Antigas Promessas.

Cap. 3: Nova vida, nova rotina, novas descobertas

Disclaimer: "InuYasha" não me pertence, e esta fanfic foi feita apenas por lazer e diversão, sem intenções lucrativas.


-Senhorita Rin? – Alguém a chamava, acordando-a de seu sono. – Senhorita Rin, acorde.

-O que foi, Miroku-sama? – Respondeu ainda de olhos fechados, sonolenta.

-A senhorita precisa acordar agora. A sacerdotisa Kikyou deseja ver-te.

-Quem? Por quê? – Rin se aninhou novamente no futon sem vontade alguma de levantar. Miroku sorriu e se levantou.

-A sacerdotisa Kikyou. Porque é importante que a senhorita passe por sua aprovação, é a regra do castelo. – Abriu as cortinas da janela mais próxima, o que fez Rin abrir os olhos e resmungar.

-Mas eu não quero! Fecha essa janela, por favor! – choramingava. – Miroku-sama, eu tenho mesmo que ir?

-Sim, Rin-chan. Regras são regras. E como a senhorita já está praticamente curada não tem desculpas para não cumpri-las.

-Curada? Tem certeza? Acho que 'tá doendo aqui... – Acariciou o topo da cabeça, tentando ao máximo convencer o monge, que apenas riu.

-Não está não. Agora vamos, levante-se. – Puxou-a com cuidado para fora do futon.

-'Tá, já vou... – Levantou-se devagar e com preguiça. Miroku não pôde deixar de rir, ela parecia uma criancinha manhosa. Era incrível como, mesmo a conhecendo há poucos dias, sentia que a amizade iria durar um bom tempo. Fazia tempo que não se sentia assim, gostava disso. Gostava muito de Rin.

-Bom, vou sair e deixar-te aprontar-se. Volto em dez minutos, é melhor que esteja pronta, Rin-chan.

-Hai. – Ela sorriu e ele saiu do quarto.

Lavou o rosto e as mãos com a água que o monge curandeiro havia deixado. Começou a retirar a yukata que a vestia, deixando-a cair no chão. Estava com tanto sono que não percebeu quando um pequeno pedaço de papel caiu próximo aos seus pés.

Logo, já se vestia com o kimono que Miroku havia deixado. Era estranho, branco e vermelho. Parecia roupa de miko. Ela iria passar por uma aprovação de miko? Como assim? "Oh! Pelos deuses! Eu nem energia espiritual tenho direito!"

Dobrou suas roupas e as deixou em cima de um papel, que passou despercebido mais uma vez. Segurou sua preocupação e terminou de se vestir. Já terminava de arrumar os cabelos quando a porta do quarto se abriu e o monge Miroku adentrou o local.

-Já está pronta, senhorita?

-Hai, Miroku-kun. – Disse distanciando-se do espelho. Miroku saiu e chamou alguém para vê-la. Provavelmente, a tal sacerdotisa. E depois saiu do quarto.

Rin não precisou esperar muito para ver a misteriosa miko aparecer. Tomou um susto quando viu seu rosto. Era calmo e sem sentimentos, mas incrivelmente familiar. "Mas... é a Kagome!"

-Ohayou – A miko curvou-se educadamente.

-Ohayou gozaimasu – Rin fez o mesmo.

-Eu sou a sacerdotisa Kikyou... –Ela começou, sem sorrir nem se mexer.

-Muito prazer, eu...

-Você irá passar por um pequeno teste em minhas mãos. – Ela a cortou. – Por favor, queira me acompanhar.

-H-hai! – Rin correu até a moça. Ela era tão estranha... E logo de cara já não gostara dela, muito rude e fria! Fez uma careta sem que ela visse.

Passaram por um corredor, onde pôde ver outros quartos parecidos com o dela, mas com pessoas diferentes. De uma das portas avistou Miroku, que sorriu para a garota e a desejou boa sorte em silencio. Ela agradeceu e continuou seu caminho, sempre seguindo a miko.

Passaram por vários corredores, todos muito parecidos e muito chiques, mas cada um com o seu ar e sua decoração, fazendo-os ficarem muito diferentes.

De repente chegaram a um grande jardim. Bem decorado, com lindas flores. Rin sorriu ao vê-las, mas logo seu sorriso se foi ao ver uma ser atingida por uma flecha. Olhou curiosa para o ponto de origem da arma e viu uma garota não muito mais velha que ela com um arco na mão.

Logo depois, viu várias garotas, de diferentes idades e aparências, todas treinando uma arma diferente.

Avistou alguém que parecia ser Kagome e acenou para a garota. Mas, por esta estar ocupada, não pôde ver a irmã. Rin decepcionou-se por um momento, mas continuou o seu caminho.

Até que pararam em uma porta pequena. Kikyou a abriu e entrou no local, acenando para que Rin fizesse o mesmo. E ela fez.

Viu que a sala não era muito grande e, dentro dela, só havia uma pequena mesa no centro com algumas armas majestosamente enfeitadas - tais como arco e flecha dourados, espadas personalizadas com kanjis que Rin acreditava significarem "Vitória", "Força", "Coragem" e outros mais.

Kikyou sentou-se na mesa e folheou alguns papeis. Depois, procurou uma folha em branco e, ao achá-la, escreveu alguma coisa.

-Me responda apenas o essencial. – Ela dizia sem olhar para Rin. – Seu nome inteiro?

-Higurashi Rin! – Ela anotou no papel.

-De onde vem?

-De um vilarejo... – Rin fez uma careta. Isso não era óbvio?

-O chefe de lá? – Kikyou falava sem levantar os olhos.

-Chefe?

-Sim, o chefe. Um monge ou sacerdotisa que protegia o local.

-Ah... O monge Suuichi... Acho que ele... morreu...

-Eu disse que quero apenas o essencial, ou seja, respostas curtas e objetivas, Higurashi. – A mulher levantou a cabeça para olhar para a menina à sua frente. – É irmã daquela tal de Kagome, não é?

-Hai.

-Hum... por isso é assim... – Ela abaixou os olhos e escreveu mais alguma coisa no papel. Rin mostrou a língua para Kikyou, sem que ela visse. Assim como? Só porque ela e Kagome eram parecidas no caráter? Kikyou também parecia muito com Kagome, e suas personalidades eram completamente diferentes.

-Muito bem... – A sacerdotisa levantou e passou por Rin, abrindo a porta atrás dela. – Venha comigo.

-Tudo bem...

-Diga "Hai"! E sempre que falar comigo, diga "mestra" ou "sacerdotisa Kikyou". Entendeu?

-H-hai, mestra Kikyou... – Definitivamente opostas em caráter. Kikyou pôs-se a andar por uma direção e Rin a seguiu. Começou a olhar mais detalhadamente para a sacerdotisa. Ela e Kagome eram realmente muito parecidas! Por quê? Será que eram irmãs gêmeas? Será que sua mãe e seu pai a tinham abandonado e ficaram com Kagome? Caso essa teoria fosse verdadeira, Kikyou era... sua irmã também? "Eca! Não, Rin, isso não é verdade! Pare de pensar essas coisas tolas!" Reprovou-se mentalmente.

Não demorou muito e as duas chegaram em uma clareira entre os jardins. Lá havia muitos instrumentos de batalha, tais como foice, espadas de todos os tipos, arcos e flechas, escudos, punhais, bestas...

Kikyou pegou um arco e algumas flechas e os entregou a Rin.

-Está vendo aquele alvo ali? – Ela apontou para um grande alvo localizado a alguns metros de distância. – Quero que atire uma flecha bem no meio.

-Quê? Mas eu... nunca... – Rin olhou apreensiva para o arco e depois para o alvo. Ela nunca havia sequer tocado em um arco e flecha antes, como iria acertar o alvo?

-A não ser que não agüente a pressão e queira voltar chorando para sua mamãe... como sua irmã... – A voz da sacerdotisa era de deboche, mas sua expressão continuava a mesma: Vazia e indecifrável.

-Não! E-eu irei tentar... – Falou apreensiva. Atirar pela primeira vez, como se estivesse em prova, ainda com uma mestra estranha e debochada não era uma situação muito confortável.

Mesmo assim, Rin pegou uma flecha das mãos de Kikyou e se preparava para atirar, quando a mestra a repreendeu por estar com a postura errada e não segurar o arco corretamente. O que ela quer? Eu nunca fiz isso! Rin pensava enquanto a sacerdotisa arrumava sua posição.

-Atire! – Ela ordenou. Rin obedeceu. A flecha acertou a segunda listra de cores. Isso até que era bom para a primeira vez.

-Até que não foi mal... – A menina sorriu confiante – Para uma desleixada. – O sorriso morreu. Já deveria saber, só mesmo um milagre para fazer essa mulher contente – Tente outra vez. – Ela ordenou. E Rin obedeceu. A flecha acertou a terceira listra de cores. Pior que a primeira vez... Rin fez uma careta. Agora sim que a mestra não ficaria contente.

Kikyou mandou-a atirar repetidas vezes por um bom tempo, enquanto anotava tudo no mesmo papel que pegara antes especialmente para preencher os dados da aprendiz. E Rin sempre obedecia sem reclamar muito, apenas algumas caretas de desanimação. O máximo que a garota conseguira acertar fora a divisão entre a segunda e a primeira listra. Até que era razoável, muito melhor que muitas outras garotas que Kikyou já tivera a infelicidade de treinar.

-Já chega. – Ordenou. Rin obedeceu prontamente, entregando à sacerdotisa o arco. Kikyou o guardou, junto das flechas, e encaminhou a aprendiz até um tronco isolado, não muito longe de onde estavam antes.

-Agora você irá treinar a sua pontaria e velocidade. – Pegou uma corrente com uma foice na ponta e a entregou à menina. Rin arregalou os olhos com a visão da arma à sua frente. Já a conhecia, já vira Kohaku treinando com uma igual diversas vezes, mas jamais pensara que se encostaria a uma com o intuito de atacar.

"Kohaku..." Lembrou-se do amigo que, provavelmente, ainda estaria repousando pelos ferimentos. Depois de tantos dias, Rin ainda não tivera como vê-lo, ele estava muito machucado e Miroku não a deixava levantar por muito tempo. Tudo o que conseguia saber dele eram algumas informações passadas por Kagome, que não se ferira muito, por causa de InuYasha.

Lembrou-se também de um precioso papel, que a fazia lembrar de Kohaku. Onde estaria? Deveria procurar urgentemente, era muito precioso para deixa-lo perdido em um lugar que nem conhecia direito.

-O que está esperando? Ataque! – Acordou de seus pensamentos com a voz da mestra. Sem prestar muita atenção, fez o que lhe foi mandado. Errou, logicamente, mas nem se importou muito. Tinha outras coisas em mente. Precisava visitar Kohaku o mais rápido possível, achar o papel que lhe foi dado pelo mesmo e fazer uma oferenda aos deuses por sua vida. Essas eram as prioridades. E, claro, tudo isso enquanto procurava pelo seu amado.

-Chega! Você está muito sonhadora para meu gosto, Higurashi. É melhor acordar, ou perderei a paciência. – Que paciência?, Rin pensava sarcasticamente enquanto ouvia a advertência dada por Kikyou.

A sacerdotisa se afastou da garota por um momento; pegou uma espada de madeira e entregou à inexperiente menina, que o olhou com surpresa e um certo receio.

-Ataque o tronco. – A menina confirmou com a cabeça e obedeceu a ordem sem pestanejar. Apesar de desajeitada, disciplinada ela era. Melhor para Kikyou, que não estava com muita paciência para garotinhas atrapalhadas e bagunceiras.

Rin tentou causar um grande estrago em seu 'adversário', o tronco. Mas tudo o que conseguiu foi uma ação completamente desordenada e um olhar de desaprovação de Kikyou. Bufou com isso, por mais que tentasse continuava desajeitada.

Kikyou se aproximou da aprendiz e lhe segurou os braços, juntamente com a espada de madeira. Mostrou como atacar o adversário lentamente, para que a menina acompanhasse e entendesse. Rin acenou com a cabeça, confirmando que havia entendido e atacou o tronco do jeito que fora ensinada, com mais confiança.

Dessa vez, os pulsos não doeram tanto e sentiu mais força em suas mãos. Sorriu consigo mesma, já estava começando a progredir. Seguindo as ordens da superior, atacou várias e várias vezes o tronco em sua frente, cada vez com um pouco mais de habilidade e sustentação

E Kikyou nada dizia a não ser o necessário, nada fazia a não ser anotar no papel o que achava essencial, e nada a fazia mudar aexpressão sempre vazia e indecifrável.

O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o

Fim da tarde. O sol já se punha indicando, também, o início da noite. E em um enorme castelo das Terras do Oeste, mais precisamente em um de seus belos jardins, duas moças ainda se mantinham de pé. Uma "lutava" com um toco de uma árvore; e a outra a supervisionava.

-Coloque mais força em seu punho, menina!

-Hai! – Rin obedeceu e atacou o seu "adversário" com mais força do que podia, o que resultou em dois punhos mais machucados.

Kikyou observou a garota gemer e segurar os braços próximos ao corpo, na tentativa de conter a dor.

-Hum... "Baixa resistência à dor.", ela pensava enquanto anotava na mesma folha que continha os dados da menina.

Depois se levantou e andou até ela. Segurou os braços da frágil criatura e certificou-se de que não era nada demais. "Menina fraca"

-Vamos – ela disse –, você precisa treinar mais. Faltam-lhe agilidade, disciplina e resistência. Agora você vai...

-Sssssenhorita Kikyou! – Gritou alguém um pouco longe. Kikyou irritou-se um pouco, mas conseguiu disfarçar. – Sssssenhorita Kikyou! – A voz se aproximava rapidamente.

Um homenzinho baixinho, verde e com olhos esbugalhados, carregando uma espécie de báculo com duas cabeças se aproximou das duas moças. Rin de início se assustou com a criatura estranha que se aproximava, mas logo foi tomada pela curiosidade... Ele era verde?

-O que foi, Jaken?

-Ssssssenhorita Kikyou – Ele começou após recuperar o oxigênio. -, o grande lorde dassss Terrasss do Oessste deseja ver-te. – A curiosidade de Rin aumentou. Ele era verde, tinha aparência esquisita e ainda falava estranho... Era ele um youkai?

-Hai. Diga a ele que irei imediatamente. – Kikyou se virou para sair, mas o 'homenzinho verde' a interrogou:

-E quem é esssssssa aí? – Apontou para Rin, que se encolheu diante o enorme olhar acusador dele.

-Esta? É uma novata, seu vilarejo foi atacado e começou hoje aqui. – Disse Kikyou indiferente.

-Hum...não lembro de tê-la vissssto falando com o poderosssso Rei...

-Isso é porque ela acabou de se curar. Não me ouviu falando que ela começou hoje, Jaken? – Kikyou parecia impaciente.

É impressão minha ou ela não gosta de ninguém?, pensou Rin.

-Entendo. – O homem chamado Jaken olhou para Rin com o mesmo olhar. – Então sssse arrume depresssssa para ver o Grande Inu no Taisssho! – Ele gritou.

-Ahn? – Rin se assustou com o tom de voz do estranho 'homenzinho verde' e tentou recorrer à Kikyou, mas esta já havia se distanciado.

-Vamosss, não demore! Não pode ver o Grande Rei ssssuada e maltrapilha como essstá! Já para o ssseu aposssento!

-Hai! – Ela respondeu e correu para o quarto que residia. Mas... Espera um pouco, ela nem sabia como chegar lá! Oh! Deus, e agora? O youkai chegava perto em um passo apressado, a xingando de todos os adjetivos que conhecia, e Rin sentiu medo do mesmo.

Então correu. Entrou em um arbusto para despistar o furioso homem verde. Sucesso! Ele passou reto, a xingando com mais vontade. Escutou algo como "Esses humanos..." e teve certeza: Ele era um youkai.

Será que todos os youkais são assim tão... feios e estranhos?, Pensou. Respirou fundo e saiu do arbusto. Agora ela deveria encontrar o caminho para seu quarto antes que Kikyou, o youkai verde de nome "Jaken" ou qualquer outra pessoa a visse ali, parada e perdida. Além de passar vergonha, seria punida. Já havia percebido que naquele lugar se levava tudo muito a serio.

Suspirou. O jeito era tentar. Andou por entre os belos arbustos do grande jardim, até que viu o brilho refletido da lua na água. Correu até lá e sorriu. Como havia imaginado, aquilo era um lago – e muito bonito, por sinal.

Mergulhou suas mãos ainda doloridas na água, então levou o líquido puro até o rosto. Bebeu e sorriu novamente. A água dali era muito gostosa.

Guiou seus olhos em volta do lago, quando viu alguém um pouco distante parado em frente o mesmo. Pelo kimono que usava, parecia um homem. Ele usava uma armadura um tanto quanto esquisita; Seus cabelos eram prateados como a luz da lua refletida no lago.

Rin sentiu seu coração bater mais forte. Onde já havia visto esse mesmo brilho, esse mesmo porte elegante, esses mesmos cabelos prateados e belos? Oh, Deus! É ele... é... Ele...!

Sentiu-se tremer, a boca ficou seca e faltou-lhe força para ir até o homem. Respirou fundo várias vezes até que seu coração se acalmasse e sua mente formulasse uma frase coerente.

Levantou-se lentamente e andou devagar até seu destino. Não tirava o olhar do homem, não conseguia. Quando estava quase chegando, percebeu-o olhar para sua direção. Um olhar ao mesmo tempo em que frio, era doce. Sorriu de leve para ele e sentiu-se tremer mais uma vez. Mas seus passos não paravam. Sua felicidade estava ali, a poucos metros de distância, não podia parar, não podia...

-Olá. – Escutou uma voz feminina, vinda de trás do homem. Então viu uma mulher aparecer na sua frente, sorrindo meigamente. Ela possuía cabelos lisos e compridos, vestia um kimono caríssimo e a luz da lua refletia seus belos olhos, tão belos como seu rosto e sua vestimenta. – Quem é você, criança? Está perdida?

Rin acenou afirmativamente com a cabeça, ainda tremendo.

-Entendo... – Ela sorriu mais. – Não se preocupe, irei te ajudar. – Ela se aproximou de Rin – Qual é seu nome, garotinha?

-R-rin... – Ela respondeu atônita.

-Imagino que és novata, correto?

Rin acenou afirmativamente com a cabeça novamente.

-E que quer encontrar seu quarto, o qual está sob a tutela do monge Miroku, acertei?

Rin só conseguia acenar com a cabeça. Primeiro, seu suposto amado aparecia sem mais nem menos para ela; E depois, essa mulher aparecia de repente... Ela possuía um ar muito meigo e gentil, mas algo nela fazia Rin paralisar... O que seria?

-Então vamos, eu conheço o caminho. – Ela segurou Rin pelos ombros e a encaminhou por uma trilha. – Eu já voltarei, querido. – Ela acenou para o homem, que continuava parado no mesmo lugar. Querido?, Rin pensou, Como assim?

Viu o homem de cabelos prateados caminhar na direção oposta às duas moças, enquanto a mulher gentil empurrava-a com delicadeza pela trilha. Sentiu uma ponta de amargura invadir-lhe o peito, mas continuou o caminho misterioso.

-Qual é o seu nome mesmo, garotinha? – A mulher perguntou educadamente.

Rin não se demorou e se curvou educadamente dizendo:

-Muito prazer, Higurashi Rin.

A bela moça sorriu e fez uma reverência. Continuou seu caminho, agora na frente de Rin, que a seguia sem barulho algum, apenas estranhando o fato da mulher não se apresentar. Era ela algum ser importante demais para se apresentar a Rin?

Deixou seus pensamentos de lado e, uma vez mais, Rin olhou para trás. Pôde ver o brilho que emanava daquele ser que, supostamente, era o dono de seu coração e seus pensamentos. Virou para frente, para ver se ainda acompanhava a mulher misteriosa. Quem era ela, afinal? Ela chamara seu noivo de "querido"? Como assim? Por acaso seu noivo já tinha uma outra noiva e... esquecera-se dela? Não! Rin balançou a cabeça tentando espantar aqueles pensamentos.

Olhou novamente para a moça e suspirou. Primeiramente, deveria informar-se da real situação, e só então que poderia fazer alguma coisa. Mas, acredite, mulher misteriosa, ele ainda será meu! Sorriu consigo mesma, os pensamentos positivos invadindo-lhe a mente.

-Estamos chegando. – A mulher à sua frente cortou-lhe o rumo de seus pensamentos – Prestou atenção no caminho, pequena Rin? Não quero que se perca novamente.

Rin quase parou ao ouvir essa pergunta. Enquanto refletia sobre mil maneiras de tirar o amado da mulher que a guiava, esquecera-se completamente de observar e decorar o caminho tomado. Oh, droga! Agora iria perder-se novamente!

-Hai. – Mentiu. Respirou fundo. Estava tudo bem, era só ficar calma e nunca se distanciar de conhecidos, como Miroku, a sacerdotisa Kikyou, etc...

-Então, chegamos. – Ela parou o passo e indicou a enorme casa à frente de ambas, ainda sorrindo. Rin ficou impressionada. Então era ali que ela estava repousando todo aquele tempo? Era de madeira, mas continha algo de diferente de uma casa de cura comum. Era mais... chique, mais cuidada, mais brilhante que o normal. Será que todo o castelo era assim?

Repentinamente Miroku apareceu e fez uma reverência à mulher ao lado de Rin. A misteriosa moça lhe explicou que a garota estava perdida, mas que ela lhe ajudara a encontrar o caminho.

-A senhora e sua infinita gentileza, Grande Mãe! – Ele falou curvando-se novamente e sorrindo como sempre. Foi aí que Rin notou. Será que todos naquele castelo possuíam aquele sorriso bobo?(Exceto Kikyou, é claro...)

-Devo me retirar agora. Com licença, Miroku-san, Rin-chan. – A mulher curvou-se delicadamente. Os outros dois fizeram o mesmo e Rin agradeceu. Observaram-na sumir por entre a alta grama do jardim.

-Vamos entrar agora, sim? – Miroku segurou Rin pelo ombro, que apenas aceitou, e a encaminhou para dentro da casa de cura.

-Não se preocupe, agora a senhorita está bem agora. – Ele sorria para ela. Rin sorriu também, se sentindo segura nas mãos do monge. Mas, lentamente, ele foi descendo a mão pelas costas da garota, até encostar em um local que não deveria nem mesmo chegar perto. Rin se assustou e, sem pensar nem hesitar, levou a mão ao rosto do rapaz com força e velocidade.

-Itai... – Ele gemeu. Ela ficou vermelha e pediu desculpas, parecia dolorido. – Tudo bem, Rin-chan – ele sorriu -, eu não deveria mesmo.

-Tudo bem, então...- Ela sorriu o mais meigamente possível, o que fez Miroku se encantar – Bom, devo me trocar. Ja ne, Miroku-sama.

-Ja ne, Rin-chan. –Ela entrou e ele acariciou o rosto, encantado pela inocência e meiguice da menina. Provavelmente iria se apaixonar por Rin... se, de repente, não tivesse se lembrado de uma certa exterminadora ainda ferida, clamando por seus cuidados – e com uma mão muito pesada, por sinal. Sorriu e foi até o quarto da mesma, já pensando em coisas um tanto quanto... impróprias para crianças.

Rin, assim que entrou em seu aposento, apressou-se em procurar o precioso papel que guardava desde que ganhara de seu melhor amigo, Kohaku. De repente lembrou-se que ainda não o visitara, nem Miroku nem Kagome permitiam que ela se levantasse do futon. E lembrou-se, também, que a oferenda que faria aos deuses como agradecimento à sua vida, ainda não fizera. Anotou mentalmente que faria ambos, assim que possível.

Achou o papel embaixo de suas roupas, já dobradas. Por sorte ela as dobrou antes de ir treinar e Miroku não se preocupou em arruma-las, não percebendo o precioso papel.

Abriu-o e deu uma outra olhada no desenho. Tinha algo muito parecido com o homem que encontrara momentos antes, e, ainda assim, tinha algo de diferente do rapaz que a salvara há sete anos atrás.

Estava apreciando o desenho quando escutou a voz de sua irmã, pedindo para entrar. Rin não se demorou e escondeu o papel em seu kimono.

-Pode entrar, Kagome-chan! – Ela disse, terminando de fechar a vestimenta, que já substituía a antiga, suja e suada.

Kagome entrou e abraçou a irmã.

-Rin-chan! Que bom que está bem, fiquei sabendo que você se perdeu hoje...

-Hai. Mas não é nada que você precise se preocupar, já estou aqui. – Rin sorriu.

-Mas e seu braço? Não está doendo? Também soube que treinou hoje pela primeira vez... – Kagome segurou os pulsos de Rin, que gemeu baixinho, pela dor.

-Está doendo, mas logo passa. Amanhã já vai ter melhorado, você vai ver! – Ela tentou parecer animada.

-Hum... tudo bem... Por que está se arrumando? Vai sair com alguém, é? – Kagome cutucou a garota, enquanto soltava uma risadinha maliciosa.

-Não, Kagome! – Rin corou – É que um homenzinho verde disse que eu tenho que me arrumar para ver um tal Rei...

-Ah, é mesmo! – Kagome bateu na própria testa. – Eu também tive que fazer isso. E esse "homenzinho verde" é o Jaken, um dos maiores ajudantes do rei e dos príncipes, sabia?

-É? – Rin esbugalhou os olhos. Como um rei poderia confiar em uma criatura verde, estressada, atrapalhada e que falava esquisito como aquelas?

-É. E tome cuidado com ele, ele não gosta de humanos. – Kagome colocou as mãos na frente da boca, como se isso fosse um segredo. – Mas onde ele pode estar? Quando eu tive que ver o rei, ele não saiu de perto de mim... – Rin gelou ao se lembrar que havia corrido para despistar Jaken, tudo porque sentiu medo dele... Mas... Por que mesmo havia sentido medo? "Que menina tola eu sou! Senti medo de um youkai que não passa da minha cintura?"

Kagome ficou mais alguns minutos com a parente, conversando sobre futilidades de adolescentes. Rin já terminava de arrumar os cabelos, quando escutaram o barulho de passos desengonçados e alguém entrar no quarto com pressa.

-Vocccê menina! Finalmente te achei! – Era o youkai de fala engraçada, Jaken. – Vamosss logo, precccissamoss ir falar com o Grande Rei logo.

-Hai, Jaken-sama. – Rin virou-se para Kagome. – Já vou indo, maninha.

-Boa sorte. – Kagome sorriu e abraçou a irmã. – E não babe muito pelo rei, viu? Ele é lindo... – Kagome cochichou no ouvido da menor com o tom malicioso que sempre usava quando queria envergonhar a irmã, e que sempre funcionava.

Rin corou e saiu correndo atrás de Jaken. Kagome saberia de algo? Não, provavelmente não. Mas será que o rei era bonito mesmo? A única coisa que poderia fazer para descobrir era acompanhar Jaken e esperar alguns minutos, logo teria todas as respostas – ou quase todas, pelo menos – na palma de sua mão.

--Continua...


Ohayou minna-san! Tudo bem? Espero que sim!

Lamento ter demorado com esse capítulo, mas eu estava desanimada demais... u.u É muito triste... Mas agora eu já estou bem melhor !

O que acharam desse capítulo? Foi menos monótono e mais importante que o antigo, né? XD Hum... sinto que o reencontro está próximo... Hihihi! Só isso que posso dizer.

Vamos aos agradecimentos... Adoro agradecer !

Raissinha: Oii! É, eu também AMO esse casal! Ai, ai, o Sesshy... (olhar sonhador) Um dia um cara igualzinho ele vai casar comigo ò.ó Espere e verá! XD Acho que deixei você esperando, né? Sorry... vou tentar - Veja bem, eu disse TENTAR -atualizar mais rápido. Para não ficar na espera, vai no meu profile e leia "Time After Time"! Dá pra passar o tempo XD (Propaganda rox!) Kissus!

Srta. Kinomoto: Interessado, ele? Hum... é, pensando bem, ele ficou um pouco... Bem, terá um triângulo amoroso, mas eu não posso dizer qual é... Hihihi Leia os próximos capítulos e verá! Bjinhus...

Palas Lis: Olá! Estou bem e vc? Serio que vc gostou mesmo? Jura? Ahhhh (tendo um ataque) Brigada! É, o Sesshy tah bem fofo no prólogo, mas ele vai mudar...ah se vai! Eu gosto mais do meu noivo(cof, cof...)frio e calculista tbm, mas eu queria que a Rin tivesse um motivo pra se apaixonar, entende? Eu não conseguiria me apaixonar sem nem ter conversado com o cara direito Sesshy-kun teve que conversar muito comigo pra eu me apaixonar de vez u.u XD Confusão... vc diz... comédia? Sorry, Pyoko-chan não é muito boa em comédia... :( Mas eles irão se encontrar em breve! Obrigada pelo seu comment, foi uma honra! Bjossss...

Dani: Olá! Bom, eu tenho msn sim, mas já faz muito tempo que não entro. Irei adicioná-la de qualquer jeito. Quem sabe, um dia nós nos encontremos on line, né? Obrigada pela review! Bjus.

Só isso, pessoal. Se considerarem esse capítulo digno de uma review, clique aqui embaixo em "Submit Review". Tal gesto fará esta humilde escritora imensamente feliz!

Big kisses:D