Capítulo 20: Vingança
Abby sentiu uma vontade de chorar. Ela sentiu um vazio dentro dela. E John acordou com as respirações altas dela.
"O que houve, amor?"
"Acho que... algo aconteceu com as bebês"
"Não deve ser nada. Volte a dormir"
E com isso ele deitou de volta. Mas ela não conseguia esquecer. Ela sabia que havia algo errado. Ele levantou e a abraçou.
"Abby... não se preocupe. Susan está cuidando delas"
Em Chicago...
"O quê? Como assim ela veio buscar? Quem deixou ela levar?" – Susan perguntou, nervosa.
"O que está havendo?" – Perguntou Luka.
"Maggie levou as netas embora"
"Isso é ruim"
"Desculpe. Eu achei que podia liberar, já que ela é a avó"
"Não, não podia. Ela é doente! Ela quer se vingar da Abby!"
"É, ela nunca gostou do Carter. Ela pegou as meninas para se vingar por ela ter casado com ele"
"Não sabia. Talvez a segurança tenha impedido ela de sair"
"Então vamos rápido"
E os 3 se apressam até a recepção, esperando que Maggie esteja lá.
"E agora?"
"Vamos ter que contar a eles"
"Estou fora"
"Eu também"
"Seus covardes!" – Susan riu – "Ok, certo. Eu conto"
Susan começa a discar os primeiros números, mas hesita em discar os outros.
"O que aconteceu?"
"Desculpe. Eu... não posso"
"Tudo bem. Eu ligo"
"Obrigada Luka"
Luka pega o telefone da mão de Susan, que senta no sofá com a cabeça nas mãos, com lágrimas nos olhos.
"Susan, sinto muito. De verdade. Eu não devia ter deixado ela segurá-las"
"Tudo bem, Gallant. Não dá mais para voltar no tempo"
"Carter? Hey, é o Luka"
"Hey, aconteceu alguma coisa?"
"Hum, na verdade sim. A Abby está perto?"
"Sim, só um minuto" – Ele sai de perto dela – "Pode falar"
Ele queria confirmar o que seu coração já sabia.
"A mãe da Abby veio aqui e levou as meninas"
"O quê?"
"Sinto muito"
Ele olhou para ela, que estava soluçando de tanto chorar.
"Tudo bem. Estamos voltando. Tchau"
"Ok. Vejo vocês depois. Tchau"
Ele a olhou de novo, com lágrimas nos olhos.
"Ela levou mesmo, não foi?"
Ela se sentou e ele andou em direção a ela, sentou e pegou a mão dela. Os olhos dela estavam vermelhos e ela não conseguia nem falar.
"Sim"
"É tudo culpa minha. Eu não devia ter deixado elas sozinhas"
"Amor, não é sua culpa. Não sabíamos que ela faria isso"
"Oh, eu sabia. Sabe, isso é tão típico dela. Pode me culpar"
"Sabe, eu sou tão culpado quanto você. Estou sentindo a mesma dor que você está. Mas nós vamos fazer o impossível para salvar nossa filha. Confie em mim"
"Estou imaginando o que minha mãe está fazendo com elas. Nada de ruim, eu espero. Eu nunca vou perdoá-la por isso"
"Não se preocupe. Vamos voltar"
"Sinto muito, John"
"Não sinta"
"Bem, seqüestro não estava nos meus planos"
"Nem nos meus, mas tudo bem. Vamos usar todos os meios que podemos para recuperá-las, ok?"
"Sim"
"Ótimo"
"E se não recuperarmos?" – Ela levantou – "E se minha mãe fizer alguma loucura com elas para me atingir?"
Lágrimas caíam cada vez mais dos olhos dela, fazendo ele ficar mais preocupado e nervoso.
"Ela não faria isso"
"Acredite em mim. Ela faria"
"Ok, não vamos pensar nisso. Vamos voltar e depois decidimos o que fazer" – Ele levantou.
"Eu só... quero que elas fiquem bem e salvas"
"Eu sei" – Ele a abraçou.
"Ela conseguiu. Ela tentou me deixar mal e conseguiu. Eu sou tão boba"
Ela sentou e colocou a cabeça nas mãos. Ele sentou perto dela e pegou as mãos dela.
"Nós vamos passar por essa. Vamos superar isso. Juntos. Assim como fizemos das outras vezes"
"Promete?"
"Sim. Não vou te deixar sozinha. Vamos encarar isso juntos"
Ele a beija na testa.
"Obrigada"
"Agora vamos"
Ele levantou e pegou as malas.
"John, eu... esqueça"
Ele a olhou, meio que sabendo o que ela queria dizer, mas não disse nada. 5 horas depois... eles chegam em Chicago e vão direto ao County, onde são recebidos por Luka, Susan e Gallant.
"Sinto muito" – Gallant disse.
"Tudo bem. Vocês tentaram" – John disse, guiando uma estática Abby até a sala dos médicos.
"Como está ela?" – Susan perguntou.
"Ela esteve chorando desde que soube. Eu dei a ela uma dose de calmante. E ela ficou assim. Ela sentiu, sabe?"
"O quê?"
"Ela sentiu que algo tinha acontecido antes de ligarem"
Susan sentiu a dor que John pôs nas palavras e sentiu uma pontada no coração e seus olhos marejaram.
"Eu sinto muito, Carter"
"É, nós vamos ajudar vocês" – Gallant disse.
"Eu vou com vocês procurar as meninas" – Luka disse.
"Eu também"
"Contem comigo"
John sorriu.
"Obrigado pessoal. Abby..." – Ele deu uma olhada nela – "...Nós precisamos de todo apoio possível"
"Bem... somos o time perfeito" – Susan brincou.
"Acho que somos. Eu aprecio a ajuda de vocês. De verdade"
"Sempre que precisar"
O plantão de Luka e Gallant tinha terminado e eles já estavam indo quando John disse.
"Nós vamos para Minnesota amanhã"
"Vamos estar aqui"
E John fica sozinho com Susan, que olha para ele.
"Como está se sentindo?"
"Bem. Minhas filhas foram seqüestradas, minha mulher está sedada, mas estou bem" – Ele disse sarcasticamente.
"Eu sinto muito Carter. Mas estamos aqui por você"
"Vou me mudar com a Abby para a Inglaterra"
"O quê? Ela sabe disso?"
"Não disse a ela ainda"
Houve uma longa pausa.
"Sabe, ela sofreu muito nesses 9 meses. O ex dela apareceu, ela brigou com a mãe dela, teve uma arma apontada na cabeça"
"O quê? Uma arma?"
"Sim, na Suíça" – Ele põe a cabeça nas mãos – "Aquele foi o pior dia da minha vida" – Ele suspirou fundo antes de continuar" – "Eu só quero empurrar tudo isso para longe. Começar uma vida nova. Com minha nova família. Minhas filhas e minha mulher. Ela... sofreu muito. E o melhor jeito de fazê-la esquecer é indo embora e deixando o passado"
"Oh Carter... você está apaixonado mesmo. Isso é fofo!"
"Estou. Eu a amo. Eu quero que minha família fique salva"
"Eu sei. Eu acho isso maravilhoso. É o melhor para se fazer"
"Não tenho certeza se ela vai querer ir"
"Por quê?"
"Andamos brigando. E eu fiquei um pouco violento"
"Você bateu nela?" – Susan perguntou chocada.
"Não, por pouco. Ela chorou e eu não consegui"
Eles escutam um barulho vindo de dentro da sala.
"Abby, você não pode levantar"
"Eu preciso achar minhas filhas"
"Nós vamos, mas não hoje"
"Sim hoje. Eu preciso"
"Descanse um pouco"
"Não posso" – Ela olhou para John – "John, diga a ela que temos que encontrá-las"
John não sabia o que dizer. Susan tinha razão. Mas os olhos vermelhos de Abby fizeram o coração dele derreter. Ele estava tão preocupado quanto ela. Ele estava preocupado com o trauma que ela ficaria da mãe dela e das filhas recém-nascidas seqüestradas. Ele estava preocupado com ela passar por tudo isso sabendo que tinha a possibilidade de ela estar grávida de novo.
"Susan, vá descansar. Amanhã teremos um dia longo"
"E você? Vai ficar bem?"
"Sim, eu vou cuidar da Abby"
"Ok, me ligue se precisar"
"Pode deixar"
Susan sai da sala e fica olhando pela janela. John pega a mão de Abby para tentar confortá-la.
"Vai dar tudo certo, amor. Vai dar tudo certo. Susan, Luka e Gallant vão com a gente"
"A gente não deveria colocar eles nisso. Isso é assunto nosso"
"Eles quiseram ajudar"
Ela segurou a mão dele mais forte.
"John... estou assustada"
"Eu sei. Estou assustado também"
"Quero dizer, ninguém sabe o que ela fez ou vai fazer com elas"
"Vamos torcer para que ela não tenha feito nada"
"É. Não vou me perdoar se algo acontecer"
"Não seja tão dura com você mesma. Não podemos prever o futuro. Mas eu quero que saiba que estou aqui com você. Eu quero ficar com você"
"Você já está comigo. Há 1 ano. Mas você já está na minha vida há 2 anos. Eu sabia que você e eu éramos almas gêmeas no momento que te encontrei"
"Eu te amo"
Ela esticou os braços pedindo um abraço e ele a abraça. Depois a olha e a beija.
"Vamos fazer o possível"
"Eu sei"
"Nós vamos nos mudar"
"O quê?"
"Não podemos continuar aqui. Ex-namorados, mãe, violência. Isso tem que parar. Eu não quero que nossas filhas cresçam no meio de tanta confusão e violência"
"Teríamos que nos mudar para outro planeta então" – Ela brincou e viu a cara dele – "Ok, eu entendo. Eu não quero isso também. Vamos nos mudar"
"Sério?"
Um sorriso se fez no rosto dele e ela sorriu.
"Sim. Eu vou com você aonde você for. Eu não conseguiria ficar tantos quilômetros longe de você"
"Eu também não. Então é oficial?"
"Sim, recuperaremos nossas filhas e vamos embora. Oh..."
"O quê?"
"Espere... a casa. Nós acabamos de comprar uma casa"
"Não esquente"
"Mas você se preocupou tanto em decorar ela"
"Querida, nossa segurança vem em primeiro lugar"
"Eu sei. Já contou a eles?"
"Só para a Susan"
"Vou sentir falta deles"
"Eu também. Mas podemos vir visitá-los"
"Eu sei. Mas não importa desde que eu esteja com você"
Ela encostou sua cabeça no ombro dele, e ele deitou a dele sobre a dela.
"Vai dar tudo certo. Vamos ligar para polícia e mandar prendê-la"
"Eu só quero que isso acabe logo"
"Eu sei, amor. Eu sei. Eu quero que acabe tanto quanto você"
Ela dorme no colo dele e ele gentilmente a deita na cama e fica a observando.
Estou preocupado com ela. Ela está muito assustada. Eu estou também. Mas não quero deixá-la pior do que está. Mas dói pensar no que Maggie pode estar fazendo com elas agora.
Enquanto ele pensava, ele sentou e colocou a cabeça nas mãos e deixou as lágrimas caírem. E acabou dormindo. Na manhã seguinte... os 5 se encontraram na frente do County.
"Hey, como estão?"
"Abby está bem por enquanto"
"E você?"
"Estou tentando não pensar"
"Eu sinto muito. Imagino que está sendo muito difícil"
"Está sim"
"Então, acho que podemos ir"
Abby começou a passar mal no carro e Susan tenta acalmá-la.
"Carter, ela fez um teste?"
"O efeito do remédio deve estar acabando" – John mudou o assunto.
"Carter, ela está grávida?"
"Não sabemos. Ela não fez um teste"
"Não acredito! Ela acabou de dar a luz e você já quer engravidar ela de novo!"
"Susan, não vou discutir isso com você. Isso é entre eu e a Abby. Isso é algo que nós dois queremos"
"Ok, certo então" – Susan disse aborrecida.
Umas horas depois eles chegam em Minnesota, onde John e Abby estão prestes a passar pela experiência mais difícil da vida deles.
