Capitulo XIX Novas Revelações

Numa manhã, gerou-se uma discussão muito forte entre eles.

-Isto não é normal! Passa-se alguma coisa de errado contigo!

-O quê, sabichona? –perguntou Draco, em tom de gozo

-Sei lá! Estás com umas atitudes ultimamente! Bem, já não é de agora! Desde que vim morar para aqui, ficaste pior! Todos os dias vêm no Profeta, noticias de ataque de Devoradores da Morte

-E o que é que EU tenho a haver com isso? –berrou Draco, alterado

-TUDO! Tu és um Malfoy! Todos os Malfoys forma Devoradores e tu pelos vistos não és excepção! Pensas que ainda não vi a Marca Negra no teu braço? Tu bem que tentas tapá-la, mas não consegues! Disfarças mal!

Draco ficou ainda mais vermelho e explodiu de vez:

-E SE FOR? TENS ALGUMA COISA A HAVER COM ISSO?

-SIM! SOU A TUA ESPOSA E ACHO QUE MEREÇO SABER!

-SOU! SOU SIM UM DEVORADOR! Mas, amo-te e não te faria mal…

-AMAS-ME! É ASSIM QUE ME AMAS? MATANDO OS OUTROS? PESSOAS INOCENTES QUE NEM SABEM O PORQUÊ DA SUA MORTE? TALVEZ ATÉ Á MINHA FAMILIA! A MIM!

-Eu era incapaz de te fazer mal! JÁ.TE.DISSE.QUE.TE.AMO!

-Draco… -soluçou Ginny, chorando –Estou cheia… Cheia do teu comportamento, das tuas mentiras, de TI! Eu amo o antigo Draco, não o Draco Malfoy, o Devorador da Morte…

Desta vez foi Draco que começou a chorar

-Ginny… é o meu destino…

-Então se é o teu destino, cumpre-o, mas sem mim. –declarou, indo directamente para o quarto, com Draco no seu encalço.

-Ginny! Por favor, não te vás embora! –exclamou, chorando como um bebé

-Não dá mais! Não quero olhar mais para a tua cara! –exclamou Ginny, guardando no seu malão os seus pertences, fechando-o de seguida. Quando a pegou, sentiu novamente tonturas e caiu no chão

-Ginny? O que tens? O que se passa?

-Pelos vistos, tu nunca te preocupaste comigo, não vai ser agora que te vais preocupar. Deixo-te livre para cumprires o teu destino com o Voldemort e faz bom proveito! Se te arrependeres, o que eu acho impossível, sabes onde me encontrar.

-Espera!

-Adeus Malfoy.

Virou-lhe as costas e desmaterializou-se, deixando Draco lavado em lágrimas

-O que se passa comigo? Porque é que deixei perder a mulher que amo? O que é que me está a acontecer?

De repente, um fumo negro surgiu na sala e no meio dele, uma figura cadavérica, com uns olhos vermelhos de raiva e ódio apareceu. Tinha uma longa barba negra, era alto e magro. Era Voldemort.

-Meu leal servo Draco Malfoy… -balbuciou

-Meu Lord? –gaguejou Draco, pondo-se de joelhos

-Fizeste o mais correcto com aquela Weasley. Ela era um empecilho para ti.

-Mas, eu amo-a… Quero deixar de o servir, Meu Lord…

-Tens a certeza disso? –perguntou Voldemort, levantando a sua varinha –Cruccio!

Draco contorceu-se no chão, gritando de dor. Parecia que a sua pele estava a ser arrancada e que nunca mais saia. A dor era insuportavelmente insuportável e não aguentava com ela. Nunca imaginara o que um Crucciatus pudesse fazer a uma pessoa… Logo de seguida, Voldemort lançou-lhe um Imperius, fazendo com que Draco se sentisse hipnotizado.

-E agora, ainda vais desistir?

-Não Meu Lord. –balbuciou, com os olhos pregados em Voldemort

E agora… Estaria tudo perdido? Será que Draco iria deixar-se dominar?

-Ginny? O que fazes aqui? O que te aconteceu? –perguntou Hermione, espantada por Ginny estar á porta de sua casa. Raramente vinha visitar Hermione e o namorado, Harry

-Hermy… O Draco é um Devorador da Morte e sai de casa! Já não aguentava mais! -exclamou, abraçando a amiga. Harry apareceu por trás delas e sem fazer nenhuma pergunta, encaminhou Ginny para dentro de casa. Ela explicara-lhes o que acontecera e os amigos deixaram-na permanecer em casa deles por uns tempos.

Um dia, Voldemort e os Devoradores da Morte tinham sido apanhados numa emboscada da Ordem da Fénix. Harry matou Voldemort e maior parte dos Devoradores foi preso em Azkaban. Draco estava por fim liberto do feitiço de Voldemort, mas estava ainda com ódio da família Weasley, pois fora Mr. Weasley que matara o seu pai, Lucius.

Sabendo do que acontecera, Ginny escrevera um bilhete a Draco, a dizer que precisava de lhe contar uma coisa.

Draco resistiu até ao último momento, mas estava cheio de saudades e arrependido.

Estava um dia cinzento e no fim da tarde, não se via muito bem… O casal tinha combinado encontrar-se num parque em frente da casa de Hermione.

Os amigos tinham acompanhado Ginny até ao parque, esperando Draco vir.

-Coragem!

-Oh Hermione… Tenho que ter e muita! –respondeu Ginny, enquanto que Hermione voltava para casa.

-Ginny, força! –encorajou Harry

-E se ele não aceitar? Estou com medo dele…

-Não vai acontecer isso, vãos ver…!

Abraçaram-se carinhosamente e Harry deu-lhe um beijo na cara

-WEASLEY! CHAMAS-ME PARA VER ISTO? –exclamou Draco, que vinha no nevoeiro e que assistira a tudo, só que não vira como devia ter visto

-Draco! Isto não é o que tu estás a pensar!

Nisto, começou a chover torrencialmente, mas os três continuaram ali

-ODEIO-TE AINDA MAIS!

-Draco… Por favor… -implorou Ginny, com lágrimas nos olhos

-Não! Eu bem vi tu agarradinha a ele! Sempre me pareceu que o Potter não era tão santinho quanto parece!

-Foi um abraço de amigos! Ele estava apenas a apoiar-me! Ao contrário de ti!

-Pois não me pareceu isso! Não me parecia um abraço de amigos!

-Draco, por favor, escuta-me…

-Não tenho nada para ouvir, aliás, não te quero ver mais nem te ouvir! –respondeu, com uma voz completamente gélida

-Não me faças isso antes de me escutares… -soluçou Ginny –Tenho que te contar

-Eu já te disse que não tenho mais nada para ouvir! Não te quero mais! Não quero uma mulher que pela frente diz que me ama e que por trás apanha outro!

Plof

Ginny acabara de dar um estalo em Draco

-Nunca mais digas isso! –berrou

-Acabou Weasley! Não te quero ver mais! –exclamou, passando a mão no sitio onde Ginny lhe batera.

-Tu não te vais embora antes de ouvires o que eu tenho para te dizer! Eu tenho uma coisa que te pertence!

-Eu não tenho nada teu que me pertença! Tenho nojo de ti! Adeus Weasley.

Draco virou as costas e seguiu. A chuva continuava a cair…

-Draco! Vais-te arrepender!

-Eu já estou arrependido! De te ter conhecido! –exclamou, virando de novo, mas desta vez continuou a andar, sem olhar para trás

-Draco! Eu estou… -gritou, baixando o tom de voz e desfalecendo -…grávida… -e desmaiou.

-Draco não ouvira a ultima palavra nem a vira desmaiar. Mas, o desmaio dela não durou muito, e quando acordou, começou a correr em direcção a Draco, que já estava no fundo da rua. Estava descontrolada e tonta e, não vira que estava no meio da estrada. Também não sentira um carro a bater-lhe violentamente. Só via tudo negro…

No momento do acidente, Harry e Hermione tinham acabado de sair de casa e foram a correr até Ginny, no meio da estrada, sem sentidos

-Foi tudo minha culpa… -lamentou-se Harry

-Pega nela, vamos para casa.

Uma multidão de pessoas juntava-se á volta de Ginny e cochichavam entre eles. Hermione abria caminho entre eles, enquanto que Harry carregava a ruiva desmaiada.

-Temos que avisar os pais dela. –lembrou Hermione

-Vou chamá-los para nos acompanharem a St. Mungus.