Capítulo XXll Novos acontecimentos
-Felice! Lucian! Venham comer!
-Já? Oh! Estamos a "blincale"! – exclamou Lucian.
-Vamos Lucian! Mamã, "quelo" "comele"!
As duas crianças dirigiam-se para a cozinha, quando a campainha tocou.
-Meninos, vão ver quem é.
Obedientes, os meninos foram a correr. Abriram a porta e exclamaram em uníssono:
-Tio "Dlaco"!
Ginny deixou cair o prato que tinha na mão e este partiu-se em bocadinhos.
"Draco? O que faz ele aqui? Como soube onde eu moro?" – pensou. Dirigiu-se ao corredor e deparou-se com ele.
-Olá Ginny! Tudo bem?
-Draco? O que estás aqui a fazer? Quem te disse onde eu moro?
-Foi o Ron que me disse.
"Aquele tolo, teve que dizer!" – pensou Ginny.
-Não ficaste muito contente por me ver... – disse por fim Draco, tristemente.
-Fiquei muito surpresa... íamos jantar agora... meninos, para a mesa.
-Mamã, o tio "Dlaco" pode "jantale" connosco? – perguntou Lucian.
Ginny olhou para o filho, pensou uns segundos, e respondeu por fim, indignada:
-Pode...
-Viva! – exclamaram as crianças.
Draco sorriu de leve para Ginny e acompanhou os filhos até à mesa.
-Fica à minha "beila"!
-Não! Ele fica à minha!
-Calma crianças...eu fico entre os dois, ok?
-Tá bem!
Ginny sorriu ao ver o pai dos seus filhos, pela primeira vez, a jantar com eles e no meio deles.
-Hum... tá a cheirar bem...
-Ah! Não gosto disso! – queixou-se Lucian.
-Lucian vais comer tudo!
-Não mamã...
-Vá, eu dou-te, ok? – perguntou Draco.
O menino ficou logo contente e comeu tudo com a ajuda de Draco.
-Eu também "quelo"! – exclamou Felice com ciúmes.
-Eu dou-te também!
O jantar correu bem, depois os meninos foram dormir, e Draco contou-lhes uma história antes de dormirem. Ginny assistia a esta cena com lágrimas nos olhos, tantas vezes sonhara com Draco, a cuidar dos filhos, a ler-lhes histórias, a dar-lhes de comer...
-Porque choras? – perguntou Draco, que se chegara ao pé de Ginny, sem ela perceber.
-Choro, porque sempre sonhei ver-te a fazer isto... – sem pensar duas vezes abraçou-se a Draco e beijou-o. O sentimento foi maior que a razão, e Draco pegou nela como nos velhos tempos e levou-a para o seu quarto, deitando-a suavemente na cama. Continuaram a beijar-se, até que Ginny o afastou.
-Não! Isto não pode acontecer!
-Porque não?
-Draco! Depois do que tu me fizeste?
-Mas Ginny, eu amo-te, e estou muito arrependido pelo que te fiz... Por favor, dá-me uma chance de te mostrar que mudei.
Ginny pensou por uns instantes e disse:
-Draco Malfoy, se tu voltas a aprontar-me alguma...!
Draco beijou-a e Ginny deixou-se levar...
O dia amanheceu e o sol batia na cara de Draco. Estava com Ginny nos braços e era novamente feliz. Começou a fitá-la enquanto dormia. Ginny abriu os olhos lentamente.
-Bom dia meu amorzinho! – sussurrou Draco dando-lhe um beijo.
-Que horas são?
-São 7:30 querida.
-Já? Despacha-te! Veste-te! – exclamou Ginny, mandando Draco para fora da cama.
-Ei Gi! Ai! – queixou-se Draco, que aterrara no chão – Porque estás a mandar-me embora já?
-Porque as crianças vêm daqui a pouco e se te vêem aqui... Ahahah! – disse rindo.
-Ah...Ok...agora já percebi! – falou, abraçando Ginny – Já pensaste no nosso reconciliamento?
-Ainda não sei...tenho que pensar...
-Depois de esta noite, ainda tens que pensar mais?
Ginny sorriu e beijou-o.
-Mesmo assim... preciso mesmo de pensar... desculpa. e por enquanto não pode acontecer mais nada!
-Mas posso continuar a vir aqui...? – Ginny fez cara feia –Ver os miúdos! – Ginny mudou a cara para satisfeita e fez sim com a cabeça.
-Prá próxima vens cá tomar o pequeno-almoço connosco, ok?
-Tá bom, minha linda! – respondeu Draco, enquanto se vestia.
Ginny acompanhou-o até à porta de entrada, despediu-se dele dando-lhe um beijo na cara.
-Adeus Ginny, amo-te!
Ginny correu ao seu quarto e pôs-se à janela, esperando Draco sair para lhe dizer «adeus».
Quando lhe disse adeus, Felice e Lucian apareceram no seu quarto.
-Bom dia mamã! Eu ouvi uma voz... "palecia" a voz do tio "Dlaco".
Mal ouviu isto Ginny corou e tentou disfarçar:
-Não filho! Com certeza estavas a sonhar...
-Talvez...um beijinho mamã. – respondeu Lucian, esticando-se para dar um beijo em sua mãe.
Depois virou-se para Felice que ainda tinha cara de sono.
-Bom dia meu bombom... nanaste bem?
-Não muito bem... tive um pesadelo...
-Oh meu amorzinho lindo... – acarinhou Ginny, abraçando a filha – Já passou ok?
A menina acentiu com a cabeça e pôs um sorrisinho nos lábios. Abraçados os três, dirigiram-se para a cozinha para prepararem o pequeno-almoço.
-Bom dia avó! – cumprimentou Felice quando entrou em casa de Mrs. Weasley.
-Bom dia meus amores!
-Bom dia mãe! Preciso de falar contigo.
-Diz filha...
-Felice, Lucian vão brincar com os primos, ok?
-Tá bem, mamã!
As crianças foram a correr pela escada a cima, para o quarto dos primos Richard, William e Stella, filhos de Billy e Fleur.
-Mãe...o Draco apareceu em minha casa ontem, jantou connosco e depois contou uma história a cada uma das crianças...
-Como é que ele sabia onde é a tua casa?
-O Ron deu com a língua nos dentes... – respondeu com uma pontinha de raiva na voz – mas, quando ele estava a contar-lhes as histórias, eu emocionei-me e quando ele chegou à minha beira, não aguentei e beijei-o...
-Filha! Depois de tudo
-Espera... beijamo-nos e as coisas foram um pouco mais longe...
-Passaram a noite juntos?
Ginny baixou os olhos e fitou o chão.
-Ginevra! Eu não acredito!
-Mãe! Eu amo-o, e ele tá arrependido de nos ter abandonado!
-Mas Ginny, ele pode enganar-te outra vez.
-Mãe, ele nunca foi mais sincero do que está e ser agora, eu sei disso!
-Tu é que sabes, mas depois não te venhas queixar.
-Já estou arrependida de te ter contado!
Mrs. Weasley entristeceu e continuou:
-Desculpa filha...mas tens que perceber que é a verdade...
-Tá mãe, eu entendo, mas eu estou mesmo a pensar em lhe dar uma oportunidade...e os meus filhos merecem ter um pai...
-E já sabes como lhes falar sobre Draco?
-Não...por isso é que preciso da tua ajuda...mas depois fala disso melhor.
