N/A:Postando sem beta por enquanto, vou postar de novo depois ele já betado, descumplem os erros.

Um monstro.

Era assim que ela o via. Um monstro com visões distorcidas do mundo, não um santo, com certeza muito diferente do Potter.

Limpou a lágrima, a primeira que derramava em muito tempo. Por que se importava? Não era como se realmente gostasse dela. Olhou para frente ao chegar na saída do labirinto, o que estava acontecendo com ele? Não deveria ter feito aquilo, sabia que ela desaprovaria, mas a raiva que sentira no momento em que vira aquele homem fizera com que não conseguisse raciocinar, tudo que queria era que ele sentisse dor, que sofresse, que ficasse longe dela.

O que era aquilo que tomava conta de sua mente e fazia com que não suportasse a idéia de perde-la? Que fazia com que ela significasse muito mais do que tudo para ele?

A expressão no rosto dela quando ele amaldiçoou Charles não saia de sua mente, parecia ser comparada a todas as outras vezes que ela já olhara para ele, de repente sua mente foi tomada por seu sorriso, pelo modo como seus olhos brilhavam quando ela sorria.

Pensava em tudo que tinha acontecido naquele dia, a festa tinha sido tão boa, e até mesmo seus esforços para mante-la afastada haviam sido deixados de lado, tudo que queria era vê-la sorrir, sentir seu perfume, ouvir sua voz.

Como as coisas podiam mudar tanto num só dia? Logo pela manhã ainda estava ignorando-a, remoendo-se por dentro por não saber exatamente o que aquilo que sentia significava, depois, durante a tarde, tudo que queria era abraça-la, mas mantivera-se quieto, passando varias vezes por ela disfarçadamente. Já a noite tentara manter a mesma posição da manhã, mas já se rendendo a tudo que mais desejava, então, finalmente, durante a festa tivera tudo que sonhara, novamente aquele sorriso, aquela felicidade, aquelas palavras de carinho. E agora estragara tudo!

Não tinha idéia de como tudo pudera mudar tão rapidamente, talvez não fosse para ser, eles dois. Talvez tudo que acontecera até ali fosse um grande erro do destino, que agora percebia como tinha feito besteira e tentava concertar, acabando com sua vida.

Na verdade o que mudava eram as circunstancias, ele achava, ou então a garota, que parecia mais irresistível a cada momento do dia, que mudava de criança para mulher em segundos, que não permanecia a mesma nem por um dia, pelo menos aos olhos de Draco.

I'm alone and feeling lost

Estou sozinho e me sentindo perdido

If I could only have it all

Se eu pudesse ter tudo

Then I'd be alright

Eu estaria bem

'Cause I can't see who I really am

Pois não posso ver quem realmente sou

Through all the doubt that I'm living in

Por toda a dúvida que estou vivendo

I don't know it, yeah

Eu não sei disso, yeah

Right before I hit the ground

Um pouco antes de tocar o chão

Alguém tentou para-lo, mas continuou andando, não tinha idéia para onde estava indo, não sabia por que estava fugindo, nem por que a idéia de sair correndo lhe parecia tão boa, por isso simplesmente continuou andando, ignorando os chamados que escutava e desviando das mãos que tentavam segura-lo, tinha que ficar sozinho.

Sentia um peso no peito, algo tão novo e diferente do que jamais sentira que o estava apavorando, e aquela vontade de vê-la que não ia embora, aquele desejo de abraça-la, de ouvir sua voz, de ouvir que ela o perdoava, que não o odiava pelo que tinha feito, que ainda o via como um ponto seguro, que ainda o via como alguém que podia procurar a qualquer hora pra conversar, alguém com quem poderia contar não importava a situação, algo lhe dizia que se ouvisse o contrario disso saindo da boca dela, morreria.

Sentia-se perdido, como em um labirinto, onde entradas novas aparecem a cada segundo, onde tudo que você precisa saber pra sair é quem você é e tudo que você precisa ter, é a certeza do que quer. E ele não tinha nada disso, não sabia o que sentia, ou quem era, estava condenado a vagar sozinho, sempre em busca de um sorriso, de uma palavra, ao mesmo tempo em que era perseguido e assombrado por seu desejo.

Passou as mãos pelo cabelo, há quanto tempo não dormia? Há quanto tempo não conseguia ficar com os olhos fechados por mais de duas horas? Duvidas e mais duvidas consumindo seu interior, fazendo com que ficasse ligado o tempo todo, forçando sua mente a viver alerta, nunca vagando sem rumo, a não ser nos raros momentos em que conseguia baixar a guarda e se perder nos profundos olhos castanhos de Gina, nesses momentos algo era mais forte que sua própria mente. Nesses momentos nada podia faze-lo permanecer sóbrio.

Queria tudo, a garota, seu mundo, sua vida, queria vingança, queria ver Charles Gein sofrer, queria ser a pessoa que o fazia sofrer, queria ver ele derrotado, jogado no chão tão fraco que não tinha mais nenhuma chance de se levantar, sem nenhum aliado, queria tirar tudo que significasse algo para ele, cada uma das coisas que o mantinha vivo, todo o poder que ele tinha, ou que poderia vir a ter. E eram esses desejos, essa necessidade de ter tudo, que o fariam perde-la, sabia disso, e agora considerava seriamente desistir do que parecia precisar se ela estivesse ao seu lado, se ela sorrisse para ele, beijasse seus lábios e dissesse que o amava, que perdoava ele, que ele não era um monstro.

Sacudiu a cabeça, agora tentando esquecer de tudo, tentando se convencer que não sentia nada pela garota, mas seus desejos já tinham sido expressados, mesmo que para si mesmo, "beijasse seus lábios e dissesse que o amava", tantas noites sem dormir e a solução parecia tão simples e ao mesmo tempo tão fora de alcance.

Voltou ao estado entorpecido do qual saíra por apenas alguns segundos, quando a certeza da loucura o atingira direto no estomago. Sentiu-se exausto, e ainda assim cada vez que fechava os olhos não conseguia mante-los assim, tinha que abri-los rapidamente, antes que enlouquecesse na loucura da escuridão de sua mente, antes que ficasse perdido lá para sempre, que nunca mais pudesse ver. Encostou-se em uma parede e deslizou até o chão, mantendo as mãos na cabeça, como se assim pudesse esconder de si mesmo tudo o que estava se passando ali, como se assim tudo pudesse permanecer igual.

Why am I losing sleep?

Por que estou perdendo sono?

Yeah, feeling like I do

Yeah parece que eu estou

Why am I losing you?

Por que estou te perdendo?

And I'm feeling lost

E me sentindo perdido

Respirou fundo e encostou a cabeça na parede, como queria voltar no tempo, antes de tudo aquilo acontecer, antes de sentir o que sentia agora, quando a vida estava sob controle, quando tinha tudo. Mas sabia que agora isso era impossível, que estava presa àquilo para sempre, e que tinha que descobrir como viver assim.

Se ao menos tivesse alguma esperança, se não soubesse que a garota voltaria correndo para os braços de Potter no momento em que saíssem do livro, se a vida do lado de fora fosse tão simples quanto parecia ser, se aquilo a que não podia dar um nome sumisse no momento em que tudo acabasse, tudo poderia ser diferente.

Levantou e olhou ao redor, estava em uma pequena rua deserta, e ainda podia ouvir os sons da festa, por isso julgava estar perto, mas não queria voltar, não queria encarar a todos novamente, responder as perguntas, pelo menos não naquela noite, não depois de tudo aquilo.

Ainda encostado na parede, como se não conseguisse se manter de pé, ouviu passos se aproximando, colocou a mão dentro da veste e segurou a varinha com força, dependendo de quem fosse ia levar um feitiço tão horrível que jamais se recuperaria completamente. A pessoa apareceu virando a esquina e ele soltou a varinha, Gina vinha em sua direção caminhando rápido, já tinha se arrumado novamente, totalmente recuperada do ataque, ou quase.

- Onde você esteve? - ela ficou parada na frente dele, em seus olhos não havia nada, nem preocupação, nem perdão, eles estavam vazios, como os seus - Disseram que você simplesmente passou andando entre todos ignorando as pessoas que te chamavam, você não deveria ter feito isso! Você será o rei deles um dia, esqueceu?

- Eu sei de minhas responsabilidades, mas se eles não me deixassem respirar um pouco eu não teria um povo pra ser rei! - aqueles olhos vazios faziam com que ele quisesse sacudi-la, aquela não era ela, era ele. Olhos sem sentimentos e palavras nem um pouco gentis, onde estava Gina? Quem era essa mulher parada a sua frente?

Contornou a garota que permanecia em silencio e andou até o fim da rua, sempre esperando que ela corresse até ele e pedisse desculpas, ou até mesmo batesse nele, qualquer coisa que mostrasse que ela ainda sentia, que ela ainda era a mesma garota que entrara ali, a mesma garota que faria tudo para sair, pra voltar para seu precioso Potter.

- Mais uma vez, mesmo não estando presente, ele ganhou. - sussurrou quando chegou a esquina e olhou para trás, Gina continuava parada exatamente no mesmo lugar que ele a deixara, mas agora tinha as mãos no rosto. - Aproveite.

Continuou andando em direção a casa, queria sua cama, e naquela noite não se preocuparia com pesadelos, ignoraria eles, deixaria que viessem, mostraria que conseguia fingir que não se importava. Não importava o quanto isso doesse.

There's a dark cloud over me

Há uma nuvem escura em cima de mim

And I can't shake it off,

E eu não consigo me livrar dela,

I can't make a move to save myself

Não posso me mover pra me salvar

Thoughts keep spinning through my head

Pensamentos continuam girando na minha cabeça

All the times that we never did what we wanted to, yeah

Todas as vezes que nunca fizemos o que queríamos, yeah

But right before I hit the ground

Mas um pouco antes de tocar o chão

It's just like a dream

É bem como um sonho

Deitou-se no escuro, sempre encarando o mesmo pedaço de teto, sempre, noite após noite. Ela não viera atrás dele, sabia que conseguiria escuta-la se tivesse feito isso, no silencio das ruas vazias, com o som da festa ficando cada vez mais longe, ela não correra até ele, nem tentara alcança-lo. Talvez fosse melhor assim, falsas esperanças não faziam bem para nenhum coração. Para o dele com certeza não seria diferente.

Fechou os olhos e a primeira coisa que viu foi seu sorriso, que rapidamente se transformou na cara de terror que fizera aquela noite, abriu os olhos, agora aquilo seria realmente um pesadelo, sua mente faria com que revivesse aquele momento em todos os instantes, a cada segundo de seu sono sentiria o que sentira naquele momento. Aquela vontade de voltar no tempo voltou, mas dessa vez era de voltar para o começo daquela noite e nunca sair de perto dela, nunca deixa-la sozinha com aquele monstro.

Sorriu para o nada, estava realmente enlouquecendo, pensando em mexer em algo complexo como o tempo para não brigar com ela, para não ter que encarar aquela expressão em seus sonhos, ou então em qualquer momento acordado.

Na verdade, tudo naquele lugar era como um sonho, e se não sentisse tanta dor poderia acreditar que acordaria a qualquer momento com Pansy ao seu lado, roubando sua cobertas, então mandaria a garota embora e sua voltaria a ser como antes, quando tudo parecia perfeito, com só algumas falhas. Mas a dor em seus machucados fez com que ele voltasse a realidade, aquilo era verdadeiro, não importava o quanto desejasse que não fosse, o quantas vezes se beliscasse para acordar, isso não aconteceria.

Seu corpo foi ficando pesado, assim como suas pálpebras, virou de lado e abraçou o travesseiro, nenhuma imagem invadiu sua mente, foi entrando devagar no mundo dos sonhos, como que penetrando a densa neblina que vinha mantendo-o acordado durante todo esse tempo, sentiu-se feliz, e ao mesmo tempo uma dor se instalava em seu coração, a dor da conformação, da aceitação, da compreensão forçada de que estava preso àquilo, que não podia fazer nada a não ser aproveitar.

-------------------

Aparatou na sala do castelo abandonado onde viviam, tinha Charles no colo, ele não se movia, mas resmungava algumas coisas desconexas. O que fora aquele feitiço? Como algo assim poderia ser feito? E como ele conhecia, se nem mesmo eles sabiam o que era, ou como faze-lo?

Chamou os criados para que o levassem para o quarto, e disse para uma garota chamar um médico, seus planos tinham sido interrompida e agora tinham que descobrir mais sobre o garoto, haviam cometido um erro, julgaram-no inofensivo, e agora ele provava ser mais perigoso do que qualquer pessoa que jamais entrara naquele livro, até mesmo do que eles.

Charles ardia em febre e se mexia incomodamente na cama, murmurava baixinho e suava frio, colocou um pano úmido em sua testa e esperou o medico sentada ao seu lado, segurando sua mão tremula.

O médico chegou rápido, provavelmente temendo que algo fosse feito contra ele, mas não pode ajudar muito, aquilo era desconhecido para ele, assim como para qualquer outra pessoa daquele reino. Deu-lhe algumas poções para a febre e as alucinações que ele começava a ter e depois foi embora, deixando-o aos cuidados de Jennifer. (Jennifer é a "esposa" dele)

A mulher ficou ali todo o tempo, rezando para que ele melhorasse logo, ao mesmo tempo que pensava em uma maneira de chegar a garota, agora era uma questão de honra para ela, ninguém fazia algo assim com seu marido e saia impune, jamais saíra e não seria agora que iria amolecer seu coração, toda pena que sentira do casal agora se esvaíra, não descansaria enquanto os dois não estivessem exatamente onde deveriam estar para seu plano dar certo.

--------------------

Estava andando por um caminho, e a atmosfera era exatamente a de um sonho, com uma nevoa flutuando acima do chão e cobrindo seus pés, mas o sonho não estava sendo tão ruim quanto ele imaginara que seria, nem tão bom.

Andava por um caminho, e via tudo passar, toda sua vida fora dali, ainda assim seguia pela estrada, pois em algum lugar lá na frente podia ouvir a voz de Gina falando alguma coisa, nada que conseguisse entender, mas a garota parecia muito feliz.

Corria tão rápido quanto podia, escutava passos atrás de si, algo ameaçador, que ele não queria que o alcançasse, mesmo não tendo idéia do que era.

A voz de Gina parecia se distanciar mais ainda a cada segundo e quando ele foi gritar seu nome algo pulou encima dele, virando-o de frente e apertando sua garganta. Encarou a figura a sua frente e reconheceu Potter. Ele tinha uma expressão de raiva e então falou, sem parar de apertar sua garganta.

- Você não vai distrai-la! Você não vai deixa-la triste novamente, ela é minha! Você não pode toca-la!

Draco não conseguia respirar, e sentia que estava ficando fraco, mas as palavras do outro fizeram um efeito além do que ele imaginava em seu interior. Ela não era do outro! Estava ali com ele, e ele podia fazer o que quisesse, podia alcançá-la se quisesse, o outro não podia impedi-lo, ele não tinha poder nenhum sobre ele.

Empurrou o Potter para longe e o garoto sumiu, virou para trás e deu de cara com Gina, a expressão em seu rosto era indecifrável, quando tentou chegar mais perto ela começou a sumir, estendeu a mão para ela, e quando a garota foi toca-lo ele percebeu que não de um incorpóreo, entrou em pânico e tentou falar.

Assim que as primeiras palavras saíram de sua boca abriu os olhos e viu que estava de volta ao seu quarto, a luz do sol já brilhava no lado de fora e ele estava todo molhado de suor. Sua garganta ainda doía nos lugares que o Potter apertara, anotou mentalmente para se vingar dele quando saísse dali, quem sabe até teria mais sucesso do que o testa rachada na missão de matar alguém.

The distance grows

A distância cresce

I'm sinking down

Eu estou afundando

And what I lost, it can't be found

E o que perdi, não pode ser achado

Although I try, can't find my way

Por mais que eu tente, não consigo achar meu caminho

Nothing's falling into place

Nada dá certo

Levantou-se e tomou um banho, então sentiu uma fome incrível, saiu de seu quarto e foi até a cozinha, a casa estava muito silenciosa, então olhou para seu relógio e viu que eram sete horas. Ninguém tinha acordado ainda.

Parou na porta da cozinha e deu uma olhada ao redor, nenhuma das criadas estava ali. Isso com certeza era uma vergonha, se fosse em sua casa pelo menos dois elfos estariam ali esperando para servi-lo.

Andou até um armário e abriu a porta, viu um prato com bolinhos de chocolate e pegou um, então abriu a geladeira e se serviu de um pouco de suco. Sentou-se ali mesmo na mesa e ficou beliscando o bolinho e bebendo pequenos goles de suco de vez em quando, sua mente estava longe, pensava em como seria quando encontrasse Gina naquele dia, estaria tudo diferente?

Ás dez horas da manhã começou a ouvir barulhos pela casa, estava na biblioteca lendo um grande livro verde, mas não prestava realmente atenção ao que ele dizia.

Depois de alguns minutos prestando atenção nos barulhos largou seu livro e saiu da biblioteca, dirigindo-se a sala de estar, onde encontrou Gina sentada, olhando para a parede e parecendo viajar em seus pensamentos. Ficou com medo de atrapalhar a garota, tudo que não precisava agora era que ela tivesse mais um motivo para brigar com ele, mas ela logo percebeu sua presença, olhando para ele com aqueles mesmos olhos azuis da noite anterior.

- Bom dia! - ele falou, tentando quebrar a tensão que se instalara entre eles.

- Bom dia. - disse ela séria, fazendo com que ele sentisse uma pontada no coração.

- Nós precisamos conversar. - falou.

- Não. - ela disse antes que ele pudesse continuar - Eu não quero conversar, até porque nós não temos sobre o que conversar. Com licença, eu vou comer alguma coisa.

Ela se levantou e foi em direção a porta, mas ele segurou seu braço, forçando-a a olhar para ele.

- Por que disso agora? Só porque eu fiz aquilo ontem? O que está acontecendo com você? - perguntou sem soltar o braço dela.

- Me solta!- ela puxou o braço e se soltou, então parou de frente para ele, agora com os olhos cheios de lágrimas - Você não quer ouvir o que eu tenho pra te dizer, acredite!

- Eu quero sim! Não importa o que seja! - na verdade estava tentado a dizer para ela não falar nada, não sabia se agüentaria, mas agora não tinha mais volta.

- Você é exatamente quem eu sempre achei que fosse! Eu achei que estivesse errada! Eu briguei comigo mesma por ter sempre a idéia errada de Draco Malfoy, por falar mal de você sem te conhecer, e agora você faz isso que prova que a minha primeira impressão estava completamente certa! - ele fez menção de falar algo, mas ela levantou a mão, sinalizando que ele deveria ficar quieto - Logo que nós entramos aqui você estava tão diferente, não era aquele garoto mimado e filho de comensal que eu sempre julguei que fosse! Eu podia realmente conversar com você, pelo amor de Merlin, eu até mesmo comecei a gostar de você! E então, ontem, um fato como aquele me puxa para a realidade, você não passa de um sonserino aprendiz de comensal!

- Espere, não é nada disso! Foi só o momento! - falou tentando chamá-la a razão, mas a garota colocou a mão em sua boca e continuou.

- Foi só o momento? Você não esta entendendo, vai além disso. Ali você usou para me salvar, mas o que realmente me apavorou, o que me fez voltar ao mundo real, foi o fato de você poder fazer aquilo! De você parecer até gostar de vê-lo ali, se contorcendo no chão.- ela passou a mão no próprio rosto, lágrimas escorriam. Ele não voltou a falar, apesar da mão dela não estar mais em sua boca.- Você parece não entender o que eu sinto, a minha raiva, mas pra mim, qualquer coisa ligada, mesmo que indiretamente, a Você-Sabe-Quem é pior do que qualquer coisa, e qualquer um ligado a algo ligado a ele não é uma pessoa com quem eu queira conviver, com quem eu ache que é possível conviver.

- Não seja boba Weasley! Não é como se eu tivesse torturado seus pais! Ele ia te matar! - falou, surpreendendo-se com as próprias palavras.

Ela olhou para ele mais uma vez, agora com os olhos cheios de raiva, sem nenhuma lágrima.

- Eu devia saber que você jamais entenderia! - falou a garota saindo correndo pela porta.

Encontrava-se mais uma vez sozinho, dessa vez com mais duvidas do que antes, mas entendendo algumas coisas. Uma coisa ainda o assustava, de onde haviam saido aquelas palavras, aquele não era ele, aquele era o outro Draco Malfoy, aquele que fingia, ou será que era ao contrário?

I'm alone, yeah

Estou sozinho, yeah

I'm feeling lost

Estou me sentindo perdido

I feel, I feel, yeah, it's just like a dream

Eu sinto, eu sinto, yeah, é bem como um sonho

NO MUNDO REAL

- Eu não posso acreditar que ele fez isso! - falou Harry debruçado sobre o livro, onde a história era escrita rapidamente, descrevendo a "luta" que acontecia.

- Nem eu! - falou Rony que lia por cima do ombro de Harry - Na verdade eu não acredito em muitas coisas que ele fez, como salvar a Gina! Eu não posso ficar em dívida com esse idiota!

Tinham chegado rapidamente a biblioteca, no caminho Harry explicara para Rony como funcionava o livro, os nomes e tudo o mias, e agora o garoto parecia mais emocionado que todos os outros ao ler as palavras que surgiam.

- Eu estava me referindo ao fato dele ter usado um Crucio! - falou Harry olhando para Rony, que não tirava os olhos das paginas amareladas por nada.

- Sim, isso também, mas ele esta tentando salvar a Gina, acho que ele merece um pouco de crédito por isso.- falou Rony, então ele encarou Harry e falou - Eu não posso acreditar que acabei de dizer que Draco Malfoy merecia alguma coisa além da prisão eterna, esse livro com certeza não está me fazendo bem!

Dumbledore riu atrás deles, mal conseguia ler o que estava escrito no livro, mas sabia de tudo pelos comentários dos dois. Harry virou para trás e olhou o diretor.

- O senhor ainda acha que Draco Malfoy não pode ser chamado de comensal? Ainda acredita que a Gina está segura sozinha com ele?- perguntou com uma expressão preocupada.

- Eu acredito que Gina está muito segura, e a prova disso é o fato dele ter usado um feitiço trão poderoso, e que até poderia condenar ele se não se encontrasse em outro mundo, para salva-la. Quanto a ele ser um comensal eu continuo achando que o Sr Malfoy jamais será como seu pai, e esse acontecimento não me abalou, pois eu já sabia de seus poderes, vamos dizer assim, avançados.

- Não são avançados, são maléficos! - falou Harry exasperado.

- A Gina brigou com ele! - falou Rony alheio a discussão dos dois - E ele foram embora, nossa, minha irmã pode ser cruel às vezes.

Então parou mais uma vez e sacudiu sua cabeça, repreendendo-se num sussurro. Saiu de perto do livro e foi se servir de um pouco de chá que tinha sido recém trazido pelos elfos.

- Você tem que entender Harry, que ele não é como nós, ele foi criado em um ambiente diferente, por isso não pensa como nós, ou age como nos foi ensinado ser certo. Não esqueça, ele é um sonserino, e não um grifinório.- falou Dumbledore que comia um biscoito com gotas de chocolate fazendo uma cara de prazer.

- Eu sei disso diretor, mas ainda assim eu não consigo compreender como ele pode fazer isso, é algo terrível! Ele torturou aquele cara, e, por mais que ele mereça, ele não deveria ter feito isso! Essa é uma questão que vai além da distorção ao decidir o que é certo e o que é errado.- disse Harry sentando-se em uma cadeira.

Dumbledore caminhou até ele e sentou-se ao seu lado, colocando a mão em seu ombro paternalmente.

- Eu não estou dizendo que o que ele fez foi certo Harry, mas nós não podemos condená-lo.- ele então baixou a voz até ser quase um sussurro - Você não pode deixar que o ciúmes que sente interfira no modo como você julga as pessoas Harry, ele salvou a Gina, se ele não tivesse feito aquilo pode ser que os dois estivessem perdidos para sempre, assim como todos os outros.

Então ele se levantou e andou até perto do livro, acompanhando as palavras que continuavam a aparecer rapidamente.

Harry sentiu um peso em sua mão e olhou para frente, Madame Pince estava parada olhando para ele, então falou:

- Se você precisa dizer algo para ele, beba isso e vá dormir, você vai entender quando acontecer.

Ela saiu e ele ficou com um pequeno frasco de bebida laranja na mão, guardou-o no bolso e anunciou que estava indo dormir.

N/A: Olááááá! Como estão vocês? O que acharam desse capítulo?

Eu sei que a Gina ta uma chata, talvez não tanto, mas algo parecido.

E o Draco ta muito confuso! Eu fui escrevendo e só depois que percebi quão confuso ele estava, coitado...

O Harry se mordendo de ciúmes! E se intrometendo nos sonhos do Draco, que vergonha.

O Charles está muito mal! Acho que isso merece uma comemoração! Mais um ponto para o Draco!

\o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ VAI DRACO \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/

Ok, desculpem por isso...

A música se chama Lost, assim como o capítulo, e é do The Calling!

Agradecimentos:

laura: Que bom que tu gostou do capítulo! Eu não sei pq so tua amiga, quer dizer o negócio de matar ou morrer faz sentido, talvez não em todos os momentos, mas naquele fazia!

O Draco é um sonserino, verdade, e não é um Gabriel Prince, será?

Beijos!

Musa Jesy H. M. K. Malfoy: Oi! Aha! Alguém que concorda comigo! O Draco é o maximo, e a filosofia de matar ou morrer faz completo sentido! A Gina é estranha, quer dizer, ela fica brigando com o Draco desse jeito ao invés dec se jogar nos braços dele por ter salvado ela...é uma vergonha...

Beijos!

Ane Malfoy: "O que a Gina esperava?" Pois eu digo, ela esperava que ele virasse um grifinório! Coitada! Por que meu Draco pode ficar querido, mas nunca, jamais, vai virar um grifinório! Até pq isso seria chato, quer dizer, aguém tem que dar uma surra no vilão, certo?

O outro capítulo teve mais ação que esse, mas espero que vc ache q esse tbm merece elogios!

hehehehhehehe

Beijos!

Elendira: Muito obrigada pelo elogio! Eu sempre me emociono quando falam isso pq as vezes eu realmente duvido!

Essa simples escritora se sente lisongeada de receber sua review! Espero que esse capítulo tbm mereça uma!

A Gina está se mostrando malvada, ela realmente não parece entender o Draco, mas quem sabe?

Minhas provas foram bem (pelo menos a maioria), muito obrigada pela consideração, espero que não tenha demorado muito!

Beijos!

Franinha Malfoy: Aaaaaaaaaaahhhhhhhhhh!

Minha nova beta! Super obrigados a você!

As coisas aparecem no livro, pelo menos algumas delas, tipo a discussão que eles tiveram sozinhos na sala de estar da casa não aparece, mas o que acontece em público, ou pode ter alguma importancia ta ali!

A Gina não parou ele, e nem percebeu que ele gosta dela, temos que admitir que ela é meio tapada, né? Além do mais fez toda aquela cena quando ele foi conversar com ela...

Beijos!

É isso!

A minha proposta continua de pé, 10 reviews e posto em uma semana!

Se for menos eu demoro um pouco mais, mas juro que vou tentar manter um ritmo bom agora!

Beijos