Capítulo Dois: A Sala Secreta

Naquela mansão tudo estava sinistramente silencioso, como de costume. A chuva forte batia nas janelas com força, causando barulhos quase que fantasmagóricos. A casa parecia desabitada, a não ser por uma certa movimentação em um dos quartos...

Uma garota, baixa pela idade que aparentava ter, andava continuamente de um lado para o outro do quarto. Usava uma calça preta com vários bolsos, uma blusa branca de manga comprida e por cima uma outra negra, de alças.Sua capa estava presa ao pescoço e no lugar que deveria haver o brasão de Hogwarts ou da Sonserina havia um as letras "S.L." gravadas em prata. Estava inquieta, parecia incomodada com toda aquela monotonia da mansão.

Tomando uma decisão, pegou a varinha sobre a estante e colocou-a no bolso, ajeitou o cabelo negro e saiu do quarto, fechando silenciosamente a porta ao retirar-se.

O corredor estava tão escuro que parecia noite, acentuando mais ainda o tom sinistro do lugar. Os quadros na parede cochichavam ao vê-la passar, mas ela não parecia ligar para esse fato. Ao invés de tomar o caminho habitual em direção as escadas, a menina foi para o lado contrário, adentrando cada vez mais e mais nos estranhos corredores da mansão. Realmente, a casa era enorme... Ela virou alguns corredores, subiu escadas, passou por diversas salas e aposentos, até chegar em um local que particularmente lhe agradou.

Uma sala, bem parecida com a que havia perto da cozinha. Havia em uma das paredes uma enorme estante cheia de livros, no chão um belo e grande tapete redondo, poltronas de couro negro próximas á lareira, que estava apagada. Apagada? Por que estaria apagada com aquele frio? Aproximou-se devagar, e abaixou-se para olhar melhor. Havia um fogo bem fraco ali, mas as chamas eram... Azuis? Apoiou a mão na parede da lareira para tentar ver melhor aquela pequena chama, mas ao faze-lo a chama cresceu, arremessando-a para trás.

- Nossa... – murmurou tossindo. Logo seus olhos acinzentados brilharam... Havia aberto uma passagem ao lado da lareira. Levantou-se arrumando a capa e se aproximando da passagem. Era uma escada de pedra circular. Ela olhou para cima, mas a única coisa que pôde ver foi escuridão... Tirando a varinha do bolso, pronunciou com um sussurro um feitiço simples – Lumus!

Ergueu a varinha e foi seguindo em frente, o coração um pouco disparado. Subiu as escadas tentando ver algo, não havia nada nas paredes e seus passos ecoavam a cada degrau, enquanto ela subia devagar. Finalmente chegou ao final da escada, e erguendo um pouco a varinha viu uma grande porta de madeira. Empurrou-a, e vendo que estava trancada praguejou baixo... Então se afastou um pouco, e ergueu mais a varinha.

- Bombarda!

A porta explodiu e vários pedaços voaram, um por pouco não acertando a garota no olho. Ignorando isso, ela passou pela porta agora em ruínas, e descobriu-se em um aposento não muito grande. Como na escada, ali não havia janelas ou quadros, e estava bem escuro. Forçando um pouco a vista, conseguiu distinguir uma estante, com vários frascos e garrafas estranhos; e algo parecido com uma mesa de pedra trabalhada, com desenhos de cobras prateadas, e em seu centro um tipo de tabuleiro prateado com alguns objetos pequenos sobre ele, os quais ela não reconheceu.

- Acho que a mansão esconde mais segredos do que todos imaginam... – sussurrou para si mesma, os olhos cinzentos brilhando novamente. Girando os calcanhares, desceu correndo a escada circular e fez todo o caminho de volta, até chegar a porta de outro quarto. Bateu três vezes, e então entrou.

A chuva forte fazia um barulho irritante na janela. O barulho insistente parecia distrair a jovem, que estava tentando se concentrar para escrever algo, sentada na escrivaninha de seu quarto. Ela estava vestida com uma blusa e uma calça pretas, o cabelo longo e preto estava preso, porem a franja estava solta e alguns fios caíam sobre o rosto da garota. Os olhos, geralmente bem escuros estavam hoje num tom mais cinzento, talvez pelo fato do clima estar tão estranho. A pena riscava rapidamente o pergaminho, e depois de alguns minutos, quando ela pareceu realmente se irritar; lançou um feitiço na janela, e o barulho da chuva logo foi silenciado. Quando voltou a se concentrar e escrever, alguém bateu na porta, que logo foi aberta revelando uma menina mais jovem, a capa suja e um pequeno corto perto da sobrancelha.

- Lauren! Você precisa ver isso! – foi o que disse a menina, logo puxando a mais velha pela mão.

Deitada, em uma grande e luxuosa cama, uma terceira jovem da nossa história parecia dormir. Mas, pelo contrario, estava acordada e os pensamentos longe dali. Passou as mãos pelo cabelo negro, bagunçando-o pelo travesseiro. Então, de repente, ouviu batidas insistentes na porta, e correu para abri-la. Reconheceu logo suas duas irmãs, e sem tempo de mais nada a não ser reconhece-las de fato, foi puxada para fora do quarto por aquela que aparentava ser a mais nova.

As duas mais velhas foram praticamente arrastadas para o tal lugar, e só chegando lá foi que perceberam o porquê de tanta euforia da caçula. Essa, por sua vez, encostou-se na parede enquanto as mais velhas observavam a sala, com o tabuleiro no centro da mesa e todos os frascos e líquidos estranhos.

Elas observavam tudo atentamente, Lauren, a mais velha das três, estudava tudo receosa, enquanto a do meio parecia fascinada.

Tudo era muito estranho, parecia que alguém queria esconder muito bem tudo aquilo. Talvez fosse de sua mãe, talvez de seu pai, não dava pra distinguir, mas era notável que o local estava muito carregado com certo tipo de magia. Tão carregado que alguns objetos e frascos ali chegavam a ser perturbadores só de se olhar.

A irmã do meio parecia obcecada. Algo ali prendia a atenção da menina, era como se os frascos a chamassem, gritassem por seu nome. Chegou mais perto para olhá-los, a franja caia sobre seu delicado rosto. Passou as mãos sobre o tabuleiro e sentiu algo diferente, como se tudo que mais sonhava em ter estivesse em sua frente e sumisse quando ela tentava tocar. A menina sorriu fraco, olhando para as irmãs.

- Belo achado, Stephanie. – murmurou, os olhos completamente azuis brilhando estranhamente.

E nesse mesmo segundo, do outro lado da sala...

- Mas que diabos é isso aqui, hein? – disse Lauren, pensando alto. Andava em volta da mesa, observando as cobras douradas e o tabuleiro prateado. Virou-se para a caçula, e encarou-a curiosa. – Como você achou isso aqui, Stephanie!

Stephanie ainda estava encostada na parede com um leve sorriso no rosto, hora olhando as irmãs, hora olhando os objetos da sala. Os olhos acinzentados brilhavam fortemente passando de seu tom normal para um tom quase negro.

- Foi meio sem querer Lauren, mas acho que a mansão tem muito mais á esconder do que imaginávamos. - murmurou, desencostando-se da parede e passando a mão pela capa, tentando limpá-la um pouco e logo em seguia levando a mão até a sobrancelha, da onde saia um pouco de sangue. Massageou durante alguns segundo o local e em seguida caminhou até a irmã do meio, levando ás mãos aos bolsos e observando o tabuleiro. – É melhor tomarmos cuidado... Não sabemos exatamente o que pode ser isso. – Havia notado como a irmã pareceu vidrada nos frascos. Não demonstrava muito mais também havia sentindo-se "atraída" por eles. – Alguma de vocês tem idéia do que possa ser? – Perguntou olhando de uma para outra.

Ao ouvir as palavras de Stephanie, Lauren ergueu uma sobrancelha... Contando com as "adoráveis" inclinações de seus pais logo de cara julgava-se que aquilo era pura magia negra.

- Violet, não toque... Nós não sabemos o que é. – disse olhando para a irmã do meio, que logo tirou as mãos do tabuleiro retribuindo o olhar sério. Logo Lauren voltou a olhar Stephanie.

- Hey Ste, você está sangrando... – Foi até a irmã e olhou para sua sobrancelha, logo passando a mão por cima. – Deveria tomar mais cuidado, pequena... –Tocou com a varinha sobre o ferimento e ele se fechou por completo.

- Obrigada Lauren. Devo ter cortado quando explodi a porta. – sorri marotamente – Ela não queria abrir... – Stephanie foi se afastando da mesa central, indo em direção a alguns dos frascos ali.

Lauren deu mais uma olhada pela sala, agora sua varinha estava erguida e um pequeno filete de luz iluminava fracamente os lugares que seu olhar percorria. Os frascos pareciam clamar para serem abertos...

- Eu não faço idéia do que seja, e não sei se quero saber... – disse Lauren, ainda apreensiva.

Violet parecia cada vez mais encantada, fascinada com cada frasco e liquido daquela sala. Aquela magia a contagiava, dava uma sensação estranha, boa e ruim... Ela estava perdida em pensamentos, olhando de um lugar para outro como se aquilo ali fosse seu maior sonho de consumo. Depois de algum tempo, forçou-se a olhar para as irmãs, e encarou-as por uns segundos.

Stephanie, por sua vez, parecia vidrada em um dos frascos que havia ali. O liquido parecia ser pegajoso, e possuía as cores prata, dourado e negro, exatamente as cores do tabuleiro.

- Queria saber como descobre esses lugares, Stephanie... – Violet exibia um sorriso amigável, lembrando o sorriso de sua mãe. – Você tem o dom, querida...

- São as mesmas cores do tabuleiro. – Murmurou a caçula, pegando o vidro na mão e balançando-o; porém as três cores não se misturaram. – Podíamos tentar despejar ai... – Apontou com a cabeça a mesa central e logo em seguida aproximou-se da mesa. – Eu achei meio sem... – parou de falar ao ouvir a palavra "querida", Violet falara em um tom idêntico ao de Bellatrix. – querer... – Completou abaixando a cabeça e fechando os olhos, pensando na reação de sua mãe se soubesse da descoberta da tal sala.

Lauren pareceu preocupada ao ver a irmã caçula com o tal frasco na mão. – Acham que é seguro despejar isso aí...? Quer dizer, pode acontecer algo, e eu não quero nem ver se nos descobrirem aqui... – Ela nem queria pensar se Bellatrix as descobrisse ali. Para ser algo tão escondido provavelmente estava ligado ao Lord e era secreto, e isso não era nada bom. Olhou para as paredes logo vendo alguns archotes ali. Acenou com a varinha e todos se acenderam provocando uma intensa luz dourada pela sala. Com a mudança de iluminação sentiu a vista doer um pouco, fechou e abriu os olhos continuamente até se acostumar, podendo então olhar melhor ao redor. – Bem melhor assim... – Percorria os olhos minuciosamente ali, tentando descobrir alguma informação que lhes dissessem o que era tudo aquilo.

Com a luz tudo parecia mais assustador, os vidros e líquidos tinham um brilho intenso, como se quisessem hipnotiza-las.

Stephanie tampou os olhos com ambas as mãos de dedos finos e longos e murmurou algo incompreensível. Aos poucos sentiu que seus olhos já haviam se acostumado e retirou as mãos da frente deles, piscando diversas vezes.

Violet não resistiu e tocou novamente o tabuleiro, recebendo um severo olhar de Lauren. Ela achava tudo aquilo simplesmente fascinante. Os frascos, a atmosfera e claro, o tabuleiro tão desejado pela garota.

- Só saberemos o que tudo isso significa... Depois de vermos.

- Violet... – murmurou Stephanie, Lauren tentando segurar o braço da irmã, mas era tarde demais.


N/A: Ok, antes tarde do que mais tarde ainda, certo?

Então, capítulo novo aew. xD
E a Violet começa a mostrar o porquê do apelido de menina Im/In... Isso eu explico depois.

Créditos, bem.

Violet: By Juh
Stephanie: By Leuh
E a Bella, no capítulo anterior, é a Suh quem faz nos nossos jogos. :)

Enfim.
Logo eu atualizo de novo. /o/

Tem taaaaaaaaaanto jogo pra passar pra fic que eu vou ficar toda a eternidade escrevendo. Mas vale a pena. xD

Fui. o/