A criatura do capítulo passado foi inspirada nos milhões de bichos feios da imaginação Lovecraftiana.Sobre magia conjunta... Harry já havia ultrapassado algumas barreiras... basta Draco acompanhar.Pra variar desculpem a demora.
–BlackCat & WhiteFerret–CAP 06–O sonho de Draco, os pesadelos de Harry.-
Lavele conseguira a reunião dois dias depois, e disse num leve risinho, sabia ser tão incoveniente quanto Dumbledore, que reconhecia um casal apaixonado á distância... principalmente por causa dos acontecimentos do começo da ano...
Draco ainda conseguia curtir Harry corando daquele jeito... só ele conseguia ser assim... mas os outros estavam olhando e era melhor não começar a ter idéias, estavam falando de magia...
Magia conjunta, segundo Lavele.
-Vocês sabem o que é magia conjunta?
"Eu devia ter prestado mais atenção nas aulas de feitiços... ou seria transfiguração?" se surpreendeu quando Harry disse num tom levemente mais baixo.
-Magia feita por dois bruxos ou mais bruxos... quando há condições plenas de harmonia entre suas capacidades e vontades.
-Muito bem... é praticamente isso... mas muito mais rapaz.- disse Lavele.
Draco lhe encarou, Harry apena sorriu e disse muito baixo "Mione" óbvio que a outra já devia ter lido e comentado sobre algo do gênero... ainda sentia um pouco de raiva de Harry não poder ficar com ele em seu quarto... que droga!
-Na verdade a magia conjunta exige muita prática... muito treino para que ambos os bruxos conheçam cada movimento do outro... poucos se habilitam para fazer um treino tão duro... mas há casos especiais.
-Casais?- perguntou Dumbledore.
-Ah, não Alvo... normalmente não, porque um casal problemático sempre entra em conflito... um casal em sintonia também... um tenta agradar o outro...
-Então eu fiquei confuso...- Draco disse.- Como a gente fez aquilo?
Dumbledore concordou com Draco olhando Lavele.
-Sinceramente Miele... eu tinha a mesma idéia de que um casal em harmonia ou irmãos poderiam fazer esse tipo de magia... Já presenciei isso ocorrer diversas vezes.
-Sim... na maioria das vezes em caso de urgência, quando ambos tentam a mesma coisa... pode-se chegar perto... mas magia conjunta é mais do que fazer um grande feitiço em grupo... é fazer a magia pura acontecer... esses dois partiram uma abominação das sombras como se fosse manteiga... com uma magia não conjurada... só com o desejo de fazê-lo... foi a mais poderosa demonstração de magia conjunta que já vi... isso acontece porque esses dois tem grandes aptidões mágicas não exploradas... precisamos explorar essas capacidades, é uma perda muito grande deixá-los assim...
-Eu creio que se ambos tiverem a capacidade, não irão querer desperdiçá-la.
Draco sentiu Harry afundar um pouco na cadeira, chegou a se perguntar o motivo da desanimação quando ele mesmo se sentia animado em ver algo novo.
-Creio que se pudermos achar algumas horas á noite em dois dias por semana... poderemos ter grandes avanços.- disse Lavele animada.
Draco sentiu Harry afundar ainda mais e pelo jeito Dumbledore percebeu.
-Então rapazes o que me dizem? Gostariam de tentar?
Draco afirmou com a cabeça e viu Harry sorrir desanimadamente, ainda sem entender a apatia do outro...
-Quando vocês tem tempo vago?- Perguntou Lavele.
-Fora os treinos de Quadribol, geralmente nas terças... e nas aulas de astronomia da quarta... todos os dias.- Draco disse animado.
-Só tenho os fins de semana...- Harry disse um pouco sério.
Havia esquecido... IDIOTA! Havia esquecido da AD... das aulas de legelimência... da superlotação dos horários do moreno... agora entendia... afinal Harry vivia correndo de um lado para o outro... o tempo livre era tão pouco que os fins de semana sempre... Observou Lavele ponderar.
-Eu tenho trabalhos aos domingos com um grupo em especial Alvo.- sorriu ela.- Tem certeza que não podemos alterar seu horário de sexta?
Harry pareceu pensar desanimadamente ao extremo... Dumbledore interviu.
-Hermione e Rony poderiam assumir a turma de sexta?
-Duvido muito professor.- Harry percebeu o desapontamento geral.- Mas vou tentar dar um jeito dependendo do horário... depois das nove e meia?
-Nove.- disse Lavele. muito tarde vocês estarão com sono... e preciso de vocês acordados.
-Nove e quinze... eu preciso de tempo se vou adiantar uma turma.
-Certo nove e quinze... sexta e sábado.- Sorriu a professora.
Foi assim que os treinos de magia conjunta começaram... não seriam fáceis... precisavam treinar muito, Lavele os acompanhava nas sextas... sempre rígida, aos sábados ela os deixava sozinhos... difícil se concentrar...
Imagina os dois se olhando e treinando o "gira e sacode" com suas varinhas... argh, Harry era sério, e assim concentrado ficava ainda mais tentador... não havia como Draco não se desconcentrar... mas mesmo assim alguns progressos eram feitos... com o tempo...
O tempo estava passando... janeiro e fevereiro passaram rápidos, para Draco eram as escapulidas das aulas por conta de seu pai e dos treinos de quadribol e de magia conjunta... sua preocupação com malditos exames só aumentava com a convivência da "cdf" Hermione Granger... e ele já tinha uma tendência a se preocupar...tendo somente as noites cansadas de sábado e as noites de domingo junto a Harry... o tempo parecia passar rápido demais.
Para Harry era diferente... esse tempo passara rápido, porque estava praticamente sufocado... as aulas, nas quais não andava se concentrando... oclumência e AD, além do quadribol e Magia conjunta... estava sempre cansado demais no sábado. E no domingo... Draco o cansava ainda mais, mas desse cansaço gostava. Admitia estar sufocado. Mas não ia falar isso alto, nunca.
Com a proximidade do fim de ano começava a se preocupar com uma coisa que virara parte de seu ciclo de vida... "a desgraça de junho", nos últimos dois anos Voldmort armara coisas no fim do ano letivo, Harry vinha temendo que algo mais acontecesse, mesmo não tendo pesadelos.
Só quatro meses... quatro meses e estava pensando no ano seguinte... no ano seguinte...
Seriam adultos... seriam livres. Draco e ele poderiam entrar juntos no salão principal... de mãos dadas... poderiam se abraçar... poderiam viver.
Draco estava adormecido em suas pernas... incrível como o miserável parecia inocente dormindo... um verdadeiro anjinho, Harry sorriu acariciando o fino cabelo prateado. Havia sido um dia cheio, Draco oficialmente tinha juntado-se, com alguns de seus colegas mais fiéis, ou temerosos, à AD... fora um burburinho só por Hogwarts inteira... Malfoy aturou com seu jeito frio toda e qualquer ofensa da sonserina, perguntando aos que o insultavam ora se tinham amor a própria pele, ora se tinham cérebro. Das outras casas ele sequer parecia ouvir o que era dito.
Harry começou a ficar irritado lá pelo meio da tarde quando Zacharias perguntou pela terceira vez, se Harry tinha mesmo certeza que era uma boa idéia Draco Malfoy ter aulas com ele. Ao que Harry absteu-se de responder e deixou Hermione desfiar as sete razões para admitirem Draco (e os sonserinos que o apoiavam), as quais nem ele se importara em conferir, já que só havia uma que lhe interessava.(e que com certeza Hermione não mencionava.)
Draco ainda dormia... Harry olhou-o novamente, era engraçado... pensou despenteando-o propositadamente apenas para vê-lo resmungar depois... já que o outro era um poço de vaidade. Era engraçado sentir aquele orgulho de sentir o que sentia por ver Draco andando do modo que antes lhe dava raiva...
Amor transforma.
Draco sonhava... sabia instintivamente que Harry estava acariciando seus cabelos... vagava entre a lembrança da AD... agora com a certeza absoluta que seu amado nunca seria auror como apregoavam ser sua ambição... não... Harry era um professor nato... era tão simples para ele... corrigir sem parecer arrogante... elogiar sem parecer falso, incentivar discretamente... Harry estava magnífico ensinando na AD... teve que se controlar para manter o queixo no lugar e evitar seca-lo indiscretamente... botou sua velha máscara... mas Harry sorria... diabos... aquela sua cara fria não fazia mais efeito... como iria ralhar com ele por estar despenteando seus cabelos... e sabia que sonhava, não era dado a sonhos... mas tinha que admitir que Harry os invadia com freqüência... agora, não era mais Harry que despenteava seus cabelos...
Era sim e iria brigar com ele.
Não, era só o vento... estava sentado no jardim... sentado no chão... só podia ser um sonho... ah... um piquenique puxou pra si uma apreciada cerveja quando algo veio pulando pela relva alta.
Um felino negro... peludo e de olhos incrivelmente verdes, que sem cerimônia se aninhou em seu colo.
-Que diabos...- disse incomodado, gostava de gatos... mas não enchendo sua calça de pêlos... o maldito ronronou.
-Flurfly!FLURFLY!- veio uma vozinha esganiçada pelo caminho.
Draco ergueu os olhos... encarou o cinza frio como seu...
-Aí está seu fujão! Ele não vai mais correr atrás de você... né pai?- ela sorriu.
Draco estava sem palavras... a pequena pegou o animal e simplesmente sentou-se apoiando o finos cabelos negros em sua perna e acariciando o gato... ela o chamara de pai.
Ela tinha seu rosto afilado... mas a boca não era sua, ela lhe sorria... ela tinha seus olhos azuis e cabelos finos, mas imensamente negros... aquele nariz fino era seu... mas aquele olhar... aquele formato de olhos...
Era de Harry. "né pai?"
-E se você fizer isso de novo eu não vou lhe dar uma vassoura. Nem pense.- disse a voz grave que vinha pelo mesmo caminho de onde viera a menina...
Essa voz era de Harry. Mas ele vinha sério... de braços cruzados.
-Advinha quem anda tentando fazer o gato aprender a andar de vassoura?- ele perguntou se fazendo de zangado.
Harry mente mal, seu queixo está tremendo.
-Foi só uma idéia... se ele aprendesse seria legal...- disse o garoto.- Ah, pai... qualé... não é uma idéia tão idiota assim...
O menino... o menino parece-se muito mais consigo mesmo... os mesmos lábios finos... o mesmo nariz fino, olhar aguçado mas extremamente verde... os cabelos loiros eram cheios e revoltos... revoltos como os de Harry.
-Pai... diz pra ele que um gato tem sete vidas vai...- disse o garoto lhe olhando.
-Draco você está bem?- Harry perguntou.
Deuses. Ele está lindo... quantos anos deve ter? trinta? Não, não aparenta isso é só... pose... é a forma como está parado a sua frente, tão sólido... tão real.
-Harry...
Está de pé... de pé ainda é o mais alto. Onde foram as crianças?
-Draco... você está bem? Está... com uma cara idiota...
-Eu não estou não!
-Está sonhando? Draco?
-Eu não estou com uma cara idota!- disse sentando-se indignado.
Harry riu, o puxando para seu colo novamente.
-Pois parece... deite. Você estava sonhando com algo engraçado...
Draco o olhou... o garoto de dezesseis anos... pequeno, magro ainda... com aquelas olheiras ainda presentes.
"Eu vou faze-lo feliz... Harry... eu vou fazer aquele sonho... virar realidade."
Pensou o puxando para a cama... noite exausta de sábado.
Foi difícil... Draco pensou com a mão no peito, ofegante... INFERNO! Deviam ter planejado tudo... se não fosse Zabini... ele se pusera em perigo. Crabbe, Goyle... Not... filhos de umas elfas! Tentando lhe atocaiar na saída do treino... miseráveis...
Bateu em algo sólido... que não seja o que teme que seja.
-Venha...- alguém lhe puxou para um corredor estreito.
Granger.
-Onde está Harry?- Draco perguntou nervosamente.
-Enfermaria...- ela disse vagamente.
-O que houve Granger?- a segurou.- Her... mione... o que houve?- Deu um suspiro irritado, puxando a capa.- Vou para a enf...
-Um ataque... um ataque e como todos ficaram ocupados... olha Malfoy... vim porque Harry implorou que lhe botasse no seu quarto...- disse ela puxando a capa mas segurando-o pelo pulso como uma criança mimada.- Tudo que Harry não precisa é se preocupar que você faça uma besteira.
-Está muito mal?- perguntou após andarem um pouco.
-Pensa Draco!- ela disse irritada.- Pensa um pouco! Como é ver morte e destruição sem poder fazer nada!-ela se virou para olha-lo.
-Vocês estão escondendo algo de mim?- perguntou talvez pela primeira vez na vida com total humildade.
-Não.- disse ela ainda o puxando.
-Hermione... sei andar sozinho.- disse puxando a mão.
-Na verdade e eu e Rony nos perguntamos inúmeras vezes se você e Harry estão escondendo algo de nós... e sabe de uma coisa? Zabini veio me perguntar se ta tudo, ok...
Ela abriu o quarto... era uma das poucas que era aceita ali.
Tiraram a capa e as moedas ainda estavam quentes.
Draco sentou-se preocupado.
-Onde estavam?
-Nas estufas.
-Ele está bem?
-Ele saiu andando com Rony... já houveram visões piores...
Ainda olhavam o chão... Hermione suspirou.
-Draco... Harry não disse nada para você... algo com que ele esteja preocupado?
-Não... acho que ele não esconde nada... pelo menos... o que me conta... é o que conta pra vocês... você acha que ele está escondendo algo? Eu sei que ele está cansado.
-Hum... O Rony diz que ele anda preocupado... eu sinto isso.
Draco suspirou e levantou-se, não trairia a confissão pessoal feita por seu namorado sobre o que passara em sua própria casa, não, Harry nunca falava de Alfeneiros e Draco não achava que era aquilo que vinha fazendo Harry perder mais noites que já perdia normalmente.
-Acha... acha que ele sabe de alguma coisa... e está escondendo...
Hermione concordou com a cabeça, olhar vagueando pela salinha branca.
-Aham... talvez esteja com medo de fazer como no ano passado... talvez esteja ignorando as visões, mas se preocupando com elas.
-Talvez esteja esperando a desgraça de junho...- falou Draco ignorando que Harry achava a mesma coisa.- Nunca tivemos fins de anos letivos normais tivemos?- perguntou.
-Ah... faz sentido.
-Ele está preocupado comigo.- disse baixo.
-Estamos todos.- disse Hermione sinceramente.
Draco não pode deixar de sentir algo bom por ser tão bem aceito.
Harry suspirou novamente... a oclumência apenas fazia com que não perdesse os sentindos, mas era estafante... Pomfrey mantinha-se como uma coruja perto do ninho e freqüentemente o irritava com perguntas sobre estar ou não bem... sentindo isso ou aquilo.
-Não estou morrendo porra.- disse irritado pelo canto da boca.
Levou um pequeno tapa na parte de trás da cabeça, estava sentado na cama, sentiu que poderia ver estrelas se a vista não tivesse escurecido... Rony era o auge da delicadeza.
-Então faça um favor pra todo mundo e deite.- disse Rony.
-Até você!
-Olha... deita e dorme... você já não disse tudo que viu pra Dumbledore.
Olhou Rony com um pouco de indignação, não ia conseguir dormir... não depois de ver gigantes atacando um bairro trouxa... mas... na verdade.
-Rony... vai ver...
-Ah, não mesmo... não peça pra ver ir como ta as fuças do babaca... do teu namorado.- disse Rony virando o rosto.
-Por favor?- sabia que Rony se fazia mais de indignado do que se sentia.
-Oh, merda... eu tenho que ver se ele não azarou a Mione... sabe... ela pode te-lo azarado também... seria bom.- disse distendendo um sorriso.
-Rony!- Harry disse grave.
O ruivo sorriu.
-A ta bem... eu vou ver os dois se você ficar quieto... só que me faltava... virar babá de sonserino.
-Rony...
-Estou indo... indo...
Harry finalmente adormeceu.
Curto eu sei... eu sei! Mas precisava passar essa fase para desenrolar a seguinte.
Harry se depara com mais uma coisa que quer aprender e Draco decide ir junto, Rony, Hermione fazem dupla com pansy e Zabini para vigiar o casal... Draco começa a pensar seriamente em criar uma família.
