Capitulo XVIII Escolhas Decisivas

O ano lectivo foi passando e o casal encontrava-se todas as semanas, em Hogsmeade. Mas, havia algo de errado com Draco… E Ginny notara isso. Ele estava cada vez mais distante, por vezes de mau humor (coisa que não acontecia desde que começaram a namorar), mas não tratava mal Ginny. Havia realmente uma coisa de estranho a acontecer com ele…

Chegou o fim do ano. Ginny e Alissa formaram-se e o seu "casamento" com Draco estava próximo. Mas, Draco já era maior de idade e depois de ter terminado o 1º ano na Escola de Quidditch, e depois de muito esforço e discussões com o pai, saíra de casa e fora morar de vez para Hogsmeade. Lucius perdera o rasto do filho, deixando assim de lhe dar dinheiro e o único remédio agora desmanchar o suposto casamento de Draco com Alissa. Draco via-se assim livre de todos os seus problemas. Ou pelo menos de uma parte deles…

Num dia, estava ele acompanhado por Ginny, na sua casinha.

-Agora que acabaste Hogwarts, podias vir morar para aqui, comigo, na nossa casa. O que achas?

Ginny entristeceu um pouco antes de responder.

-Bem, não sei… Quer dizer… Eu adoraria vir para aqui, mas é que…

-É que…?

-A minha mãe…

-O que é que tem ela! –perguntou Draco, bufando

-É que ela é uma "mãe galinha" e coisa e tal… Ela adora ter os filhotes por perto…

-Mas tu não vais ficar a vida inteira debaixo das saias dela!

-Eu sei Draco! Vou-lhe perguntar…

-Ah! Assim já está melhor! –exclamou, abraçando-a

Na Toca…

-Mãe! Eu já terminei Hogwarts! Já sou maior de idade! Já é altura de ter a minha própria vida! Quero ter o meu próprio espaço!

-Mas filha…

-Vá lá mãe… Não sejas mazinha…! Eu venho visitar-vos assim que der…

As duas nem notaram que Mr. Weasley entrara na cozinha, acabando por escutar a conversa

-Vens visitar-nos assim que der? Onde é que tu vais?

Ginny engoliu em seco, com receio do pai

-Bem… É que eu queria morar sozinha… Tornar-me independente…

-Pois… A menina queria… A menina já se acha uma senhora…

-E pois sou! Sou mais do que o pai imagina!

Arthur continuou a fitá-la nos olhos e continuou:

-Mas e se o seu noivo não quiser?

-Eu não tenho noivo! –berrou Ginny, encarando o pai

-Ah tens sim! E vais casar-te com ele!

-Não vou nada! –gritou Ginny, fugindo para o seu quarto, trancando-se lá, a chorar

Ginny já dormia muito bem, quando ouviu-se um "Toc-Toc" na janela. Ela, tendo um sono leve, acordou logo e olhou para a janela. Nem queria acreditar no que os seus olhos viam! Era ele que estava ali!

-Draco? O que é que fazes aqui? –perguntou, abrindo a janela. Draco estava na sua vassoura á espera de Ginny

-Vim buscar-te! Vem comigo! Deixa tudo para trás!

Ginny reflectiu por instantes e veio-lhe á memória a discussão com o pai. Foi directa ao armário, tirando de lá todas as suas roupas e pondo num malão. Pegou outras coisas necessárias e uma foto da sua família. Depois pegou num pergaminho e escreveu um bilhete de despedida á mãe:

"Mãe,

Eu sei que vai ficar um pouco chateada, mas teve que ser… Já estava farta do pai e das suas imposições! Vou para um sítio melhor e vou dando noticias, está bem? Mande beijinhos para todos e diga ao Ron para me escrever, ok?

Adoro-a muito!

Ginny"

Dobrou o pergaminho, escrevendo num canto "Para a mãe" e deixando-o em cima da sua cama desfeita

-Estou pronta. Vamos?

Draco fez sinal positivo, entrando no quarto de Ginny e fazendo um feitiço de levitação para fazer descer o malão até a parte de fora da Toca. Ginny subiu na vassoura, juntamente com Draco e foram até baixo, acompanhando o malão.

-Como é que vamos para a nossa casa?

-No Autocarro Cavaleiro!

Sorriram e foram até um sítio mais sossegado. Depois de alguns minutos, o Autocarro Cavaleiro parava á beira deles, levando-os até Hogsmeade, num piscar de olhos.

No dia seguinte…

-Draco, não podes ser só tu a carregar com as contas da casa! Tenho que dividir contigo! Agora que o teu pai deixou de te dar dinheiro, como é que vai ser?

-Não! Tu vais estudar, enquanto que eu vou trabalhar!

-Mas afinal, que raio de trabalho fazes tu?

-Ahm… Estou em St. Mungus, com voluntário e a estudar aqui e ali para curandeiro. –disse Draco, mentindo

-A sério? –respondeu Ginny, estranhando –E é bom?

-Muito! É bom ajudar as pessoas doentes…

-Ah… Então está bem… Mesmo assim, vou tentar arranjar alguma coisa.

-Ok Ginny! Eu desisto! És chata, sabias?

-Mas tua amas-me assim mesmo!

-Lá isso é verdade! –sorriu

Na Toca…

-Ginny? Posso entrar? –perguntou Mrs. Weasley, á entrada do quarto da filha

Ninguém respondia, por isso entrou. Achou estranho estar o quarto em pantanas. Não era hábito de Ginny deixar tudo desarrumado. Dirigiu-se ao armário e estava vazio! Começou a ficar preocupada… Virou-se para a cama e viu o bilhete e leu-o.

Horrorizada , sentou-se na cama e pôs-se a chorar copiosamente

-Molly! Não me ouves? Onde é que estás? –chamava Mr. Weasley. Este passou pelo quarto de Ginny e deparou-se com a mulher a chorar

-A Ginny?

-Desapareceu! Foi-se embora! E por tua culpa!

-Minha!

-Sim! Se não a obrigasses a fazer coisas que ela não quer, ela não teria fugido! –berrou

Mr. Weasley reflectiu por instantes e finalmente concordou coma mulher

-Realmente, fui muito duro com ela… Mas também, merecia! Admite-se uma Weasley, filha minha, namorar com um Malfoy?

-Eles amam-se!

-Não importa! –ripostou

-Eles AMAM-SE!

Finamente Mr. Weasley compreendera e abraçara-se á mulher, acarinhando-a. A sua "benjamim" tinha ido embora e por sua causa…

Forma-se passando dias, meses, até fazer completar um ano, após a saída de Ginny da Toca. Ela continuava a comunicar-se com a família e ás vezes visitava-os.

Draco é que estava cada vez mais distante e estranho: chegava tardíssimo a casa, andava distraído, não pagava as contas… Se não fosse Ginny a arranjar dinheiro com uns biscates, decerto que já tinham sido despejados. E Ginny sofria com tudo isto. Confiava nele, mas estava farta das suas desculpas na ponta da língua. Ela estava mesmo mal, e ainda por cima andava enjoada. Quase a toda a hora, sentia enjoos. Estava assim e, sem Draco a apoiar, desanimou por completo.

Numa noite, preparara um jantar romântico, mas mais uma vez, Draco chegara tarde a casa. Nos dias que se seguiram, o Profeta Diário vinha carregado de notícias de ataques de Devoradores da Morte… E já não era desse dia que Ginny desconfiava que Draco pudesse estar envolvido nesses ataques. Filho de Malfoy, Malfoy é!