N.A.: Os personagens de Harry Potter pertencem a... bom, vocês sabem quem! Não acredito que eu tenho que escrever isso em todos os capítulos... é chato pacas se me perguntarem... apenas a trama e os personagens originais me pertencem.
N.A.2: Antes de começar o meu pequeno show de horrores, gostaria de agradecer aos reviews recebidos. Procurarei fazer por onde. – o autor enxuga uma lágrima disfarçadamente – Mas, vamos parar com os sentimentalismos e começar o show!
Capítulo Três – A Aliança
A viagem foi silenciosa. Nenhum dos dois conversou ou se olhou enquanto estavam indo em direção ao ponto de encontro da reunião dos Comensais e de seus novos aliados. Lúcio não havia informado para Draco o motivo da reunião, preferiu deixar o filho imaginar que estariam indo direto para o seu local de execução, o que não deixava de ser uma meia-verdade, como Lúcio lembraria horas depois.
Draco só conseguia pensar em sua mãe, a única pessoa que lhe mostrou algum afeto em toda a sua vida. O que seria dela depois dessa noite? Será que Lúcio ainda a manteria depois da criança nascesse? Claro que sim! Caso este outro moleque falhasse, de onde Lúcio tiraria outro herdeiro legítimo? Mas, e se ela resolvesse se matar? Se ela não agüentasse a pressão? "Maldito, maldito, maldito!", Draco fechava os olhos ao tentar imaginar o destino de sua mãe nas mãos de Lúcio. "Venderia minha alma a qualquer demônio que garantisse minha vingança".
Demorou um pouco até o carro parar numa área afastada de Londres. Estava escuro, já que era uma noite sem lua. O motorista abriu a porta para eles e Draco seguiu seu pai para dentro de uma pequena floresta que havia perto da estrada. Depois de caminhar alguns minutos, os dois pararam e Lúcio puxou sua varinha. Draco pensou que aquela seria a sua hora, até que seu pai murmurou um encantamento fazendo a ponta de sua varinha brilhar com uma luz vermelha. A poucos metros deles, uma outra luz vermelha apareceu. Lúcio fez um sinal com a cabeça para que ele o seguisse. Uma figura encapuzada estava esperando por eles e, ao se aproximarem, fez uma reverência.
- Boa noite, senhor. – a voz era de um homem, Draco reconheceu a voz, era de Nott.
- Boa noite, Nott. – Lúcio respondeu, guardando a varinha em sua bengala – A chave está pronta?
- Sim, meu senhor. Nosso Lorde o espera. – Nott entregou uma pedra para Lúcio – Não sabia que o senhor traria mais alguém. É o seu filho?
- Sim, é. Vamos?
- Sim, meu senhor. – Nott se curvou mais uma vez.
Lúcio estendeu a mão segurando a pedra para que Nott e Draco a tocassem também. Assim que isso foi feito, Nott murmurou um encantamento e eles foram transportados.
Eles chegaram em frente a uma enorme casa em ruínas, era um pouco menor do que a mansão dos Malfoy e muito mais sombria. Havia outras quatro figuras encapuzadas na frente dela, esperando por eles. Assim que os viram, as figuras fizeram rápidas reverências murmurando a mesma coisa: "boa noite, senhor". Nott avançou para a frente deles e abriu a porta. Uma luz vinha de dentro. Nott e as figuras fizeram mais uma reverência, indicando com os braços que Lúcio e Draco deveriam entrar primeiro.
Ao entrarem, Draco fechou os olhos devido à claridade. Assim que seus olhos se acostumaram, ele pôde ver onde estava, um enorme salão iluminado por quatro candelabros tão luxuosos quanto os de sua casa. O chão era de mármore branco com pequenas figuras negras em forma de cobras convergindo numa enorme figura no meio do salão, a Marca Negra. As paredes brancas eram normais e limpas. Pelo que podia ver, o salão tinha um formato perfeito de um quadrado, havia apenas três portas, uma em cada lado do salão.
Havia mais Comensais no salão, todos cumprimentaram Lúcio da mesma maneira que os outros fizeram fora da casa. Ele seguiu seu pai até uma das portas.
- Me espere aqui. – Lúcio disse abrindo a porta. Parecia ser uma sala comum, com móveis e quadros. Na mesinha de centro havia um cesto de frutas.
Draco entrou e ouviu a porta ser fechada e trancada. O pensamento de aparatar foi logo descartado, a casa deveria ser protegida contra isso. Draconius sentou-se numa das cadeiras ao redor da mesinha, pegou uma maçã e esperou.
Ao cruzar o salão em direção à sala onde Lorde Sanguis e seus seguranças estavam, Lúcio revisava seu plano, nada poderia dar errado. Ele já tinha um local para colocá-lo e de que maneira usá-lo para o seu proveito. Também já tinha pensado na notícia que daria aos jornais, lamentando a morte de seu primogênito e anunciando que já havia outro herdeiro chegando. Talvez uma ou duas lágrimas na hora do anúncio o deixem completamente fora da lista de suspeitos do suposto assassinato que ocorreria com Draconius.
Lúcio chegou na porta e disse aos Comensais, que guardavam a sala, que queria falar com Lorde Sanguis. O Comensal da direita assentiu respeitosamente e entrou na sala, Lúcio mal ouviu o Comensal falar quando este foi interrompido.
- Pensei que não chegaria nunca, meu amigo. – uma voz sombria, e de certa forma gentil, foi ouvida – Entre, por favor.
- O senhor pode entrar. – o Comensal disse ao sair da sala, visivelmente abalado, parecia ter acabado de encontrar um dementador muito forte.
- Recomponha-se, seu inútil. – Lúcio murmurou ao passar por ele.
A sala era igual a de Draco, a única diferença era que parecia estar inundada pela aura negra que o Lorde dos vampiros projetava, uma onda de poder e escuridão que, muitos Comensais achavam, igualava a de seu próprio Lorde. Havia outros vampiros na sala, que fizeram um leve aceno com a cabeça assim que Lúcio entrou. No centro deles estava Lorde Sanguis, sentado à mesa, com uma taça na mão, bebendo um líquido viscoso e escuro.
Ele era enorme, devia ter uns dois metros ou mais. A pele era pálida, macilenta, como se fosse feita de porcelana branca. O rosto era, de certa forma, parecido com o de Lúcio, pontudo e de feições nobres. Os olhos negros e penetrantes, que pareciam captar qualquer movimento ao redor. O seu longo cabelo negro, amarrado num elegante rabo-de-cavalo, estava no seu ombro esquerdo. Ele estava usando roupas trouxas: um terno de seda preta. Se um trouxa entrasse na sala agora, diria que ele era o chefe de alguma organização criminosa como a máfia. Ao ver Lúcio, Lorde Sanguis deu um sorriso sincero, exibindo seus dentes e seus caninos prolongados.
- Meu caro Lúcio, que bom vê-lo! – ele se levantou, os seus vampiros deram passagem para que seu Lorde passasse e cumprimentasse o humano que acabara de chegar.
- Como vai, milorde? – Lúcio fez uma reverência demorada.
- Meu caro Lúcio, – a enorme criatura pousou a mão direita no ombro de Lúcio – eu já não lhe disse que não precisa se curvar diante de mim?
- Meu senhor, – Lúcio endireitou-se – seria desrespeitoso tanto para o senhor quanto para mim. – o ser deu-lhe outro sorriso.
- Lúcio, sei muito bem o quanto odeia se curvar diante de alguém, até mesmo quando faz isso diante de seu Lorde.
- Mesmo assim, um bom servo sabe o seu lugar, milorde. – Lúcio deu uma olhada rápida para os vampiros que estavam na sala. Expressões frias de desagrado e ciúme estavam em seus rostos.
- Meu caro, eu daria mil de meus servos imortais para ter um mortal como você do meu lado. – Lord Sanguis retirou a mão do ombro de Lúcio e virou-se para seus servos – Deixem-nos.
Os vampiros assentiram rapidamente e se retiraram, não deixando de murmurar maldições em sua língua nativa e direcionar mais olhares frios para Lúcio. Sanguis voltou a sentar-se em sua cadeira.
- Crianças tolas e inúteis. – Sanguis disse quando a porta foi fechada – Perdem tanto tempo querendo ganhar a minha atenção que não percebem o que acontece à nossa volta. – Sanguis estendeu sua mão, indicando que Lúcio poderia se sentar com ele.
- Meu senhor? – Lúcio perguntou, sentando-se em frente ao lorde.
- Os idiotas acham essa aliança uma besteira, ein fehler. – o Lorde deu outro gole em sua "bebida" – Niedrig-gekümmert! Dummköpfe! – ele deu uma risadinha fria que pareceu escurecer o ambiente... nada que Lúcio já não estivesse acostumado – Não percebem que quando a guerra começar, precisaremos de todos os aliados que conseguirmos arranjar.
- Sempre é difícil arranjar bons servos, meu senhor. Acho que é por isso que as vitórias conseguidas são tão doces, mesmo as pequenas.
- Você não deixa de ter razão, meu caro Lúcio. – Sanguis fixou seu olhar no homem sentado à sua frente – Afinal, são as adversidades que tornam esse jogo divertido, não é? Seria muito chato e deveras entendiante se conseguíssemos tudo que queremos com facilidade.
Lúcio e Lorde Sanguis se deram bem desde a primeira conversa entre eles. Lúcio descobriu no nosferatu uma fonte incessante de histórias e ensinamentos sobre a arte das trevas que envolviam aquele país. Lorde Sanguis descobriu naquele humano uma mente ávida por conhecimento e poder. Foi nisso que se baseou sua amizade. Passavam horas conversando no escritório do castelo de Sanguis, o maior da Transilvânia. Alguns diziam que o castelo havia pertencido ao primeiro e mais poderoso nosferatu que já existiu: Drácula.
Foi nessa época que Lúcio, além de conseguir o material que fora pesquisar para Voldermort, aprendeu coisas que muitos livros ignoram. Um nosferatu era o mais alto nível que um vampiro poderia alcançar. Somente nascendo ou bebendo o sangue de outro nosferatu é que se podia alcançar tal estágio. Sendo que o último também era usado para que um nosferatu aumentasse seu poder e era, sem dúvida, a tarefa mais difícil. Porque cada vampiro, ao se transformar, adquiria um poder: voar; conseguir enxergar as mentes sem ser detectado com facilidade; controlar a névoa (ou alguns fenômenos metereológicos, como transformar uma suave garoa numa tempestade furiosa); controlar, também, diversos animais; a possibilidade de ingerir comida normalmente (os vampiros ao provar comida humana sentiam gosto de cinzas ou excremento, para alguns ela agia como veneno); a capacidade de mudar sua aparência; etc. Um nosferatu possuía todos esses poderes combinados, além de ser mais forte que um vampiro normal.
Lorde Sanguis era, provavelmente, o mais velho e poderoso nosferatu vivo. O sangue de sete nosferatus estavam misturados ao seu. O seu clã, além de ser o mais poderoso, era enorme: mais de quatro mil vampiros estavam sob o seu comando, a maioria residia em seu castelo e os demais em moradas próximas do mesmo. Havia mais outros clãs de relativo poder na Romênia, por séculos brigando entre si pelo domínio do país. Eles não seriam um problema se não tivessem os caçadores de vampiros. Os caçadores de vampiros romenos eram uns inúteis supersticiosos, em nada comparados aos seus colegas ingleses, muito mais preparados. Sempre chamados para ajudar.
A Inglaterra era famosa em seu meio por causa disso. Havia clãs inteiros especializados apenas nisso: caçar vampiros. Um caçador inglês era treinado desde a sua infância, tão logo a criança possuísse força e inteligência para agüentar o treinamento. Ele mesmo, Lord Sanguis, já teve os seus melhores vampiros mortos pela mesma família: o temido clã Hawthorne, seus caçadores eram tidos como os mais violentos e eficientes nessa arte, possuindo armas e feitiços próprios.
A aliança com Voldermort o ajudaria a se livrar deles, pois muitos dos atuais Comensais faziam parte do Ministério da Magia e sabiam onde ficavam localizados os quartéis secretos dos Caçadores e suas respectivas moradias. Um ataque surpresa sempre foi uma ótima arma em tempos de guerra, ainda mais contando com a ajuda dos bruxos das trevas mais fortes do país... era uma ação fadada ao sucesso.
Claro que ele sabia que Voldermort não era confiável, mas ele tinha seu próprio plano de contra-ataque: transformar os prisioneiros dos ataques em vampiros (os que não cometessem suicídio, diante da derrota eminente) e alguns Comensais também... principalmente, Lúcio Malfoy, de longe o mais inteligente e ardiloso do exército de Voldermort.
Ele havia observado quando eles chegaram e estranhou na hora a presença do jovem Malfoy naquela noite. Porque Lúcio traria seu filho para uma reunião tão importante? Era comum ver Draco em reuniões ordinárias, tratando de pequenas ações. Então, era, no mínimo, intrigante vê-lo na mais importante reunião desde que ele, Severo Edward Snape, havia voltado para o maldito seio dos Comensais.
Snape sempre odiou o garoto Harry Potter, como odiou o pai dele. Quando ele voltou de não se sabe de onde com o corpo de Cedrico Diggory e com a notícia de que o Lorde das Trevas havia retornado, esse ódio alcançou novas proporções. Pois, no exato momento que ele falou essa notícia para Dumbledore, Snape sabia o que o esperava: voltar de joelhos para Voldermort e clamar arrependimento. Ele teve que passar por horas de tortura e matar alguns trouxas para voltar a freqüentar as reuniões e, assim, contar tudo ao diretor. A culpa de tudo isso ele atribuiu a Harry, justa (na sua opinião pessoal) ou injustamente (na opinião de Dumbledore).
Antes que ele pudesse decidir se ia ou não arriscar falar com o jovem Malfoy, teve seus pensamentos interrompidos por Edward Nott.
- Severo, nosso Lorde o chama.
Para se chegar ao salão principal (que no passado, quando a mansão era habitada, deveria ter sido um local de festas e alegria) era preciso atravessar a porta central do salão de entrada e subir uma escada, também feita de mármore branco. Mas, à medida que se aproximava do local onde o Trono Negro estava, o cenário sofria suas modificações, tal era o poder de tal artefato... e daquele que se sentava nele.
"Poucos lugares são mais escuros e mais cheios de malícia do que a mente humana."
Era o que estava escrito com letras verdes flamejantes na placa negra, localizada acima da porta do salão principal. Ali dentro estava o Trono Negro, majestoso e terrível ao mesmo tempo.
A reforma interna que a mansão sofrera para se tornar o quartel-general dos Comensais da Morte, carinhosamente chamada de "Covil da Morte", não durou muito naquele recinto. As paredes voltaram ao seu aspecto envelhecido e em alguns lugares, onde não havia mais tinta, os tijolos apareciam. Os vários candelabros de prata (que há poucos meses, brilhavam como nunca) estavam enegrecidos. O mármore branco do chão adquiriu um tom cinza escuro e as figuras das cobras brilhavam nele como espectros verdes, assim como a Marca Negra no seu centro. Não adiantava acender as velas ou abrir as janelas (se fosse permitido), a escuridão ali era quase sobrenatural.
Os Comensais não sabiam onde Lúcio havia conseguido o Trono Negro para o seu Lorde. A única coisa que sabiam era o quanto Lorde Voldermort tinha gostado do presente. Alguns deles falavam que Lúcio tinha ido a nenhum outro lugar senão o inferno, retornando com o horrendo presente, como uma prova de favoritismo do dono daquele lugar.
O trono era feito de um metal negro e possuía o mesmo formato do que tinha no escritório de Lúcio. A diferença estava no tamanho (era maior) e nos símbolos estranhos que brilhavam uma cor púrpura quando Tom Riddle sentava nele. O que Tom mais gostava no seu presente era o quão terrível ele deveria parecer sentado no seu trono, tal era o terror que via nos olhos de seus Comensais, quando se fazia visível.
Lúcio tinha conseguido voltar completamente às boas graças de seu Lorde não apenas por esse presente. O apoio, os contatos no ministério e a gama de informações que recebeu assim que saíram daquele cemitério, mostrou a Voldermort que Lúcio pode não ter ido a Azkaban em seu nome, mas usou bem esses anos em liberdade. Assim, Tom o cobriu de honras e poder entre os Comensais, os mesmos prometidos aos Lestrange.
Um sorriso maléfico deformava ainda mais o rosto viperino do Lorde das Trevas. Ele podia quase sentir o gosto de sua vitória. A aliança com Lorde Sanguis garantiria isso. Tudo que Voldermort teria que fazer era eliminar os inimigos que tinham em comum e deixar o tolo pensar que governaria em paz suas terras e o território que ganharia no final da guerra (um artíficie para ludibriá-lo, enquanto se pensava num modo de destruí-lo).
E quanto a Dumbledore? O velho tolo nem mesmo iria saber o que o atingiu... não... ele saberia, é claro. Aquele mago parecia sempre saber de tudo. Mas, sem o apoio do ministério, suas ações ficavam limitadas. Afinal, os bonzinhos sempre jogavam seguindo as regras. Ele não possuía a malícia necessária para esse jogo, além de não possuir as peças que esse jogo exigia. Tudo que o velho tolo tinha ao seu lado eram velhos aurores, professores e uma familiazinha de magos sem-valor... todos amantes de trouxas e sangue-ruins.
E quanto ao Lorde das Trevas? Seu exército crescia cada vez mais. A notícia de sua volta atraiu a atenção do submundo mágico em toda a Europa. As principais famílias de sangue-puro da Europa haviam dado provas de onde a lealdade deles estava: presentes e vidas foram oferecidos e recebidos de braços abertos pelo Lorde das Trevas. Mensageiros foram enviados aos selvagens gigantes, aos temíveis dementadores, aos engenhosos duendes, às belas veelas... enfim, a todas raças mágicas que podiam ser úteis numa guerra. Territórios, ouro (no caso dos duendes) e liberdade foram oferecidos.
Se ele cumpriria tais promessas? Talvez... tudo dependeria da vontade (e do humor) do Lorde das Trevas. "Como deve ser o peso do mundo?", ele pensava ao olhar para as suas mãos, "Apenas o titã Atlas poderia me responder".
- É, meu caro Atlas... – ele murmurou, sua voz sombria ecoando pelo aposento vazio – acho que você carregou seu fardo por tempo demais... não se preocupe... Lorde Voldermort logo assumirá seu lugar...
Um barulho incômodo na porta o tirou do estupor onde se encontrava.
- Entrem.
Duas figuras negras entraram no salão, andando rapidamente para o centro do salão. A Marca Negra os iluminou (e apenas eles) assim que pisaram nela. Snape e Nott, então, se ajoelharam e esperaram as palavras de Voldermort. devaneio
- Já fez o seu serviço, Nott. Retire-se e avise que a reunião irá começar assim que eu terminar minha conversa com Snape.
Edward Nott levantou-se, fez uma reverência demorada e saiu quase correndo do salão. Era preciso muita força de vontade para ficar perto do Lorde das Trevas e enfrentar sua aura de medo e terror, amplificada ainda mais pelo Trono Negro.
- Levante-se, Severo. – Voldermort disse, logo após a porta ter sido fechada – E me diga o que sabe do filho de Lúcio Malfoy.
Snape procurou como pôde esconder o seu espanto (e seus pensamentos) do Lorde Negro. Essa era, talvez, a pergunta mais inesperada que Voldermort podia ter lhe perguntado.
- Pois, – Voldermort continuou – sempre senti um ódio muito grande nesse jovem. Como ele é em Hogwarts?
- O que posso dizer, milorde? – Snape sentiu uma dor aguda em todo o seu ser ao olhar naqueles olhos rubros – O garoto é filho de Lúcio, isso já diz muito de sua personalidade. Ele é frio, racional, muito inteligente e atencioso aos detalhes. Isso o faz um ótimo aluno em poções... e seu rendimento em outras matérias não é medíocre, pelo que ouvi dos outros professores. O jovem Malfoy só é superado por Hermione Granger.
- Ah, sim... – Voldermort sorriu – nossa sangue-ruim favorita: Hermione Granger. Ouço falar bastante dela... uma mente prodigiosa... é quase uma pena ter de exterminá-la. Mas voltemos a falar de... Draconius, não é? Um nome poderoso, sim...
- Milorde? Posso perguntar qual o súbito interesse no jovem Malfoy?
- O ódio sempre foi uma ótima fonte de poder, Severo. É pelo ódio que consigo achar meus seguidores, os atuais e os que apresentam um grande potencial. Draconius possui um ódio tão forte que consigo até senti-lo nos dois dos poucos lugares onde o poder de meu trono não consegue entrar: Hogwarts e o Lar de Aquiles. Até posso ver os tentáculos pegajosos desse sentimento envolvendo a vítima dele: Lúcio.
- Lúcio?
- Sim, Severo... Draconius odeia Lúcio com tanta intensidade... talvez até mais do que eu odiava o meu pai... muito interessante, não acha?
- Muito, milorde. – Snape cruzou os braços, seu rosto adotou uma expressão pensativa – Mas, se o garoto odeia tanto o pai, isso pode significar que dificilmente ele se juntará ao senhor, milorde.
- Sim, eu sei. – Voldermort suspirou como que desapontado – Uma pena, sem dúvida... Lúcio lhe falou o porquê dele estar aqui?
- Não, milorde. Ainda não conversei com Lúcio sobre este assunto. Assim que eles chegaram, Lúcio o deixou numa sala e foi falar com o Lorde dos vampiros.
- Bom, deixemos esse assunto de lado. Lúcio me dará explicações quanto a esse caso. Eu lhe chamei aqui por outro motivo. – Voldermort puxou sua varinha e conjurou um pergaminho aos pés de Snape – Decidi lhe dar uma chance de ouro para provar, definitivamente, sua lealdade.
Snape pegou o pergaminho e o abriu. Era um mapa, muito bem detalhado, de Azkaban.
- Você ficará no lugar de Parkinson na invasão de Azkaban. É possível que até lá os dementadores já tenham dado sua resposta, mas não quero ter dúvidas quanto ao sucesso dessa ação. Espero, para o seu próprio bem, que não me desaponte, Severo. – os olhos vermelhos se estreitaram – Você já me desapontou antes, não quero passar pelo mesmo desgosto. Será que fui bem claro?
- Sim, milorde. – Snape estremeceu, podia sentir a barreira de sua mente ser forçada como se um trator estivesse dentro de sua cabeça – Agradeço por mais esta prova, milorde. Tudo que mais quero é provar meu arrependimento quanto às minhas escolhas no passado.
- Não me agradeça. – Voldermort fez um gesto de desdém – Como falei, não quero ter dúvidas quanto ao sucesso dessa ação. Ainda não vi uma operação que esse idiota do Parkinson não transformasse numa lambança total. Ele é um imbecil, completamente diferente da esposa. Estou me cansando dele e de suas tolas tentativas de envenenar minha mente contra Lúcio. Como se apenas ele tivesse negado ter ligações comigo quando aquele maldito garoto quase me derrotou.
Snape teve que usar todas as suas forças para não vomitar e nem parecer desconfortável quando a aura de terror intensificou-se, isso acontecia sempre que Harry Potter era mencionado ou lembrado. Ele viu os olhos vermelhos desaparecerem na escuridão da sala, significando que o Lorde das Trevas estava fazendo uma careta de fúria.
- Mas minha hora está chegando, Severo. – os dois pontos vermelhos voltaram a aparecer, ainda mantendo uma expressão furiosa – Sim... minha hora está chegando... e a de meus inimigos também. Cometi poucos erros no passado... alguns imperdoáveis e outros nem tanto... porém, aprendi com cada um deles. Nada me deterá desta vez. Darei um passo de cada vez, calculando com cuidado o próximo. – os pontos vermelhos suavizaram sua expressão e se abaixaram, direcionados para alguma coisa no colo do Lorde das Trevas – O peso de um mundo... – eles murmuraram numa voz etérea. Depois de alguns segundos, eles voltaram seu brilho para Snape – Pode ir, Severo. Mande-os entrar.
Severo Snape guardou o mapa em suas vestes, fez uma reverência demorada e se retirou rapidamente, como Nott fez. Assim que saiu, a voz sombria interrompeu, mais uma vez, o silêncio do salão.
- Minha hora está chegando... agüente seu fardo mais um pouco, Atlas. Eu o encontrarei em breve.
N.A.3: Caramba... vocês não sabem como foi difícil escrever esse capítulo... tive que reescrever várias vezes... principalmente a parte do Voldermort... levou boas horas da madrugada... mas acho que ficou bom (espero que tenham achado o mesmo). Se tiverem dificuldade de imaginar a aparência de Lorde Sanguis, é só se lembrarem do Antonio Bandeiras em "Entrevista com o Vampiro". Uma homenagem minha a esse personagem e à autora, Anne Rice (leiam o livro, ou melhor, todos os livros dela!).
N.A.4: Os viciados em filmes (como eu) perceberão que o lance da diferença entre um nosferatu e um vampiro normal, roubei (na cara dura, mesmo) do "Blade". Não se preocupem, vai acontecer muita coisa nessa fic... mas essa de um negão, cheio de tribais pelo corpo, brandindo uma espada de titânio e usando um raiban de noite, não vai rolar (até porque o Wesley Snipes está gravando o "Blade 3"... e como não tenho grana para contratá-lo... já viu, né?). Obs.: Procurem saber sobre esse filme!!!
N.A.5: Peço desculpas às fãzocas do seboso, quero dizer, do Snape. Ele precisou agir desse jeito meio besta porque a coisa está meio suja para ele. Haverá muitas oportunidades para o seu querido professor de poções agir de acordo com as suas expectativas. Continuem ligadas, porque ele logo vai estar fazendo o que sabe fazer melhor: atazanar a vidinha do trio maravilha-perfeição.
N.A.6: A parte de Voldermort deu mais trabalho porque queria dar a ele uma presença meio Sauron e meio Morgoth (leiam "O Silmarillion" do Tolkien, se quiserem saber de quem estou falando). Não tenham dúvida, qualquer semelhança não será pura coincidência. O lance do Trono Negro foi uma mão na roda e uma luz(?) que surgiu durante a enésima vez que reescrevia a parte do Lorde das Trevas. Uma imagem divertida para vocês, que surgiu na minha mente enquanto escrevia essa parte: Pedro Pettigrew, encolhidinho como um bebê nos braços de uma mãe carinhosa, alisando o trono e dizendo: "meu precioso...". Fala sério!
N.A.7: Esse é o último comentário, eu juro. Afinal, não posso deixar essa parte ficar maior do que a fic. É que eu gostaria de mais uma vez agradecer aos reviews. Meu peito inchou tanto quanto a minha barriga (e isso quer dizer muito mesmo, acreditem). Fiquei parecendo um pavão (um muito gordo). Por isso resolvi agradecer separadamente cada uma das corajosas que leram a minha fic:
- Satine M: eu também acho uma combinação interessante. Pena que as que eu li, geralmente, ficam incompletas. Vamos torcer para que com a minha fic não aconteça isso e que eu continue encontrando as palavras certas para tirá-la da minha mente. Ela já está fundindo o meu tico e teco. Quanto ao par... eu diria para não se preocupar muito com isso. Continue lendo e revisando.
- PatHG: minha cara, espero que continue fazendo login. Senão, como vou fazer para agradecer a review? Pare de tolice e com essa preguiça! Fazer o login é tão rápido quanto assistir um bom filme ou passar uma tarde com os amigos. E eu achava que eu era preguiçoso! (risos) Eu concordo, a Narcissa pareceu uma mula patética (comparando com as que eu vi em outras fics), porém ela mostrará seu valor no próximo capítulo; Lúcio já é um caso à parte, a personalidade dele foi roubada de um personagem meu que, às vezes, baixa como uma entidade satânica na minha pessoa (já aconteceu com vocês? Pelo menos até agora, ele apareceu nas horas certas). Ele ainda vai aprontar muito aqui, espere os Lestrange chegarem para ver o que é crueldade... continue lendo e revisando (e fazendo login). Acho que não preciso me referir ao par, não é?
- E como sou cara-de-pau mesmo, um beijão para vocês.
