Capítulo 5: Bom ou ruim?
"Então, você contou a Emma que o Carter é pai dela?"
"Sim, eu achei que era o certo. Eu sei que vou me arrepender" - Eu falei, com lágrimas nos olhos.
"Oh Abby... porquê?"
"Não sei, foi no impulso. Eu..." - Eu suspirei – "Pensei que ele ficaria se ele sentisse que éramos uma família"
"Eu tenho certeza que ele sentiu"
"Não acho que tenha. Enfim, eu tenho que levar a Emma para casa. Eu volto amanhã"
"Ok, te vejo depois"
"Bem. Emma..." - Eu disse, a pegando no colo – "Vamos para casa"
"Mamãe... quando o papai vai voltar?"
"Eu..." - Eu suspirei antes de continuar – "Não sei, querida. Eu realmente não sei"
"Mas... ele vai, não vai?"
"Não sei"
Eu pude sentir a dor que minha filha estava sentindo. E eu não podia fazer nada para aliviar. Eu sabia que ela queria, que ela precisava do pai dela. E eu não podia garantir a ela que ia voltar com o pai dela
"Você vai, não vai?"
Ele só balançou a cabeça.
"Não é o Rio, mas não é aqui" – Ele disse, com lágrimas.
"Eu pedi para não ir. Tenho medo que não volte" – Eu encostei minha cabeça no peito dele e o abracei.
"Eu tenho que. Eu preciso salvar aquelas pessoas. Eu quero"
"Bem, eu acho que a opinião de uma namorada que se importa não faz diferença" – Eu me afastei
"Abby... não vamos dificultar tudo"
"Eu não estou, você que está! Você prefere salvar o mundo e correr perigo do que ficar seguro com sua namorada"
"Você sabe, o Luka está lá também"
"Ele não me ouviu. Não há nada que eu possa fazer. E, além disso, ele não é meu namorado"
"Eu ainda vou"
"Ótimo, faça o que quiser!" – Eu me virei para entrar no PS, mas me virei para encará-lo de novo – "John, você sabe... eu estou..." – Eu voltei para entrar no PS.
"O quê?"
"Esqueça"
"Me diga, o que é?" – Ele segurou meu braço, me fazendo olhar para ele
"Esqueça"
"Ótimo! É sempre assim. Você nunca fala nada. Por isso que tudo está dando tão errado"
"Eu sei que você vai ficar se eu falar. É uma coisa que vai mudar nossas vidas. Mas, eu quero que vá. É algo bobo, enfim"
"Bem, eu acho que é isso. Ponto final. Fim"
"Certo" – Eu olhei para o chão.
"Olhe... desculpe. Eu voltarei. Espere por mim"
"Sabe, eu não vou conseguir esperar muito. Vou sentir sua falta"
"Eu sei, vou sentir a sua também"
"É complicado, filha. As coisas entre seu pai e eu são complicadas. Eu não sei se estamos juntos ou não"
"Bem, você está usando um anel"
"É, mas eu não sei se isso significa algo"
"Parece que sim. Porque está tão desacreditada?"
"Porque... ele já fez isso antes. E ele voltou com uma outra mulher grávida. Seu pai é instável emocionalmente. Ele precisa sempre estar com alguém"
Mais tarde...
"Abby, sou eu, John. Se estiver em casa, atenda. Ok, escute, houve uma mudança de planos. Eu vou demorar um pouco para voltar. Há algo que eu ainda preciso resolver. Eu não gosto de falar para a secretária eletrônica, então se estiver ouvindo, atenda por favor"
"John... hey" – Eu corri para atender o telefone.
"Hey, achei que estava trabalhando"
"Não, o que houve? O que precisa resolver?"
"As coisas com a Kem"
"Achei que já tinha resolvido"
"É... não"
"Então, quando vai voltar?" – Eu perguntei, desapontada – "Sabe, a Emma está perguntando de você"
"Mesmo? Porquê?"
"Por nada. Ela apenas gostou de você" – Eu disfarcei.
"Bem, eu acho que em 5 dias"
"5 dias!"
"Desculpe"
"Sabe, eu não posso mais esperar. Não posso continuar me iludindo. Eu te esperei quando foi para a África. E você voltou com uma mulher grávida. Eu não vou deixar isso acontecer de novo. Não vou!"
"Abby, me escute..."
"Eu acho que deixei as coisas bem claras, Carter. Eu não quero te pressionar. Você é livre para decidir o que é melhor para você. Se ela é melhor, você deve ficar com ela"
"Eu..."
"Faça o que seu coração mandar. Eu aceitarei sua escolha, sendo ela boa ou ruim. Adeus"
Naquela madrugada, eu acordei ouvindo Emma chorando.
"O que houve querida? Tudo bem, mamãe está aqui. Não precisa chorar"
"Eu quero o papai"
"Meu anjo, ele não está aqui. Eu não sei se ele quer uma família. Não sei se ele nos quer como sua família"
"Posso dormir na sua cama?"
"Sim, claro" – Eu a peguei no colo e a levei para o meu quarto – "Vai dar tudo certo. Mamãe não vai te abandonar"
"Eu só quero que o papai esteja aqui"
"Você sabe, ele não pode. Ele está resolvendo as coisas dele. E, por favor, não fale mais dele. É difícil o bastante para mim lidar com isso"
"Desculpe, eu não queria te machucar"
"Não machucou filha" – Eu a abracei.
Doeu saber que eu tinha machucado minha filha. Eu me sentia a pior pessoa do mundo naquele momento. Eu tentei dormir mas não consegui. E eu chorei novamente. Porquê, você deve estar me perguntando. Porque ele tem uma família que ele nem sabe que existe. Mas eu não quero fazê-lo tomar uma decisão que possa não deixá-lo feliz. Então eu resolvi deixar uma mensagem no celular dele. Eu disquei os 4 primeiros números e hesitei em digitar os outros 4. Mas eu estava determinada a fazer isso, sem me importar com as conseqüências.
"Carter... oi, é a Abby. Escute, eu só liguei para te avisar que eu não estou disposta a te aceitar se você voltar. Eu não sou uma marionete que você controla sempre que quiser. E há muito mais que ainda não foi revelado. É isso. Adeus... Para sempre"
Na manhã seguinte...
"Como está lidando?"
"Muito bem. Eu o deixei uma mensagem, dizendo que não vou o aceitar de volta" – Eu disse, desapontada.
"Oh Abby... você fez a coisa certa"
"Espero que sim. Sabe, eu cansei de esperar que desse certo"
"Eu entendo. Ele sempre precisa estar com alguém"
"E isso é ruim, Susan. Ele não vai conseguir nada agindo desse jeito, porque eu não vou ligar mais"
"Bem, isso mostra o quanto você cresceu nesse tempo"
"É, eu acho. Sabe, eu dei duro, muito duro para esquecê-lo e ver ele de volta com aquela mulher grávida foi muito difícil para mim. Mas eu finalmente superei. E não vou deixar me levar por isso de novo. Sabe, minha filha sabe da verdade, mas ele não. E eu não vou ser aquela que vai contar"
"Sabe, eu vou estar do seu lado se precisar..."
"Obrigada"
"... e o Luka ainda gosta de você"
"O quê? Susan, eu não preciso disso. Eu não desceria tanto e tão baixo só para atingir o Carter. Eu não sou assim"
"Não, eu não disse isso. Eu só achei que poderia brincar um pouco com ele. Porque é o que ele está fazendo com você"
"Você acha?"
"Acredite em mim. Ele fez o mesmo comigo. Ele queria te deixar com ciúmes"
"É, eu lembro daquele dia como se fosse ontem" – Uma lágrima caiu dos meus olhos – "Se eu soubesse que fosse acabar logo, eu faria o impossível para ele não acabar"
"Ouch!"
"Não seja um bebê"
"Filho da mãe. Ele queria me matar"
"Parecia ser mútuo"
"Vou precisar de pontos?"
"Você nem precisa de band-aid. Posso pedir para Abby vir aqui se quiser"
"O quê? Ele é perigoso. Isso, e eu poderia ter perdido minha visão"
Susan o beijou.
"O que foi isso?"
"Apenas checando"
"O quê?"
"Teoria do segundo encontro"
"O quê?"
"Oh é... aquele foi um ótimo dia"
"É, e também..."
"Ela é ótima"
"Quem?"
"Abby. Eu não a conhecia. Eu não achava que ia gostar dela, mas eu gosto. Você sabe, você se fez de bobo hoje"
"O quê?"
"Qual é! Você participou de um duelo, por uma coisa. Se está triste pela Abby morando com o Luka, não fique. Eu não acho que tenha algo"
"Como eu me fiz de bobo?"
"Você deveria dizer a ela"
"Quem? Dizer a ela o quê?"
"Que está desesperadamente apaixonado e que não pode viver um momento sem ela"
"É mesmo?"
"Está sem esperança. Vai descobrir"
"Ok, pare. Você só vai me fazer ficar triste" – E eu chorei.
"Sinto muito. Eu sei como está sendo difícil para você" – Ela me abraçou - "Mas você sabe, você deu duro para esquecê-lo. Não se deixe apaixonar por ele de novo"
"Eu acho que já deixei" – Eu enxuguei as lágrimas do meu rosto – "Eu preciso ir para casa. Até amanhã"
"Até. Me ligue se precisar"
À noite... era quase 10:30. Emma tinha acabado de dormir e eu estava deitada quando houve batidas na porta e fui ver quem era. Eu abri a porta e vi John.
