LEMBRETE: OS PERSONAGENS PERTENCEM A JK ROWLING... Alguém ainda não sabe disso?!!! ESSA FIC É SLASH... AVISO DADO. (Prometo não fazer nada de bom!... Mal feito feito!!!) Não leu CRUEL? pode ficar meio perdido... pois é continuação.


BlackCat & WhiteFerret – CAP 01 – a espera.

Foi Hermione que levou as mãos à boca horrorizada e Remo se levantou, Pomfrey membro recente da Ordem disse muito baixo:

-Fizemos tudo que podíamos, ele está vivo, mas, -suspirou- mesmo que sobreviva, não será sem sequelas, não vai acordar tão cedo, talvez daqui um dia... vai depender muito dele, já vi Potter se erguer depois de provas difíceis... mas ele já estava debilitado...

A voz dela sumiu, se culpava, se não tivesse deixado a maldita janela aberta tudo teria sido evitado, se sentia culpada, não importava o que Alvo Dumbledore dissesse...

-Ele está tão mal assim?- Rony perguntou a mãe que ainda olhava os pequenos ferimentos que tinha.

Molly se absteve de falar, não ia começar a chorar na frente de todo mundo, há pouco mais de um ano, naquela mesma sala tinha visto um bicho-papão se transformar na imagem de sua família morta... sua família incluía Harry, por mais horrível que se sentisse com ele depois de ter gritado aquelas besteiras nas férias, sentiu um nó na garganta.

-Ele está bem... tem que estar.

A voz rouca apenas a fez sentir-se pior, era uma das que tinha planejado a festa de natal... olhou o grupo no quarto e se aprumou.

-Vou arrumar os quartos e fazer algo para comerem... estão em jejum não?- perguntou olhando o filho.

-Não estou com fome.- Rony disse se levantando.-Vou ao banheiro...

Levantou e saiu pisando duro, sentiu a mão em seu ombro.

-Nenhuma perturbação, nem a porta.- disse Pomfrey.

Rony olhou o chão e seguiu para o banheiro.

Não foi difícil confessar que o perseguira, o seduzira, se aproveitara dos momentos mais frágeis dele, tinha a impressão que Dumbledore já sabia o que ia dizer, não que soubesse, mas que sabia que o que sentia sobre aquilo, a expressão do diretor foi ficando cada vez mais preocupada quando começou a falar do jeito ausente, do olhar perdido, de Chang... as palavras faltaram para descrever que... que havia violentado a pessoa que amava... era um monstro... e mesmo assim ele se preocupara em salvá-lo... mais de cinco minutos de silêncio e o diretor aquiesceu, bondosamente.

-Há coisas que só dizem respeito a duas pessoas que se amam, Draco... me conte só que estiver preparado para contar... só o que for importante.

Haviam coisas importantes... importante era o que ouvira em sua própria casa... contou tudo que se lembrava e ouviu um único pedido.

-Me descreva o bruxo desconhecido Draco, é importante que me descreva como ele é.

Morto.

"você está morto?"

Vivo.

"Você acha que poderia sobreviver?"

Sou um fantasma?

"Você sentiu medo?"

Remorso... tristeza... um pouco de conformação... um pouco de decepção... e medo, eu senti medo?

"É tudo um delírio."

Cale a boca.

Abriu o olho com um suspiro dolorido, não havia parte de seu corpo que não doesse ou estivesse mortalmente fatigada... não reconhecia onde estava, mal conseguia ver, tudo fora de foco, tudo escurecido...

"Não está em lugar nenhum..."

Se pelo menos parassem de falar em sua cabeça, se pudesse apenas dormir pra sempre em paz... sem chios de cobras, uivos e gritos... ecos...

Draco.

"Onde estará seu salvador?"

Sentou-se na cama com um gemido fino... onde quer que estivesse, se sentia em pânico por não ver ninguém... um medo incontrolável por estar sozinho... se estava morto, a morte era isso? Solidão? Não queria ficar sozinho pra sempre... se forçou a por os pés endurecidos no chão.

"Você lutou, morreu e vai passar a eternidade sozinho."

Contorceu o rosto, sentindo a pele repuxar... não... eu não fiz nada para merecer esse castigo.

Tem alguém em algum lugar... tem que ter.

Se forçou a levantar, cambaleante como um bêbado esticou a mão e se chocou de leve contra a parede soltando um ganido baixo de dor, tudo latejava, doía, ferroava...

"Não há mais ninguém... você está sozinho."

Não... não, não! pensava firmemente se apoiando na parede, se desencostando dela, sentindo um pouco mais de firmeza nos passos débeis... escutou de leve o som baixo de pessoas, duas frases da qual não captou o sentido, mas eram pessoas... tinham que ser!

"Você está delirando de novo!"

E se estivesse... pensou parando, mortos não deliram, deliram? Não, escutou mais uma coisa, arrastou os pés com mais força, a mão com um punho enfaixado empurrou a porta semi-aberta.

Havia gente ali...

"Veja como isso é impossível... é um delírio!"

Harry mal percebeu que deu alguns passos com a mão na boca.

-Explique isso de novo.- perguntou num tom de voz baixo.

Hermione o olhou, analizava-o, não parecia nem um pouco chocado, só surpreso com a notícia, bem ela já tinha percebido algo acontecendo entre os dois... mas a confirmação só viera agora...

-Explicar de novo? Não há o que explicar.- foi o que disse baixo.- Foi o que eu vi, o que ele falou.

Os três estavam ali sentados, ainda nervosos de tudo, Rony não tinha voltado do banheiro, Molly e Pomfrey ocupadas em providenciar acomodações, refeições e poções que Harry iria precisar, Dumbledore e Malfoy ainda trancados na outra salinha conversando...

Um som no corredor lhe chamou a atenção, mas não podia ser nada... apenas imaginação, estava cansado ainda, olhou Lupin sentado e Hermione andando nervosamente de um lado para outro.

-Se acalme Hermione.- Remo disse.

Ela não chegou a responder, o som da porta se abrindo devagar a fez parar de pé, assim como chamou a atenção dos dois bruxos... A surpresa se espalhou pelos rostos, se levantou ainda olhando o rapaz parado na porta com um ar estranho, olhando devagar cada um deles, o olhando por mais tempo.

Harry ainda conservava a mórbida palidez que vira de relance quando o trouxeram, mas as faixas escondiam os ferimentos, o rosto escondido por um imenso emaranhado de bandagens... parecia ainda menor com o pijama folgado que usava sobre tudo, ele avançou com a mão na boca.

Não podia ser real podia? Estava morto... se estava morto, Remo e Mione estavam mortos também? Não conseguia compreender, esticou de leve a mão.

"Isso é um sonho... só mais um sonho mau..."

Não é... é real... tem que ser.

Sirius...

-Sirius...

O animago ainda estava surpreso... um dia dissera Pomfrey, ele estava de pé, quinze minutos depois... ouviu Remo levantar, Hermione se aproximar, mas estava preso naquele olhar perdido.

-Sou eu Harry...- (Não devíamos ter escondido nada dele Remo...)

Ele o olhava como se não acreditasse, uma mão ergueu-se devagar e o tocou.

Tudo isso em alguns segundos.

-Harry você devia estar dei...

A mão tocou o ombro de Sirius.

Sólido.

Se está vivo... se é real o que está sussurrando em minha cabeça.

"Isso é uma ilusão tolo!"

Se estou morto todos estão mortos e eu vejo dois... escuto e vejo... isso está errado...

"você está morto!"

Não é sólido! Estou vivo...

Eu...

Não compreendo... Calem a boca! Parem de falar! Eu não consigo ver...

Se pelo menos estivesse...

-Harry!

-Harry o que está havendo? Hermione Chame Pomfrey e Molly!- gritou Remo quando o rapaz caiu de joelhos com as mãos na cabeça.

-Harry!

-Não toque nele Sirius!

Não que pudesse uma vez que Harry ainda estava encolhido no chão, com as mãos na cabeça... não sabia como ajuda-lo, olhou para Dumbledore na porta.

-Mas o que...

-Saiam da sala... por favor, o tempo está contra nós.

O olhar apreensivo dele era argumento suficiente.

Há várias esferas mágicas... onde uma magia pode se instalar...

Alma...

Coração...

Percepção...

Mente...

A mente é traiçoeira.

Prega peças.

Se engana facilmente e raramente aceita isso.

Dumbledore o olhou... uma batalha árdua o mataria, ele não resistiria, mas tentar os poucos daria vantagem a maldição negra lançada sobre sua mente, aos poucos incapaz de distinguir entre realidade e delírio... preso num mundo feito de escuridão... ainda preso nele, se o corpo estava fatigado, ferido, tinha muitas dúvidas se a mente não estava em pior estado... suas memórias já tinham sido atacadas por Voldmort... agora a sua própria sanidade... tinha subestimado o fardo carregado por ele.

Pesado demais.

Mórbido demais.

Seria uma noite longa...

Foi uma noite longa, uma madrugada de espera.

Um dia inteiro de expectativa.

Foi o que se passou no largo Grimauld no primeiro dia útil do feriado de Natal.