Quando Gina pisou pela primeira vez naquele reino percebeu que era exatamente como ela tinha imaginado, exatamente como um sonho. Andou pelas ruas desertas, o lugar não tinha pessoas, mas mesmo assim conservava uma atmosfera incrivelmente alegre, um lugar onde você pode se sentir bem mesmo sem estar fazendo nada. Olhou ao redor e viu o pequeno homem andar em uma estrada de pedras que levava a uma casa tão grande que ela chegou a pensar que fosse uma pequena vila fechada, a casa só não era tão grande quanto o castelo do rei, ao menos ela presumia que era do rei, que ficava no topo de uma colina, como que observando o reino.
Caminhou em direção a casa e viu o homenzinho parado no portão. Assim que ela se aproximou ele fez uma reverencia, quando se levantou olhou para ela e falou:
- Seja bem vinda a sua nova casa, sinta-se a vontade para entrar, suas criadas a esperam.
- Muito obrigada. - falou meio pasma.
Observou ele indo embora um pouco surpresa, suas criadas? Como assim suas criadas? Olhou para o portão e observou cada um de seus detalhes, ele era tão alto que ela quase não podia ver suas pontas afiadas, nas grades, em ouro, estavam dois erres muito grandes, nunca vira nada tão incrivel, e estava só na entrada. "Lá dentro deve ser incrível", pensou entrando pelos portões que abriram com um simples toque dela. Como ela imaginava ao passar pelos jardins pode ver as coisas mais belas que já tinham sido imaginadas, pássaros voavam no meio das flores, que eram tão coloridas e cheias de vida que pareciam dançar com o vento. Quando chegou a entrada da casa deu de cara com portas de madeira grandes e pesadas, mas quando fez menção de abri-las elas se abriram sozinhas, e ela pode ver uma mulher a observa-la do outro lado.
- Olá! - ela olhou Gina de cima a baixo, e seu sorriso foi diminuindo, seu olhar parou por um momento nos cabelos de Gina (que não eram cortados há muito tempo e estavam cheios de pontas duplas), e depois em suas sardas. Quando Gina percebeu estava correndo pelos corredores sendo puxada pela estranha, não conseguia nem observar o que acontecia ao seu redor, ou o caminho que estava tomando.
Pararam de correr ao chegar na frente de uma porta, que foi aberta e Gina empurrada para dentro.
Olhou ao redor e viu que se encontrava em um quarto muito grande, os móveis eram antigos e tinham talhado neles figuras lindas que ela tinha certeza tinham sido feitas a mão, obras unicas, ela pensava. Só nesse momento conseguiu prestar atenção na mulher que a carregara até ali, pois esta estava parada falando algo em um aparelho que lembrava um walkie-talkie, mas muito antigo. Ela era com certeza uma das mulheres mais bonitas que Gina já tinha visto, tinha cabelos castanhos lisos que eram cortados na altura de seus ombros, seus olhos eram amendoados e muito claros, um verde que ela nunca vira, tinha um rosto gentil e usava um vestido vinho muito discreto, mas que se via ser feito com um tecido muito caro, com pequenos bordados no decote e na borda do vestido.
Ela olhou para Gina e pareceu se lembrar de algo.
- Desculpe-me, esqueci totalmente de apresentar-me, sou Anne Rice, sua dama de companhia.
- Muito prazer, Anne, posso te chamar assim?
- Claro. - seu sorriso era bondoso, mas Gina podia ver seu olhar percorrer ela com um ar desesperado.
- Meu nome é Ginevra Weasley.
- Muito prazer.
Nesse momento três mulheres entraram no quarto, uma carregava um prancheta e uma pena. Todas usavam roupas iguais, beges com um avental branco.
- Então, esta é ela? - pediu uma das mulheres olhando Gina com uma expressão estranha.
- Sim, esta é Ginevra Weasley.
- Pode me chamar de Gina. - acrecentou Gina rápido tentando se livrar do olhar das mulheres.
- Como?
- Pode me chamar de Gina, é assim que todos me chamam. - percebeu que agora elas a olhavam mais estranhamente do que antes.
- Srta. Weasley, tem que se acostumar com esse mundo, aqui não chamamos as pessoas por apelidos, a não ser, é claro, sua dama de companhia.
- Ok. - falou baixando um pouco a cabeça.
Uma das mulheres se aproximou dela e começou a tirar sua capa, elas a olharam com uma cara surpresa quando viram que usava saias curtas, no meio da cocha, e uma blusa branca colada.
- Você se veste assim em publico? - a mulher apontou suas roupas.
- Todo mundo usa assim. - falou ela na defensiva ficando totalmente vermelha e tentando puxar sua saia para baixo.
- Tudo bem, você é de outro tempo, se saisse assim na rua aqui, seria motivo de fofocas para sempre.
- Ah, como pude esquecer? - todas olharam para Anne e ela continuou. - Gina, essa é a chefe das suas criadas, Miranda Keyes. - Miranda fez uma pequena reverencia e então ela continuou. - E essas são Amanda Noon e Naomi Arlen. - as duas fizeram reverências.
Ela observou o movimento das mulheres que agora observavam ela atentamente. Uma delas, que parecia a mais velha falou.
- Tome notas. - a outra preparou a pena e começou a escrever. - Cabelo, precisa ser cortado e hidratado, a cor é linda, mas esta opaca. Pele, temos que nos livras dessas sardas horríveis, e fazer uma hidratação, consigo ver que esta seca daqui. - Gina, conforme a mulher ia falando, percebia a encrenca em que estava, sabia que agora não tinha mais volta, mas só de pensar em ser mudada por pessoas que ela não conhecia (ou por qualquer um) se sentia nervosa.
Quando a mulher terminou de dizer tudo que precisava ser arrumado em Gina começou a dar ordens as criadas, para que avisassem o homem que fazia as poções do que precisariam, chamassem a costureira e o estilista, "Para fazer os vestidos mais lindos", dissera ela enquanto olhava desgostosa para as roupas da garota, que realmente não combinavam com o ambiente. O estomago de Gina roncou tão alto que foi ouvido por todas no quarto.
- Desculpe. - disse Gina ficando vermelha de novo.
- A garota esta com fome, como pudemos esquecer? Ela deve ter ficado horas naquele lugar.
Em vinte minutos Gina foi servida com uma sopa e pão, além de uma taça de vinho.
- Eu não bebo. - falou ela quando viu o que tinha dentro da taça.
- Vai ter que beber, vai fazer bem a você, a partir de hoje vai beber uma taça de vinho durante o jantar todos os dias, você vai ver como vai fazer uma diferença incrivel.
Gina olhou pela janela e viu que o sol se punha colorindo o horizonte.
Tomou sua sopa enquanto respondia a algumas perguntas, quando já estava quase acabando de jantar uma mulher entrou correndo no quarto com um pergaminho na mão.
- Aqui está senhora.
- Muito obrigada Madeline.
A mulher se retirou do quarto e Gina perguntou.
- O que é isso?
- Você não pode ser tão curiosa garotinha. - sorriu ao ver a cara de desagrado de Gina e então falou. - Vou deixar passar dessa vez, mas que não se repita. Para matar sua curiosidade vou te dizer.
A garota sorriu e correu para perto da mulher.
- Esta é a ficha do seu futuro marido.
- Como assim?
- O garoto com quem você vai se casar. - ela olhou a ficha e falou. - Draco Malfoy.
- Ah... - ela voltou para a mesa entediada. - Do Malfoy.
A perspectiva de se casar com aquele ser fez ela ficar de mau humor, mas isso não durou muito pois segundos depois duas pessoas entraram no quarto, o homem era muito pomposo e usava uma roupa verde e a mulher usava um vestido rosa choque que chegava a machucar os olhos.
- Boa noite. - falou o homem fazendo uma reverência.
- Boa noite Joseph, não sabia que você viria ainda hoje. - falou Miranda cumprimentando-o e fazendo Gina se levantar. - Essa é Ginevra Weasley.
Ele olhou e ficou com a boca aberta por alguns instantes.
- Quem desenhou essa roupa? - falou ele numa voz quase alta demais. - É incrivelmente... - ele parecia estar procurando uma palavra, mas desistiu, mesmo que sua expressão fosse de total surpresa.
- É só um uniforme. - falou Gina.
- Ok. Louise, - a mulher chegou perto dele e ele mandou que ela tirasse as medidas de Gina. - você - ele apontou para Gina. - tem um corpo que vai ficar bem em qualquer coisa, não que eu, Joseph Simon, melhor estilista do reino, faça qualquer coisa, num dos meus modelos você vai ficar magnifica! - ela sorriu, pelo menos uma parte dela não precisava ser arrumada, pelo menos uma parte era perfeita, pelo menos segundo Joseph Simon, o que era suficiente para ela.
Passou quase toda a noite acordada, não conseguia parar de pensar no que estava acontecendo do lado de fora daquele lugar, será que Harry sentira sua falta? Afinal tinha combinado de se encontrar com ele, mas também não sabia quantas horas haviam passado do lado de fora. Chorou um pouco, sabia que podia não sair dali, afinal Noah não tinha saido, mas chorava mais ainda por não ter um amigo ali, por só conhecer uma pessoa em todo aquele lugar, e por essa pessoa ser Draco Malfoy.
Na manhã seguinte foi acordada bem cedo por uma das criadas e vestiu um vestido que ela lhe entregou, estava estranhamente calma, apesar de todo o barulho que era ouvido pela casa. Saiu do quarto no momento em que terminou de se vestir, queria tirar o dia para explorar a casa, mas isso ficou só nos planos. No momento que colocou os pés fora do quarto Anne apareceu e disse para ela que tinham muito trabalho, "Com o que?", perguntou enquanto era levada por corredores que pareciam não ter fim, fazendo curvas e entrando em portas grandes e pesadas. Anne parou e olhou para ela com uma expressão interrogativa, "Como assim com o que? Com você é claro!", e depois segurou a mão dela e entrou na porta que se encontrava atrás dela, puxando Gina consigo.
Entraram em uma sala muito grande, e muito cheia de gente, no momento em que a porta se fechou às suas costas varias pessoas vieram até ela e a colocaram em uma cadeira, depois disso seu cabelo foi puxado, cortado, arrumado, suas unhas foram pintadas, sua pele ficou horas com uma mascara com um cheiro muito bom... ela nunca imaginara que faria algo assim. Ao fim do dia, não havia uma parte do seu corpo que não tinha sido beliscada, hidratada, ou qualquer outra coisa, estava exausta.
Quando saiu da sala tudo o que queria era sua cama, e talvez se olhar num espelho, já que naquela sala não havia nenhum. Pensando melhor isso era bem estranho, afinal aquilo era como um salão de beleza, não era? Então porque não tinha espelhos?
- Anne, onde eu acho um espelho para me ver?
Ela sorriu e falou.
- Eu sabia que estava demorando, você não pode se ver no espelho até que terminemos de te arrumar.
- Porque? - agora ela queria se ver, o que estavam fazendo com ela? Naquele momento imaginou coisas terríveis, e, é claro, impossíveis. Mas naquela hora elas pareciam bem razoáveis.
- Não é por nada, é só pra surpresa ser maior.
- Mas como eu vou saber se eu estou bonita?
- Nós vamos poder te ver.
- Eu sei, mas eu queria me ver!
Anne riu da reação dela e falou.
- Eu te garanto que você esta linda! Agora espere aqui no seu quarto que eu vou pedir que tragam seu jantar.
Gina sentou-se emburrada em sua cama, quanto tempo será que se passara no mundo exterior? Será que já tinham dado por sua falta? Será que já tinham percebido que o Malfoy também sumira? O que será que pensariam? Achariam que eles tinham fugido? "Não!", só o pensamento a fez rir, jamais pensariam em algo assim. Talvez quando achassem o livro percebessem o que tinha acontecido, talvez conseguissem mudar alguma coisa, tirar eles dali antes que algo ruim acontecesse. Se perdeu em seus pensamentos e em dez minutos pegou no sono, teve um sonho estranho, algo que ela não se lembraria na manhã seguinte, mas que fez com que ela se sentisse em casa, mesmo estando tão longe de seus amigos, de sua família e de seu mundo.
Caminhou por um belo corredor acompanhada de Anne, ela dizia que naquele dia tinham muito a fazer, e Gina pensava no que mais poderia ter para fazer, será que mudariam o que desta vez? Chegaram a uma sala vazia, lá só se via algumas pessoas, que a olharam quando ela passou, mesmo que estivesse vestida adequadamente, com um longo vestido verde, que ficava um pouco grande, mas isso não vinha ao caso.
Descobriu mais tarde que teria aulas naquela tarde, assim como na seguinte, e na seguinte... Aprenderia a se portar, a andar, a comer, a se vestir adequadamente...
Se ficara cansada no dia anterior é porque não sabia o que ia ser aquele dia, passara o dia andando de uma lado para o outro da sala, ouvindo pessoas falando mau de sua postura e elogiando seu cabelo.
Os dias seguintes correram mais ou menos iguais, a não ser por algumas horas de folga que tivera e que usara para começar a conhecer a casa. O lugar era realmente muito grande e tinha medo de se perder, mas fora isso era maravilhoso. Viu pessoas arrumando o lugar e perguntou a Anne por que daquilo, e ela explicou que estavam arrumando para o baile de noivado, que aconteceria em alguns dias, por isso que ela estava tendo aulas tão puxadas e seguidas, eles tinham pouco tempo para ensinar tudo que ela tinha que saber.
Anne se tornara uma amiga no meio de muitos desconhecidos, era a unica pessoa com quem conseguia conversar naquele lugar. Se tornara um habito as duas conversarem até tarde, contava sobre sua vida fora dali, sobre sua família, Harry, a guerra, sentia-se muito a vontade com ela. A mulher falava com ela assim também, como se fossem amigas antigas. Contara que também tinha vindo do mundo exterior, mas a tanto tempo que não conseguia mais se ver morando lá, contava histórias de quando estava em Hogwarts, e que quando ela entrou no livro ele já estava parado, e ela logo soube que não poderia ser a mocinha, simplesmente não era seu destino.
- A quantos anos você está aqui? - perguntara Gina querendo uma idéia de tempo que o livro estava parado.
- Eu não saberia te dizer com precisão, mas para você ter uma idéia, antes de você me falar eu não tinha idéia de quem era Harry Potter, ou até mesmo que ele existia.
Gina passou a noite pensativa, a quantos anos o livro poderia estar parado? Se ela jamais ouvira falar de Harry Potter provavelmente a mais de 16 anos, mas isso ainda era muito vago, talvez até mesmo centenas de anos, talvez ela jamais descobrisse. "Talvez eu não precise saber...", pensou pouco antes de adormecer. Dormiu um sono pesado e cheio de sonhos, todos lindos, exatamente como nas outras noites desde que chegara àquele lugar.
Os dias passaram devagar, Gina melhorara muito desde que chegara, se sentia em casa agora. Os unicos momentos em que pensava sobre o mundo real era quando estava sozinha ou adormecendo. Na maior parte do tempo sentia como se aquele fosse seu mundo, como se tivesse vivido ali durante toda sua vida.
Corria pelos corredores, o relógio marcava 17:00, estava em cima da hora. Parou de repente em um corredor, olhou para os dois lados, e agora? Direita ou esquerda? Reconstruiu seus passos de novo tentando se lembrar o caminho para o quarto. "Direita", pensou depois de quase um minuto parada. Finalmente chegou a um lugar conhecido, caminhou por mais alguns corredores e viu a porta do quarto, caminhou com passos vacilantes até lá, sabia que a estavam esperando. Provavelmente estavam bravos, tinha aprendido que pontualidade era tudo, mas estava atrasada. Entrou no quarto e todas as cabeças se viraram em sua direção. Segundos depois estava dentro de uma banheira ouvindo Amanda brigar com ela por causa do atraso. "Isso pode atrasar toda a programação!", falou ela enquanto lavava seus cabelos. Saiu do banheiro com suas roupas de baixo, que eram maiores que seu uniforme, e logo lhe puseram um espartilho, forçando ela a ficar quieta.
Uma mulher entrou no quarto e a sentou em uma cadeira, começou a mexer em seu cabelo, passando poções e murmurando feitiços. Demorou meia hora só para terminar de arrumar os cabelos, depois a maquiagem. Mulheres entravam e saiam de seu quarto cada uma arrumando alguma coisa, tinha que estar perfeita para a festa.
Por ultimo colocou o vestido, depois de estar pronta uma das mulheres lhe apontou a varinha e falou um feitiço que ela não conhecia, no mesmo momento sentiu o vestido se arrumar em seu corpo, parecendo que tinha sido costurado ali, servindo perfeitamente. Como uma luva.
Sorriu para Anne quando esta entrou no quarto. Ela vestia um vestido verde escuro sem muitos detalhes, mas ainda assim incrivelmente lindo, com um colar de pérolas. Ao ver a expressão da amiga desejou ter um espelho, uma mulher chegou bem perto dela e colocou um colar em seu pescoço. Depois disso todas pararam a sua frente, como que admirando uma obra de arte. Gina não gostou da sensação e desejou que elas parassem com aquilo e lhe dessem um espelho logo. Parecendo ler os pensamentos de Gina uma das mulheres fez um movimento com a varinha e depois disse para Gina se virar. Quando ela o fez seu queixo caiu.
NO MUNDO REAL
Pansy chegou na biblioteca alguns minutos atrasada esperando ver Draco soltando fogo, esperava ver ele avançar até ela e pedir porque ela tinha se atrasado, depois disso teriam uma daquelas brigas que sempre termina em beijos. Mas não foi isso que aconteceu, ao chegar na biblioteca não viu nem sinal de seu loiro, sentou-se na mesa mais isolada da biblioteca onde eles sempre se encontravam e esperou.
Meia hora, quarenta minutos, uma hora, uma hora e meia e nada de Draco, agora ela que soltava fogo. Ninguém a deixava plantada por tanto tempo! Quem ele achava que era? Respirou fundo e olhou mais uma vez no relógio, era bom que ele tivesse uma ótima explicação. Ficou lá sentada mais um tempo, com as pernas cruzadas e movendo um pé impacientemente ao mesmo tempo que batia as unhas na mesa, recebendo ocasionalmente olhares desaprovadores de alunos que estavam ali para estudar. Depois de esperar durante duas horas ela decidiu ir procura-lo, e nenhum lugar era melhor para começar a procurar do que a Torre de Astronomia, onde ele levava ocasionalmente alguma conquista barata.
Saiu da biblioteca furiosa, e escolhendo os feitiços com que o atacaria se ele estivesse com outra garota. Quando chegou a Torre de Astronomia deu de cara com um completo vazio, ele não estava ali. Caminhou procurando por ele, como se desconfiasse que ele podia estar em baixo de uma das pedras ou algo assim. Quando desistiu resolveu procurar as unicas pessoas que quase sempre sabiam onde encontrar Draco, Crabbe e Goyle.
Andou calmamente até a cozinha onde, tinha sido informada, poderia encontrar os dois. No momento em que colocou os pés na cozinha viu os dois, sentados em uma mesa comendo como porcos. Chegou perto com muita cautela e falou.
- Crabbe, onde esta o Draco?
Ele olhou confuso para ela e ela pode ver que na mesa havia um jogo de xadrez, ele engoliu o que tinha na boca e falou estupidamente.
- Ahn?
Pansy suspirou e falou com calma, como sabia ser o unico modo deles entenderem.
- Onde está o Draco?
- Ah...
- Merda, essas peças não me obedecem!
Ela olhou com raiva para o outro por ter desviado a atenção de Crabbe bem quando ele parecia ter entendido o que ela queria.
- Calma, você é que não sabe jogar... Você tem que dizer a casa onde elas tem que ir.
- Mas como eu faço isso? - falou ele tentando empurrar uma das peças.
- É assim...
Mas ele não teve chance de terminar, Pansy empurrou o tabuleiro longe, e quando os dois olharam para ela com uma cara não muito amigavel ela nem se mexeu, ficou simplesmente encarando eles.
- Agora eu tenho a atenção dos dois? - pediu meio raivosa.
Crabbe foi o primeiro a falar parecendo meio abobalhado.
- O que? - seu olhar estava grudado em uma pilha de rosquinhas do outro lado da mesa.
- Onde esta o Draco?
- Ah... - falou ele olhando para ela depois de se apoderar de cinco rosquinhas e enfiar uma na boca.
- Ah... E então, cade ele?
Goyle riu abobadamente e falou.
- Nós deixamos ele com uma corvinal, a algumas horas atrás...
- Como? - ela fechou a cara e falou agora cheia de ódio. - Com qual delas?
- Não sei o nome dela, uma loira do quinto ano...
- Sim, mas qual delas?
Goyle parecia fazer uma força enorme para pensar e Crabbe nem parecia estar escutando, tão entretido estava com suas rosquinhas.
- Ah... Joana alguma-coisa. - ele olhou para ela parecendo exausto pelo esforço, completando em seguida. - Eu acho.
Ela saiu da cozinha e foi até os jardins onde sabia que o quinto ano da Corvinal estava tendo aula de Trato das Criaturas Magicas. Avistou a garota logo, com seus cabelos loiros pintados e seus olhos inocentes, exatamente como Draco gostava.
Caminhou até ela e quando o professor se virou para o outro lado puxou a garota para longe da turma. Jogou ela contra uma parede e perguntou com os olhos brilhando.
- Onde esta o Draco? - segurou-se para não chingar a garota que parecia bem assustada.
- Eu... eu não sei.
- Como assim não sabe?
- Ele me disse que tinha que encontrar alguém na biblioteca e foi embora, há algumas horas.
- Espero que você não esteja mentindo para mim. Porque se estiver eu vou descobrir, e ai não vai sobrar nada de você.
- Eu juro que não estou!
- Muito bem então, volte para sua aula e fique longe do Draco!
A garota saiu correndo, mas não foi falar com o professor, provavelmente sabia que seria pior para ela.
Harry andava de um lado para o outro ao lado de uma árvore, Gina estava meia hora atrasada. Já estava começando a ficar preocupado, ela normalmente não se atrasava. Avistou Luna do há alguns metros do lugar em que ele estava e foi falar com ela, talvez ela soubesse onde Gina estava.
- Oi Luna.
- Oi Harry, como você esta?
- Bem e você?
- Bem. - ela parecia aérea, nada anormal.
- Luna. - ela olhou para ele. - Você sabe onde a Gina está?
- A Gina? - ela voltou a olhar o céu.
- É, a Gina.
- Eu não sei, ela estava na biblioteca quando eu vi ela, lendo. - ela deu um giro e por pouco não derrubou Harry.
- 'Brigado. - disse ele se afastando dela e indo em direção a biblioteca.
Ele tinha ido encontrar ela, e agora, onde estava? Será que tinha tido algum problema? Voltou a se sentar na mesma mesa na biblioteca, e, perdida em seus pensamentos nem notou o livro no chão.
Andou até a biblioteca e foi falar com Madame Pince que estava espantando um grupo de alunos barulhentos.
- Com licença Madame Pince.
- Em que posso ajuda-lo? - ela falou numa voz falsamente animada por ele estar na biblioteca.
- Eu gostaria de saber se a senhora viu uma garota ruiva chamada Ginevra Weasley por aqui.
Ela olhou para ele com o canto dos olhos e arrumou algumas folhas em sua mesa antes de responder.
- Vi, ela está lá no fundo.
- Muito obrigado.
Caminhou até o fundo da biblioteca, mas ao chegar lá tudo o que viu foi uma Pansy Parkinson aparentemente irritada.
Saiu dali antes de ser visto, pensando se a bibliotecaria realmente não tinha visto a garota saindo ou se ela estava brincando com ele.
O dia passou tranqüilo para a maioria das pessoas, mas Harry estava realmente preocupado, não conseguira encontrar a garota em lugar nenhum. Caminhou até a Profª McGonagall e falou para ela sobre o estranho sumiço de Gina. A mulher não ficara preocupada, tinha dito que eles procurariam por ela, mas que a garota provavelmente estava pelos jardins ou em qualquer outro lugar do castelo, por isso não tinha por que se preocupar, ela iria aparecer. Foi para seu dormitório um pouco mais tranqüilo, não achava que a garota tinha se escondido, mas pelo menos iriam procurar por ela. Adormeceu logo e sonhou com Gina... Com Gina e... Malfoy? Acordou na manhã seguinte sentando-se bruscamente na cama, mas se acalmando logo depois, tinha sido um sonho, só isso.
A manhã se passou e a tarde também e nem sinal de Gina, não conseguia prestar atenção em nada, depois de procurar por todo o castelo mais uma vez decidiu falar com o diretor. Ele com certeza acharia aquilo estranho e tomaria um providência.
Madame Pince estava caminhando pela biblioteca quando viu uma coisa estranha, um livro jogado no chão. Caminhou até ele e juntou, olhando ao redor com uma cara raivosa, não era assim que se tratava um livro! Que vergonha! Amaldiçoou todos os alunos que viviam por ali só para matar aula e bagunçar suas estantes. Mas quando olhou o livro melhor, sua expressão mudou. Fazia anos que não via aquele livro, e o fato dele estar ali jogado fazia ela acreditar que alguém o havia lido, o que não era seguro. Abriu-o com cautela como se esperasse que algo pulasse dele, mas isso não aconteceu. Apesar de nada ter atacado ela sua expressão foi de total pânico quando olhou as páginas do livro, ele estava se escrevendo sozinho!
Respirou fundo, aquilo não podia estar acontecendo, não de novo. Mexeu um pouco mais no livro, tentando achar uma pista de quem poderia estar preso ali, mas nada parecia lembrar nenhum aluno. Passava os olhos pelas linhas quando viu algo que lhe lembrou alguém. A menina Weasley, não vira ela sair no dia anterior. Um panico se instalou nela. Ficou mais um tempo ali, olhando para o livro, antes de decidir o que fazer.
Não foi só Pansy que sentiu falta de Draco na manhã seguinte, Crabbe e Goyle pareciam desorientados, sem ter alguém para lhe dar ordens. Mas isso foi logo resolvido quando Pansy tomou o lugar de Draco como "chefe" e começou a lhes dar o que fazer. Queria a todo custo achar Draco, sabia que ele não poderia estar fora do castelo, se tivesse algum imprevisto a teria avisado. Os três procuraram por ele durante toda a manhã e toda a tarde, mas nem sinal. Depois de dispensar os dois, que estavam reclamando de fome a quase meia hora, Pansy decidiu que estava na hora de tomar uma atitude drastica. Por pior que parecesse e mesmo sabendo que Draco odiaria, tinha que fazer aquilo. Tinha que procurar o diretor.
Chegou a frente da gárgula que levava a sala do diretor e viu que já havia alguém ali. Observou Pansy Parkinson encara-lo e caminhar em sua direção.
- Você sabe a senha Potter? - pediu ela parando a sua frente.
- Talvez. - não queria dizer a senha para ela, seu assunto com o diretor era de extrema urgência, mas ao falar aquilo não pensou que ela levaria isso como um desafio.
- Sabe ou não? Vamos Potter, eu não tenho o dia todo!
- Sei, mas isso não quer dizer que eu va te dizer.
Ela fechou as mãos com força e ele pode ver que ela estava se esforçando para não bater nele.
- Se você tem amor a sua vida me diga a maldita senha Potter.
Ele riu, ela achava que ele tinha medo dela? Só podia ser brincadeira... Mas não era, ao ouvir o riso do garoto Pansy derrubou ele no chão e roubou sua varinha, sentou-se encima dele com uma perna de cada lado e colocou as duas varinhas na sua garganta. Então voltou a perguntar.
- Qual a senha Potter?
Ele engoliu em seco encarando aqueles olhos quase pretos que pareciam preocupados. Preocupados? Falou devagar.
- A senha é "sorvete de limão".
Ela se levantou e andou até a gárgula, depois de dizer a senha e ver a gárgula se mexer ela sorriu e olhou para ele. Quando colocou o primeiro pé na escada e começou a ser levada para cima ela jogou a varinha dele no chão.
Ao ver a garota desaparecer ele correu e pegou sua varinha, não tinha imaginado que a garota fosse fazer aquilo, fora pego completamente despreparado, tinha que cuidar disso. Ela podia ter matado ele.Respirou fundo, aquilo tinha sido realmente estranho. Falou a senha e a gárgula se mexeu, permitindo sua entrada, tinha que falar com o diretor, mesmo com a sonserina na sala.
Parou na frente da porta da sala e ia bater na porta quando ouviu a voz do diretor.
- Entre Harry.
Entrou na sala e viu uma cena no minimo inusitada, o diretor dava uma xicara de chá para uma Pansy soluçante. O que estava acontecendo ali? Não chegara nem dez minutos depois de Pansy, como ela podia estar chorando? O que tinha acontecido?
- Em que posso ajuda-lo?
O olhar dele se dirigiu ao diretor e então se lembrou do porque estar ali. Caminhou até mais perto e sentou na cadeira que o diretor oferecia ao lado de Pansy.
- Diretor aconteceu uma coisa.
- O que Harry? - ele se servia de chá e olhava Harry com um olhar preocupado.
- É a Gina, ela sumiu.
Pansy olhou para ele com os olhos arregalados e o diretor fez uma cara intrigada.
- Isso é muito curioso...
- Porque senhor? - pediu olhando para o diretor e tentando ignorar o olhar de Pansy.
- Bom, porque a Srta. Parkinson acabou de me contar que outra pessoa também sumiu.
Ele olhou para a garota e depois para o diretor antes de falar.
- Mesmo? Quem?
- Draco Malfoy.
O queixo de Harry caiu, Malfoy? Lembrou de seu sonho, mas logo varreu a idéia da sua mente, encarava o diretor que parecia pensativo e então olhava Pansy, que agora parara de chorar, mas que estava com o olhar distante.
Todos acordaram da "transe" em que estavam com um barulho na porta, em seguida Madame Pince entrava decidida na sala.
N/A: Oi! Desculpa pela demora pra atualizar, mas as vezes demora pra sair alguma coisa. Esse capitulo ficou bem maior do que eu planejava! Nossa, fazia tempo que eu não escrevia tanto em um dia...
Bom, antes de qualquer coisa eu queria dizer algumas coisas sobre a fic:
1º - A Gina é nobre, por isso das reverencias, a dama de companhia e tudo o mais.
2º - Na minha fic não existem elfos no mundo paralelo onde eles estão, não é porque eu sou uma partidaria do FALE ou algo assim, é simplesmente porque eu prefiro humanos, eles conversam sem se preocupar se estão falando alguma coisa que os outros possam achar ruim e não ficam se torturando, por isso eu prefiro eles.
3º - O Draco vai até a Gina porque ele não é o primeiro filho homem, portanto ele não é herdeiro ou algo assim, se ele fosse ela teria que ir até ele. A sim, a Gina é filha unica.
4º - Eu tentei, juro, mas não consigo escrever de um modo bonitinho e complicado, como normalmente escrevem nas fics de "época", desculpa, aqui vai ser só gente falando de forma normal
5º - Do próximo capitulo em diante o Draco aparece, não reparem na mudança do personagem, ele é um daqueles garotos maduros e educados (um verdadeiro principe), pelo menos quando ele fala, nos pensamentos ainda teremos um Draco mais Malfoy.
Bom, eu acho que é isso... Se alguém tiver alguma duvida é só perguntar...
Eu queria agradecer a Bi Radcliffe, Ane Malfoy, Catarina, Lou Malfoy, Bru Black e Mione Malfoy pelas reviews.Muito obrigada mesmo! Espero que vocês tenham gostado do capitulo! Continuem comentando e dizendo o que acharam.
Agora um desabafo: Quando eu comecei a escrever essa Fic eu não me toquei do quão dificil seria fazer ela! Nossa, agora que eu vejo que tenho que escrever todo o livro e depois... Bom, não se preocupem porque eu não vou abandonar a fic.
Mais uma coisa, se alguém achou a parte da Gina meio estranha e pouco explicativa sobre o que faziam com ela desculpe, mas eu realmente entendo pouco sobre essas coisas de etiqueta e de mudanças radicais no visual, então desculpem!
Agora que a N/A ta ficando muito longa e chata eu vou parar de escrever ela...
Reviews por favor! Quanto mais reviews mais rápido eu posto! Por favor!
Reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews, reviews!
Beijos!
Até mais,
Nina Black Lupin
PS:Você ai, é, você mesma que fica arranjando desculpas para não comentar, COMENTA!Esqueça a mão machucada, a dor de cabeça, a falata de tempo e tudo o mais, comenta esse capitulo gigante(com uma review gigante se vc quiser)...
PS2:Se alguém quiser fazer propaganda da fic é só deixar um comentário pedindo.
Beijos e tchau de verdade dessa vez...
