"Ele foi bom e delicado
Mas era mau e era tão mal educado
Foi tão gentil e tão cortês
Porque será que não notei nenhuma vez?"
A Bela e a Fera
Não podia acreditar! Por mais que tentasse simplesmente não conseguia acreditar que aquela era ela! Passou lentamente a mão por seu rosto, nenhuma sarda, nada, aquilo que a incomodara sua vida toda havia sumido. Sorriu também ao tocar seu cabelo, estava tão sedoso que nem parecia de verdade, caia solto em cachos perfeitos até um pouco abaixo dos ombros. Passou a mão por seu vestido, ele era rosa, em varios tons. Mal conseguia se mexer, ou respirar, por causa do espartilho, mas não se importava. Seu corpete era rosa fraco, com um decote meio arredondado e descendo pelo tecido em sua barriga estavam fitas de um rosa mais escuro, que se entrelaçavam. Sentiu um vento soprar vindo da janela, um arrepio correu por toda sua espinha e os pêlos em seus braços se arrepiaram. Tocou com calma a saia do vestido, o tecido era tão leve que mal podia senti-lo, sabia que jamais usara algo tão lindo, ou tão caro.
O colar que a mulher colocara nela era muito leve, tinha um pingente de ouro branco em forma de borboleta e diamantes encravados nele.
Tudo aquilo parecia surreal, ela parecia exalar um brilho, algo inacreditável.
Ainda estava com a boca levemente aberta quando Anne se aproximou dela com luvas na mão, o toque do tecido era o mesmo da saia do vestido, nunca usara luvas até os cotovelos, mas, como dizia sua mãe, sempre há uma primeira vez para tudo na vida.
Se olhou mais uma vez no espelho, respirou fundo e virou.
- E então? Como estou?
- Linda! - falou uma mulher no fundo, uma mulher que ela nunca vira.
Ane então olhou para a mulher e então pegou sua mão e as duas caminharam até lá.
- Isso pode parecer meio estranho, mas essa é sua mãe.
Gina olhou para ela e sorriu. Era exatamente como ela imaginava, uma mulher alta, com longos cabelos loiros e um sorriso radiante.
- Olá mãe, muito prazer.
Era quase natural chama-la assim, ela era tão maternal, a presença dela era tão tranquilizante quanto a de sua mãe. Não conseguia explicar, mas se sentia tão bem...
A mulher abraçou ela e falou no seu ouvido:
- Você está magnifica, filha.
Então, quando se afastou Gina pode ver seus olhos cheios de lágrimas encarando ela.
- Vamos? - ela pediu segurando sua mão.
- Sim.
Andaram por alguns corredores até que encontraram um homem, ele estava parado observando os ultimos preparativos para a festa, sua mãe chamou sua atenção cutucando seu braço. No momento em que ele virou e olhou para Gina seus olhos brilharam, então ele abraçou ela apertado, e ela se sentiu confortada, como se estivesse novamente com sua família.
Eles sentaram e ficaram simplesmente conversando, durante seus ultimos momentos como Gina Weasley ela falou de sua vida e escutou sobre aquele novo mundo onde ela se encontrava. Viu nos olhos de seus pais uma ternura imensa, um carinho infinito, como se eles se conhecessem durante toda a vida.
Quando o relógio marcou oito horas uma mulher muito séria entrou na sala onde eles se encontravam, ela estava toda vestida de preto, e Gina logo a reconheceu como a governanta, a quem só conhecia de vista, e de ouvir o medo que os empregados tinham dela. Ela então parou na frente deles e falou:
- O jantar está servido.
Seu pai encarou-a por um segundo, então perguntou:
- E nossos convidados, já chegaram?
- Desculpe senhor, esqueci-me de avisa-lo. Eles mandam dizer que sentem muito, mas devido a um grande atraso no cronograma eles acabaram de chegar de viagem e não estão prontos para se apresentarem, mas certamente estarão prontos para a hora do baile.
- Pois bem, então, passaremos mais algum tempo só em família. - então olhou para Gina com um sorriso. - Tenho certeza que terás tempo de conhecer seu noivo mais tarde, meu anjo.
Gina simplesmente sorriu de volta, já conhecia muito bem seu futuro marido e, sinceramente, não estava ansiosa para revê-lo.
Chegaram em uma sala ampla e muito bonita, uma mesa de madeira estava no centro da sala, cheia de cadeiras, nas paredes haviam quadros. Gina sentou na cadeira a esquerda de seu pai, que sentara na ponta, e de frente para sua mãe.
- Eu achei que nós iriamos jantar com todos os convidados. - falou enquanto uma mulher servia seu prato.
- Não, na janta somos só nós, já que os Prince não puderam vir.
Comeram devagar sem falar nada, Gina aprendera que era assim que tinha que ser, e provavelmente era assim que seus pais esperavam que ela fosse. Às nove e meia os convidados começaram a chegar, condes, duques, principes, todos ali, mal podia acreditar naquilo.
Seu pai olhava nervoso para os lados, procurando os Prince ela sabia, mas eles ainda não haviam aparecido. Quando o relógio bateu dez horas viu uma carruagem chegando, junto com a guarda real, sabia que era o rei, convidado de honra de seu pai, que anunciaria o noivado dos dois para o reino, isso era o que parecia mais improvavel para ela, o rei? O próprio rei anunciando o noivado? Isso era incrivel! Era a coisa mais maluca que já acontecera com ela. Viu um grupo de pessoas se aproximar, reconheceu imediatamente o loiro no meio de um homem pomposo e uma mulher extravagante. Observou ele andando, como nunca notara como era lindo? Sua pele era tão branca quanto a dela, mas não havia o contraste dos cabelos de cor forte. Parecia perfeito em suas vestes azuis, usava diamantes também, como todos os homens daquela festa, um lugar onde só os mais ricos e poderosos poderiam estar naquela noite, celebrando um noivado. Sorriu para ele que parecia surpreso com ela, sabia que estava diferente, e se sentia muito bem com o olhar dele.
Draco entrou no salão por uma porta lateral, junto com sua mãe e pai. "Eu não posso acreditar que estou fazendo isso, besteira, besteira, besteira. Não posso acreditar que estou aqui pra noivar com a Weasley pobretona, e que eu não tenho escolha. Ou eu faço isso, ou eu faço isso". Sorria para todos apesar de estar xingando por dentro, tinha anos de experiencia naquilo, sabia que tinha que ser simpático com todos. Não era muita diferença da vida real, festas cheias de gente falsa, fingindo estar feliz pelo motivo da comemoração quando na verdade ou tem ciumes ou não dá a minima.
Seu pai soltou uma exclamação quando se aproximaram da família anfitria, viu que o rei estava chegando então apertaram o passo. Viu uma garota ruiva ao lado do amigo de seu pai. Não podia ser a Weasley, era impossível! Onde estavam as sardas, a postura ruim, o cabelo feio e seco, onde estava tudo aquilo? Tinha sumido, encarava uma garota linda, sem sardas, sem nenhuma pista de ser aquela garota que ele conhecia e odiava. Era uma pessoa nova, e ele adorava isso. Observou o vestido que contornava suavemente suas curvas, sempre escondidas pela capa do uniforme. Se lhe contassem ele não acreditaria. Ela sorria para ele, satisfeita de si mesma, e ele entendia por que. Parou com seu pai ao lado da outra família já com outros pensamentos. Um deles predominava em sua mente, "Isso pode não ser tão ruim no final".
Gina observou-os pararem ao lado de sua família, estava bem próxima de Draco, pode notar, e observaram o rei entrar no salão, quando o homem se dirigiu a eles todos se curvaram.
- Não se preocupem com isso hoje, senhores e senhoras, hoje nós estamos aqui para celebrar o casamento que tornara as duas famílias de minha maior confiança uma só, não é um dia para se curvar na frente de um velho homem como eu.
Ele abraçou seu pai e o pai de Draco, depois apertou a mão do próprio e beijou a mão das mulheres, sorria como um avô ao ver seus netos entrarem correndo pela casa, direto para seus braços.
Depois de mais algum tempo quando o rei cumprimentou muita gente ele parou no meio do salão, onde se abriu um circulo vazio com ele no meio, e se pôs a falar.
- Estamos aqui nessa noite para celebrar algo muito especial. A união de duas famílias de grande tradição, que tem plena confiança desse reino em suas costas. Estamos todos reunidos para celebrar o casamento de Gabriel Prince... - ele fez um gesto para chamar Draco para perto dele. - e de Melissa Rotta... - chamou Gina. - uma união desejada a muito tempo por seus pais.
Ele olhou os dois com um grande sorriso no rosto, ele era um homem velho, gordinho, exatamente como os reis normalmente são em contos de fada, alegres e cheios de vida. Ele pegou a mão de Gina e juntou com a mão de Draco falando:
- Que essa união possa trazer muita felicidade, não só para as famílias, mas também para todos nós.
A mãe de Gina tinha mandado ela tirar as luvas pouco antes do rei começar a falar, ela não entendera porque no momento, mas agora entendia. Draco tirara um anel de um bolso e colocava em sua mão direita. Ao ver o anel seu queixo quase caiu, nunca vira nada brilhar tanto em sua vida, era redondo com pequenos diamantes transparentes ao redor de um grande diamante da mesma cor.
Olhou nos olhos de Draco, seu noivo, mal podia acreditar, era incrível.
Uma musica começou a tocar e Draco se aproximou dela, logo os dois foram acompanhados por outros casais na dança, sem tirar os olhos dos olhos do outro, com alguns sorrisos envergonhados da parte dela.
Mais tarde naquela noite os dois conversavam com um casal quando Gina viu algo que a assustou, um homem todo vestido de preto, com roupas que pareciam velhas, quase trapos. Apertou a mão de Draco, que olhou para ela meio confuso. Era ele, o vilão, era igual a discrição, os olhos escondidos em um capuz, aparentemente não chamando a atenção. Era Charles Gein, ele olhou rapidamente para ela, sorriu com dentes amarelos e sumiu, em um piscar de olhos.
Respirou fundo e viu que o casal não estava mais ali, Draco continuava a olha-la confuso.
- Tudo bem? - ele colocou a mão de leve no rosto dela, e ela sentiu pela primeira vez que ela era quente, sempre imaginara a pele de Draco Malfoy fria, como seus olhos, mas não, eram quentes.
- Sim, eu acho que vi alguém, só isso.
- Não deve ser alguém que você goste pela sua cara, você está pálida. - ele sorriu para ela e puxou ela para o outro lado do salão. - Venha, você precisa beber alguma coisa.
Ela bebeu um pouco e depois eles dançaram mais, até o fim da festa. Gina jamais imaginara que ele pudesse ser agradavel, que fosse possível manter uma conversa com ele sem trocar ofensas, talvez fosse o vinho, ou então o encanto do livro, mas para ela, ele parecia outra pessoa.
Se despediram, era tão tarde que já era quase cedo, como dissera seu pai. Quando deitou sua cabeça no travesseiro naquela noite dormiu com os anjos, e sonhando com alguém que jamais pensara em sonhar, Draco Malfoy, ou melhor, Gabriel Prince.
Gina acordou com um grande sorriso no rosto na manhã seguinte, levantou sem reclamar, o que foi observado por Amanda como efeito colateral de ter se noivado com o homem mais lindo da face da terra. Depois se vestiu com um vestido verde e branco e colocou um colar prateado, essas eram, ironicamente, as cores que ficavam mais bonitas nela, segundo seu estilista Joseph Simon, que tinha desenhado e mandado fazer uns quatro vestidos dessa cor.
Desceu para tomar seu café na sala de jantar, nunca entendera exatamente porque era chamada assim mas aquilo não importava no momento. Assim que entrou Draco levantou-se da mesa e puxou a cadeira para que ela se sentasse, como um perfeito cavalheiro. Depois do café passaram a manhã juntos, simplesmente conversando na sala de estar.
Já haviam se passado duas semanas desde o baile de noivado, e Gina estava cada vez mais feliz. Seu noivo a surpreendia a cada dia, parecia tão animado quanto ela todas as manhãs. Cada dia ele se mostrava melhor. Nunca imaginara que Draco Malfoy pudesse ser assim. Podia conversar com ele o dia todo e não se cansar, estava conhecendo um lado humano dele, lado esse que ela nem sabia existir. Ele ria e ela podia ver seus olhos felizes, como nunca vira, ele podia ficar horas simplesmente olhando para ela, o que a irritava no começo, mas agora não mais, se sentia bem com os olhos dele nela. Ele podia agir como uma criança junto com ela, mas sempre conservava aquele porte adulto e aristocratico que impressionava qualquer garota. Descobrira também que ele tocava piano, como podia imaginar que um garoto que ela julgava sem coração, frio e mau tocasse tão bem aquele instrumento que ela sempre amara? Quando ouvia-o tocar não podia deixar de sorrir, era como se aquilo fosse tudo que ela precisava, como se durante aquele tempo sua alma estivesse completa, como se ele a completasse.
Pensou no mundo fora dali, ele parecia tão imperfeito e ainda assim sentia tanta falta dele, de sua família, de seus amigos, e até mesmo das aulas. Mas tinha alguma coisa ali naquele mundo que fazia com que ela se sentisse bem, feliz como nunca, feliz com ele, por mais estranho que isso fosse.
- Aaaahhhh! - Gina corria como uma desvairada pelos corredores com um grande sorriso no rosto e um Draco em seu encalço.
Ele então abraçou ela por trás.
- Eu disse que ia te pegar. - então ela caiu no chão se contorcendo de cócegas.
- Desculpa, desculpa... - ela respirou fundo para recuperar o folego enquanto ele sentava ao seu lado. - Eu juro que nunca mais rio de você quando você tropeçar.
Então os dois trocaram um olhar e cairam na gargalhada. Depois de um minuto ou dois Miranda entrou correndo no corredor em direção a eles.
- Está tudo bem? Eu ouvi gritos e correria... - então olhou o rosto dos dois que tentavam sufocar as risadas. - Já é a segunda vez essa semana! Tratem de se comportar!
No momento em que ela virou o corredor os dois cairam na gargalhada mais uma vez.
Draco observou o rosto dela, como era lindo seu sorriso, não conseguia se controlar quando ela ria assim, não conseguia não rir junto.
Percebendo que ele a olhava Gina foi parando de rir devagar, também encarando aqueles olhos cinzas, tão lindos e tão alegres naquele momento. Corou e desviou o olhar depois de um tempo, com uma risada nervosa. Ele então tocou seu queixo e virou o rosto dela para si, juntou seus lábio com os dela num beijo calmo e cheio de vontade, que foi interrompido por alguém que fazia um barulho como que se quisesse limpar a garganta para ser notada. Separaram-se e deram de cara com uma das criadas de Gina, Naomi. A garota foi com ela deixando um Draco com raiva da criada para trás.
Draco deitou a cabeça no travesseiro a noite muito confuso, aquele não era ele. Aquela pessoa que havia vivido naquele lugar nas ultimas semanas não era ele. Na verdade tudo começara com aquela garota, quando ele estava com ela sentia que podia ser livre, que não precisava fingir ser outra pessoa, que podia deixar sua mascara de lado. Gina, desistira de chama-la pelo sobrenome a algum tempo, parecia despertar um lado seu que ele não conhecia. Sentia uma felicidade imensa cada vez que ela sorria. Ouvia seu riso e tinha vontade de rir também, era tudo muito estranho, completamente diferente de tudo que ele já sentira.
Adorava conversar com a garota, que nunca parecia ficar sem assunto, também gostava de observa-la enquanto pintava. Descobrira ali dessa paixão dela, e ela era muito boa, o que ele não acreditava ser possível, pois achava que Weasleys simplesmente não tinham talento. Aquele lugar não parecia mais uma prisão para ele, na verdade estava sendo surpreendentemente bom, até seu gosto por musica voltara. As vezes tocava piano durante horas, com Gina ali, simplesmente escutando enquanto pintava ou só o observava, sempre com um grande sorriso no rosto.
Estava feliz, tão feliz quanto sempre sonhara secretamente em ser, livre de tudo o que o puxava para baixo, livre das cobranças, das aparencias, dos abutres que eram seus "amigos", livre principalmente de seu pai, o que já valia toda a felicidade do mundo.
Na manhã seguinte tomaram café da manhã juntos, como sempre, e depois decidiram dar uma volta nos jardins, que estavam completamente brancos por causa da neve.
Andaram por vários minutos, então Gina parou para ver um pequeno passarinho que tentava achar comida por ali, quando ela se levantou foi acertada por uma bola de neve nas costas. Virou imediatamente, já com alguma neve na mão, observou Draco rir de sua cara de completa indignação. Então levantou a mão e jogou a bola de neve nele, que parou de rir imediatamente já fazendo outra bola para jogar nela, mas sendo acertado antes de conseguir termina-la. Ficaram nisso por cerca de quinze minutos, quando ele derrubou ela na neve e começou a fazer cócegas, obrigando ela a pedir trégua, mesmo que falando que aquilo era completamente contra as regras.
Ficaram do lado de fora por algum tempo ainda e entraram um pouco antes do almoço para trocar de roupas e ficar apresentaveis para comer junto com os pais dela.
No começo da tarde, como já era de se esperar, os dois começaram a espirrar fortemente. Miranda andava de um lado para o outro observando os dois e passando sermão, "nada de brincar na neve".
- Parecem duas crianças! Que vergonha! - ela encarou os dois assoando o nariz novamente. - Agora estão doentes, os dois para a sala, agora!
Eles foram para a sala e lá encontraram uma lareira já acesa, esquentando todo o comodo, e duas cadeiras uma virada de frente para a outra, sentaram um em cada uma e se enrolaram em cobertores, rindo da indignação da mulher, que entrava e saia da sala resmungando e trazendo chás quantes e bolsas de água quente, tudo para mante-los aquecidos e curar aquele resfriado.
- Eu quase nunca fico doente... - falou Gina tomando uma xicara de chá muito quente. - Acho que a ultima vez que fiquei de quarentena foi quando eu tinha cinco anos.
- Hoje em dia uma poção pode curar a gripe ou um resfriado, mas aparentemente nossa enfermeira não gosta desse tipo de coisa, prefere o modo antigo. - falou Draco acomodando-se melhor na cadeira.
- Quanto tempo será que eles vão nos deixar aqui? Esse chá está me dando sono...
- Claro que está, você deve ter tomado o bule todo. Eu só tomei uma xicara.
Ela olhou para ele com o canto do olho depois voltou a encarar a lareira. Passou-se uma hora e ninguém vinha para dizer que eles podiam sair.
- Eu não agüento mais! Eu quero sair daqui, está sala está me sufocando!
Ele riu da cara de indignada dela, e falou:
- Nós vamos sair daqui logo, não se preocupe...
- Você está muito calmo para quem está preso aqui ao mesmo tempo que eu!
- Eu tenho mais paciencia que você, só isso.
- Ok Sr. Eu-Tenho-Mais-Paciencia-Que-Você, eu vou me acalmar. - ela sentou-se na cadeira e olhou para ele. - Agora, vamos jogar uma coisa!
- O que? - pediu ele olhando para ela com o canto do olho, meio desconfiado.
- Eu faço uma pergunta e você responde e depois você pergunta e eu respondo, mas tem que falar a verdade! - os dois fazem um feitiço pra não poderem mentir.
Ele encarou ela por alguns momentos, ela sorria desafiando-o, então concordou. Os dois juntaram as mãos e fizeram o feitiço, nas próximas duas horas não poderiam mentir.
- Eu começo! - falou Gina animada. - Ah... Me conta uma coisa que você nunca contou pra ninguém.
Ele olhou para ela parecendo pensar, então olhou para ela.
- Eu tive um amigo imaginário quando eu era criança.
Ela olhou para ele.
- Isso não vale! Muitas crianças tem amigos imaginários.
- Você não entendeu, meu amigo imaginario era um ponei verde, e ele falava.
Ela começou a rir, jogou a cabeça para trás.
- Eu não consigo imaginar você falando com seu ponei verde! Simplesmente não parece você...
- Roy era o melhor amigo que alguém pode ter, então não fale dele!
Ela riu mais um pouco então parou. Ele olhou para ela com um sorriso.
- Pois bem, me conte algo que ninguém sabe, ninguém mesmo.
Ela pensou um pouco e parecia que ia falar quando colocou as mãos na boca impedindo as palavras de sairem. Ele olhou para ela falando.
- O que você ia falar?
O feitiço fez efeito e ela não pode mentir, foi logo falando o que tinha tentado segurar.
- Quando eu tinha quatorze anos eu tive uma queda pelo Mestre de Poções, durou umas duas semanas.
Ele caiu na gargalhada, mal conseguia falar, soltava palavras meio engasgadas no meio do riso.
Ficaram ali por mais várias horas, até depois que o efeito do feitiço passou, Gina esquecendo totalmente de seu momento claustrofóbico.
NO MUNDO REAL
Fazia dias que não dormia, o tempo todo em cima do maldito livro. Tomava sua vigésima segunda caneca de café enquanto lia o que acontecia. Pansy estava deitada em cima da mesa, ficara o tempo todo ali, se negando a sair do lado do livro, e lendo tudo com uma cara de indignação.
Harry não conseguia mais manter seus olhos abertos, ainda assim a cafeina não permitia que ele pegasse no sono. Leu mais uma vez as ultimas linhas, parecia tão surreal, não podia acreditar que aquela era mesmo a Gina, não podia acreditar que quem estava lá com ela era o Malfoy.
Mal conseguira imaginar quando Madame Pince contara...
Flashback
Todos acordaram do "transe" em que estavam com um barulho na porta, em seguida Madame Pince entrava decidida na sala.
A mulher caminhou até o diretor e colocou um livro encima da mesa, ele olhou para o livro e então para ela, ficando com uma cara muito preocupada de repente.
- Aconteceu de novo diretor.
Ele se sentou pesadamente em sua cadeira com uma mão na cabeça, resmungou algo que Harry não entendeu e então encarou o livro a sua frente. Esticou as mãos e abriu ele, vendo o começo sendo escrito sozinho.
Encarou os jovens a sua frente, um encarando-o e a outra chorando com as mãos escondendo seu rosto.
- Bom, eu acho que nós achamos eles.
Pansy levantou a cabeça rapidamente encarando o diretor. Seus olhos estavam vermelhos e ela parecia muito preocupada.
- Eu sinto ter que dizer que aparentemente eles foram sugados por este livro. - ele olhou os dois novamente, Harry com uma cara bastante surpresa/preocupada e Pansy com os olhos arregalados encarando o livro. - Isso já aconteceu algumas vezes, nós julgavamos o livro como perdido, por isso não separamos ele do resto, infelizmente aconteceu novamente.
- O que acontece com quem entra no livro? - pediu Harry olhando para o diretor que tinha varias rugas de preocupação na testa.
- Bom Harry, eles vivem a história, até hoje nós não sabemos o que acontece, quando chega em um ponto o livro simplesmente para, ninguém que entrou foi visto novamente.
- O QUE? - Pansy estava de pé olhando o diretor. - O senhor está me dizendo que nunca alguém saiu desse livro? E por que diabos você está ai parado? Tire eles dai agora!
As lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela resmungava, agora andando de um lado para o outro da sala.
Dumbledore se aproximou dela e guiou-a até uma cadeira, a garota estava palida e tremula.
- Srta. Parkinson, procure entender, nós já tentamos de tudo, é impossível tira-los de lá, a garota que fez o livro tinha um grande talento para feitiços, com certeza teria sido uma grande bruxa.
Harry sentiu pena da garota, parecia tão desesperada. Ele mesmo estava assim, mas não conseguia se mexer, parecia estar em estado de choque.
Dumbledore falara e falara, mas nada parecia fazer sentido. Aparentemente a história simplesmente parava em uma parte, ninguém sabia o porque, e ninguém podia entrar no livro depois que os dois "protagonistas" já estavam lá.
FIM DO FLASHBACK
Desde aquele momento não dormira mais, nem Pansy, nem Dumbledore pelo que ele podia ver pelas olheiras do diretor, estava lendo mais uma vez a página, já que não absorvera nada da outra vez, quando o diretor entrou na sala.
- Harry eu acho melhor os dois irem dormir, eu falei com a Madame Pomfrey ela dara uma poção do sono para cada um, como eu já disse não ha nada que nós possamos fazer. Draco Malfoy é um bruxo incrível, assim como a Gina, se eles precisarem de ajuda eu tenho certeza que eles vão achar um modo de pedir.
Harry sentiu uma certeza na voz do diretor que o acalmou, sabia muito bem que Draco Malfoy sabia fazer feitiços que ele nem sonhava, principalmente maldições imperdoaveis e feitiços das trevas, mas não via exatamente em como isso os ajudaria.
Levantou da cadeira, realmente precisava dormir, então acordou Pansy e os dois foram para a ala hospitalar, descansar um pouco.
Pegou no sono com um peso enorme no peito, nunca se sentira tão preocupado na vida, mal podia se mexer ou pensar, era algo maior que ele, como se seu oxigenio fosse diminuido, para mata-lo devagar. Não teve mais tempo de pensar em nada e estava dormindo, um sono vazio, completamente sem sonhos.
N/A: Desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, eu sei que demorei demais pra postar, desculpe mesmo.
Bom, o que vocês acharam do capítulo? Ruim? Bom? Chato? Previsivel?
Deixem reviews pra mim saber!
Queria agradecer a Laura, Sandra Potter, Ane Malfoy, GreenB, Mione G. Potter RJ, Lou Malfoy, Jullia Malfoy, Sandy Mione e Franinha Malfoy pelos comentário, muito obrigada mesmo.
Esse capitulo demorou tanto por alguns motivos, eu fiquei sem internet, tive um bloqueio, e minha mãe desligou a luz geral da casa quando eu já tinha escrito um monte, e ai eu tive que escrever de novo.
Mas eu sei que não se deve ficar dando desculpas então eu assumo a culpa.
Mas agora ta ai certo?
Beijos
PS: Eu posto assim que terminar o próximo capitulo, mas isso pode demorar porque eu tou indo viajar amanhã e só volto no fim do mês, desculpem!
