DÉCIMO PRIMEIRO CAPÍTULO
Jack deitou-se ao lado de Kate, ofegando. Os olhares dos dois se encontraram novamente, e ficaram por muito tempo apenas observando um ao outro, calados, um ar de satisfacao e amor impossivel de esconder. Kate sorriu, aproximando-se e o beijando, com carinho, enquanto ele acariava lentamente seus cabelos. De repente, Jack parou e fez mencao de dizer algo, mas desistiu. Sentia seu coracao batendo diversas vezes por segundo. Ia falar ou não? Ela o olhou, esperando, seria.
- Eu te amo. – disse, enfim, e sentiu que aquelas tres palavrinhas deveriam ter sido ditas já há muito tempo. Kate era a única mulher que o fizera sentir daquele jeito... quando a vira machucada, ele havia esquecido, por um momento, de toda a racionalidade e frieza medica, havia esquecido de tudo porque estava desesperado, e estava desesperado porque, de alguma forma, sabia que não seria capaz de viver sem ela. Perto de Kate, Jack ficava de repente feliz, toda a loucura daquela ilha parecia esvair-se em um segundo, tudo parecia bem menos complicado, todas as coisas de repente se resolviam. Se aquilo não era amor, o que seria?
Kate sorriu. Não podia acreditar naquilo. Ela contara tudo, tudo sobre Wayne, sobre Tom, sobre o que fizera... antes, quando imaginava o dia em Jack iria ficar sabendo do seu passado, sentia uma dor no peito, pensando que ele com certeza nunca mais a olharia da mesma forma, nunca mais a trataria do mesmo jeito. Mas não acontecera nada daquilo. Ele simplesmente a beijara, a tomara em seus bracos sem nenhuma repulsa, sem nenhum medo ou hesitacao. Era verdade entao.
- Eu tambem te amo. Muito.
Jack beijou-a, a mao deslizando delicadamente pelo rosto dela. Kate entao descansou a cabeca em seu peito, enquanto duvidava de que pudesse ter se sentido mais feliz em toda a sua vida do que naquele momento. Coincidentemente ou não, os pensamentos dele não eram muito diferentes.
- Kate...
- Sim?
- Voce confia em mim? – ela levantou a cabeca, para olha-lo, não entendendo o porque da pergunta.
- Claro que sim, mas...
- Entao voce acredita quando eu digo que nunca, nunca mais, vou deixar que alguem te faca algum mal? – Kate sorriu.
- Acredito. Mas so se voce prometer que nos faremos isso sempre que for o nosso turno aqui na escotilha.
- Isso o que? – perguntou ele, divertindo-se, mesmo já sabendo a resposta.
- Isso, oras. – respondeu, apontando o chuveiro. Jack riu.
- Ok, eu prometo. E voce, promete o que?
Kate ficou pensativa por alguns instantes.
- Eu prometo que não vou mais fugir.
- Não tem porque voce prometer isso.
- Não? Por que?
- Porque...se voce fugir... – comecou ele, beijando o rosto todo dela, da testa ate a ponta do queixo. – Eu vou atras te buscar. – Os dois sorriram.
