>> Nesse capítulo eu usei trechos de Friends e do Lockdown

Capítulo 11: Reconquistando o amor

"O quê?".

"Eu... eu achei... um vidro de Viscodin numa de suas malas".

"Oh...".

"Há quanto tempo, John?".

"Eu... não faço idéia. Eu... foi uma forma que eu achei de lidar com a sua ausência...".

"Porque não me contou?".

"Eu... não queria te deixar preocupada".

"Você percebeu que eu fiquei mais preocupada por você não ter contado? Eu pensei que tivéssemos um relacionamento".

"Nós temos, mas...".

"Mas o que, John? Você me enganou todo esse tempo. E eu fui boba de ter acreditado" – ela disse, lágrimas se formavam nos olhos dela.

"Abby, me escute" – ele disse, tentando se controlar – "Eu sinto muito. De verdade. Eu não sei onde eu estava com a cabeça. Eu devia ter te contado".

"John... eu entendo. Vou com você nas reuniões. Mas devemos dar um tempo".

"Não, Abby, por favor. Eu já disse que sinto muito. Eu vou nas reuniões, faço tudo que tiver que fazer. Mas não vamos dar um tempo".

"Eu preciso pensar".

"Não, eu não vou conseguir ficar sem você. E não vou conseguir me controlar".

Ela fica sem o que falar. Ele tem razão.

"Ok, ok. Não vamos dar um tempo. Mas eu vou ficar na minha casa por uns tempos. Depois a gente decide o que fazer".

"Abby, eu não sou um viciado! Porque fica me tratando como um?".

"Ok, certo. Eu não vou embora".

Ele a abraça. Ela olha bem nos olhos dele, fazendo-o olhar para o chão. Ela segura o queixo dele e vira o rosto de frente para o dela. E ele diz:

"Me diga".

"O quê?".

"Que promete nunca me abandonar".

"Eu nunca vou te abandonar. Vou estar sempre do seu lado, não importa o que aconteça".

Depois de dizer isso, ela lentamente fecha os olhos. Ele se inclina aos poucos e vai encostando seus lábios nos dela até formar um beijo.

"Isso é tão bom".

Ele se inclina de novo e beija ela mais apaixonadamente. Ambos não querem se separar.

Estou convencida. Eu não tinha idéia do quanto ele me ama.

Espero que eu tenha conseguido fazê-la perceber que não adianta ficarmos separados, é juntos que temos que ficar.

Eles hesitam em se separar, foi tão intenso que eles não querem acabar.

"Sabe, não precisamos nos afastar se não quisermos".

Ele sorri por saber que não era o único que pensa assim. E volta a beijá-la. Minutos depois...

"Fico feliz que resolvemos isso" – disse ela, segurando a mão dele.

"É, mas tem algo que me incomoda".

"O quê?".

"Porque você bebeu aquele dia?".

"Eu não quero mais falar nisso. Mas foi porque eu achei os Viscodins na sua mala".

Ele segura a mão dela mais forte. Ela continua a falar.

"Mas isso não vai mais acontecer. Eu não quero colocar a vida dos bebês em risco. Por isso eu vou nas reuniões do AA, caso eu beba outra vez".

"E eu vou nas dos viciados, se eu me drogar mais uma vez".

"John... podemos ir para casa? Eu preciso me mexer".

"Acho que sim".

Ele a ajuda a levantar e a conduz pela mão até a saída do PS.

"Quem vê pensa que eu já vou dar a luz, mas só estou de 2 meses".

"Você percebeu que sua barriga já está aparecendo?".

"Não mesmo! Não está não" – brincou ela.

"Claro que está" – disse ele, se ajoelhando – "Hey, crianças, vocês estão começando a crescer. Não exijam muito da mamãe, ok?".

Ele se levanta e a leva para fora.

"Está frio aqui".

Ele a abraça.

"Assim está bom?".

"Para mim sim, mas para os bebês...".

Ele tira seu casaco e põe nela.

"Não vai ficar com frio?".

"Não, contanto que vocês fiquem quentes".

"John...".

"O quê?".

"Você será o melhor pai do mundo".

"É, eu serei" – brincou ele.

"Ai...".

"Ah, qual é! Deixe eu me convencer um pouco. Faz bem ao ego".

"Você já pensou nos nomes dos bebês?".

"Na verdade, já".

"Quais?".

"Se forem 2 meninas, Emily e Phoebe. Se forem 2 meninos, Matt e Alex. Se for 1 casal, Emma e Nick".

"Eu achei que você ia querer pôr John Truman Carter IV num dos meninos, você sabe, para manter a tradição".

"É, mas acho que essa tradição já deu o que tinha que dar".

"Sério? Eu acho tão bonito isso. Sem contar que John é um nome lindo".

"Então será John".

"Abby Lockhart Truman Carter... o que acha?".

"Acho que deveria tirar o Lockhart... sem lembranças do passado".

"Hum, certo... Abby Truman Carter... gostei. Vou virar importante".

"Você já é... para mim".

Ela o beija na bochecha, mas ele vira o rosto, dando uma de esperto.

"Você também! Não perde uma chance!" – disse ela, brincando.

"Qual é! Não mereço um beijo da minha noiva?".

"Não!" – disse brincando – "John, me responde: se sua família é rica, porque você é médico?".

"Porque eu quero independência e ajudar as pessoas".

"Mas você tem condições de ser coisas bem melhores. Digo, todos no PS têm alguma necessidade".

"Eu já disse, quero independência. Não quero ficar dependendo do dinheiro dos meus avós para sempre".

"Hum... sei...".

"Não me leve a mal... mas agora chegou a hora de trabalhar mais duro para sustentar essa pequena família que está chegando".

"Você sabe que não está sozinho. Eu também vou trabalhar duro para sustentar a nossa família".

"Eu sei" – disse ele, dando um beijo na testa dela.

E eles chegam em casa.

"Ai, estão tão cansada! Preciso dormir".

Nem 5 minutos passam e ela já tinha dormido.

Essa gravidez está acabando com ela.

Passados 3 meses, Abby está trabalhando de novo, e Carter fica aliviado de poder olhar sua noiva, agora de 5 meses, de perto.

"Abby..." – Frank chamou.

"O quê?".

"Ligação para você".

"Leve-a para a trauma 2. Já vou. Alô?".

"Oi".

Ah, ótimo!

"Tudo bem?".

"O que você quer?".

"Só ver você".

"Estou noiva agora".

"Sério? De quem?".

"Não é da sua conta. O que você quer de verdade hein?".

"Você me conhece bem. Sua mãe, ela sumiu".

"Como?".

"Ela sumiu".

"Você tem idéia de onde ela está?".

"Me disseram que ela está no Texas. Foi atrás do Eric".

"Ok, obrigada".

Ah, eu mereço essa família? Eu achei que finalmente estava bem, mas não.

"Abby, Abby! Você vem?".

"O quê? Claro".

"Oxigenação a 70, pulso 110, pressão 10/7".

"Vamos entubar. 5mg de lidocaína. Rápido Abby".

"Certo".

"Abby, eu falei lidocaína, não dopamina... Abby?".

"Ah, sinto muito. Eu vou buscar" – disse ela, saindo da sala.

"Raio-X e exame de sangue" – disse Carter, tirando as luvas e saindo da sala – "O que houve?".

"Ahn? Nada, eu só estou meio distraída".

"Eu vejo. Mas porquê?".

Ela pára abruptamente e morde os lábios. Ele pára de frente para ela e, olhando nos olhos dela, ele já sabe a resposta.

"Maggie?".

Ela apenas balança a cabeça.

"O que aconteceu dessa vez?".

"Eu achei que estava tudo bem. Ela foi atrás do Eric... no Texas".

"O quê?".

"Eu tentei me enganar dizendo que ela estava bem depois do que aconteceu em Oklahoma. Mas ela nunca vai ficar bem".

"Não se preocupe. Vamos superar isso. Você não está mais sozinha".

"Eu só quero que fiquemos bem".

"Nós vamos ficar bem. Nós vamos ficar bem".

"Só por uma vez na vida eu queria viver uma vida normal, sem ter um passado atormentador e ter um futuro ao lado do meu marido e dos meus filhos. Mas isso é muito para mim".

"Não é. Você pode ter isso".

"Como?".

"É só você esquecer. Eu não tenho uma boa relação com a minha mãe também".

"John, eu não posso simplesmente ignorar minha mãe. Ela me criou, ela precisa de mim".

"Mas... depois de tudo?".

"É. Se fosse antes, eu diria que não podia fazer nada. Mas agora que eu tenho 2 vidas crescendo dentro de mim, meu instinto materno apareceu. Eu não gostaria que meus filhos me abandonassem, e minha mãe também não. É por isso que não posso fazer isso".

"E o que pretende fazer?".

"Ir atrás dela. É o mínimo que posso fazer".

"Então eu vou com você".

"Mas, John...".

"Sem mas, Abby. Eu prometi nunca te abandonar. E vou cumprir".

"Ok, bem".

"Quando quiser partir, me avise".

"Eu quero resolver isso o mais cedo possível".

Eu achei que teria uma gestação tranqüila, mas não foi isso que aconteceu até agora.

"Não se preocupe, querida. Tudo vai ficar bem. Não precisa chorar. Isso não vai resolver as coisas".

"Eu preciso beber".

"Não, você prometeu. Nós prometemos um ao outro não beber e nem usar drogas".

"Tá legal. Meu plantão acabou. Vou para casa tomar um banho e depois arrumar as coisas. Estou indo hoje mesmo para o Texas".

"Nós vamos, Abby. Vamos passar por isso juntos".

"John... quando é que vamos nos casar?".

"Oh... eu não sei... não tinha pensado nisso ainda".

"Acho que já está na hora. Mas vamos resolver esse negócio do Eric, não quero que nada atrapalhe".

1 hora depois...

"John... se apresse. Vamos nos atrasar".

"Um minuto. Estou pegando umas coisas de emergência".

"Minha mãe não é assassina".

"Sempre é bom prevenir. E não é para ela, é para você, no caso de acontecer algo".

"Faltam 4 meses ainda".

"Eu sei" – disse ele, descendo as escadas – "Mas não falta muito. E você contou a sua mãe?".

"Não, você?".

"Também não".

"Oh, certo... desculpe".

"Vamos indo".

Na viagem, ele percebe que ela está muito quieta.

"O que há de errado, querida?" – disse ele, segurando a mão dela.

"Nada, só imaginando...".

"O quê?".

"Você sabe..." – ela colocou a mão gentilmente na barriga.

"Oh...".

"Imaginando o que vai ser. 2 meninas, 2 meninos ou 1 casal".

"Alguma idéia?".

"2 meninas".

"Então eu acho que não teremos mais um John".

"Você sabe o que é?".

"Não... eu só...".

"Você sabe! Como? Porque não me contou?".

"Abby, eu juro que não sei".

"Então o que você quer?".

"1 casal."

"Andou pensando em algo mais?".

"Bem, eu imagino nossa casa cheia de bagunça. Bem alegre mesmo. E você?".

"Quer saber? Eu quero isso que você falou. Eu quero um casamento. Um casamento feliz com meu marido perfeito".

"Eu te amo tanto".

E se beijam apaixonadamente. Meia hora depois, eles chegam no Texas.

"È isso aí. É agora ou nunca".

Ele a abraça pela cintura, mostrando que nunca estará sozinha.