Capítulo VI

Aparataram perto da escada que levava à Cueva. Severus segurou a mão de Harry com firmeza e desceu os degraus na frente. Quando chegaram ao pé da escada, a escuridão era completa.

De repente, uma luz dourada surgiu. Eles puderam ver a caverna — as paredes de rocha cobertas de musgo, o chão aplainado e as teias de aranha pendendo do teto. O facho de luz tocou na superfície de uma parede e, como se eles estivessem assistindo a um filme, Harry viu um grupo de homens primitivos, vestindo peles de animal, reunidos em círculo. Essa imagem foi substituída por outra. Havia gigantes, anões e homens usando túnicas. Então um homem que Harry supôs ter vivido na época do Império Romano apareceu sozinho, observando as entranhas de um pássaro.

— É um Auspex — disse Severus. — Ele está examinando as entranhas do pássaro para interpretar os desejos dos deuses.

O Auspex desapareceu, dando lugar a um grupo de mouros. Vários grupos de mouros se sucederam. Gradualmente, alguns espanhóis (ou outros europeus) começaram a aparecer como discípulos dos mouros. Os mouros lhes ensinavam desde matemática até astrologia e divinação. Alguns praticavam a necromancia; outros, a alquimia e a cabala hermética. Outros ainda estudavam os sonhos. Grimórios eram escritos e seus ensinamentos transmitidos de geração em geração. Pessoas dançavam ao redor de um pentagrama e entoavam cânticos. Ninguém usava varinhas, nem pronunciava encantos como os bruxos que Harry conhecia faziam.

Quando o foco de luz centrou-se em um mago usando chapéu pontudo e vestes esvoaçantes presas com um cinto com fivela, Severus apertou o braço de Harry.

— Veja. É Michael Scot. Foi ele que introduziu esse novo estilo de trajar dos bruxos, com as vestes e o chapéu pontudo.

— Mas nós não usamos esses cintos — protestou Harry, divertindo-se porque o comentário de Severus lhe soara muito gay.

Nas imagens que se seguiram já não havia mouros. Havia sempre uma espécie de sacerdote que dirigia a prática. Este sacerdote tinha uma chave de cobre pendurada ao pescoço. Ao que parecia, ele permanecia na função até morrer, sendo então substituído por um outro.

Imagens se sobrepunham a imagens, e surgiam outros grupos, lendo livros, fazendo cálculos e desenhos nas paredes da caverna sob a luz bruxuleante das velas. Pessoas doentes chegavam e eram curadas; outras pessoas tinham visões e alucinações. Pessoas ficavam invisíveis, ou se vaporizavam em pleno ar; outras pessoas surgiam do nada. Pessoas controlavam os ventos, as águas e influenciavam as estrelas; outras criavam terremotos.

As roupas das pessoas iam mudando conforme a época. Imagens de homens trajando camisas de linho com babados na gola e nos punhos foram seguidas por imagens de outros homens, usando perucas e coletes sem manga. Como em uma estranha passarela de moda, um estilo se seguia ao outro: gibões, todos os tipos de meias-calça, calções folgados, pantalonas... Mulheres trajando chapéus extravagantes e amplas saias cônicas conversavam com homens em sobrecasacas. Mulheres em espartilhos e toucas; homens usando casacos, ligas e costeletas. Os cabelos à la garçonne dos Loucos Anos Vinte e as mini-saias dos Anos Sessenta.

Estavam se aproximando dos tempos atuais. Os cabelos longos e calças boca-de-sino da década de 70 dominavam quando um jovem sacerdote começou a dirigir a prática. Harry achou que o conhecia, mas só depois de ver mais algumas seqüências de imagens, quando os cabelos diminuíram e cabelos e roupas ganharam cores vivas, Harry o reconheceu: era o simpático senhor Clavero, dono da Pousada del Clavero. A última imagem que viram foi a deles mesmos, dois dias atrás. Harry abraçado a Ginny, Severus abraçado a Harry, e depois Severus entre o Harry real e o imaginário.

Quando as últimas imagens se dissiparam, Clavero surgiu diante de Severus e Harry.

— Fico feliz que tenham vindo.

— Señor Clavero, creio que nos deve uma explicação — disse Severus.

— Por favor, sentem-se — disse o velho senhor, apontando para um minúsculo anfiteatro com cadeiras revestidas em veludo vermelho.

Eles desceram alguns degraus. Harry escolheu uma cadeira e sentou-se. Clavero sentou-se a algumas cadeiras de distância, quase a noventa graus. Severus ocupou a cadeira ao lado de Harry.

— Como vocês devem ter visto, este lugar é utilizado há mais de mil anos para práticas mágicas — iniciou Clavero. — Alguns dizem que foram os Orculi, ou Dactyls, e os Janae que ensinaram os segredos da magia aos primeiros homens. É difícil dizer, porque, como talvez vocês tenham notado, este local tem a propriedade de mostrar aos que o visitam exatamente aquilo que eles querem ver.

— Como o Espelho de Ojesed? — perguntou Harry, mas logo percebeu que Clavero não o entenderia, já que provavelmente nunca vira esse espelho.

— Não conheço esse espelho, sr. Potter, mas imagino que vocês, bruxos, tenham muitas maravilhas das quais jamais ouvi falar e que não posso sequer imaginar!

— Quer dizer que o senhor, apesar dos seus poderes, não se considera um bruxo?

— Não faço parte de sua comunidade — respondeu Clavero.

— Ele é um Muggle, Harry. Ele e todas as pessoas que vimos passar por aqui, talvez com a exceção de Scot. — Severus voltou-se a Clavero. — "Muggle" é o termo que usamos para designar as pessoas não-mágicas.

— Entendo. Parece-me que vocês, bruxos, se isolaram das pessoas não-mágicas, e guardam para si, ciumentamente, os seus conhecimentos. Mas nós, Muggles, como vocês dizem, também temos potencial para a magia, um potencial que pode ser desenvolvido.

— Infelizmente, nosso mundo acredita que as pessoas já nascem bruxos e bruxas ou Muggles — disse Harry.

— O senhor disse bem, sr. Potter: infelizmente. Em primeiro lugar, porque vocês estão errados, e esta Cueva é a prova disto. Em segundo lugar, porque isso acabará criando animosidades perigosas entre nossos dois mundos. Na verdade, isso já está acontecendo, mesmo agora.

— O que é exatamente esta Cueva? — perguntou Severus.

— Um lugar com propriedades mágicas em que as pessoas enfrentam seus próprios desejos e aprendem a entrar em contato com seus poderes.

— Sr. Clavero, sabe por que viemos para cá? — perguntou Harry.

— Sim. Vocês vieram por causa de Parejo.

— Sabia disso desde que chegamos?

— Na verdade, antes disso. Não foi por acaso que vocês vieram para a minha pousada. Eu dei um jeito de... dirigi-los para lá.

— Creio que o senhor nos deve uma explicação completa, então — disse Severus, em seu tom mais baixo.

Clavero assentiu, um leve sorriso nos lábios.

— Parejo era meu aluno. Ele soube da existência do Mundo Mágico e ficou revoltado. Odiava os bruxos por se manterem à parte, segregados das pessoas ditas normais. Parejo queria mostrar aos bruxos que podia levar a melhor sobre eles. Estava decidido a conquistar o que ele considerava o centro mais evoluído do Mundo Mágico, o Reino Unido. E estava indo muito bem, quando foi apanhado.

— Afinal, quem são vocês? — perguntou Harry. — Apenas pessoas normais que estudam magia?

— Eu não teria me expressado melhor, sr. Potter — disse Clavero.

— Mas o que o diabo tem a ver com isso?

Clavero riu.

— São as superstições das pessoas que não entendem nada de magia. Nós, da Schola Obscura, deixamos que pensem o que querem pensar, porque se divulgássemos a verdade, seríamos perseguidos tanto pelo Mundo Mágico como pelos... Muggles... que não se interessam pela magia e a rejeitam.

— Quando viemos aqui, no primeiro dia, vimos o fantasma do Marquês de Villena — disse Harry.

— Ele me ajuda a vigiar o local. Quando escutou vocês dizerem que o Mundo Mágico iria destruir a Cueva, ele achou que deveria fazer algo. Ele falou comigo e me pediu que os deixasse entrar. Achou que vocês não resistiriam ao poder da Cueva, e ficariam aqui. Estava enganado. — Clavero fitou-os com um brilho travesso nos olhos. — Ou será que não?

— O senhor é como um Fiel do Segredo, quero dizer, uma espécie de guardião da Cueva, então — deduziu Harry.

— Sim. Eu sou, mais precisamente, o Clavero: aquele que detém as chaves. Vocês só conseguiram ter acesso a este local porque eu, por assim dizer, lhes abri as portas.

— Por quê? — perguntou Severus, com um ar curioso e preocupado.

— Eu sabia que o Mundo Mágico enviaria alguém para investigar Parejo. Era inevitável. Assim, fiz vocês irem para a minha pousada, para mantê-los sob vigilância.

— Por que Parejo morreu? — perguntou Severus. — Há um tipo de pacto de morte envolvido aqui?

— Não, de modo algum. Parejo morreu porque se autoprogramou para isso: preferiu a morte a trair a Schola.

Harry ficou impressionado com o que estava ouvindo, e também preocupado.

— Sr. Clavero... Está me colocando numa posição difícil. Vou ter de relatar o que me contou aos meus superiores.

— Se você fizer isso, o Mundo Mágico destruirá o que temos aqui — disse Clavero.

— Ele tem razão, Harry. Não há convivência possível entre o Mundo Mágico, na forma como ele é hoje, e um grupo de Muggles com poderes diferentes, mas que podem ser uma ameaça ao nosso Mundo.

— E o que poderemos fazer? — perguntou Harry, sentindo-se perdido.

— Eu gostaria de lhes fazer uma proposta — disse Clavero. — Nossa organização possui um fundo, originário da contribuição de muitos de nossos membros ao longo dos anos, especialmente aqueles que dispõem de mais recursos. Com esse fundo, eu poderia contratá-los para darem aula na Schola Obscura. Não vou poder lhes pagar nenhuma fortuna, mas, se quiserem, vocês podem morar na minha pousada. Vocês teriam cama e comida de graça, e mais uma pequena soma para as suas despesas adicionais.

A princípio, Harry achou aquela proposta absurda, impensável. Abandonar o Mundo Mágico? Ele, que treinara tanto tempo para ser Auror? Olhando para Severus, no entanto, Harry viu um brilho surgir no fundo de seus olhos.

— Eu ficaria muito honrado, señor Clavero.

— Severus!

— Não tenho mais nada a contribuir para o Mundo Mágico, Harry. O sr. Clavero está me oferecendo um cargo respeitável. Além disso, tenho certeza de que o convite do sr. Clavero não é de mão-única, ou seja, eu também aprenderei muito aqui.

Harry sabia que Severus estava certo. Severus era um pária no Mundo Mágico. Clavero estava devolvendo a dignidade a Severus.

— Sinto-me lisonjeado com o seu interesse, sr. Snape, e me coloco à sua disposição — respondeu Clavero, radiante.

— Como se tudo isso não bastasse — continuou Snape, voltando-se novamente a Harry —, San Isidro é um lugar agradável, e Salamanca é uma cidade muito interessante.

— Mas, Severus, eu não posso deixar o Ministério!

— Não tome nenhuma decisão apressada. — Severus se voltou ao sr. Clavero. — Gostaria de conversar com o sr. Potter sobre essa questão.

— Como quiserem, señores. Podemos conversar de novo amanhã de manhã. Vou ficar aqui e meditar. A Cueva sempre me deu ótimos conselhos.

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De volta à pousada, Harry andava de um lado para o outro no quarto. Severus estava sentado na cama, recostado na cabeceira.

— Você acha mesmo que eles vão criar problemas para a Schola Obscura? O Mundo Mágico nem sequer tem poderes sobre o que acontece na Espanha! — protestou Harry. — O caso teria de ser levado à Confederação Internacional de Bruxos e a Federação Internacional de Warlocks.

— A Schola Obscura não é constituída por bruxos — disse Severus.

— Bem, o nosso Ministério está subordinado ao governo do Reino Unido — respondeu Harry.

— O que é um total despropósito — comentou Severus.

— Eu sei que você discorda de tudo o que o Ministério faz, mas será que podemos nos concentrar na questão que estamos discutindo?

— Harry, os políticos são os mesmos em todos os lugares. Se o povo se sentir ameaçado, eles terão de agir. A única forma de mudar essa situação seria esclarecer o público sobre o que é a Schola Obscura, mostrar que ela não representa uma ameaça. Infelizmente a nossa imprensa e os nossos políticos são da pior qualidade. Creio que você, com a sua popularidade, poderia ter alguma influência, mas, para isso, precisamos reunir provas de que a Schola Obscura não constitui uma ameaça.

— Precisamos ganhar tempo — deduziu Harry.

— Exato.

— Mas você entende a dificuldade da minha situação, não? Se eu voltar a Londres e contar a verdade ao meu chefe, porei a Schola Obscura em risco. Se pedir demissão e ficar em Salamanca, com certeza meu chefe vai designar outra pessoa para cuidar do caso e a Schola Obscura continuará correndo riscos. Se voltar e disser a Robards que não encontrei nada, talvez Robards designe outra pessoa, talvez não, mas, de qualquer forma...

— O seu prestígio cairá bastante — concluiu Severus.

— Não estou preocupado com o meu prestígio!

— Mas eu estou. A Schola Obscura pode precisar da sua defesa. E para que ela tenha peso, é importante que você seja o mais popular possível.

— A minha popularidade não tem nada a ver com o Ministério.

— Verdade — disse Snape —, mas o Ministério é uma instituição estratégica, e é bom para a Schola ter alguém por lá.

— Então você quer que eu fique no Ministério? — perguntou Harry, sem saber como interpretar a atitude de Severus. Harry havia-se acostumado, ao longo dos anos, com a sensação de estar sendo usado, mas não esperava isso de Severus.

— Harry, você disse que queria ficar no Ministério! Eu respeito a sua decisão. Quanto a mim, também já tomei a minha decisão.

Uma batida à porta se fez ouvir. Harry abriu-a e deu com Clavero, um sorriso travesso no rosto.

— Desculpem-me incomodá-los, mas vi as luzes acesas e... Bem, eu tive uma idéia, e queria submetê-la à sua apreciação.

— Claro. Entre. Queira sentar-se — disse Harry, apontando para a poltrona.

— Não é preciso, eu serei rápido — disse Clavero, entrando no quarto e saudando Severus, que ficara em pé, com um gesto de cabeça. — Já é tarde, e podemos conversar com mais calma amanhã. Quando eu estava meditando na Cueva, ocorreu-me que há uma outra possibilidade: o sr. Potter poderia contar a seus superiores... uma história levemente diferente.

— Quão levemente diferente? — perguntou Severus, erguendo uma sobrancelha.

— Nós, da Schola Obscura, estamos acompanhando os movimentos de um grupo de Bruxos das Trevas que possui ramos em diversos países europeus, inclusive no Reino Unido. O sr. Potter poderia relacionar Parejo a esse grupo. Sei que isso não é justo para com a memória de Parejo, mas se ele estivesse vivo, tenho certeza de que concordaria. Esse grupo, os Neo-Walpurgians, está planejando um ataque ao seu Ministério.

— O quê? E o senhor não ia nos informar?

— Oh, eles são um bando desorganizado, ridículo. Vocês os teriam bloqueado facilmente.

— Mas qual é a ligação entre eles e Parejo? — perguntou Harry, perplexo.

— Nenhuma. Mas eu tenho certos documentos... entre eles um mapa com a localização do quartel-general deles em Londres. O senhor poderia dizer que os encontrou na casa de Parejo. Posso lhe dar o endereço dele e os documentos amanhã de manhã.

Severus e Harry trocaram um olhar de cumplicidade. Então Harry se virou para Clavero.

— Conversarei com o senhor assim que acordar amanhã.

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Restava um problema a resolver. Severus decidira morar em Salamanca e lecionar na Schola Obscura, e Harry iria voltar ao Ministério e ao Mundo Mágico.

O que havia entre eles não era nada sólido ainda, Harry sabia disso. Mas sabia, também, que não queria abrir mão de Severus. Sentou à beirada da cama, junto de Severus.

Severus enlaçou-o pela cintura, por trás, e sussurrou em seu ouvido:

— Eu estarei aqui. Você sabe onde me encontrar. Mas não se esqueça de que estarei trabalhando à noite.

Harry se virou para abraçá-lo.

— Eu virei todas as sextas-feiras e passarei os fins de semana com você. Se você trabalhar na sexta, não tem problema, eu espero você voltar. — Harry segurou-o com força e empurrou-o para baixo, comprimindo-o contra o colchão. — Mas não deixe aquela Consuelo chegar muito perto de você. Essas espanholas, muito calientes, são cheias de truques...

Os olhos de Severus brilharam.

— Você está com ciúmes de mim.

Harry sabia que era imaturo ter ciúmes daquela forma, mas a reação de alegria de Severus era ainda mais comoventemente imatura.

Severus fez amor com ele em um ritmo enlouquecedoramente lento, e quando Harry gozou, ele continuou dentro dele. A expressão com que Severus o fitava quando Harry abriu os olhos provocou em Harry uma reação ainda mais intensa do que o orgasmo que acabava de ter. Harry estendeu a mão e descansou-a sobre o rosto de Severus.

— Severus... — foi tudo o que ele conseguiu dizer.

Severus permanecia imóvel, mas seu pênis pulsava dentro de Harry.

— Eu sei o que você quer fazer. Mas eu não quero gozar de novo — disse Harry. — O que eu quero agora é sentir você gozando dentro de mim.

— Dessa vez eu vou atender a sua vontade — respondeu Severus, inclinando-se para um beijo e segurando os quadris de Harry, antes de penetrar novamente até o fundo e recomeçar os movimentos rítmicos.

Harry agarrou-o com braços e pernas e acompanhou-lhe os movimentos, indo ao seu encontro cada vez que ele vinha ao seu. Cada estremecimento de Severus parecia ecoar em seu próprio corpo. Enfim, o corpo de Severus arqueou-se em um espasmo, Severus deu um grito abafado e seu sêmen jorrou para dentro de Harry. Severus tombou sobre ele e Harry o abraçou. Só nesse momento Harry notou que seu coração estava batendo tão rápido quanto o de Severus.

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Na manhã seguinte, Severus insistiu em acompanhar Harry até a casa de Parejo. Era uma casa pequena na Calle Espoz y Mina, no centro de Salamanca. Como eles não tinham nada a fazer ali, apenas entraram, deram uma olhada nos quatro apertados cômodos e trocaram um último longo beijo em um sótão atulhado de pergaminhos, estatuetas e relevos em terracota.

Continua...