Disclaimer: Nada disto me pertence, todas as personagens são da grandiosa J.K. Rowling. Eu estou apenas a me divertir.

Resumo: Harry morreu e Ginny perdeu completamente a vontade de viver. Mas o inesperado acontece e a vida de Ginny dá um grande volta. DG

3º Capitulo finalmente!

"But under skinned knees and the skid marks
Past the places where you used to learn
You howl and listen, listen and wait for
The echoes of angels who won't return"


Ginny acordou a meio da noite com uma fome tremenda.

"Pois… isto é o que dá ficares a pensar no estúpido, cabeça de atum e incrivelmente lindo Malfoy" – E riu-se com estes pensamentos malucos.

Desceu até à cozinha em silêncio para não acordar ninguém, apenas se ouvia o barulho da chuva a bater nas janelas. Abriu a dispensa. Apetecia-lhe alguma coisa doce e com montes de calorias. Ginny Weasley era muito gulosa e há muito tempo que não se deliciava com as suas guloseimas preferidas, sapos de chocolate! "Hummmm… que bom que a minha mãe guarda sempre uns de reserva"

Sentou-se no sofá da sala a comê-los. Olhou para a janela. Chovia imenso e de vez em quando davam uns pequenos relâmpagos. Ginny encolhia-se toda! Detestava tempestades. Mas ao mesmo tempo, estar ali assim era relaxante.

Lembrou-se do Harry. Coisa que era normal acontecer durante todo este tempo. Tudo lhe lembrava dele. O seu cheiro ficou impregnado nas suas roupas e a sua presença ficou imortalizada naquela casa. Para onde quer que Ginny olhasse, recordava-se dos bons momentos que passaram juntos.

O que aconteceu entre eles foi mágico. Ginny não queria esquecer-se nunca! Mas sabia que se continuasse assim, ou ficava maluca ou então ia desta para melhor como já tinha tentado fazer antes. Estava mais do que na hora de seguir em frente. Ginny sabia disso, simplesmente faltavam-lhe as forças. "Tenho que tentar!"

Lembrou-se de um momento em que estiveram juntos, que foi um dos últimos.

oooooo

Era Verão. Estavam todos na casa dos Weasley para o casamento do Bill. Harry e Ginny estavam sentados na relva debaixo de um chorão. (1)

Estavam abraçados. Ela no colo dele. Calados. Não precisavam dizer nada, compreendiam-se só pelo olhar.

- "Harry… tens mesmo que o fazer?"

- "Tenho…"

Ela compreendeu… não disse nada. Sabia que só ele é que podia acabar com aquela guerra. Nada do que ela dissesse ia fazê-lo mudar de ideias. Por isso limitou-se a aproveitar ao máximo a sua companhia.

- "Amo-te!"

- "Também te amo… muito!"

ooooo

Ginny chorou pelo Harry, pela última vez.

Quando Ginny voltou para a cama, tinha uma decisão tomada. Ia esforçar-se por não pensar mais no passado. E ia começar logo amanhã!


O destino é uma coisa engraçada. Quando menos se espera as coisas mudam para algo que nós nunca sequer pensamos em fazer. E isso aconteceu com Draco, a sua vida deu uma volta de 180º graus, e por vezes sentia-se desorientado.

Se há anos atrás lhe dissessem que ia apaixonar-se por uma Weasley, possivelmente ele ia achar que essa pessoa estava maluquinha.

Pois é! Mas o facto é que isso aconteceu e Draco não sabia lidar com estes novos sentimentos. Ele nunca gostou de nenhuma rapariga a sério, para ele eram um divertimento. Ele usava e depois quando já não queria mais, deitava fora. Mas com Ginny era tudo tão diferente!

Draco não se apaixonou por Ginny por ciúmes do Potter, ou por invejar tudo o que era dele. Não! Ele apaixonou-se porque… porque… não havia explicação. Ele só sabia que o que sentia por ela era muito forte! E era bom! Quando a via, parecia que ganhava vida. Ela dava-lhe forças, mesmo não se apercebendo disso.

Mas, nem todos temos a coragem de seguir o nosso destino. Ou porque somos fracos, ou porque temos orgulho a mais. E era exactamente esse o problema de Draco – Orgulho.

Os Weasley não tinham nada! Eram pobres e além disso adoravam Muggles. O seu pai provavelmente ia contorcer-se todo na campa se soubesse que o filho namorava uma Weasley.

Ele era o último Malfoy, tinha que manter a pureza de sangue e a nobreza da família. Haviam muitas raparigas que queriam casar-se com ele, já tinha recebido vários pedidos, de várias famílias ricas e poderosas. Ele dispensou-as todas, não antes de se divertir um pouco com elas.

Draco tinha arranjado emprego no Ministério. Conseguira logo um dos cargos mais altos sem ter que se esforçar por isso. Afinal ser um Malfoy até tinha as suas vantagens.

Depois da reunião voltou para casa. Mas quando chegou já era noite. Tentava sempre passar o menor tempo possível lá dentro. Tinha que mudar de casa o mais rápido possível.

Acordou no dia a seguir mais bem disposto do que o normal. Finalmente a vida parecia estar a correr-lhe bem.

Mas… as aparências iludem.

Era Domingo e decidiu passear pela Diagon-Al, para relembrar os velhos tempos de Hogwarts.

Vestiu umas calças de ganga, que lhe assentavam muito bem e uma camisa. Deixou os dois primeiros botões abertos. Ele não perdia uma oportunidade para se mostrar. Por onde passava, todos olhavam e ele adorava aquela atenção.


Ginny também acordou bem disposta. Sentia-se mais leve.

Espreguiçou-se lentamente, levantou-se, tomou banho e vestiu-se. Olhou pela janela do seu quarto e viu todos os seus irmãos no jardim, até o Percy. Depois da guerra terminar, ele percebeu que estava errado e mostrou-se muito arrependido. Apesar de continuar a viver em Londres, vinha visitar os pais aos fins-de-semana.

Fazia tanto tempo que eles não estavam todos em família! Hermione também lá estava. Agora que Ron a tinha "apanhado" não a largava nunca! E como ficavam tão bem juntos! Por vezes Ginny até sentia inveja da felicidade deles.

Todos tinham continuado com as suas vidas. Só a de Ginny é que parecia ter parado no tempo. Mas… estava prestes a recomeçar!

Desceu do seu quarto e foi ter com os irmãos ao jardim.

- "Ron! Hermy! Olá" – disse ela ao vê-los.

- "Olá sis"

- "Olá Gin, tudo bem? Que bom ver-te sorrir finalmente! – disse Hermione com um grande sorriso e Ginny não pôde evitar sorrir ainda mais.

A Hermione sempre foi uma das suas melhores amigas. Sentia que podia contar-lhe tudo e ela sempre lhe dera muita força quando estava mal por causa do Harry. Sempre lhe deu inúmeros conselhos.

- "Olá ruiva" – Disseram os gémeos em coro.

Ginny foi até eles e deu-lhes um grande abraço. Sentia imensas saudades deles, agora que eles não moravam mais lá em casa.

- "E eu também não ganho um abraço?" – Disse o Charlie

- "Claro que sim!"

- "Parece que a nossa maninha já se recuperou. É assim que eu gosto de te ver miúda!" – Era o Bill que estava de mão dada com a Fleur.

- "Primeiro, eu NÃO sou nenhuma miúda! E segundo… estou a fazer um esforço por melhorar sim!" – Disse Ginny com um grande sorriso. Bill apenas sorriu e fez um carinho à irmã. Mas podia ver-se que estava orgulhoso dela.

Mr e Mrs Weasley, que assistiam tudo desde a cozinha, estavam com uma lágrima de felicidade no canto do olho.

O almoço decorreu tranquilo. Ginny de repente apercebeu-se que adorava e sentira imensas saudades daqueles almoços de família aos Domingos.

Ginny sabia que não estava perfeitamente bem. Ainda havia uma voz dentro dela que só falava no Harry. Mas ela sabia que se a ignorasse, ia acabar por desaparecer. E só aí é que podia lembrar-se do Harry sem chorar. Ela não queria esquecê-lo. Queria apenas conseguir falar dele sem que lhe doesse o coração.

Depois do almoço, Ginny quis falar com Hermione. Levou-a para o seu quarto, porque não queria que ninguém ouvisse.

Contou-lhe tudo o que se tinha passado nestes últimos dias, tirando a parte do Malfoy a ter salvo. Ela apenas disse que não teve coragem para se atirar. Hermione apenas ouvia, boquiaberta.

- "Hermy, por favor diz alguma coisa!"

- "Oh Gi… como tiveste coragem? Tu sabes que a morte não é solução para nada. Muito pelo contrário! Passou-te pela cabeça o sofrimento que irias causar a todos nós? Além do mais, o Harry não iria querer que tu fizesses uma loucura dessas por ele!"

- "Eu sei… fui um pouco egoísta!... Mas eu agora mudei… e eu vou esforçar-me por sair desta tristeza".

- "Bem… pelo menos essa maluquice serviu para alguma coisa."

- "Pois foi" – Disse Ginny com um sorriso. – "Promete que não contas nada ao Ron. Eu já o conheço… ele vai fazer um grande drama!"

- "Não vais contar aos teus pais? Bom… por enquanto podes estar descansada que eu não digo nada."

- " 'Brigada Hermy" – Declarou Ginny que lhe deu um grande abraço. – "Quanto tiver mais coragem conto aos meus pais. Podes ficar descansada."

- "Acho bem mesmo. Não lhes podes esconder uma coisa destas!"

- "Obrigada por me ouvires. Olha… eu estava aqui a pensar e nós podíamos ir à Diagon-Al dar um passeio, comer um gelado! Não era boa ideia?"

- "Desculpa Gi… mas não vai dar. Vou com o Ron visitar os meus pais. Mas vai… vai fazer-te bem."

- "Pois tens razão. Vamos descer então?"

- "Bora"

Decidiu ir à Diagon-Al sozinha. Queria dar um passeio, espairecer. Durante todo aquele tempo ela mal tinha saído de casa.

Precisava de fazer uma coisa que todas as mulheres, sendo feiticeiras ou não, adoram fazer, compras. Precisava de renovar o seu guarda-roupa. Parecia que ainda estava a viver no século passado. E além disso tinha que manter a sua mente ocupada.

Depois de uma exaustiva e longa tarde de compras apetecia-lhe imenso comer um gelado. Sentou-se no café e pediu logo duas bolas de chocolate e com feijões de todos os sabores por cima. Estava tranquilamente a comer e a ler uma revista de moda de feiticeiros quando surge uma sombra por cima dela. Ginny olhou para cima e desejou logo não o ter feito. No entanto não deixou de reparar nos dois botões abertos da camisa de Draco. Depois todo o tipo de pensamentos pecaminosos passaram-lhe pela cabeça. Ginny esforçou-se por mandá-los embora e num tom de desprezo disse:

- "Hum… Malfoy…"

- "Olá Weasley. Onde é que está a tua boa educação?"

- "Ficou em casa!" – Disse ela secamente.

- "Sempre bem disposta!... Olha, por acaso não tens nada para me dizer?"

- "Por acaso até tenho. Se não me saíres da frente transformo essa tua cabeça de atum num bule!"

- "Não era bem isso… estava mais a pensar numa coisa do tipo… Obrigado por me teres salvo a vida."

"Boa… com tantos rapazes no mundo tinha que ser o lambido do Malfoy a salvar-me! Bolas, eu mereço isto mesmo! Agora ele vai estar sempre a atirar-me isto à cara" – Pensou Ginny.

- "Sim… Sim… Obrigada. Satisfeito agora?"

- "Nem sabes o quanto!" – Declarou ele com aquele sorriso maldoso. Ginny revirou os olhos. Não era só Draco que era orgulhoso demais, Ginny também o era, e admitir que ela tinha precisado dele era como se lhe dessem um pontapé em cheio no estômago.

Ficaram uns momentos a olhar um para o outro. Ginny sentia arrepios a percorrerem o seu corpo e Draco sentia o seu coração bater mais depressa. Até que Draco quebrou o contacto visual.

- "Vou-me embora! Tenho mais do que fazer do que aturar uma… pobre!"

- "Não… eu é que me vou embora! Estou farta de te aturar!"

Levantou-se, guardou a revista e pegou nos sacos. Ia começar a andar mas Draco estava mesmo à sua frente. Ela desviava-se para o lado esquerdo, ele também se desviava para o lado esquerdo. Ela ia para o lado direito e ele também ia para o lado direito. Ele só se ria. Estava a divertir-se com a cena.

- "Oh por favor! És capaz de me sair da frente!"

- "Oui Madmoiselle" – Disse ele no seu tom habitual de escárnio. Desviou-se e fez uma vénia para que ela passasse.

- "És mesmo parvo!"

- "No entanto irresistível."

- "Pfu… ainda por cima convencido!"

- "Não estavas farta de me aturar?"

- "E estou!"

- "Então porque é que ainda aqui estás?" – Disse ele às gargalhadas.

Ginny ficou vermelha. Não de vergonha, mas sim de raiva. Se havia uma pessoa capaz de a tirar do sério, esse alguém era o Malfoy.

Virou-se e foi embora.

Draco ficou a rir-se. "É tão fácil irritar-te Weasley""E como ficas linda assim!""Banho de água fria Draco! Estás a precisar de um banho de água fria!" E sorriu. Ela era a única que conseguia fazer com que ele sorrisse.

Ginny estava fula. E foi o caminho todo a pensar nele.

"Ele é tão parvo!" – "Mas incrivelmente giro!" – "É um estúpido!" – "E tem um braços uiii" – "Convencido, egocêntrico, narcisista!" – "E aquele peito aiiin!" – "Calor… tenho calor! Droga! E ainda por cima não acabei de comer o meu gelado!"

Ginny teve que morder a língua para não começar a rir sozinha no meio da rua.

Aquele encontro com o Draco tinha a tirado do sério! Aliás… era sempre isso que acontecia quando eles se encontravam. Mas porque o seu corpo e a sua mente estavam a reagir daquela maneira? Isso era um mistério que ela tinha que solucionar sozinha.


Desculpem ter demorado para actualizar, mas acho que valeu a pena a espera... ou não?

Eu queria quehouvessemais um bocadinho de acção entre Draco/Ginny e sempre que me sentava para escrever dava-me uma branca. Bloqueio de escritora, tão a ver?lol

Música no início: All you want by Vertical Horizon

Agradecimentos:

Anuska, Sofia Morax, Daniela, Ciberwitch, Raquel, Radcliffe, SUMUSIC4EVER, Marlene, LolitaMalfoy, katlei, Claudia, hp1234, Filipa

Muitooooo obrigada a todos! Espero que continuem a gostar e deixem mais reviews!

Bjoooos