não vai me morder, não é?' perguntou ele, nervoso.

James bateu com a mão na testa. 'Vai logo, meu filho, seja homem!'

Remus não gostou nem um pouco do comentário, mas resolveu não dar uma resposta malcriada para que Theodor não desconfiasse. Apesar de ele não saber por que estavam dando tanta importância pra um rato e, ainda por cima, um rato azul. Aquilo não podia ser sério.

Enchendo-se de coragem, agarrou a maçaneta da porta (se era mesmo enfeitiçada, o que era MUITO provável, ela o aprovara) e girou-a.


Bwahahahaha! Suspense! Vou deixar vocês nesse cliffhanger só de implicância (que maldade! Vocês são tão legais). Esse capítulo foi muito curto pro meugosto, masvou tentar não demorar com o próximo, tá?

See you... ;D

>> Zu