Capítulo 18: O Amor Supera Tudo
"Posso segurar?".
"Claro" – Susan respondeu, entregando um bebê para Abby e outro para John.
"Mamãe vai te amar muito!".
"Eles vão ficar na incubadora?".
"Preciso ver"
"Tudo bem se eu já sentir falta delas?".
"Sim, tudo. Mas elas só estarão na incubadora".
"E elas vão ficar por mais 15 dias".
"Nós podemos aproveitar esse tempo para nós".
"É. Não tivemos lua de mel ainda".
"Então, vamos?".
"Sim"
"Havaí e Suíça?".
"Bom para mim. Susan" – Ela disse para a amiga que entrava – "Tudo bem se John e eu formos viajar nesses 15 dias? Quero dizer, podemos deixar elas aqui?".
"Sim, eu sugiro que aproveitem essas 2 semanas porque depois vocês não vão ter mais tempo".
"Sim, nós vamos. Obrigado".
"Espero que se divirtam"
"Vou ligar para minha agente. Volto já".
"Tem certeza que quer fazer isso?" – Susan perguntou.
"Não muita. Mas você tem razão. Nós temos que aproveitar. 4 meses de casados e ainda não tivemos lua de mel".
"Não vai sentir falta delas?".
"Claro! Mas eu vou me sentir mal se eu não for. John quer muito isso. E eu também".
"Então vá. Acho que vou te liberar".
"Obrigada. Conseguiu?" – Ela perguntou para John, que entrava.
"Sim. Vamos amanhã mesmo".
"Ótimo".
"Bem, Weaver falou que pode ir. Mas não se esforce" – Susan disse.
"Ok, certo" – Abby disse, se levantando.
"Não esquente. Eu tomo conta dela".
Mais tarde, naquela noite, John acabou de voltar da rua.
"Abby, pronta?" – Vendo que ninguém respondia – "Abby?".
O que será que houve?
Ele subiu as escadas e foi até o quarto.
"Abby? Onde você está?" – Ele perguntou, indo até o banheiro.
Ele ficou aliviado de ver ela na banheira. Ele vai se aproximando devagar e vê que ela está dormindo.
Ela está tão cansada. Esses 9 meses foram muito duro para ela. Mas ela fica tão linda quando dorme.
Ele ficou a observando por um momento. Depois continuou a andar, se ajoelhou e a beijou. Uma lágrima caiu dos olhos dela.
"O que houve?" – Ele perguntou, enxugando a lágrima que escorria pelo rosto dela.
Ela apenas olha para o outro lado, se segurando para não chorar.
"Abby... o que está havendo?" – Ele perguntou, virando o rosto dela para ele – "Me diga. Converse comigo".
"Oh John... é que" – Ela começou, mas as lágrimas a impediram de falar.
"Querida, tudo bem. Eu sei o que está pensando. Mas não precisa se preocupar. Estou aqui com você. Por você. Agora e para sempre"
"Promete?".
"Sim"
"Por que eu sinto falta? Quero dizer, agora eu posso vê-las, mas eu sinto um vazio dentro de mim".
"Está dizendo que... sente falta de estar grávida?".
Ela apenas concorda, balançando a cabeça.
"Querida, podemos tentar engravidar de novo".
"Agora?".
"Eu acho que ainda é um pouco cedo, você acabou de dar à luz e... embora eu queira muito poder dormir com você de novo, eu não acho que agora seria bom".
"Quanto tempo?".
"Bem, eu acho que podemos esperar uns 5 dias".
"Está desesperado".
"Não, não estou".
"Sim, está".
"Oh, você me conhece bem. Não consigo te enganar mais".
"Mais? Você nunca conseguiu me enganar".
"Ok, ótimo. Estou desesperado para fazer amor com você de novo, sem bebês dessa vez" – Ele riu.
"Quer saber?" – Ela pegou a mão dele – "A coisa que eu mais senti falta nesses 9 meses foi não poder ficar abraçada com você. Foi não poder passar uns momentos a sós com você. Eu quero aproveitar muito isso antes de carregar um terceiro, e quem sabe um quarto filho seu".
"Abby... eu te amo tanto. O que posso dizer? Você me conquistou. Estou me apaixonando cada vez mais por você. Eu sempre farei tudo por você".
"Bem, você poderia começar agora. Venha" – Ela disse, dando espaço para ele entrar na banheira.
"Minha pequena mal-educada enfermeira" – Ele brincou, a beijando.
"O quê? Você não gosta disso?" – Ela brincou.
"Está brincando? Eu amo!" – Ele riu, entrando na banheira e a beijando.
"John..." – Ela o empurrou – "Esquecemos o preservativo".
Ele não solta ela, fazendo-a olhar para ele.
"Bem, eu acho que vamos fazer um filho então".
Um sorriso se fez no rosto dele, e ela sorriu vendo isso.
"Você gosta mesmo de crianças!".
"Sim".
"Eu espero que elas sejam normais" – Ela olhou para o lado.
"Abby..." – Ele fez ela o olhar – "Nós prometemos não ter mais essa conversa. Vamos amá-las, elas sendo normais ou não".
"Desculpe. Onde estávamos?" – Ela levantou a cabeça e o beijou apaixonadamente.
Mais tarde...
"John, venha logo. Estou pronta".
"Estou indo".
O telefone toca.
"Alô?".
"Abby?".
"Hey mãe, o que houve?".
"Só queria ouvir sua voz".
"Só isso?".
"É, porquê? Algum problema?".
"Não, nada".
"E os bebês?".
"Emily e Phoebe estão bem. Elas vão ficar 15 dias na incubadora".
"Então são 2 meninas! Prematuras?".
"Sim mãe".
"Parabéns. Eu gostaria de conhecê-las".
"Na verdade, é melhor não. Pelo menos não agora" – Ela virou os olhos – "E eu e o John vamos viajar amanhã. Vamos aproveitar o tempo que temos livre".
"Certo".
"Mãe, eu preciso desligar. John e eu temos que... hum, fazer algumas coisas"
"Tudo bem. Desculpe. Boa viagem".
"Obrigada. Se cuide".
"Você também".
"Estou pronto"
"Desculpe. Não estou a fim de fazer amor agora"
"Oh... quem era?" – Ele perguntou, deitando na cama e a abraçando.
"Minha mãe".
"O que ela queria?".
"Conhecer as netas"
"Você disse que não, certo?"
"Sim, claro" – Ela disse, sentando
"Por isso que não quer dormir comigo"
"Desculpe?"
"Toda vez que sua mãe liga, você fica desse jeito"
"Culpe ela"
"Bem, ela não é a única culpada"
"O quê?"
"Você se preocupa mais com os outros do que com você mesma"
"John, é minha mãe!"
"E daí?"
"E daí! E se ela chegar aqui do nada, ir ao County e roubar as meninas" – Ela levantou
"Ela não faria"
"Ela está fora de controle. Ela faria qualquer coisa"
"Ok, agora está sendo paranóica" – Ele levantou também
"Você se importa?"
"Sim, porque eu te amo. E eu sei que você também"
"Oh, você não quer que eu te ame"
"O quê?"
"Você apenas casou comigo por causa das crianças"
"E agora, eu não posso te amar?"
"É isso"
"Posso decidir por mim mesmo?"
"Não! Vá em frente" – Ela disse, sentando na cama e enterrando a cabeça nas mãos
Ele senta do lado dela e a olha
"Eu estraguei tudo"
"O quê?"
"Isso é tão típico de mim. Machucar os outros quando eu estou. Desculpe"
Ela continuava com a cabeça nas mãos, e lágrimas caíam dos seus olhos
"Eu sou a pior pessoa desse mundo"
"Não, não é"
"Sim, eu sou. Sou uma pessoa horrível, uma mãe horrível... uma esposa horrível..." – Ela enfatizou as últimas palavras
"Pare de ser culpar. Você não é horrível. Você é perfeita"
"Não sou"
"É sim. Eu te escolhi. Eu prometi te amar para sempre"
Ela finalmente tirou a cabeça das mãos.
"Sinto muito"
"Não sinta" – Ele a abraça
"Eu só quero que as coisas dêem certo"
"Estamos tentando. Vamos aproveitar esses 15 dias"
Ela o olha e ele consegue entender o que ela quer. Ele a deita e apóia o cotovelo na cama, do lado dela. Ele inclina a cabeça e a beija.
"Essa é a melhor parte. Reconciliação"
"Sabe, eu comprei essa lingerie só para esta noite" – Ela disse maliciosamente
"Acho que ainda vai ser útil. E só para esta noite? Que pena!"
"Posso usar mais, se quiser" – Ela jogou seus braços ao redor dele
"Eu ia amar" – Ele disse, se inclinando para beijá-la
"Eu... estou..." – Ela começou, mas ficou quieta porque ele estava beijando seu pescoço – "tão..."
"O quê?"
"Tão... não consigo falar" – Ela ri – "É tão bom"
"Qual é! Você está tão o que?"
"Tão... apaixonada... por você" – Ela sorri vendo que ele sorria também – "Estou tão apaixonada por você. Desesperadamente apaixonada, na verdade" – Ela parou para suspirar – "De um jeito que eu simplesmente não consigo ficar longe de você"
"Você é minha mulher, não pode ficar longe"
"Então, você não quer que eu fique perto?"
"Não... Quero dizer, sim... É só que..."
"O quê?" – Ela perguntou, o afastando dela
"Às vezes, você fica meio grudenta"
"Desculpe, o quê? Grudenta?"
"Sim"
"Eu só tento mostrar o quanto eu te amo e sou grudenta?" – Ela se levantou
"Eu entendo, ms não precisa ser o tempo todo" – Ele se levantou também
"Desculpe se eu gosto de dizer o que você significa para mim. Desculpe se eu não sou insensível"
"Hey hey hey. Ninguém aqui disse que você é insensível" – Ele a puxou para um abraço
"Você acabou de dizer" – Ela falou, encostada no peito dele – "Eu vou dormir no sofá" – E se afastou
"Abby..." – Ele segurou o braço dela – "Não podemos resolver isso?"
"Não!" – Ela virou de frente para ele – "Digo, não agora" – Ela olhou para o chão – "Sabe, as coisas sempre tem que ser do seu jeito. A gente conversa amanha. Vamos nos acalmar e esfriar a cabeça"
Ela pegou um travesseiro e um cobertor e saiu do quarto
"Abby... por favor"
"John, não dá. Nós estamos brigando muito ultimamente"
"A gente precisa mesmo conversar"
"Não agora. Não hoje. Eu preciso dormir"
E ela desceu as escadas. Ele senta na cama, e coloca a cabeça nas mãos. Ela faz o mesmo no sofá, chorando.
Agora eu tenho certeza. Ele não me ama. Ele só casou comigo por causa das crianças. Eu quero ir lá fora. Eu quero fumar. Eu quero beber
Por que ela sempre tem que perguntar se eu a amo? Isso me irrita. Ela sabe que eu amo. Muito. Eu só não sei como dizer. Ela tem razão. Como ela pode saber o quanto eu a amo se eu não consigo nem dizer 'te amo' quando brigamos
Abby abre uma das portas da estante, pega uma garrafa de champanhe, vai para fora e começa a beber. Ela acaba dormindo na varanda. Ele procura por ela e, pela janela, a vê do lado de fora
Ela está realmente chateada comigo. Eu sou uma pessoa horrível
Ele sai e a pega no colo.
Está congelando aqui. Ela precisa se aquecer
E ele a leva para dentro
"Estou te dizendo Susan. Não consegui"
"Sinto muito"
"É"
"Mas não seria tão difícil se você dissesse de coração"
"Sabe, eu tentei. Eu tentei mesmo. Mas eu não consegui"
"Então, você está em dúvida?"
"Sim, meio que sim"
"Sabe, você deveria falar com ela. Diga-a o que está te incomodando. Porque, você sabe, eu não sou a pessoa mais indicada para te ajudar. Ela é sua mulher, não eu"
"Ok, obrigado"
"Carter, ela está dormindo no sofá?"
"Ela..."
"Está?"
"Sim"
"Meu Deus, Carter! Ela acabou de dar a luz! Ela não pode dormir no sofá!"
"Ela quis"
"Vocês brigaram?"
"Sim"
"Bem, então façam as pazes, transem e pronto"
"Susan... não é tão fácil"
"Porquê?"
"Ela bebeu"
"O quê? Porquê? O que você fez a ela? Carter, você a desapontou?"
"Mais ou menos"
"Oh meu Deus, você a desapontou! O que disse a ela dessa vez?"
"Que..."
"O quê? Carter... você percebe que está estragando e jogando fora tudo que construiu com ela, certo?"
"Sim, Susan, eu percebi isso"
"Então porque hesita em arrumar as coisas?"
"Eu... eu não sei. Eu acho... que... é complicado"
"Não, não é. Vocês são casados. Resolvam as coisas. Eu sei que ela quer muito isso. E você não quer que as crianças cresçam de pais separados, quer?"
"Não"
"Então, alguém tem que dar o primeiro passo. E deve ser você. Eu preciso ir agora"
"Ok, obrigado e tchau"
"Tchau"
Quando ele colocou o telefone no gancho, ele viu a luz da escada acesa. Ele desceu e viu a luz da sala apagada e a da cozinha acesa. Ela estava sentada com as mãos nas bochechas, parecendo estar em outro mundo. Ele a ficou observando por um momento.
"No que está pensando? Abby?"
"Huh, nada. Eu tive um pesadelo e me senti tonta, quando acordei. Eu caí do sofá. E decidi tomar leite, para pegar no sono"
"Acho que a gente precisa conversar"
"Bem, vá em frente" – Ela esfregou os olhos – "Mas primeiro, eu quero me desculpar por ser tão grudenta. Eu não queria ser assim. Eu não queria mesmo"
"Eu sei" – Ele sentou de frente para ela e pegou as mãos dela – "E eu não queria ter sido tão rude. Eu estava nervoso e estressado..."
"Muito estressado"
"Muito estressado" – Ele riu – "O fato é que, eu não quero que fique longe de mim, porque... eu não consigo ficar longe de você. Eu sempre volto porque há algo em você que eu não posso ficar longe. Há algo em você que me faz querer... amar você"
Ela sorriu ouvindo as palavras dele.
"Bom, porque eu não quero isso também. Mas ainda temos muito que conversar. Eu ainda não sei o que se passa na sua mente. E eu quero muito entender. E eu queria, e ainda quero, que possa confiar em mim. E que saiba que eu posso ajudar. Sou sua mulher, você sabe?"
"Sim, eu sei, Abby. E eu confio em você. É que... às vezes é difícil para mim contar o que se passa para você. Não devia ser, mas é. Você não sabe como eu me sinto mal sabendo que você se sente fora da minha vida, quando deveríamos viver uma vida só. Eu sei que esse não é o jeito que deveria ser, mas é"
"John... tudo bem. É verdade que deveríamos viver uma vida só. Mas tudo bem você não conseguir me contar. Eu entendo totalmente. Eu... só não vejo porque está agindo assim, tão estranho"
"Porque... não consigo dizer... eu te amo depois de brigar"
"E daí? É uma coisa difícil de dizer. E você já disse outras vezes. Sei que vai conseguir se falar de coração"
"Então, você não se importa?"
"Claro que não. Porque eu sei como é difícil colocar os sentimentos em palavras. E eu sei que, por dentro, você me ama. Tudo bem não usar palavras"
"Você está bem com isso?"
"Claro. Todos têm alguma dificuldade. Nós também. Eu não te culpo por não saber o que dizer. Porque eu não sou tão comunicativa. Mas, vamos ter que trabalhar isso, porque você sabe, as coisas vão ficar duras agora"
"Estou ciente disso. Vamos ter que fazer sacrifícios pelos bebês. Então, estamos bem?"
"Sim"
"E... tudo bem se eu te beijar?"
"Precisa perguntar?" – Ela disse, inclinando um pouco a cabeça e fechando os olhos.
"Você não sabe o que significa para mim" – Ele disse, antes de se inclinar para encontrar os lábios dela – "Tudo bem se eu te levar para cima?"
Ela hesitou por um momento.
"Eu acho... eu não sei..."
"Por quê?"
"Porque... me chame do que quiser, mas isso não é a resposta para tudo"
"Eu sei disso"
"Eu só... não sei, é difícil"
"Você precisa esquecer"
"Eu esqueci. Eu só... preciso ficar sozinha"
"Abby... Você sabe que não vai conseguir ficar fugindo disso por muito tempo. Uma hora você vai ter que ceder e falar comigo"
"É, eu sei disso. Mas eu não estou pronta para isso ainda. É complicado. Eu preciso pensar"
"O que há para se pensar"
"Nosso casamento. Ambos sabemos que não está dando certo"
"Eu não vou te deixar ir. Não vamos nos separar"
"John... escute..."
"Não, você me escute!" – Ele se levantou, gritando – "A gente só está passando por um mau momento. Nós vamos passar por essa. Nós temos uma família agora. Então pare de agir como uma criança! Pare de agir como se só existisse você! Pare de agir como se fosse a única pessoa envolvida nessa relação!"
Ela olhou para o chão. Ele passou por ela e quase a derrubou. Ele estava subindo, quando ela falou:
"Eu sinto muito. Você tem razão"
"Abby..." – Ele desceu um degrau – "Eu não estava tentando te machucar. Eu não queria"
Lágrimas caíam dos olhos deles.
"Eu sei. Eu me sinto a pior pessoa do mundo. Acho que sou mesmo"
"Não, não é"
"Sim, eu sou"
"Ok. Pare de se culpar!"
"Sabe, você tem razão. Eu prometi lutar para manter essa família unida e não fiz nada até agora"
"Não é verdade" – Ele desceu os outros degraus – "Você me ajudou a ficar longe dos remédios. Você só está com medo de falhar. Mas você sabe que não vai. Eu sei que não vai. Porque estou aqui para te apoiar, te ajudar. Sempre"
Ele sentou do lado dela, e a olhou.
"Olhe para mim, Abby" – Ele colocou a mão no rosto dela e o virou para ele – "Estou cansado de ficar brigando o tempo todo. Parece que nunca vamos conseguir nos entender assim. Nós... temos que"
"Eu sei. Estou cansada disso também. Isso mostra o quanto a vida de casados é difícil. As diferenças acabam sendo maiores que as semelhanças"
"Só se deixarmos. Vamos tentar nos entender e brigar menos, ok?"
"Certo. Porque eu não agüento mais tanta dor no meu coração"
"Nem eu" – Ele a abraçou – "Agora vamos dormir. Temos que acordar daqui a pouco"
"Oh..." – Ela disse, desapontada.
"O quê?"
"Nada não... É só... esqueça"
Ele abriu a boca, mas não disse nada. Ela sabia exatamente o que ele queria dizer.
"Oh certo... E você pensou que eu tinha esquecido" – Ele se inclinou para beijá-la.
"Eu não disse nada" – Ela sorriu.
Algumas horas depois... John acordou e viu que Abby não estava na cama.
"Está tudo bem?"
"Sim"
"Como está se sentindo?"
"Bem. Um pouco enjoada e tonta, mas bem. A propósito, eu já fiz as malas. Elas estão lá embaixo"
"Ok. Você fez um teste?" – Ele perguntou, desconfiado.
"O quê?"
"Um teste de gravidez"
"John, eu não estou grávida"
"Você não sabe. Só para checar"
"Ok, certo" – Ela viu o resultado – "Viu, te disse que deu negativo" – Ela viu a cara dele – "O quê? Você parece desapontado"
"É só que... sabe... queria que desse positivo"
"Oh, eu sei querido. Mas ninguém sabe se é negativo mesmo. Eu posso estar mesmo grávida, mas ainda não deu positivo. E, se não der mesmo assim, a gente tem 15 dias para tentar. Agora, vamos indo"
Algumas horas depois...
"É tão legal ficar olhando para baixo"
"Eu achei que tinha medo de altura"
"Oh, eu tenho. Mas com você do meu lado, eu não tenho medo de nada"
Ele sorri e a abraça.
"Com você, tudo fica mais bonito"
"Oh, qual é! Ambos sabemos que isso não é verdade"
"Claro que é"
"Não, não é" – Ela encostou sua cabeça no ombro dele – "Mas não vamos discutir"
"Sabe, você pareceu uma criança vendo a cidade pela janela"
"Mesmo?"
"Ah é..."
Houve um longo silêncio.
"No que está pensando?"
"..."
"Abby?"
"Nada"
"Qual é! Me diga"
"É que... é estranho não ter as crianças por perto"
"É, é mesmo. Mas vamos tentar não pensar nelas. Vamos usar esses 15 dias para nos entendermos. E, quem sabe, voltar com algo mais"
"Você quer mesmo isso, huh?"
"Sim, eu quero. Eu gostei da idéia de ser pai. Estou amando" – Ele pegou a mão dela.
"Aposto que vai amar ainda mais quando elas estiverem em casa" – Ela olha pela janela – "Elas vão crescer tão rápido. Logo vão estar casadas"
"Oh, não não não. Eu não vou deixar"
"Relaxe, elas nem têm 1 mês ainda. E você vai ser um pai muito ciumento"
"Hey, eu só quero tomar conta do que é meu. Quero dizer, nosso"
"Eu acho que é legal. Sentir ciúmes"
"Você acha?"
"É, mostra que você se importa"
Algumas horas depois eles chegam na Suíça.
"Como está frio aqui!"
"Você sabe esquiar?"
"Não"
"Então eu vou ser seu professor" – Ele riu.
"Eu não gostei dessa idéia" – Ela brincou – "Não podemos fazer algo melhor? Só nós dois..."
"O quê? Não! Nós acabamos de chegar aqui"
"Qual é! Você nem me deixou terminar"
"Vamos... para o hotel e descansar um pouco"
3 horas depois, John estava tomando banho.
"Abby, não vai vir aqui?"
"Estou indo"
"Quanto tempo?" – Ele perguntou, enquanto ela se juntava a ele.
"Eu não sei. Uns 2 meses"
"Sentiu falta?"
"Oh sim" – Ela jogou seus braços ao redor dele.
Eles se encararam por muito tempo, sérios. Ela implorou para ser beijada por ele, sem dizer uma só palavra. Mas obviamente ele não entendeu porque, no outro minuto, ela estava sozinha no chuveiro.
"Abby... vou comprar algo para comer. O que você quer?"
"Qualquer coisa"
"Volto logo"
Abby saiu do chuveiro e ouviu batidas na porta. Ela se trocou rapidamente e foi abrir. Ela tentou fechar, mas o homem não deixou.
"Não diga nada!" – Disse o homem, pondo uma arma na cabeça dela.
"Por favor, não me..."
"Cale a boca!"
30 minutos depois, John chegou e ouviu os barulhos vindo de dentro.
"Abby? O que está fazendo?"
"John! Não entre! Por favor, não entre! Fuja!"
"Cale a boca!"
"O que está havendo?"
"Sua mulher está com uma arma na cabeça"
John gelou. Ele não acreditava no que tinha acabado de ouvir e Abby vê sua vida passando por ela.
