Antigas promessas
Cap. 4: O Reencontro
Disclaimer: "InuYasha" e seus personagens não me pertencem, e sim, a Rumiko Takahashi. Obrigada e boa leitura!
Caminhavam por entre corredores grandiosos, brilhantes e incrivelmente chiques. Desta vez, Rin prestava o máximo de atenção possível, tentando registrar desde majestosas paredes devidamente enfeitadas até os simples vasos de plantas encostadas nas mesmas.
Por entre os corredores, via portas e mais portas. Algumas abertas e outras fechadas. Algumas mostravam grandiosos salões – provavelmente festivos – e outras apenas quartos simples e aconchegantes – provavelmente de subordinados do Grande Rei.
-Jaken-sama, já está chegando? – Ela perguntou. Além de se sentir ansiosa, seus pés e braços doíam, seus olhos teimavam em fechar-se e seu corpo implorava por algumas horas de sono.
-Ora, tenha paccciêncccia! Não esssstá longe. – Jaken parecia mal-humorado. Rin pôde ouvir algo como "Essas humanas" murmurado num tom não muito amigável.
Encolheu os ombros. Ela tinha feito apenas uma pergunta, o que tinha de ruim nisso? "Mais um mal-humorado para eu agüentar...", pensou um pouco desanimada.
Finalmente Jaken parou de andar e murmurou um "chegamos!".
Rin viu uma enorme porta, bem trabalhada, detalhada e enfeitada. Sem dúvidas,digna de um rei!
Jaken não se demorou e abriu a enorme porta devagar e com cuidado.
-Aja com respeito, ouviu, humana? – Ele destacou a palavra "humana" com nojo, o que fez Rin se irritar. Daria um soco no youkaizinho nojento se não tivesse que se portar educadamente. "Mas depois ele terá o que merece!"
Entrou devagar no enorme salão. Por dentro, pôde ver que a enorme porta era apenas uma breve "apresentação" de como era chique o salão.
Olhou em volta a procura de alguma pessoa, conhecida ou não. Talvez InuYasha estivesse lá, afinal, ele era o príncipe, não era? Sim, ele estava conversando com aquela mesma mulher que a ajudara alguns momentos antes, quando se perdera no imenso jardim do castelo. Seus olhos pairaram sobre a figura bela e já conhecida, que sorria para ela com um olhar sereno. "É a moça do lago! Ela é... uma...Rainha?"
Mas Rin não pôde deixar de perceber uma figura brilhante e misteriosa, sentada de lado perto do trono, olhando para a janela, apreciando a lua. Encarou-o por alguns segundos, mas logo Jaken a puxou e disse:
-Grande Rainha – Jaken se curvou para a mulher, fazendo o mesmo com Rin – Trago a vossa alteza a mais nova habitante do Castelo... – Empurrou Rin um pouco mais para frente, como se para destaca-la. – Higurashi Rin.
-Hai, Jaken. Pode se retirar agora. – A Rainha levantou a mão calmamente, sinalizando para o pequeno youkai se retirar. Este obedeceu à ordem prontamente.
Ficaram em silêncio por alguns momentos. Rin não ousava se mexer e nem olhar para cima, ela estava na frente de uma rainha de respeito! Deveria agir o mais disciplinadamente possível.
Ouviu alguns passos perto do trono onde a rainha repousava. Logo percebeu uma luz invadir o ambiente, dando a Rin um sentimento de conforto e esperança. Seus olhos encheram-se de lágrimas ao perceber de quem vinha a intensa luz.
-Ora, o que temos aqui... – Escutou a voz, serena e grossa, falando calmamente. – A mais nova habitante do meu castelo. Levante-se, menina, deixe-me ver seu rosto.
Rin fez o que lhe foi mandado lentamente. Seus olhos ainda marejados e um pequeno sorriso no rosto. Quando olhou para cima viu o autor da última frase proferida naquele salão ali, à sua frente, olhando para ela.
-Mas não é aquela menininha que estava perdida? – O Grande Rei olhou para a Rainha, que agora se levantava.
-Sim, meu querido. Esta é Higurashi Rin. – Ela, ainda sorrindo, abraçou-se ao marido, que correspondeu ao gesto de carinho.
-Ah, sim... Muito prazer – ele fez uma pequena reverência, apenas por educação – sou Inutaisho, Grande Senhor deste castelo! – Ele disse estufando o peito, orgulhoso de seu título.
"Inutaisho? O nome não era Sesshoumaru?" Rin pensou com uma pontada de decepção em seu coração.
A Rainha soltou uma graciosa risada perante a atitude do marido.
-E está é minha esposa, a Senhora das Terras do Oeste – Ele abraçou a mulher pela cintura - , Rainha Izayoi! – Mais uma vez, ele enchia o peito para proferir as palavras.
Rin curvou-se para a Rainha, que apenas sorriu e fez uma leve reverência.
Alguns momentos se passaram em silêncio. Rin olhou de soslaio para o Rei, que agora lia um pedaço de papel com atenção. Concentrou-se em observar as feições e os detalhes do belo soberano. A mesma luz que emanava de seu amado emanava do homem à sua frente. Aqueles cabelos longos, prateados, brilhantes; aqueles olhos dourados tão penetrantes; aquela postura de respeito e intimidação; aquele leve sorriso amável e gentil.
"Tão parecidos..." Sentiu algumas lágrimas preencherem seus olhos. Não sabia ao certo por que estava chorando, se era de tristeza ou alegria, ou talvez decepção por não encontrar seu amado. Mas segurou-as como pôde, não queria chorar ali, de repente, na frente do poderoso casal das Terras do Oeste.
Também olhou para InuYasha, que se mantinha parado em sua poltrona, apenas observando a atitude do pai. E seus olhos já se viravam para olhar aquela figura misteriosa e quieta, mas foi interrompida pela voz de Inutaisho.
-Bem... – Inutaisho começou, tirando Rin de seus pensamentos – Vejo que acabou de sair da ala de recuperação, não é?
Rin afirmou com a cabeça.
O rei ia perguntar mais alguma coisa, quando seu filho InuYasha aproximou-se dos pais e murmurou alguma coisa, corando enquanto falava.
-É irmã daquela menina, Kagome Higurashi?
-Sim, meu senhor. – O casal trocou olhares significativos perante a resposta. Olharam para InuYasha, que corou mais ainda ao perceber os pensamentos dos parentes, mas nada fez a respeito. Então Inutaisho se pronunciou:
-Muito bem. De agora em diante, você e sua irmã, que já estão curadas, irão viver aqui em um dos aposentos reais. – Ele sorriu quando viu a expressão de confusão estampada no rosto da menina. – Isto é, se não se importarem, claro.
-Ahn... Claro que não, majestade... – Rin olhava perplexa para o Rei a sua frente. Por que, sem mais nem menos, ele daria um aposento real para duas jovens garotas? Ele era louco? Ou melhor, todos no castelo eram um pouco anormais?
-Ótimo. Presumo que queira dormir, não é mesmo, Rin? – Ela afirmou com a cabeça novamente. – Então chame a sua irmã e a traga aqui. Sabe o caminho?
-Sim, meu senhor.
-Então corra e a traga para cá o quanto antes. Seus quartos já devem estar prontos até lá.
-Hai. – Rin fez uma exagerada reverência e se retirou devagar do enorme salão. A surpresa ainda evidente em sua face. "Pensando melhor, num castelo onde youkais e humanos vivem juntos, o mais apropriado era ninguém ser normal..." , Rin pensou, tentando controlar o sorriso que se apossou de sua face.
Sim, pois desde que chegara ali, não vira uma só pessoa completamente normal. Primeiro, foi o monge pervertido. Depois, a sacerdotisa chata, sem sentimentos e provavelmente gêmea da Kagome. Depois aquele youkaizinho mal-humorado e verde. E aquele hanyou estressado e complicado que dizia ser príncipe. Pelo menos príncipe ele era.
Alguns minutos de caminhada e já reconhecia o corredor que ela e Jaken passaram antes. Ele daria para a ala de recuperação, onde ela estava todo esse tempo.
Entrou correndo na enorme casa, procurando por Kagome. Achou-a no quarto onde os irmãos exterminadores descansavam.
-Oi, Rin! Como foi com o Rei?
-Ele é bonito?- Sango se pronunciou – Kagome me disse que era.
-Sim, ele é bonito... Mas Kagome-chan, o Rei disse que queria eu e você lá.
-Para o quê? – Kagome piscou confusa.
-Ele nos dará aposentos reais. – A irmã mais nova sorriu. Sabia que Kagome ficaria feliz com isso.
-O quê! Sério? Ah, eutenho quepegar as minhas coisas! – Ela saiu correndo do quarto. – Eu pego as suas também, Rin-chan!
-Hai... – Ela olhou para Sango, que ria da atitude da melhor amiga e depois para o resto do quarto. Deparou-se com um corpo mais ou menos do tamanho do dela, estirado do outro lado do quarto, não muito longe de Sango.
-Kohaku... – Murmurou, seguindo até o corpo adormecido.
Agachou-se ao lado do menino, que parecia estar tendo um sono tranqüilo. Podia ouvir a voz de Sango falando alguma coisa a respeito do irmão, mas não deu atenção.
Tocou levemente a face do amigo, sentindo seus olhos encherem-se d'água.
-Kohaku-kun... – Acariciou-lhe os cabelos. – Ele ficará bem, não é, Sango?
-Sim, Rin-chan... Mas demorará alguns dias...
-Entendo... – Piscou e uma lágrima correu pelo seu rosto. Ao menos, ele ficaria bem.
-Rin... – Kagome entrou no quarto, mas parou ao ver Sango acenar para que ela se calasse e ao ver a cena entre Rin e Kohaku. Sorriu tristemente.
Rin lembrou-se do precioso papel que carregava consigo e retirou-o do bolso. Olhou para ele e para Kohaku, lembrando-se do dia que o ganhara como um presente.
.:Flashback:.
Lá estavam eles. Sentadosem umarocha, observando o sol se pôr. Ele deitado no colo dela, recebendo um gostoso carinho em troca. Comendo morangos, despreocupados com o que poderia acontecer em poucas horas. Por alguns minutos, Rin esquecera-se completamente de seu Príncipe Encantado. A vida já não importava mais. O tempo passava devagar e ela só aproveitava ao lado de seu melhor amigo. Sentia-se feliz, era incrível como Kohaku sempre conseguia tal proeza, não importava como.
Ficaram ali um bom tempo depois que o sol se pôs. Quem passasse àquela hora, diria que eram um casal de namorados, mas estaria enganado. Só queriam aproveitar os últimos raios de sol de um dia fatídico em ambas as vidas, mesmo inconscientes de que esse seria o ultimo pôr-do-sol visto ali, naquela rocha, naquele vilarejo.
Após a partida do deus Sol e a chegada da Noite, os minutos passaram incrivelmente rápidos. Logo, escutaram duas vozes muito conhecidas chamando-os mais ao longe.
Viraram-se e avistaram suas irmãs, provavelmente chamando-os para irem para casa. E com razão, já era noite. E o que mais queriam era evitar problemas com youkais durante a noite.
-Temos que ir, Rin-chan. – Kohaku se levantou e estendeu a mão para a menina, que se levantou também.
-Hai. – Ela disse sorrindo meigamente para ele.
Depois, virou-se e já ia saindo, quando o sentiu puxar-lhe o braço timidamente.
-Rin-chan... – Ele parecia um pouco vermelho.
-O que foi?
-É que... Bem... – Sua vermelhidão aumentava a cada segundo. Ela sorriu. Como amava aquela timidez do amigo. – Eu fiz uma coisa para você.
-Uma coisa? O quê?
-Olhe... – Ele retirou um pedaço de papel do gi e o entregou à menina, que o abriu rapidamente. – Espero que goste. – Ele sorriu ao ver os olhos da amiga brilharem.
Rin não poderia expressar sua felicidade naquele momento: Um desenho de seu amado! Os cabelos cuidadosamente desenhados tão longos quanto da ultima vez que o vira,o rosto com um leve sorriso carinhoso, uma meia-lua na testa e os olhos mais brilhantes que já vira,e o resto do corpo, com um kimono bem desenhado e detalhado, que se acentuava ao porte majestoso e ao belo corpo do youkai, digno de um Rei! O desenho era simplesmente... Perfeito!
Olhou para Kohaku com os olhos marejados. Não escutava o que ele lhe falava, apenas ignorou as irmãs que os olhavam curiosas e o abraçou.
-Domo arigatou, Kohaku-kun! – Abraçou-o mais forte.
-Não há de quê, Rin-chan. – Correspondeu ao abraço. – Mas agora temos que ir, Kagome e Sango já devem estar pensando besteiras da gente.
Ela riu e concordou. Guardou o precioso desenho em seu kimono e andou até sua irmã, sorrindo.
Despediram-se e cada dupla consangüínea foi para um lado. Kagome não se demorou a perguntar:
-Rin-chan! O que foi aquilo?
-Aquilo o que, Kagome-chan? – Ela fazia-se de desentendida.
-Aquilo! O abraço, a vermelhidão no rosto de vocês, o presente que ele te entregou...
-Ah... aquilo...
-É, aquilo! Conta-me vai! O que é?
-Ah, nada não...
-Como "nada não"? Aquilo tudo tem uma coisa sim, Rin! – Kagome perdia a paciência – Já sei! Ele se declarou para você, não é? Eu sabia! Eu sabia que vocês dois se amavam, eu sabia, eu sabia! – A garota mais alta pulava e dava gritinhos de felicidade – Ai, que legal! Se vocês se casarem eu e Sango seremos irmãs! Iupiii!
-Kagome-chan! - Rin censurou - Não é nada disso. O assunto é entre eu e Kohaku, e nós não vamos nos casar!
-Ah, que pena... – Uma expressão um tanto desanimada tomou conta da face da garota antes alegre como uma criancinha que acaba de ganhar na amarelinha. – Mas... o que há entre você e o Kohaku, heim?
-Nada... – Rin corou levemente – nada não. – Apressou o passo.
-Ah, Rin, me conta vai? Eu prometo que guardo segredo. – Kagome tentava acompanhar o passo da irmã.
-Não... Não tenho permissão. Quem sabe amanhã? – Rin sorriu fraternalmente.
-Jura? – Os olhos da garota brilharam.
-Não. – Sorriu mais ainda. Era tão divertido provocar a irmã mais velha! – Agora vamos... – Disse ignorando o olhar feio vindo de Kagome. - ...eu quero descansar bastante esta noite.
-Hai...
.:Fim do Flashback:.
-Rin... – Acordou de seus pensamentos com a voz da irmã. – Vamos logo, não podemos deixar o rei esperando, né? – Kagome sorria.
Limpou as lágrimas que ainda teimavam em cair e sorriu de volta para a garota.
-Hai... – Beijou a testa de Kohaku e se levantou. – Você pegou minhas roupas?
-Sim, estão aqui. – Mostrou um embrulho, que Rin pegou.
-Vamos embora, então... – Saiu do aposento, dando uma última olhada no amigo, que ainda dormia e parecia não perceber o que ocorrera minutos atrás.
-Eu venho te ver todos os dias, ta, Sango?
-Eu vou te esperar. E quero saber de todas as fofocas! – As amigas se abraçaram. – Até mais, Kagome. E boa sorte com aquilo! – Sango piscou um olho e sorriu maliciosamente, fazendo Kagome corar.
Mas Rin nem se importava com aquilo. Nem mesmo prestou atenção quando Miroku desejou boa sorte para as duas e foi ver Sango. Não ouvia as falas da irmã mais velha. Apenas se lembrava dos momentos mais alegres com o melhor amigo e dos últimos dias que teve com sua mãe.
Lágrimas dominaram seus olhos, mas ela as segurou. Não iria chorar de novo, já havia chorado muito pelo trágico incidente e, pelo o que percebera, naquele castelo todos deveriam ser fortes fisicamente e espiritualmente.
Minutos se passaram em silêncio, Kagome havia parado de falar quando percebera que a irmã não prestava atenção. Logo, estavam adentrando no salão onde o casal real recebera-as pela primeira vez.
-Oh! Olá, minhas pequenas! Prontas para sua nova vida? – O sorriso calmo ainda estava estampado no rosto do rei.
-Hai. – Elas disseram em uníssono.
-Muito bom! – Ele sorriu empolgado – Oh! Sim, deixe-me apresentar-lhes meus preciosos filhos... – Ele apontou para um hanyou que estava mais próximo de Izayoi. – Este é InuYasha, meu filho mais novo e filho de Izayoi.
InuYasha se aproximou e se curvou só um pouco, levemente vermelho ao olhar para as jovens. Elas se curvaram exageradamente para ele.
-E este... – O rei apontou para o outro lado do salão, onde a misteriosa figura ainda se mantinha quieta. – é meu primogênito, puro youkai e herdeiro de meu castelo. – A figura não se moveu perante as palavras de seu pai, apenas continuava parado e silencioso.
As garotas olhavam interrogativamente. Rin não deu muita atenção, estava mais preocupada com Kohaku, mas aquela figura lhe parecia tão familiar...
-Sesshoumaru! – Ela quase pulou e deu um grito quando ouviu o nome. – Venha aqui e apresente-se corretamente. – O rei levantou sua voz, fazendo o filho mais velho mover-se finalmente.
Mesmo sem querer, Sesshoumaru levantou-se e andou devagar até seu pai, mas não se deu ao trabalho de observar as humanas por mais de um segundo.
Rin, por outro lado, não tirava os olhos do majestoso youkai que via em sua frente. Era ele! Definitivamente, era ele. Estava um pouco diferente, parecia mais alto, mais forte, mais adulto. Seus cabelos estavam maiores, muito maiores, mas continuavam brilhantes como a Lua. ele ainda tinha aquela meia-lua em sua testa, mas também tinha algumas listras desenhadas em seu rosto -que ela não se lembrava-que ao invés de deformarem o belo e demonicamente angelical rosto, fazia-o ficar ainda mais lindo e misterioso.
Sentiu os olhos marejarem, a face enrubescer e o coração palpitar. Simplesmente não acreditava que depois de anos de espera, ele aparecia para ela da maneira mais estranha e "casual" possível. Não era um belo dia de primavera, onde as flores faziam do ar mais agradável e o sol brilhava como se para deixar o dia mais perfeito possível e,de repente, ele chegasse montando um corcel alado e a puxasse para um beijo doce e romântico e logo em seguida a levasse para um lugar reservado onde poderiam viver felizes para sempre, mas ainda assim estava feliz. O havia reencontrado!
Mas uma dúvida pairou em sua mente: Será que ele ainda lembrava dela? Provavelmente não, já que ele sequer a olhava, mas ela sabia que desde sua infância não havia mudado muito. Qualquer um que a reencontrasse a reconheceria, suas feições em quase nada haviam mudado.
Mas... ainda assim... O medo surgiu em seu peito, espantando toda a esperança e coragem que havia reunido quando o vira. Como iria dizer para ele quem ela era? Qual seria a melhor hora? Ele se lembraria? O que ele faria se sim? O que ele faria se não?
Fechou os olhos e espantou os pensamentos incômodos da mente. Tantas dúvidas! Deixaria isso para depois, agiria com o coração e no momento certo.
Mas e se...
-Rin! – A voz de Kagome cortou seus pensamentos.
-O quê? – Quase pulou em sua irmã, assustada pela maneira como fora interrompida.
-Você estava sonhando de novo... - Kagome a repreendia com o olhar como já estava acostumada a fazer – O rei estava falando...
-Eh...? – Rin olhou para todos os que estavam no salão e percebeu que todos a fitavam interrogativamente e curiosos. Enrubesceu-se e abaixou a cabeça, murmurando um "sinto muito" envergonhado.
Inutaisho apenas sorriu com a garotinha adorável que tinha em sua frente.
-Tudo bem... Bom, acho que as duas estão cansadas, não é? É melhor irem para o quarto agora.
-Sim... – Izayoi sorriu para elas e virou-se para o youkai primogênito - Sesshoumaru, meu filho, por que você não as leva aos seus aposentos? – Izayoi se virou para a figura ainda parada em um canto do salão.
Ele apenas murmurou um "não" e não fez nem mesmo questão de mover o olhar para a mulher, mas foi ouvido pelo pai, que levemente irritado, falou:
-Sesshoumaru, leve essas garotas para os seus novos quartos, você sabe perfeitamente onde fica. – O olhar de Sesshoumaru focou-se em seu pai, o frio dos orbes dourados desafiando os maduros de seu progenitor. – Isso é uma ordem. – Inutaisho estreitou os olhos, não só correspondendo ao desafio do filho, mas vencendo-o no final.
Sesshoumaru se levantou e, a contra gosto, acenou para que as irmãs o acompanhassem, o que fizeram prontamente, depois de fazerem algumas reverências para a família real.
-Eu... – Izayoi suspirou – Eu só queria que ele aceitasse os humanos uma vez na vida...
-Eu também, minha querida – o rei abraçou sua rainha protetoramente – eu também... Inuyasha, pode ir agora.
-Hai. – Inuyasha fez uma reverência aos seus pais e marchou para algum lugar fora do salão.
Rin e Kagome seguiam Sesshoumaru por um corredor nem muito escuro, nem muito claro. Kagome o olhava com intriga. Ele era lindo, tinha uma postura tão arrebatadora quanto o de seu pai e parecia ser muito, muito perigoso.
Já Rin o olhava com paixão e ilusão. Depois de anos esperando por seu amado, finalmente o encontrara – e de um jeito muito mais estranho do que imaginava. Sentia-se como se fosse uma princesa que depois de anos trancafiada em um terrível calabouço, é resgatada pelo seu príncipe encantado e em poucos anos teriam uma bela família e viveriam juntos para sempre... Suspirou. Parecia um conto de fadas!
O suspiro de Rin fez com que Kagome saísse de seus devaneios em relação ao youkai à sua frente e olhasse para a irmã. Ela estava com o olhar mais sonhador que já presenciara e fitava o youkai quase sem piscar. Seu rosto estava corado e os olhos levemente marejados. Quase ouviu as batidas frenéticas do coração da mais nova e teve vontade de rir da pobre garotinha.
Estaria ela apaixonada por Sesshoumaru, o Príncipe do Castelo das Terras do Oeste? Provavelmente sim, ela estava quase babando!
Soltou uma leve risada e olhou de volta para o príncipe. Percebeu que os olhos dele se mantinham fixos nelas duas, mas em uma fração de segundo ele desviou o olhar e continuou olhando para frente.
"O olhar dele é tão... frio..." ,pensou sentindo calafrios com o olhar do rapaz.
Minutos depois, ele parou em frente a uma porta mediana e bem decorada. Kagome parou na mesma hora, mas Rin, ainda sonhando com o youkai, continuou andando até bater nas costas do mesmo.
A irmã mais velha conseguiu segurar a mais nova antes que ela caísse e rapidamente pediu desculpas ao príncipe, mas congelou quando viu os olhos dele, agora estreitos e mais frios ainda(se fosse possível), dirigindo-se a menina que se apoiava na mais alta e massageava o nariz tentando controlar a dor que sentira com o impacto.
Kagome engoliu em seco. Aquele era o fim de Rin!
Mas para sua surpresa, Sesshoumaru não fez absolutamente nada, apenas abriu a porta mediana, dando visão a um majestoso quarto.
Os olhos das meninas brilharam ao perceberem o quarto em que ficariam.
-Ah, é lindo! –Virou-se para Sesshoumaru e curvou o corpo exageradamente – Obrigada por nos mostrar o caminho. – Logo em seguida, puxou Rin para dentro do quarto. – Vamos, Rin-chan!
Rin se soltou da irmã e ficou parada na frente da porta do quarto.
-Eu já irei, Kagome-chan. – Sorriu e fechou a porta. Então virou-se para Sesshoumaru, mas surpreendeu-se quando percebeu que ele já se afastava.
-Sesshoumaru-sama, espere! – O youkai nada fez a não ser parar e esperar que ela falasse. Rin sentiu-se tensa, parecia que ele não fazia a menor questão de ouvi-la.
-Sesshoumaru-sama... – Começou devagar, a voz falhando – Eu... eu...- respirou fundo na tentativa de tranqüilizar-se. – Meu nome é Rin. O senhor lembra de mim?
O youkai não se moveu. Provavelmente não se lembrava dela. Mas ela não iria desistir, só o que precisava era refrescar a memória do rapaz.
-Rin! Há sete anos o senhor me salvou de uns homens e aí o senhor pediu-me em...
-Não me lembro. – Ele a cortou antes que ela terminasse a frase e logo recomeçou a andar, deixando uma garota desolada para trás.
-Mas... A promessa! – Rin quase gritou; os olhos marejados.– O senhor me prometeu!
Sesshoumaru virou-se rapidamente e aproximou-se da garotinha como se quisesse mata-la, mas não o fez. Apenas segurou-a pelo queixo nada educadamente e murmurou com ameaça em sua grossa voz:
-Eu jamais faria qualquer promessa com um humano. - Após dizer isso soltou a menina e seguiu seu caminho para bem longe dela.
Rin caiu no chão sentindo seus joelhos falharem e todo o corpo tremer. Uma imensa vontade de chorar.Ela ouvira bem? Ele jamais faria uma promessa com um humano? Como assim?
"Ele realmente...não lembra... de mim?"
--Continua...
Ai,ai... Mais um capítulo postado/o/ Eu demorei muito, né? Eu sei... É que de repente eu estanquei em uma cena e eu simplesmente não conseguia terminá-la u.u'' Mas eu consegui! Espero que tenham gostado :D
E aí, o que acharam desse reencontro? Triste? Dramático demais? Poderia ter sido melhor?
Acho que deu pra perceber que aquela pessoa que a Rin viu no lago não era o Sesshoumaru, né? Muita gente me perguntou isso e já estavam imaginando noivas para ele XD Bem... Ainda tem muitas coisas que nem a Rin e nem vocês sabem sobre ele. Em breve vocês descobrirão /o/
Ah, minna-san, eu queria pedir que me dessem bastante sugestões, ok? Para eu poder saber o que vocês querem que eu faça, suas preferências, etc. E também para eu não parar na metade da fic XDDD
Onegai, mandem-me suas sugestões. Pode ser por e-mail, review, comentários no meu blog... Qualquer coisa! Arigatou.
Muito obrigada às reviews!
Yumi Takashi: Tirei todas as suas dúvidas? Espero que sim. Hehehe... Beijos.
Raissinha:Huahuauha temos o mesmo sonho, querida XD Obrigada pela review. Beijos!
Aoi Megami-chan: Nossa, senti medo de você agora, Megami-chan o.O A Grande Mãe era a Izayoi. Te impressionei ou você já suspeitava? XD Kissus.
Lan Ayath: Obrigadinha! Beijocas pra você!
Fabi: Não conto nada antes de postar! Se quiser saber, terá que ler, ok? Beijos :D
Shampoo-chan: É claro que eu já li fanfics suas! Sou sua fã o.ó! E sim, esta história é um AU do Sengoku Jidai. O que posso fazer para deixar mais isso mais claro? Acho que muitos se confudiram com isso o.o... Ah, não se preocupe com a Kikyou. Ela só apareceu em um capítulo e estava de TPM (XD). Não tenho intenções de fazê-la como uma velha rabugenta. Kissus:D
CyberTamis: Olá! Hum... ele reconheceu ou não? Ele reconheceu mas não quis admitir? Hohoho...O que você acha? Beijocas e obrigada pela review!
MitZrael Girl: Mitz-chaaaannn, minha amiga! Olha, assim como você pediu, o Sesshoumaru e o Inu estavam lá. No início eu não tinha pensado em fazer assim, mas sua review me deu essa idéia XD Ah, o que você achou do reencontro? Acho que já é um clichê e talz, mas tinha que ser desse jeito, não tinha outra opção. XD Calma, não me mate! Não era nem o Sesshy, era o pai dele no lago. Ah, e não se preocupe, acho que a Sarah nem irá aparecer nessa fic. Eu não gosto dela u.uBom, talvez, conforme a fic for se desenrolando, ela apareça... Não sei ainda, não posso afirmar nada. Whatever...Kissus pra você, fofa!
Harusame: Oiiii! Demorei muito? HUhauha você não é a primeira que faz comparações com esse casal. Não vou mentir, eu realmente me inspirei nessa história para fazer essa fic, mas estou tentando deixar diferente! Por favor, eu agradeceria se me dissesse se está muito igual. Obrigada pela review. Beijossss
Palas Lis: Oi, Lis! Sim, eu lembro de você. E não fique constrangida, o importante é que você lembrou daqui e comentou, o que me deixou muito feliz! Bem, não acho que a cena do reencontro foi muito feliz, não... u.u Ah, o Inu-kun estava preocupado com a Rin-chan mais por causa do Miroku XD Ele não está interessado nela, não... Ah, que bom que eu não estou te causando um trauma logo no seu casal favorito XD Ele é um dos meus favoritos também, é que eu sempre mudo de casal favorito XD Mas Sesshy/Rin está na minha lista definitiva /o/ Obrigada pelas reviews, elas me ajudaram muito a terminar esse capítulo! Beijos!
É isso aí, minna-san. Eu vou tentar não demorar muito com o próximo capítulo, mas, para que isso aconteça, eu preciso de muitos elogios, sugestões, puxões de orelha, pontapés na bunda e até gritos furiosos, se for preciso. XD
Para isso, -mode Garota Propaganda on- basta apertar esse botãozinho escrito "GO" aqui embaixo. É fácil, rápido, prático, divertido muito prazeroso. Sem contar que irá deixar essa humilde escritora de fanfics muito, muito, muito feliz! Aperte o botãozinho e comente!
"Fanfiction ponto net, trazendo para vocês a maneira mais rápida e divertida de se comentar em fanfics!" -mode Garota Progaganda off- XD
-----IMPORTANTE! LEIA!-----
PS: Parece que agora o site está proibindo os autores de responder as reviews, o que é uma pena. Isso ainda não é definitivo pra mim, eu pretendo me informar mais, mas, enquanto eu não consigo ter certeza, eu irei responder por e-mail. Quem comentar, por favor, DEIXEM OS E-MAILS! Quem não deixar, sinto muito, eu não responderei... u.u
