CAPITULO UM
Antes mesmo de ser coberta por pó dourado de monstro, Aly já estava tendo um dia estranho.
Acordou em um bando de ônibus, sem ideia de onde estava, e por alguns minutos se perguntou quem era enquanto tentava esfregar o sono de seus olhos. Isso nem foi a parte mais estranho do seu dia. Não, Aly sempre acabava esquecendo as vezes seu entrono, mas quando olha ao redor e nota não conhecia ninguém naquele ônibus. Decidiu permanecer calma.
A garota ao seu lado com cabelos ruivos estava jogando pedaços de sanduiche em um garoto a algumas fileiras de distância e ela poderia bater palmas pela apontaria. O garoto é alto com cabelos castanhos extremamente encaracolados e Aly sente pena ao pensar como isso será difícil de limpar. O outro garoto sentado ao lado dele ameaça a ficar de pé, e Aly tem a toda a certeza que era para brigar com a garota ao seu lado, o garoto de cabelos castanhos o para e ele apenas vira e olha com raiva para a ruiva que tem um sorriso de escarnio.
Verde. Verde. Verde, se repete em sua mente.
Olhos verdes, não escuros como a floresta, ou claros como maça-verde, ou tão vibrantes quando a grama, era um especifico de verde que não sabe nomear. Esse é seu pensamento, antes de seu corpo se mover por conta própria e agarrar o braço da ruiva quando ameaça a jogar outra vez um pedaço de sanduiche, na direção dos garotos.
— Para. — O pedido e baixo, quase um sussurro. Mas com tem tanta ameaça quando pode reunir naquele breve momento.
— Me solta, malhada. — A ruiva fica com raiva e tenta soltar seu braço, mas não tem efeito, e apenas faz com que ela o aperte mais forte.
— Para! — Repete com mais ênfase, olhando bem nos olhos dela, parece funcionar. A ruiva se encolhe com seu rosto quase da mesma cor de seus cabelos e abaixa a mão deixando o pequeno pedaço de sanduiche cair no chão já sujo do ônibus.
Aly soltou o braço e se acomoda em seu assento, cruzando as pernas como se sentasse no chão, ficando o mais confortável possível, e se espreguiça ouvindo suas costas estralarem. O olhando para ao seu lado assiste a ruiva guardar o resto do sanduiche em sua mochila, antes de começar a falar com uma garota do outro banco, com cabelos loiros e uma cara comprida que a lembra muito a um cavalo.
Volta seu olhar para a frente, apenas para ver que o garoto tinha se sentado. É quase uma pena, ainda não consegue identificar o verde de seus olhos. Inspira fundo pelo nariz e olha para a janela, vendo a cidade como um leve borrão. E por um minuto se pergunta onde está. Nova York, algo lhe diz isso, como um sussurro longo e distante. Chega a ser quase assustador.
— Nancy, porque incomoda tanto o Percy? — A loira perguntou.
Percy... esse nome era familiar.
— Jackson, está de observação, eu quero que ele seja expulso. — Nancy responde a loira, e Aly começa a ignorar tudo a sua volta.
Percy... Jackson... Percy Jackson, e o ladrão de raios...
Era uma lembrança, parecia tão distante que poderia ter sumido se não tivesse se agarrado a ela como se sua vida dependesse disso. Um livro... esse era o nome do livro que representou alegria, diversão e riso em sua adolescência, e esse foi a primeiro de muitos. O ladrão de raios, o mar de monstros, a maldição do titã, a batalha do labirinto, o ultimo olimpiano. E tinha mais, muito mais que Rick Riordan tinha colocado nesse mundo.
Aly olha para frente. Acima das várias cabeças de crianças de 11 anos uma pequena mulher com jaqueta de coura, sentada ao lado de um homem de cadeira de rodas. Aly, sabia quem eram. Alector, uma das três Fúria do submundo, e Quíron, o centauro.
Alector olha para sua direção e um frio percorre sua espinha. Tentando parecer calma acaba sorrindo antes de desviar os olhos e espera não transparecer o medo e a apreensão que sente.
Será que é um sono?
Talvez estivesse sonhando, essa era a única explicação para a situação estranha em que se encontrava, onde parece que está na sua série de livros favoritas. Nunca teve sonos lúcidos antes, mas por garantia se belisca até que sua pele fique roxa e ardendo e ainda não acorda. Apenas uma opção parece ser entregue a ela quando o ônibus para e as 27 crianças descem. Siga o fluxo.
Eles se aglomeram em um grande lance de escadas de mármore branco. Aly ouviu um zumbido fraco no limite de sua audição e se virou a tempo de ver um Quíron em sua cadeira de rodas automática parar bem na frente do grupo de crianças. E a primeira vez que tem uma boa vista, ele a lembra do ator que o interpretou, e ao mesmo com características que ela só tinha imaginada lendo o livro. Parecia beirar aos cinquenta anos – apensar dela saber que ele tem milênios de idade – com alguns cabelos grisalhos e uma barba desgrenhada. Seus olhos eram castanhos e gentis, mas muito antigos como se ele tivesse tudo o que havia para ver – o que mostrava sua verdadeira idade.
— Tudo bem, crianças — disse com uma voz firme que a maioria dos professores tinha — Vamos caminhar durante todo o passeio, se vocês tiverem alguma dúvida, levante a mão e eu ou Sra. Dodds vamos acomodá-lo.
Quando olha para a Sra. Dodds, Aly se confunde. Não foi assim que sempre imaginou a Fúria, sempre pensou nela como uma mulher velha, em vez disso ela parecia ter trinta anos no máximo com uma jaqueta de couro e seu cabelo estava em um coque apertado no topo da cabeça, ela parecia ter uma carranca permanente estampada em seu rosto e seu nariz a lembrava muito a um bico de tucano. Quase a confundia com um monstro tipo pássaro em vez de um morcego.
— E, por favor, não toque em nada — disse Quírion, quase como uma reflexão tardio, enquanto olhava diretamente para a Nuncy — Essas relíquias existem há centenas de anos, seria uma pena que quebrassem ou desaparecessem repentinamente.
A classe riu e Nuncy corou tão intensamente quanto seu cabelo.
Quando entrou no museu, foi de tirar o fôlego. E não pode se lembrar seja tinha entrado em um. Havia estátuas de deuses, deusas e heróis colocados em todos os lugares, alguns eram decrépitos e velhos, enquanto outros pareciam novos em seus pedestais brilhantes. Pinturas foram penduradas nas paredes, a maioria delas eram cenários, enquanto algumas representavam praças e mercados movimentados da cidade. Foi belíssimo. Eles passaram por galerias e salas cheias de ecos da famosa cerâmica preta e laranja que contavam mitos e historias Gregas.
Sempre tendo gostado de mitologia, era fascinante e foi maravilhoso a visão de Quíron, quando ele começou a falar sobre os contos mitológicos da Grécia e de Roma. E sabia, ele estava contando suas memorias, quase podia vê-lo mesmo no meio de tudo aquilo, assistindo, participando e vivendo, enquanto falava.
Ela não era a única que estava interessada, Percy parecia tão fascinado quanto ela. Mas um grupo de garotas atrás dele não parava de rir e conversar, e de vez em quando ele se virava e dizia para elas ficarem quietas ou calarem a boca. Aly podia ver ele tentando manter a calma, que lentamente se esvaia, mas foi quando Nancy falou sobre o homem nu na estela. Finalmente, ele estourou.
— Você vai calar a boca?
Aly mordeu o lábio se impedindo de rir quando via a expressão em seu rosto, abismado que tinha praticamente gritado. Houve uma grande gargalhada do grupo, e o Quíron parou no meio da frase e se virou para encara-los, com uma sobrancelha erguida.
— Sr. Jackson — disse levemente — Você tem um comentário?
— Não, senhor — o menino respondeu com o rosto um vermelho brilhante.
— Então, talvez — disse o homem, apontando para uma imagem que estava pendurada na parede de um corredor pelo qual eles estavam passando — Você vai nos dizer o que esta imagem representa?
O Percy olhou para a foto e relaxa visivelmente, era a representação de um homem, segurando uma criança contra a boca, se preparando para engoli-la inteira, enquanto uma mulher olhava, o terror e desespero estampado em seus traços.
— Esse é Cronos comendo seus filhos, certo?
— Sim — disse Quíron — e ele fez isso porque...
— Bem... — Percy respondeu, então fez uma pausa, pensando. — Cronos era o deus rei e–
— Deus? — O homem interrompeu, suas sobrancelhas levantadas.
Percy chupou o lábio inferior com a boca e coçou a nuca. Aly sente pense, e se inclina para frente.
— Titã — sussurrou suavemente, sabendo que está próxima o suficiente para ouvi-la.
Ele fica tenso e lhe lançou um olhar rápido que poderia ter sido de gratidão ou confusão, ou talvez ambos.
— Titã — o menino rapidamente se corrigiu, — e... ele não confiava em seus filhos, que eram os deuses. Então, hum, Cronos os comeu, certo? Mas sua esposa escondeu o bebê Zeus e deu uma pedra a Cronos comer em vez disso. E mais tarde, quando Zeus cresceu, ele enganou seu pai, Cronos, fazendo-o vomitar em seus irmãos e irmãs-
— Ecaa — disse uma garota próximo a ela.
— -e então houve uma grande briga entre os deuses e os titãs, e os deuses venceram.
Houve algumas risadinhas do grupo. Ao lado dela, viu Nancy virar e inclinar-se para o lado e murmurar no ouvido de outra garota.
— Como se vamos usar isso na vida real. Como vai dizer em seus formulários de emprego, 'Por favor, explique por que Cronos comeu seus filhos.'
— E por que, Sr. Jackson — disse ele, sem desviar o olhar do menino, — parafraseando a excelente pergunta da Srta. Bobofit, isso importa na vida real?
— Se ferrou — Gover disse.
— Cale a boca — Nancy sibilou.
Aly não pôde deixar de sorrir. Antes de olhar para frente novamente.
Por que isso importa na vida real?
Essas perguntas ecoaram em sua mente, enquanto olhava para a estela novamente, quase bebendo a imagem.
— Para aprender.
— Como Srta. Coelho?
Foi naquele momento notou que tinha falado. Sente o constrangimento borbulhante, e se recusa a olhar para qualquer outro lugar sem ser as imagens gravada na parede.
— Mitos, histórias, lendas, e até mesmo contos são para aprender. Eles podem parecer mentirosos e muito fantasiosos mais contem verdades, foram feitos e contados para ensinar a não cometermos os mesmos erros do passado. — Foi só após sua fala que se voltou para Quíron e quase se arrepende se sua decisão. O olhar de saudade e de pesar quando seus olham se encontrão chega a ser sufocante.
— Muito bem. — Disse quando quebram o olhar, e parece que Aly pode respirar novamente. — Meio ponto, Sr. Jackson, e bem, Srta. Coelho apesar da pergunta não ter sido feita para você um ponto e meio por tê-la respondido. Zeus, na verdade, deu a Cronos uma mistura de mostarda e vinho, o que o fez vomitar as outras cinco crianças, que, é claro, sendo deuses imortais, estavam vivendo e crescendo sem serem digeridas no estômago do titã. Os deuses derrotaram o pai deles, o cortando em pedaços com sua própria foice e espalharam os restos no Tártaro, a parte mais escura do Mundo Inferior. E com esse alegre comentário, é hora do almoço. Sra. Dodds, quer nos levar de volta para fora?
Em resposta à sua pergunta, a fúria acenou com a cabeça e prontamente disse aos alunos que a seguissem. Todos a seguiram, menos Aly que deixou os alunos passarem por ela enquanto se aproximava olhava os jorros da exposição.
Com forme via, ela reconheceu algumas coisas, a máscara de Atena, a figura em mármore de Afrodite, e alguma historias nos jarros, ela se perdeu no tempo, se maravilhando com tudo que poderia ver. Se contendo, para não os tocar. Não sabe quanto tempo passou, mas quando ouve o zumbido da cadeira de coras elétrica de Quíron sabe que já tinha se passado algum tempo. Olhando para o seu lado, onde ele parou.
— Não deveria estar almoçando, Srta. Coelho? — Perguntou, e lá estava, o olhar que a vez mal respirar. Saudade, pesar, dor e tristeza pareciam emanar dele toda vez que a olhava.
— Aly — Se forço a falar, e desviou seu olhar para a estatura do que ela pensava ser Artêmis e uma criança — Me chame de Aly. E eu queria ver mais.
— Entendo, mais deveria ir, teremos muito tempo para ver a exposição mais tarde.
— É se não houver mais tempo? — Deixa escapar sua preocupação. Ela poderia acordar a qualquer hora, e nunca mais ver esse museu.
— Então venha novamente, em outro momento.
Aly não responde apenas da meia volta sem olhar para ele, ainda podia sentir a tristeza ainda emanando dele. Antes de deixar a sala se virou e deu um sorriso, grande e largo, que parecia que poderia dividir seu rosto.
— Você deveria sorrir mais. — Suas palavras ecoam pela exposição e o rosto de Quíron é impagável, olhos arregalados e boca meio aberta.
Então saiu. Ela parou em cima da escada saindo do museu e viu as crianças almoçando nas escadas de mármore branco, conversando e rindo sem se importar com o mundo. Aly deu um salto no ar quando alguém bateu em seu ombro, rapidamente se virou e encontrou Percy com os olhos arregalados de surpresa com o movimento repentino dela, suas mãos subiram, erguidas em um gesto universal de rendição.
— Uau, ei, venho em paz — disse ele, dando um sorriso torto e nervoso. — Eu só queria dizer obrigado pelo que você fez antes, eu provavelmente teria parecido um idiota gigante se você não interferisse.
Aly pode finalmente ter uma boa visão dele. Seu cabelo era extremamente pretos e estavam bagunçados, como se ele tivesse passado a mão nele muitas vezes. Sua jaqueta era pelo menos três tamanhos maior que seu corpo e a cor marinho escuro estava desbotada. Seus sapatos estavam com fita adesiva em alguns lugares. Ele não era excessivamente bonito ou parecia um herói como sempre imaginou quando lia o livro, na verdade, ele era apenas um garoto normal.
Quando olhou em seus olhos se viu perdida, e entendeu porque não conseguiu identificar o verde, porque não era apenas verde, não existia uma cor especifica para aqueles olhos. Era como olhar para a água turva de um lago, ou para as profundezas do oceano, a água turbulenta correndo de um riu, mas também como o azul brilhante de uma piscina e a água cristalina parada de uma represa, tudo de uma vez. Eram enervantes. Assustadores. E extremamente belos.
— Sem problemas — Aly suspirou, enquanto os cantos de seu lábio se curvam levemente em um sorriso gentil. — A qualquer momento.
O sorriso nervoso do menino se alargou em um genuíno, e ela notou uma covinha em sua bochecha esquerda. Ele acenou com a cabeça, colocou as mãos nos bolsos e se afastou.
Volta a olhar para a rua. Tinha muitas pessoas, todas com mochilas, bolsas, ou maletas, indo e vinda na rua, pareciam todos certos de onde deveriam ir. Aly acha que nunca foi assim. Tentou se lembrar de um lugar onde veria ir, e não consegue se lembrar, isso deveria assusta-la, mas não pode. Porque provavelmente vai lembra de onde tem que ir quando acordar.
Seus olhos vagueiam antes de se concentrarem em Percy sentado na beira da fonte, olhando ansiosamente para a rua em frente ao museu, um sorriso triste brincou em seus lábios, Aly sabia que ele estava pensando em sua mãe. Era possível ver a luta em seu rosto, ele queria tanto pegar um táxi e ir para casa, mas não queria decepcionar sua mãe sendo expulso de outra escola. Ela sabia exatamente o que ele pensava de sua mãe, como ele pensava que ela era a pessoa mais incrível do mundo.
E tentou se lembrar de memórias de sua própria mãe e ficou surpresa quando descobriu que não conseguia. Tentou novamente fechar os olhos, desta vez tentando imaginar a cor de seus olhos, a suavidade de seu sorriso, e sabe que está lá, mas não consegue ver. A memória parecia distante, tão longe e que mal poderia tocar. Por um momento a memória se desfez e não conseguia ver nada além da escuridão atrás de suas pálpebras.
O som de um alto respingo fez a fez abrir os olhos.
— Percy me empurrou! — Ouviu alguém gritar com uma voz um tanto estridente e irritante.
Olhando para ver uma grande comoção acontecendo perto da fonte de água, Nancy estava de pé perto da fonte completamente encharcada, mas um sorriso estava estampado em seu rosto, quase como se ela tivesse discutido e finalmente tivesse vencido. Um arrepio percorreu seu corpo quando seus olhos pousaram na Sra. Dodds, e em como ela estava olhando para Percy com tanto ódio, fez seu estômago parece pesado.
Observou, impotente, enquanto Grover, se colocava na frente de Percy, apenas para ser repreendido pela Fúria. A mulher então começou a conduzir Percy para longe e de volta para o prédio, ele parou no meio da escada e se virou para seu amigo.
Aly sabia que não deveria se meter, ela já sabia o que iria acontecer e tudo ficaria bem no final. Mas seu corpo a traiu quando ela deslizou para dentro do museu, seguindo o leve bater de pés contra o mármore, e ficou impressionada ao perceber que seus próprios pês não faziam som.
Os encontrou em uma galeria vazia, e entrou na sala e rapidamente se escondeu atrás de um pilar de mármore.
— Senhora, eu não... — A voz de Percy vacilou e sumiu, ele estava com medo. E no lugar dele qualquer um estaria.
— Seu tempo acabou — a voz da Sra. Dodds sibilou com raiva e nojo.
Aly pode ver a transformação do Fúria. No livro, Percy apenas descreveu a aparência, mas não o som que o acompanhava, houve um som de sucção quase inaudível e, uma vez que a transformação foi considerada completa, um leve estalo foi ouvido. Ela teria rido do som se não estivesse preocupada.
Um movimento chamou a atenção dela e se virou para a entrada de onde tinha acabado de sair e inclinou a cabeça em confusão. Quíron empurrou-se para a porta, segurando algo com força na mão e Aly sabia o que era, uma expressão de urgência estampava seu rosto.
— Olá Percy! — Ele gritou, e lançou a caneta no ar.
A caneta voou pelo ar e ela só teve pouco tempo para processar a informação porque então, três coisas aconteceram rápido demais para compreender. A primeira, foi a Fúria se lançando em direção a Percy, suas garras varrendo o ar em um borrão. A segunda, foi a mão de Percy estalando para pegar a caneta, movendo-se apenas o suficiente para errar o ataque do Fúria que se aproximava. E a terceira foi a caneta ricocheteando na mão dele, caindo no chão e deslizando até parar aos pés de Aly.
Antes que pudesse pensar corretamente, já tinha se movido quando pegou a caneta. A transformação foi rápida um segundo era uma caneta, no seguinte uma espada de bronze celestial. Como ela sabia que seria, tão brilhante e vibrante em suas mãos que parecia estar viva – não duvidaria se estivesse. Olhou para a frente e sua boca secou.
A Fúria tinha encurralado Percy. Tinha terror em seu rosto, como se estivesse abeira da morte, não poderia ser fabricado por sua própria imaginação, e pela primeira vez dês que acordou naquele ônibus Aly soube. Era real, tudo era real. Sem nem mesmo pensar, ela começou a se mover em direção ao monstro. Seus passos não eram apressados e pesados, mas lentos e metódicos, quase como se seu corpo soubesse o fazer. Então o deixou se mover e não pensou em mais nada. Parou a um pé de distância do Fúria, e quando ergueu a espada acima da cabeça.
— Morra, querida! — a voz da Fúria soou grave e aguda, como uma lixa em um quadro-negro.
Aly balançou a espada e logo o grito agonizante que veio enchendo o ar. A poeira que veio em seguida caiu como neve, cobrindo tudo ao seu redor, como um manto amarelo. Ela mal percebeu quando a espada tinha se tornado uma caneta novamente.
Seu coração martelava em seu peito. Não conseguia se mover, mal conseguia respirar. Parecia que estava se aforando quando puxar o ar e a impressão que irá se afogar com ele e segurou a caneta como se fosse seu salva vidas, tentando se acalmar. Era real, tudo era real e foi aí quando sua cabeça começou a girar. Como tinha parado ali? Quem ela era realmente? Porque estava ali em um mundo que só existia no papel?
Ela não tinha certeza de quanto tempo passou naquele estado, sentada no chão olhando para nada a não ser a poeira que já foi um monstro que só tinha lido em livros. Mas parece que seu estado assusta Percy que agarrou pelos ombros e a sacudiu com urgência. Ela não responde, não consegue, ele agarra seu rosto e a força a levantar a cabeça e olha para os olhos dele. É como um calmante para seus nervos, um lago calmo de agua cristalina, a profundeza do oceano calmo inerte, e o mar calmo antes da tempestade.
Sua respiração sai como um suspiro trêmulo e piscou lentamente como se tivesse acabado de acordar, e sua mente começou a clarear. Lentamente, olhou corretamente para Percy, esta pálido quase como o mármore do museu, seu cabelo preto estava coberto de poeira dourada, seus olhos arregalados e assustados. Ela pega as mãos dele e as afastado seu rosto, as mãos dele estão tremendo, ou seria as suas. Talvez ambas.
Levantar foi difícil. Suas pernas pareciam não querer cooperar, e tem que se agarrar a Percy para conseguir se levantar, ele segura com muita força sua roupa e ela se perguntou se ele também se agarrava a ela para se manter de pé.
Saíram do museu. Tinha começado a chover, e o cheiro do chão húmido depois de longo de sol enche o ar. É bom, é um cheiro familiar, a acalma. Olha para sua mão esquerda, ainda está segurando a caneta. Ela parecia perfeitamente normal, não havia nenhum sinal ou indicação de que alguma vez tivesse sido uma espada, mas a sensação ainda está lá. Como se gritasse que estava viva.
Nunca confiar em seus olhos, é como um sussurro longo e distante. Quase como uma lembrança. Ela sabia que era um aviso, um conselho que parece estar enraizado em seu ser.
Desceram os degraus e juntaram as outras crianças perto do chafariz. Aly vê Grover estava sentado com um mapa do museu formando uma tenda em cima de sua cabeça, como uma foram de se proteger da chuva. E Nancy não está muito longe, encharcada do chafariz, resmungando para as amigas.
— Espero que a Sra. Kerr tenha chicoteado seu traseiro. — disse Nancy, se virando e olhando para Percy.
— Quem? — Ele perguntou.
— Nossa professora. Dãã!
Aly arregala os olhos enquanto Percy pisca, e se olham atordoados. Aly sabia que nevoa era algo sério e poderoso, mas ao ponto de mudar a mente tão facilmente das pessoas, isso chegava a ser assustador.
Percy perguntei a Nancy de quem ela estava falando e ela simplesmente revirou os olhos e me deu as costas. Percy se vira para Grover e pergunta:
— Grover onde estava a Sra. Dodds?
— Quem? — Respondeu ele.
— Não tem graça, cara — Percy disse a ele. — Isso é sério.
Um trovão estourou no alto, e Aly tudo de si para não pular ao som.
Ela pode ver Quíron sentado embaixo do guarda-chuva vermelho, lendo seu livro, como se nunca tivesse se mexido. E se pergunta, como pode estar tão calmo quando eles poderiam ter morrido a pouco minutos. Como eles quase morreram. Percy vai até ele e Aly o segue.
— Ah, é a minha caneta. Por favor, traga seu próprio instrumento de escrita no futuro, Srta. Coelho.
— Aly. — Corrigiu, estreitando os olhos para ele. — Engraçado você dizer isso. Poderia jurar que você tinha jogada de propósito pelo museu.
— Entendo, mas posso assegurar que ele caiu.
Aly quer rebater, mas morde o lábio para não falar mais nada e apenas se contenda em olha-lo com raiva enquanto entregue a caneta.
— Senhor — disse Percy — Onde está a Sra. Dodds?
Ele olhou para Percy com a expressão vazia.
— Quem?
— Professora de pré-álgebra que parece um pássaro. — Ela respondeu com sarcasmo, muito antes que Percy pudesse falar. — Sabe, loira, jaqueta de coiro, tem cara de quem chupou limão e tem a mania de falar "Querido".
Sem mencionar quase nos matou.
Ele franziu a testa e se inclinou para a frente, parecendo ligeiramente preocupado. Aly quando vê isso não sabe se deve rir da audácia descarada de mentir sobre o que aconteceu ou começara a gritar de frustação.
— Percy, Aly, não há nenhuma Sra. Dodds nesta excursão. Até onde sei, nunca houve uma Sra. Dodds na Academia Yancy. Está se sentindo bem?
Nenhum deles responder e se olham novamente, quando o professor se afasta.
— O que diabos está acontecendo? — A voz de Percy parecia abalada e quebradiça, e Aly sabe que se algo mais acontecer ele iria quebrar.
Olha para ele. Seu rosto confuso, assustado e frustrado, o que a força para se acalmar. Olhou para Grover ao lado do chafariz, e para Quíron. Nenhum som saiu de sua boca, parecia que algo a estava segurando.
O que deveria fazer? Estava em dúvida, uma parte dela queria contar tudo que sabia e a outra, a parte assustada que acordou em um ônibus sem ideia do que fazia naquele lugar, que acabou de descobri que o mundo que uma vez era só uma história que leu era real e não tinha deia de como prosseguir. As próximas palavras que proferiu, eram a verdade, a mais pura e cruel verdade.
— Eu não sei.
