Licença maternidade
I. Prólogo
Tantas lutas poderiam realmente ter uma trégua. Havia muitos cavaleiros que se imaginavam felizes por poder lutar. Alguns tinham feito da luta sua única e mais fiel razão para viver. Não era o caso do cavaleiro de Andrômeda. Shun de todos os cavaleiros era o que menos se encaixava naquela posição, benevolente demais para os padrões de cavaleiro, porém essa podia ser sua mais primorosa virtude.
Nessa manhã ele estava na fundação Kido. O rapaz costumava ficar ali, simplesmente por não ter aonde ir. Seus amigos, os demais cavaleiros de Bronze, quando não em missões retornavam para o que podiam chamar de casa.
Seiya, o cavaleiro de Pegasus, voltava para o Japão para as crianças no orfanato, Shiryu para os picos, para ficar com seu mestre e Shunrey, Hyoga sempre ia para Sibéria rezar por sua mãe, e Ikki, seu querido irmão, bem Ikki nunca estava perto o suficiente, apenas aparecendo quando precisavam e talvez o jovem Shun já tivesse acostumado a isso.
Acostumado a solidão absoluta. Saori, agora vivia no Santuário e Tatsume não desgrudava dela.
Shun caminhou pelos jardins amplos da fundação quando um vento soprou mexendo a copa das árvores. Ele tocou no pêndulo que trazia no peito, segundo Ikki havia sido entregue por sua mãe. Agora que as ameaças haviam passado, parecia que a paz estava selada, mas até quando?
-Ikki... – Shun gemeu se sentando na grama. Como sentia falta daquele seu irmão mais velho. O vento estava forte e ele se encolheu. Seus cabelos de tonalidade escura quase num verde musgo se moveram ao bel prazer da brisa, e os olhos também verdes e grandes vasculharam o local, parando nas árvores. Havia alguém ali, e aquele cosmo não era conhecido. De certo que não parecia lhe ameaçar, mas ainda assim não sabia quem era.
Ele se levantou confuso, estava prestes a liberta seu próprio cosmo quando uma mulher saiu das árvores.
-Saori? – ele quase pode sorriu ingênuo, mas não era a deusa Atena que agora corria em sua direção. Ele ficou tenso o cosmo da mulher era estranho, ameno, mas forte ao mesmo tempo. –Ei... – Shun a apoiou quando ela se aproximou e caiu ao chão.
-Atena... Leve-me até ela... Eu... Preciso falar... – a moça desmaiou nos braços de Shun que pouco entendeu.
-Ei... Espere. – um Shun atônito não soube o que fazer.
Ela estava morrendo ferida nas costelas, sangrava muito. –Será você mesmo... A quem vou transferir... – ela gemeu erguendo a mão.
Shun sentiu o cosmo dela se libertar de uma forma vigorosa e aquela energia lhe tomar o corpo num imenso calor desconfortável. O que estava havendo afinal?
Ele desmaiou também...
Santuário
Todos os cavaleiros haviam recebido o chamado vindo do santuário.
Nos picos Shiryu pôs a amadura nas costas e se despediu de Shunrey, com quem estava firmando um relacionamento, Hyoga também recebeu aviso na Sibéria, e seu algo tivesse acontecido a Shun ele não ia se perdoar. Seiya no Japão também foi avisado.
Agora estavam os cavaleiros de Ouro num alerta máximo, afinal aquilo podia ser apenas uma emboscada para atentar contra a vida da senhorita Saori.
Agora na antiga sala do mestre a Deusa Atena estava reunida com os cavaleiros de ouro. Um dos empregados da fundação Kido achara Shun ao chão desacordado ao lado de uma estranha mulher, e foi avisar por telefone a Tatsume, porem quando voltara para ajudar os dois desacordados a moça havia desaparecido. Assim o cavaleiro de Andrômeda havia sido levado para o santuário. Porem continua desacordado.
-Saoriii! – Seiya gritou assim que chegou à porta da sala. Ele tinha tantas saudades.
-Seiya e os outros! – Saori lhes sorriu.
-Shun, o que houve? – Hyoga se aproximou do mais jovem cavaleiro, num leito lá estava o belo rapaz. Ele tinha um semblante tranqüilo. O cavaleiro de cisne tocou o rosto do amigo com a ponta dos dedos. –Vamos! O que houve com ele? – exigiu saber. Hyoga era sempre emotivo quando se tratava daquele amigo.
-Mu? – Seiya também esta preocupado. Ele exigia agora alguma explicação.
-Amigo. – Um chamou a palavra e todos os olhos se voltaram sobre sua pessoa. –Eu... Já o examinei, mas não vi nada que pudesse por em risco sua integridade.
-Então porque ele não acorda. Um! – Hyoga gritou. –Não posso perder você também, Shun... – ele gemeu baixo quase entregando a todos aquilo que durante esse tempo todo havia escondido.
-Hyoga. Estamos todos cansados e preocupados, não? – Shiryu o tomou pelos ombros. –Vamos descansar um pouco e deixar que Mu e os outros cuidem do Shun. – o dragão falou arrastando o amigo loiro. Ele era o único que conhecia os sentimentos que o cisne nutria pelo rapaz de cabelos verdes e não ia deixar que ele expusesse isso dessa forma. Sempre achou que Hyoga devia ter se declarado a Shun, mas já que não o havia feito não era hora agora.
Mu ficou quieto observando por um momento a atitude do cisne sorriu de canto, afinal ele sabia bem o que era guardar um sentimento tão delicado quanto esse. Depois se voltando para Shun tornou a examiná-lo.
-Acha que pode descobrir alguma coisa, Mu? – Atena o interpelou preocupada.
-Acho que somente ele poderá nos dizer o que realmente houve e quem era a tal mulher assim que acordar, senhorita. – Mu falou delicadamente.
-Bem, não resta outra opção a não ser esperar, então. – O cavaleiro de leão falou. –Senhorita, eu vou estar em minha casa. – se retirou.
-Espere, Aioria! – Seiya o chamou.
-Qual o problema Pegasus? – ele encarou o rapaz mais jovem.
-Acha que isso pode ser outro atentado contra a vida da senhorita Saori? – o pegasus perguntou.
-Não sei, garoto. Mas eu vou ficar de olhos abertos. Shun pode ter sido enfeitiçado... E eu não protelar em destruí-lo se acaso atentar contra Atena. – ele falou se retirando.
Restava espera que Shun recobrasse a consciência e pudesse lhes dizer que na verdade havia acontecido.
Beijos
Hina
