Capítulo 22: Adeus
"Mãe, me devolva elas"
"Não!"
"Mãe!"
Lágrimas se formaram nos olhos dela.
"Elas são minhas agora"
"Não, elas não são"
"Oh adivinhe? Você não quis me mostrar elas então eu as peguei"
"Você não tinha esse direito!"
"E você também não!"
"Claro que tinha! John e eu decidimos isso. Não queríamos que conhecesse elas. Pelo menos não agora"
Abby se aproxima de Maggie, mas ela pega uma arma de dentro do bolso e aponta para as bebês. Abby pára abruptamente e ela e John gelam.
"Não se aproximem! Ou o pior vai acontecer!"
"Ok Maggie" – John andou até Abby e pegou a mão dela – "Nos devolva as meninas e nós não faremos nada"
"Carter! Bem na hora!"
John e Abby olharam e viram Susan, Luka e Gallant.
"Susan, cuide da Abby" – Ele virou para Maggie – "Por favor Maggie. Não faça nada com elas. Nos entregue elas e nós não vamos chamar a polícia"
"Mãe... você não está tomando os remédios. Mas eu sei que não quer me machucar"
Abby se aproxima e Maggie atira.
"Não!"
Abby cai de joelhos e Susan e John correm até ela, enquanto Luka e Gallant ajudam a bebê que foi atingida.
"Eu sinto muito"
Susan tentou reanimar Abby, mas ela não se mexia. Ela estava em choque.
"É, ela está mal"
"Nós temos que ir ao hospital"
Gallant andou até John e lhe entregou a outra criança.
"Como ela está?" – John apontou com a cabeça para a bebê no colo de Luka.
"Muito mal. E Abby?"
"Ela me preocupa" – Ele olhou para ela – "Por favor, façam o possível para salvá-la. Abby não vai se perdoar se a perder. E eu também não"
"Certo. Vamos levá-la ao hospital"
"Carter, Abby precisa de remédios. Você vem com a gente?"
John estava perdido em seus pensamentos. Ele estava com medo de perder sua filha recém nascida e a mulher que ele amava. Seu coração doía cada vez que pensava nessa possibilidade.
"Carter?"
"Sim?"
"Vem com a gente?"
"Claro. Vão na frente. Eu levo a Abby depois"
"Tem certeza?"
"Tenho"
"Ok. Vamos"
Os 3 seguiram para o hospital e John olhou para Abby, que estava sentada no chão, com os joelhos encostados no peito dela e com a cabeça neles. Seu rosto estava triste – preocupado na verdade. Ele nunca tinha visto ela desse jeito. Ele se aproximou e ajoelhou perto dela.
"Abby..." – Ele gentilmente acariciou o rosto dela – "Abby? Olhe para mim"
Ela não reagiu e seu coração doeu.
"Vai dar tudo certo. Ela vai sobreviver"
Ela lentamente levantou seu rosto.
"E se ela não sobreviver?"
"Não vamos pensar nessa possibilidade"
Ele tentou confortá-la. Mas ele sabia que tinha essa possibilidade.
"É difícil"
"Eu sei querida. Mas vamos tentar. Estou aqui para te apoiar"
"Eu não devia John. Eu não devia ter deixado elas"
"Nós não sabíamos"
"Mesmo assim. Eu sou uma mãe horrível"
"Não é. Você se preocupou com elas. Sua mãe é uma mãe horrível por não ter se importado com seus sentimentos"
"É"
"Vamos para o hospital"
Ele oferece a mão e ela pega. Ele a leva até o carro, seu braço ao redor da cintura dela.
"Há quanto tempo?"
"30 minutos"
"Declare"
"Não"
"Susan, pare. Ela se foi"
"Como... como vamos dizer a eles?"
"Vamos ter que achar um jeito. Faz parte"
"Então vai ter que ser agora"
Luka olha e vê Abby e John indo em direção a eles. O olhar no rosto dele fez John gelar e ele abraçou Abby mais forte.
"Sentimos muito"
"É. Nós fizemos o melhor que pudemos"
"Tudo bem. Vocês tentaram"
Os olhos dele encheram de lágrimas e Susan ficou comovida.
"Carter, você pode chorar se quiser. Tudo bem. Vai fazer bem"
"Obrigado"
John sentou Abby no sofá e abraçou Susan.
"Eu a amava tanto!"
"Eu sei. Mas você tem outra. Desculpe. Péssima hora para fazer piadas"
"Eu não achei que isso pudesse acontecer comigo"
"Mas você precisa superar. Faz parte da vida. Ninguém quer passar por isso"
"Como vou dizer a Abby?"
"Bem, se eu fosse você, eu diria logo para não deixá-la mais preocupada. Quer que eu diga a ela?"
"Não, pode deixar. Posso vê-la?"
"Claro"
Susan leva John até onde está a bebê.
"Vou deixar você sozinho"
"Ok. Obrigado"
Ele tocou o rosto de sua filha e viu como era macia a pele dela. Depois ele sentou e chorou perto dela. Susan o olhava pelo vidro da porta.
"Como ele está?"
"Mau"
"É um momento difícil"
"É. Mas isso não devia acontecer com eles"
"Não temos o direito de escolher para quem pode ou não"
"Eu sei"
"Vai ser doloroso, mas eles vão se recuperar"
"Espero que sim"
John se levanta e dá mais uma olhada na criança que estava deitada na maca antes de sair.
"Você tem que superar, Carter"
"Eu sei. Mas dói"
Ele mordeu os lábios para não chorar e andou em direção a Abby.
"Querida... ela se foi. Eles tentaram, mas não conseguiram salvá-la"
Ela balança a cabeça, mostrando que entendeu e uma lágrima cai do olho dela. Vendo isso, John a abraça.
"Está tudo bem. Nós vamos ficar bem. Vamos começar uma nova vida"
Ele a ajudou a levantar e antes de ir embora, disse para os 3.
"Nós vamos embora. Obrigado por tudo"
"Adeus Carter. Abby"
"Adeus"
Ele olhou ao redor e saiu com ela.
"Abby, estamos indo embora daqui. Para sempre"
Ele sentiu uma dor no coração quando disse as últimas palavras.
"Podemos esperar? Eu não quero ir tão rápido"
"Claro. Eu também não quero"
1 mês depois... Abby levou Phoebe para o hospital.
"Hey Chuny, você viu o John?"
"Não. É essa sua filha? Que bonita!"
"Obrigada"
"Ela parece você"
"Obrigada"
"Oh, como vai minha afilhada?"
"Ótima"
"E você?"
"Ainda me recuperando"
"É, deve ser difícil"
"É, você viu o John?"
"Acho que está na sala dos médicos"
"Obrigada"
Ela se dirige até a sala e entra.
"Hey"
"Hey. Oi querida. Cadê a filhinha do papai?" – Ele disse, pegando ela e dando um beijo na Abby – "Pronta para ir?"
"Na verdade, eu vim para falar sobre isso"
"Ah é?"
"É. Não posso ir"
"O quê?"
"Eu... não posso. Desculpe"
"Tudo bem. Eu vou sozinho"
"John..."
"Eu não vou ficar aqui. Papai te ama"
Ele deu a bebê para ela e saiu da sala. Ela saiu atrás dele.
"É isso? Acabou?"
"Se você quiser ficar e ser história, sim"
Ele saiu do hospital pela última vez. E da vida dela também. E ela ficou parada, com a filha deles no colo. Ele tinha partido. Para sempre. Mas ela não podia ir embora com ele. Tudo estava aqui. Sua família, seus amigos, seu trabalho. Ela não podia deixá-los. E ela o viu partir. Seu marido se foi. E ela voltou para a sala.
Fim
