Antigas Promessas

Cap. 5: O despertar de Kohaku


Disclaimer: InuYasha não me pertence. Não quero dinheiro,quero apenas me divertir com essa história. Obrigada.


"Ele não se lembra de mim..."

Rin, caída em frente à porta do seu mais novo quarto, estava paralisada e incrédula. Via seu amado se distanciar sem hesitar e nem olhar para trás. Não, ele não podia, não deveria... ser assim... Ele deveria se lembrar dela e a beijar ternamente, declarando todo o seu amor!

"Por que não foi desse jeito?"

Sentia as lágrimas escorrendo em seu rosto, mas ela não fungava ou se desesperava. Estava transtornada demais para isso. Apenas deixava que as lágrimas escorregassem de seus olhos.

"Ele não se lembra de mim..."

A cena de minutos atrás se passava em sua mente repetidas vezes. Sua cabeça ainda estava muito transtornada, ela ainda não conseguia acreditar. Ele deveria se lembrar dela!

"Ele deveria me amar, assim como eu fiz todos esses anos..."

De repente as palavras que Kohaku dizia pareciam ser as mais certas e verdadeiras. "Não sonhe demais com isso", "Não fantasie algo que você não tem certeza absoluta", "Não viva nesse sonho de infância, essa época já passou".

Agora entendia que todas essas palavras eram verdadeiras e apenas para o seu bem.

Por que não fora mais sensata e acreditara em seu melhor amigo? Por que, apesar de tudo, continuara a amar e acreditar em uma promessa feita há tantos anos atrás?

"Eu sou uma idiota."

Abaixou a cabeça e encolheu-se em um canto qualquer. Não entraria no quarto até que seu choro parasse e pudesse encarar sua irmã corretamente. Só falaria sobre isso novamente quando Kohaku despertasse.

Longos minutos se passaram até que conseguisse controlar o choro e se acalmar. Quando finalmente achou que estava pronta para entrar em seu novo quarto, levantou-se vagarosamente e abriu a porta em silêncio. Logo encontrou sua irmã deitada em um futón, sonolenta, mas não dormindo.

-Rin-chan? Onde você estava? Por que demorou?

-Eu só estava me desculpando com o príncipe, Kagome-chan. E eu não demorei muito, foi você que dormiu muito rápido... – mentiu.

-Ah... – Kagome virou do outro lado e logo dormiu novamente. Como estava realmente cansada e sonolenta, não notou a voz embargada de Rin – ou se notou, não quis pensar muito nisso.

Rin deitou-se em seu futón lentamente. Estava com sono, mas não queria dormir. Seus pensamentos ainda se voltavam para o príncipe Sesshoumaru e a cena de alguns momentos atrás. Ainda não acreditava que ele não se lembrava dela nem um pouquinho.

E aquilo doía.

Sentindo os olhos encherem-se de lágrimas novamente, virou de lado e abafou seu choro. Minutos depois já estava dormindo pesadamente.

O.o.O.o.O.o.O.o.O.o.O.o

Vários dias haviam se passado desde aquela noite e Rin, desde então, nunca mais vira seu amado por entre os corredores do castelo. Na verdade, ela quase não via nenhum de seus conhecidos. Estava sempre ocupada com o treinamento de Kikyou e não tinha mais vontade de levantar de sua cama todas as manhãs.

Também nunca mais vira os reis e os príncipes do castelo. Às vezes chegava a ver InuYasha, mas sempre por poucos instantes, ele sempre parecia querer falar com Kagome – a qual já nem falava direito.

A irmã não deixou de perceber a mudança repentina no comportamento da, antes, sempre alegre Rin. Sempre que perguntava ela lhe dava respostas evasivas ou fingia que não escutava. Ficava imaginando o que teria acontecido para fazer a irmã mais nova mudar tanto. Alguma coisa naquela noite, com certeza. Algo com o príncipe? Será que Rin teria se declarado e sido rejeitada por ele?

"Pobrezinha..." Kagome pensava. Já suspeitava que isso iria acontecer quando viu o olhar que Rin dirigia ao príncipe, mas não imaginava que ela ficaria assim, tão arrasada..."Acho que só Kohaku poderia anima-la..."

-Higurashi? – Ouviu uma voz lhe chamando. Virou para trás e viu sua treinadora olhando-a com um olhar frio e indescritível. Gelou como sempre gelava ao ver aquele olhar.

-Sim, Kikyou-sama?

-No que estava pensando?

-Nada de importante, Kikyou-sama.

-Hum... Então volte ao treino. – Kikyou virou de costas e saiu andando calmamente.

-Sim, Kikyou-sama. "Mulher chata..."– Kagome mirou sua flecha no alvo e atirou, acertando bem no meio do alvo. Pulou de alegria, comemorando sozinha.

-Parabéns. Finalmente você acertou, não é? – Um som de palmas e uma voz debochada foram ouvidos pela garota.

-InuYasha! – Ela corou, mas logo percebeu o que ele falara. – Ora! Não foi a primeira vez!

-Feh! Vou fingir que acredito em você... – Kagome ficou mais vermelha, mas desta vez era de raiva.

-Você vai ver quando eu te pegar! – Saiu correndo atrás do hanyou que apenas continuava a provoca-la.

-InuYasha, quando eu te pegar, você vai ver!

-O quê? Como você é mal-agradecida, Kagome! Eu venho aqui te trazer uma notícia que com certeza irá gostar e ainda me recebe assim?

-Notícia? – Kagome parou imediatamente – Que notícia, InuYasha?

-Feeh! – O hanyou virou de lado e fingiu que a ignorava, o que a fez ficar irritada novamente.

-Ah, InuYasha! Me conta,por favor? – A cara mais fofa que Kagome conseguiu fazer não foi o suficiente para que ele contasse.

-Feh! – ele virou a cara – Vai ter que descobrir sozinha agora!

InuYasha saiu correndo lento o suficiente para que Kagome não o perdesse de vista. Logo, sem que ela percebesse, chegaram a uma casa já conhecida por Kagome, onde uma garota parecia os esperar.

-Kagome! – Sango gritou e acenou para a amiga.

-Sango! – Kagome desviou sua atenção de InuYasha e correu para abraçar a amiga – Nossa, mas você já está curada?

-Miroku-sama disse que eu devo ficar mais uns dias para me recuperar, mas eu me sinto ótima, o tratamento dele é ótimo!

-Então você admite que o tratamento dele é ótimo, huh? – Kagome lançou um olhar malicioso, que fez Sango corar.

-Kagome, não é nada disso!

Kagome riu.

-Ah, mas deixa para lá... Vamos entrar, você ainda não me contou as novidades – Sango tentava mudar de assunto.

-Tá. InuYasha... – Ela virou-se para chamar o hanyou, mas não viu nada além de árvores e grama. – Ele já deve ter ido... – Disse para si mesma, com uma ponta de amargura. Virou-se para a amiga sorrindo e entrou com ela.

-Ah! – Sango parou no meio do caminho – Kagome, você não tem que treinar hoje?

-Ah, é! Eu tinha me esquecido. Kikyou-sama vai me matar. – Levou a mão à testa, xingando-se mentalmente – Mas cinco minutinhos não irão fazer diferença... – Sorriu para a amiga deixando a preocupação de lado.

-E então, o que há de novo? – Sango perguntou, continuando a caminhar.

-Ah, nada de mais... A Rin continua do mesmo jeito que eu te falei... Eu não sei mais o que fazer com ela. – Kagome suspirou cansada.

-Hum... entendo como é. Mas eu acho que tenho uma coisa que vai deixa-la alegre de novo. – Sango sorriu com a reação surpresa de Kagome.

-O quê é?O quê é? – Repetiu várias e várias vezes, até que Sango parasse em uma porta, a qual ela estava instalada.

-Veja você mesma. – Apontou para a porta. Kagome olhou para a mesma com curiosidade e depois para o sorriso animado de Sango. Deveria ser algo muito bom...

Cautelosamente, abriu-a e deu uma olhada dentro do quarto.

-Mas é...- Perdeu a fala ao ver o quê tinha dentro do quarto.

Pulou de gritou de alegria enquanto entrava no quarto, com Sango em risos atrás dela.

O.o.O.o.O.o.O.o.O.o

Rin entrava em seu quarto silenciosamente, como já estava acostumada. Olhou para dentro do recinto e lá não viu ninguém.

"Estranho... Kagome-chan já deveria ter chegado..."

Fechou a porta atrás de si e se dirigiu até a varanda para olhar a paisagem.

Naquela varanda podia ver uma boa parte do imenso jardim do castelo, com suas mais belas e raras flores, borboletas dançantes e beija-flores curiosos por todos os lados. Se olhasse mais no horizonte, poderia ver algumas montanhas distantes, cobertas de gelo eterno.

Era lindo. Era calmo e relaxante. Sempre a deixava mais alegre e disposta para o dia seguinte.

Saiu da varanda e foi aprontar seu banho. Estava cansada e suando.

Demorou mais que o normal no banho. Como não havia ninguém para apressa-la, ela lavava os cabelos devagar e aproveitava a água morna.

Quando saiu, Kagome ainda não havia chegado. Estranhou mais uma vez. "Talvez ela tenha ficado de castigo com Kikyou outra vez..."

Ignorou o motivo da ausência da irmã e começou a se vestir. Um kimono leve, mas elegante, de cor azul, foi sua escolha. No castelo era sempre assim, deveria vestir elegantemente, mas sem extravagâncias. Parecia que ninguém, nem mesmo o Rei, gostava de enfeitar-se mais que o necessário.

Ao terminar, voltou para sua preciosa varanda. Ainda tinha um tempo antes que o jantar fosse servido, então o aproveitaria da maneira que mais considerasse prazerosa.

Olhava a paisagem e refletia consigo mesma sobre diversos assuntos. Pensamentos tristes, alegres, lembranças engraçadas, vontades esquecidas... Tudo vinha a tona quando estava ali, mas com uma paz incrível.

Era isso o que mais gostava ali.

Abriu de leve seu kimono, e de lá, pegou um pequeno – mas precioso – desenho. Sim, era o desenho de seu príncipe, de seu amado, de seu inatingível, Sesshoumaru.

Não sabia exatamente se estava se recuperando ou se estava piorando, mas não conseguia esquecer aquela noite em que se declarara e fora rejeitada. Parecia ser uma noite distante, mas marcante, a qual ela para sempre guardaria sentimentos.

Sentiu lágrimas invadir-lhe os olhos, mas se segurou. Não queria mais chorar, estava cansada de chorar.

Guardou o desenho em seu kimono e secou suas lágrimas, tentando se controlar novamente. Viu que os pássaros já se recolhiam em suas árvores e começava a escurecer. Certamente, o jantar seria servido em poucos minutos, era melhor sair dali.

-Rin-chan! Cadê você? – escutou Kagome lhe chamando justamente quando ia se virar para sair.

-Estou aqui, Kagome.

Kagome apareceu na varanda parecendo agitada e muito feliz. Rin se perguntou imediatamente o porquê de toda aquela felicidade.

-Rin-chan, tenho uma surpresa para você. – Kagome sorriu.

-Surpresa? Que surpresa?

-Vem comigo! – A mais velha puxou a mais nova pelo braço para dentro do quarto.

-Kagome, o que foi? – Rin viu Sango parada no meio do quarto sorrindo igual Kagome. Rin se impressionou – Sango-chan! Eu não sabia que você já estava recuperada! – Ela se aproximou para abraçar a amiga.

-Sim, mas essa não é a surpresa Rin-chan.

-Não?

-Não! – As duas falaram juntas e a pegaram pelos braços, vendaram seus olhos e a arrastaram até a porta do quarto, enquanto ouviam os protestos de Rin.

-Mas eu não entendo. Sango, Kagome! Parem de me arrastar! – Elas a levaram por um caminho que Rin tinha quase certeza que não conhecia. Caminharam por alguns minutos até que chegaram em uma pequena casinha, a qual Rin julgava ser conhecida.

As garotas arrastaram-na até uma pequena porta e então desvendaram seus olhos, para que ela pudesse olhar lá dentro.

Quando Rin abriu os olhos não conseguiu acreditar. Sorriu ternamente. Era a visão de seus sonhos!

Ele sorria amigavelmente, olhava para ela do jeito de sempre e parecia tão bem disposto quando antes – exceto pelo fato de ainda estar debiltado. Rin não acreditara de início.

-Kohaku...? – Ela tocou o rosto do amigo levemente, como se para ter certeza de que era ele, e não um sósia.

-Olá, Rin-chan. – ele sorria.

-KOHAKU-KUN! – Pulou no pescoço do rapaz, fazendo-o sufocar e arrancando risos das irmãs mais velhas.

-Rin, você vai mata-lo! – As outras duas gritaram, mas ela não ouviu. Sango teve que tira-la a força de cima do amigo.

Logo os quatro começaram a conversar. Sango contava como a recuperação de Kohaku fora um tanto difícil e que ele ainda teria que ficar alguns dias para se recuperar totalmente, enquanto ela já podia até abandonar o local.

Kagome comemorou, imaginando Sango no mesmo quarto delas, treinando com elas...

Todos riram. Kagome jamais mudaria.

-Sango-sama – Miroku apareceu repentinamente -, Jaken está aqu para leva-la até o Rei.

-Hai! – ela se levantou e andou até o monge– Desejem-me sorte!

-Eu te acompanho, Sangozinha... – Miroku sorriu e fechou a porta. Logo depois, um tapa e um "Hentai!" foi ouvido pelos outros três.

-Bem, eu irei deixar vocês dois sozinhos... – Kagome se levantou e saiu.

Logo que ficaram sozinhos, um silêncio se fez no aposento. Não demorou a ficarem incomodados com isso.

-E então... – Rin começou um diálogo – Como você está, Kohaku-kun?

-Bem... bem melhor. E você, Rin-chan?

-Bem também. – ela sorriu. Mas seu sorriso se desfez quando Kohaku olhou para ela.

-Eu digo... como você está? – Ele olhava no fundo dos olhos castanhos

-Bem, eu já disse...

Ele segurou o rosto de Rin levemente, forçando-a a olhar para ele.

-Eu fiquei sabendo de tudo, Rin.

Rin na mesma hora caiu em prantos, abraçada a Kohaku, que ficou levemente vermelho.

-Eu fui uma idiota, Kohaku-kun! Eu deveria ter te escutado, ter avaliado a situação. Eu deveria ser mais racional e não me deixar levar pela situação! Por quê, Kohaku, por quê?

-Tudo bem... – ele acariciava os cabelos de Rin, na esperança de acalmá-la – Vai ficar tudo bem.

Ela chorou por horas, murmurando várias vezes o ocorrido, xingando a si mesma e proferindo palavras de amor a Sesshoumaru.

Kohaku ouviu e agüentou tudo. Esperou que ela se acalmasse, para depois consola-la.

Já era noite quando Rin finalmente parecia calma. Apoiada no ombro de Kohaku, com o mesmo a abraçando, ela parecia sonolenta.

-Kohaku-kun...

-O quê?

-Obrigada... – Ela sorriu. - ... Por ter finalmente acordado...

E adormeceu.

O.o.O.o.O.o.O.o.O.o

Já era madrugada. Todos os habitantes do castelo estavam dormindo, apenas os guardas mantinham-se acordados, mas não eram nada que ela não poderia driblar.

Saiu de seu aposento lenta e silenciosamente, tomando cuidado extremo para seu companheiro não acordar.

Ela caminhou até a varanda e de repente, uma rajada de vento se fez presente. O homem que a acompanhava sentiu, mas não acordou, afinal, que mal tinha uma pequena rajada de vento.

Ela sorriu consigo mesma, congratulando-se por sua esperteza. No segundo seguinte, já não estava mais lá.

O.o.O.o.O.o.O.o.O.o

Minutos se passaram até que ela chegou a uma pequena gruta, onde uma garota a esperava pacientemente.

Adentraram juntas, sem uma palavra pronunciarem. Seu mestre estava no fundo da gruta, esperando-as com seu ar superior.

-E então? – Ele perguntou com sua voz sinistra.

-Nenhuma complicação extra, sensei. Nosso plano logo estará completo.

O mestre sorriu com desdém. Um sorriso sinistro, que faria qualquer humano tremer de medo.

-Excelente. Nosso momento está chegando. Muito em breve, garotas... – Riu novamente, dessa vez acompanhando pela discípula mais alta.

-Eu vejo... – Uma voz infantil cortou as risadas. Calma, sem sentimentos, era a menina mais baixa que falava – Eu vejo complicações à frente...

Ambos ficaram quietos, deixando que a garota olhasse em seu espelho e descobrisse a verdade.

-Não muito distante, uma alma virá para destruir nossos planos... Com seus aliados ela lutará até seu sangue derramar...

A garotinha parou por alguns momentos, tentando ver algo em seu espelho.

-Humano... Não consigo ver seu rosto...

Os outros dois sentiram a tensão crescer dentro deles.

-Um obstáculo... é... uma menina!

--Continua...


Ohayou! o/

Finalmente saiu o capitulo, heim? O que a preguiça, falta de vontade e tempo não fazem juntas... u.u'

Bem, devo dizer que daqui para frente, eu pretendo colocar mais personagens, mais mistérios e mais aventuras na fic. Quero deixar de ficar só conentrada na Rin. Se não iria ser só romance, drama e... Rin XD

Rin: O que você tem contra mim? ò.ó

Nada o.o' É que, como a escritora, eu preciso ser eclética, né/o/

Ah, sim, obrigada a todas pelas reviews! Foram todas ótimas! Eu respondi individualmente a cada uma, quem não recebeu é porque não deixou o e-mail ou então não chegou mesmo ou eu esqueci o.o' Quem não recebeu resposta basta reclamar comigo, ok? '

Agradeço a: Harusame, Roberta, Raissinha, Tomoe, Marin du Lion, Nay, Tibinha(duas reviews. Uau!), MitZrael Girl(sempre tão fofa e com comentários tão lindos!) Dama 9, Marilda, Megumi Poi-Poi e Palas Lis(Sesshy é MEU ò.ó)

E quem achar que esse capítulo merece uma review, ou um puxão de orelha, ou que a autora merece um pontapé, basta comentar! O pontapé eu aguento, desde que seja construtivo XD

Repitindo: Deixem seus e-mails para que eu possa responder, ok? É divertido, acho que vou fazer isso sempre D!

Desejo um Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos!

Pyoko-Chan.