Finalmente animagos! Draco e Harry fazem confissões mútuas e ganham um presente... o ano letivo está no fim!
(Alerta! Draco é Veela, se não gosta, sinto muito.Embora eu mude um pouco os conceitos do básico Veelafiction.)
Ceninha especial... Harry, Draco, Pansy, Zabinni, Mione e Ron na mesma cama!Tá... é uma piada...¬¬
É um capítulo longo, muito longo porque eu não conseguia decidir onde cortar para iniciar um novo capítulo... (17 páginas no word- verdana 10...) vocês não imaginam o quanto é difícil para manter Snape como professor agora.
–BlackCat & WhiteFerret–CAP 08–Metamorfose...-
Andou devagar pelo corredor... olhando o pergaminho... podia sentir os fantasmas se movendo no castelo e Norrra se esgueirando um andar abaixo... subiu as escadas do corujal... cheio de sons e agito de asas naquele horário.
A coruja banca se adiantou para ele como um fantasma na escuridão noturna, pousando em seu ombro e lhe bicando carinhosamente a orelha.
-Oi Edwiges...- disse sorrindo.
Harry deu mais uma olhada no pergaminho e então o tocou com a varinha.
Ele se enrolou e lacrou, impossível de ver início ou fim... como se estivesse sendo escrita com uma mão invisível surgiu "JRLupin" no mesmo e ele parou no ar.
-Leva para o Remo... o mais rápido possível... mas não deixa o Sirius pegar certo? Ou ele vai ficar doido.- disse com um leve sorriso.
A coruja pareceu acenar em concordância e saiu pela janela sem vidros.
-Fiquei preocupado com seu atraso Harry...- disse uma voz da escada.
-Um dia eu vou sentir o senhor chegando.-Harry disse com um leve sorriso.
-Talvez...- concordou Dumbledore.-mas temos muito que fazer hoje... não devemos nos demorar se pretende dormir, um pouco.
-Podíamos resolver isso se o senhor me desse um Vira-Tempo.
-Já discutimos isso... e a AD?
Harry suspirou e deixou os ombros caírem.
-Está bem... só queria mandar esse pergaminho o quanto antes... Remo e Snape...
-Professor Snape, Harry.
Harry fingiu não ouvir como sempre.
-Eles estão me deixando doido.- disse com um sorriso voltando-se para o diretor.
-Temos o que fazer hoje Harry.- disse Dumbledore fazendo um gesto para que o seguisse.
Harry suspirou cansado e deu uma última olhada no céu escuro.
Os dias pareciam infinitos agora.
Seguiu Dumbledore pelos corredores vazios.
-Diretor... o senhor... acha que ele não percebeu nada ainda?
-Duvido que tenhamos tanta sorte.- disse Dumbledore.
O silêncio imperou por mais um lance de escadas. Harry observou o quadro onde duas bruxas murmuraram irritadas por serem acordadas pela luz da varinha de Dumbledore... perguntou furando o silêncio.
-Diretor... o senhor... acha que ele pode... achar um jeito?
-Pediremos que não, não tão cedo.
A gárgula pulou para o lado... os dois estavam na escada circular... e finalmente o velho diretor abriu a porta de sua sala, Harry o acompanhou.
-Diretor... o senhor... sabe o que pode acon...
Dumbledore o olhou, Harry ficou em silêncio.
-O dom nunca foi estudado Harry, apesar de todas as especulações a ligação ao sangue nunca ficou comprovada... mesmo sabendo que a ligação de vocês é outra... ainda mais profunda.
-Diretor...- Harry murmurou com um sentimento ruim...
-Vamos dar um passo de cada vez Harry... apenas um passo de cada vez... como eu já disse sofrer pela possibilidade é sofrer duas vezes... e temos muito que fazer hoje, imagino que você treinou o feitiço que eu pedi.
-Sim senhor...
Draco estava cansado depois do treino de magia conjunta na sexta feira... mas Harry estava num estado muito pior, quando saíram da sala, desanimados por não irem muito à frente com a magia conjunta, Draco amortecido percebeu que Harry ficara para trás...
Parecia estar andando de olhos fechados então parou e encostou-se na parede coçando um olho por baixo dos óculos...
-Harry?- chamou baixo voltando.
-Ah... eu daria tudo para dormir aqui mesmo...- Harry murmurou.
-Você não está falando sério...
-Estou.- Harry disse fechando de leve os olhos.- Estou cansado. Estou morrendo de preguiça de subir essas malditas escadas.
-Anda... ou Filch vai achar a gente, ou pior... o Pirraça, imaginou?
Harry soltou um riso cansado e se desencostou da parede.
-Vou dormir com você hoje.- disse enlaçando a cintura do loiro.
-Eu adoraria que isso fosse verdade...- Draco murmurou.
-Estou falando sério... quero dormir com você...- Harry disse manhosamente.
Draco o olhou de modo grave.
-Não brinque.
-Não estou...- Harry suspirou.
Draco observou Harry segurar a varinha e olha-la fixamente, no instante seguinte um brilho dourado surgiu da ponta da varinha, e quando o micro pássaro, uma mini-fênix apareceu e ficou quieta sob os lábios de Harry que lhe murmuravam algo, Draco só conseguiu arregalar os olhos.
-É um mensageiro... bonito não? Mas é bem mais fraco que um patrono...- Harry disse quando a ave saiu pelo corredor.
-Desde quando?
-Andei dando uma estudada.
Os olhos verdes voltaram a fechar e Draco se adiantou para segurá-lo.
-Mandei para Mione... agora... vamos para seu quarto...- Harry murmurou.
Quando entraram no quarto Draco já estava praticamente arrastando seu namorado... Harry estava mais leve, e exaurido... Draco jogou-se com ele na cama e ficou imóvel.
-Merda...- gemeu.- Não consigo nem pensar em trocar de roupa.
-Então não troque...- Harry murmurou.
-Harry precisamos conversar...
-É eu sei...- disse o moreno puxando o lençol e tirando os sapatos, em seguida Draco olhou confuso o outro tirar os seus sapatos e cobri-lo também.- Não estou tendo idéias... apenas vamos dormir juntos... Só dormir...
-Parece perfeito pra mim...- Disse se ajeitando grudado ao outro.
Estavam tão cansados que não chegaram a falar... apenas se abraçaram e adormeceram instantaneamente.
Draco abriu os olhos, olhando as duas jóias de jade que o encaravam...
-É engraçado vê-lo dormir...- Harry disse baixo.
-Porquê?
-Hum...-Harry pareceu parar para pensar.- Você dorme com a boca meio aberta... e assim, parece menos retardado que de costume.
-Oh... assim como você parece menos idiota?
-É por aí...
Os dois se olharam.
-Você parece mais feliz dormindo... você parece satisfeito.
-Mas você não parece ter dormido bem...
-Eu só consigo...- Harry disse encostando-se no outro e fechando os olhos.-Só consigo dormir realmente bem... com você... estranho não?
-Você ainda tem pesadelos?-perguntou preocupado.
-Ainda...- Harry suspirou.- Vou tê-los para sempre.
Draco acariciou os fios negros e olhou para cima.
-Diabos... nem trocamos de roupa...
-Relaxe uma vez na vida, por favor...- Harry murmurou sonolento.
Draco olhou o moreno apoiado em seu peito de olhos fechados...sorriu.
-Você vai dormir? Devíamos ver que horas são, e tínhamos que conversar... você não tinha...
Harry estremeceu...
-Ah... agora não... cochile comigo... é sábado por favor... ainda estou cansado.
-Certo... Harry... Harry... você está tremendo... Harry!
Hermione estava furiosa quando saiu da mesa do café, deu uma olhada ferina e significativa para certos sonserinos e foi fazer a peregrinação de sábado.
As estantes da biblioteca já estavam mais que acostumadas em serem usadas como trincheira para segredos e outras confabulações, mas se as perguntassem, era a primeira vez que duas casas rivais tinham membros realmente interessados em saber o que andava acontecendo com duas pessoas que desde o início pareciam se odiar, mas na verdade não era isso, e os livros se pudessem emitir opiniões já teriam feito uma revolução.
Mas não podiam e não foram perguntados de nada, então os quatro membros da "corte" se reuniram atrás da mesma estante meio escondida sobre criaturas mágicas e míticas com seus livros velhos e embolorados.
-O que houve Granger? Diabos, eu tenho uma vida sabe?- disse Zabinni.
Ela olhou o rapaz.
-Ah, sim, temos uma vida, então, me diga a metade da senha que lhe deram...
-Alôo,- resmungou Pansy.- O fato de ser meia senha para cada um não significa que não é para termos a senha inteira?
-Acho- disse Hermione perigosamente impaciente.- Que você está insinuando que estou sendo burra!
-Mione.- disse Rony a segurando, enquanto a sonserina sorriu debochada.
-Harry não voltou do treino ontem, recebi um mensageiro, mas se desfez antes que eu ouvisse a mensagem... - fez um gesto impaciente para Zabinni.- Eu sei que ele foi dormir com Draco... tenho certeza, mas ele não veio para o café...
-Oh, sim, seu precioso Potter deve estar se divertindo sabe, deveriam deixá-lo um pouco... coitado, sempre tão ocupado, ou você tem algum interesse Granger... Weasley! Você não tem ciúmes da sua namorada não?
-Olha aqui!-Rony se adiantou.- Olha o que fala Zabinni! Ponha essa cabeça para funcionar, Harry tinha um compromisso e não apareceu! Ah, o que estamos esperando.- disse puxando a varinha.- Eu vou levar os dois amarrados!
-Há!- disse Pansy sorrindo.- Isso Weasley, vamos fazer uma confusão aqui no meio da biblioteca!
-Ah, vamos parar de brincadeira... - Disse Hermione.- Zabinni...
-Seria tão simples você pedir: "Por favor... me acompanhem" até onde seja lá o maldito lugar onde Potter e Draco fodem ás vezes...- disse Pansy.
-Argh! porquê vocês sempre tem que dizer isto?- Rony resmungou.
-Então, vamos ou não?-Disse Zabinni andando.-Por tudo que é sagrado, hoje é sábado, mas a escola não vai dormir para sempre...
-Ei Blás... você sabe...- começou Pansy surpresa.
-Humpf, acho que Draco não queria receber visitas suas...- disse o outro de modo convencido.
-É vamos logo... eu quero ter uma palavrinha com Draco... e POTTER... que anda pondo coisas na cabecinha dele.
Hermione e Rony se olharam... concordando intimamente que Parkinson devia sofrer do mesmo mal que Luna Lovegood... ou que tinha acessos de similaridade.
O corredor estava deserto, mas assim que se aproximaram da tapeçaria que disfarçava a entrada deram de cara com Snape que saía dela e os encarou.
-Perfeito, que coisa estranhamente conveniente... Zabinni vá chamar Pomfrey, Weasley, Chame McGonagall, Parkinson, o diretor, Granger, aqui dentro... o que estão esperando AGORA!
Nenhum pensou duas vezes, os três dispararam pelo corredor e Hermione entrou com o professor.
-Quando quiser, pode usar feitiços calmantes, me ajude a manter Draco afastado de Potter por uns segundos.
-O que houve professor?
Snape não disse nada apenas entrou no segundo cômodo, que era o quarto propriamente dito... Hermione então viu sobre a cama, Draco com o rosto lavado de lágrimas, segurando Harry de modo apertado contra o peito e balançando-se como se o ninasse.
-Draco, já mandei Chamar Pomfrey, agora, acalme-se e deixe-me ver como Potter está.
-Não... ele disse que ficava melhor quando estava comigo.-Draco murmurou.
-Certo, e você vai ficar... só dê-me espaço.- disse Snape.
Hermione ficou surpresa com a suavidade das palavras do professor, então quando ele lhe deu uma olhada de esguelha, ela entendeu, deu a volta ficando fora da visão de Draco que encarava Snape de modo acuado.
-Draco, quanto mais demorar para que eu possa ver se algo está errado, pode ser mais difícil de ajudar...
Hermione não vocalizou o encantamento, apenas apontou a varinha e logo Draco respirava mais calmamente.
Snape conseguiu convencer Draco a deitar Harry e sentar-se ao lado, Hermione surpreendeu-se por vários motivos... Harry estava pálido e tinha uma respiração rasa... e quando pôs a mão no ombro de Draco para perguntar o que havia ele se virou e a encarou de um modo que parecia uma fera pronta a atacar.
-Draco!- disse surpresa.Os olhos do rapaz praticamente saíram de foco antes que ele murmurasse algo e voltasse a olhar para Harry.
-Como ele está?- Draco finalmente perguntou para Snape.
-Não parece extremamente grave, mas vamos esperar Pomfrey... o que Potter estava fazendo aqui? Porque ainda está vestido Draco?
-Não conseguimos nos trocar... estávamos tão cansados... Harry não ia conseguir subir as escadas para a torre...
Nesse momento a porta se abriu e Pomfrey chegou atarantada seguida por Blás que estacou encarando Draco que ainda parecia perdido e cansado.
-Zabinni espere lá fora, Granger...- disse Snape.
-O que houve Severo?- perguntou Pomfrey.
Hermione estava saindo quando escutou.
-Encontrei-os assim quando vim trazer a poção de Draco, ele estava em pânico e Potter desacordado... acabou como prevía...
Mas a porta da sala voltou a abrir, no momento em que saía e entraram Rony, Pansy Dumbledore e Minerva... Pomfrey mandou-os ficar e fechou a porta deixando passar o diretor e McGonagall.
-O que houve?- perguntou Pansy.
Zabinni olhou para Hermione, Rony fez um gesto que queria dizer claramente "e então?", sentou-se melhor e disse quase baixo.
-Quando entrei Draco estava completamente assustado e Harry está desacordado, Snape disse que eu fizesse uns feitiços calmantes em Draco, sei lá ele parecia estranho...
Pansy e Zabinni trocaram olhares.
-Certo o que foi?- disse Rony os pegando no flagra.
Os dois fingiram que não tinham ouvido e quase pularam das poltronas ao escutarem a porta... Snape e McGonagall saíram e os olharam, foi Minerva que começou.
-Podem ficar calmos, Ambos estão bem...
Tudo começara quando Harry parou de responder... depois que o chamara alto ele murmurara apenas que estava bom ali e então, não falou mais... só tremia mais e ficava mais e mais branco... algo dentro de si deu o alarme... não o soltaria, mas quando não conseguiu nem se mover, nem fazer magia alguma, nem o patrono conseguiu... começou a se desesperar...
Mas graças aos céus, seu padrinho aparecera... e bem, na verdade tudo ainda parecia confuso.
Só se acalmou quando Harry abriu os olhos, parecendo tão confuso quanto ele.
Harry só sabia que não queria acordar, nem podia. Só ondas e ondas de cansaço profundo o envolveram, e então algo o despertou, olhou a cara contrariada de Pomfrey.
-Ah, aí está, bem vindo...- disse ela que enfiou a mão no seu rosto, puxando sua pálpebra para cima.
Em seguida fez vários feitiços e perguntas típicas de diagnóstico "como se sente, pode seguir a varinha, sente a ponta dos dedos?" e depois repetiu o mesmo processo em Draco que mantinha-se recostado na cama... saiu ainda atarantada, dizendo que precisava providenciar algo, Harry viu-se só com Draco e Dumbledore. E acima de tudo, Draco olhando com desagrado para Dumbledore.
-Então meninos... espero que esteja tudo melhor agora.
-O que houve?- perguntou ainda confuso.
Escutou um quase rosnado vindo de Draco.Dumbledore deu um de seus sorrisos bondosos.
McGonnagal, Snape entraram seguindo Pomfrey e Lavelle.
-Certo, certo... podemos?- disse Pomfrey.
Dumbledore voltou a assentir.
-O que está havendo?- perguntou mais preocupado, observando Draco ainda mais irritado.
-Bom, estamos aqui para resolver algumas coisas... na verdade várias...- disse Dumbledore
A conversa foi tediosa e durou a maior parte da manhã... se dividiu em duas partes, primeiro a revelação, um tanto óbvia, que os ataques de ansiedade de Draco estavam relacionados a sua descendência veela, da qual ele mesmo ignorava e que culpava toda a família por esconder isso.
(Draco definitivamente não gostara da notícia... ou pelo menos, de assumir o fato.)
A isso se devia um declínio de sua magia até que seu corpo acostumasse com as mudanças, não se sabia o certo o que se podia esperar levando em consideração que Draco não era puro, mas não podia ser considerado meio-veela... as mudanças se encerrariam ao comletar amaturidade, que deveria ocorrer aos dezessete... ele ainda estava irritado e indignado que Snape estivesse escondendo a verdade... ou pior, que vinha tentando prepara-lo para aceitar a verdade.
Mais ainda ao descobrir que suas mudanças afetavam Harry, ele estivera "vampirizando" a magia de Harry até então.
O que levava ao segundo tópico...
Quanto a Harry, Pomfrey foi histericamente dura com os professores e firme com ele, estava suspenso de todas as atividades, seu corpo não se recuperara dos danos, provavelmente nunca se recuperaria, sua magia estava declinando por exaustão, tanto pelo excesso de carga horária, quanto pela aproximação com Draco...
Enfim, repouso total para Harry durante três dias, e suspensão de qualquer atividade fora de aula comum por duas semanas...
Isso significaria perder o começo do curso de aparatação que começaria na semana seguinte, Pomfrey disse que "ia ver" se ele poderia faze-lo, Minerva e Severo foram incumbidos de não permitirem que os dois fizessem esforço algum, Lavelle disse que ia tomar medidas para ver porque o treino de Magia conjunta agravara a situação.
Dumbledore foi o último a sair e Harry afundou na cama, sabendo o que significara aquele olhar...
Draco desviou o olhar da porta de onde olhara o diretor sair para qualquer lugar menos Harry... antes que pudesse perguntar qualquer coisa a porta abriu-se de supetão e uma garota da cabelos negros entrou e se jogou no meio da cama.
-DRAQUINHO! O que houve!
-EI!-Harry exclamou junto com Rony.
-Como está Harry?- perguntou Hermione sentando-se na ponta da cama, ao lado de Harry
-Eu estou bem, não sei porquê de toda a agitação.
Escutou um suspiro ao seu lado e olhou Draco.
-Bom pelo menos eles estão vestidos.- disse Rony.
-Weasley, você tem a sutileza de um machado cego.-disse Blás.
Mas ambos sentaram nos pés da cama... parecendo incapazes de chegar mais perto.
-É... que chato, vocês ainda estão de uniforme...- disse Pansy.
-Parkinson!- exclamaram todos.
-O quê? Eu hein, que povo chato... então Draco o que foi agora? Saíram as asas?
Draco gemeu e Zabinni rolou os olhos.
-Como?- perguntaram Rony e Mione.
-Ah, Draco, qual é o problema, isso era tão óbvio... eu não disse? Não vivia dizendo?- falou olhando para Blás.
-Não sei onde você viu o óbvio dessa anormalidade em mim.- Draco rosnou.
-Simples, ninguém no universo, não importa o quanto poderoso por Merlin seja, pode acordar com o cabelo ajeitado desse jeito!- apontou para Draco.
Hermione ergueu as sobrancelhas.
-Por tudo que é sagrado Pansy... -Draco murmurou.
-EU posso provar, veja!-Ela simplesmente pulou em Draco passando as mãos desordenadamente pelo cabelo loiro, o embolando.
-PÁRA COM ISSO!- Draco rosnou e olhou furioso para os outros que riam.
Com dois movimentos de cabeça os cabelos finos acertaram como se nunca tivessem sido tocados, e mesmo com o uniforme amarrotado, com os olhos um tanto brilhantes e rosto levente corado de raiva, Draco parecia esplendido.
-Hahá! Eu não disse, nem um FIO fora do lugar, isso é anormal.
-Isso não quer dizer nada.- Draco resmungou olhando novamente a expressão de riso dos outros.
-Certo Malfoy, é muito suspeito não? Igualzinho a uma garota de Beuxbattons, sabe a quem me refiro.- disse Hermione.
-Eu tenho cabelo fino! Isso não quer dizer nada!-Draco rosnou enfurecido.-Acontece com qualquer um!
-AH, aí vocÊ se engana! Olhe!
Pansy se virou para trás e num novo ataque enfiou as mãos na cabeça de Rony que quase caiu da cama.
-Já chega Parkinson.-disse Hermione em tom aborrecido.- Já chega, e nem pense.- Emendou puxando a varinha quando a outra se virou malignamente para seu lado.
-Você... não tem a mínima graça Granger...- ela disse pegando Zabinni desprevenido.
Rony se endireitou e passou a mão pelo cabelo várias vezes, sem sucesso.
-Isso comprova minha teoria...-Disse Pansy sorrindo maniacamente... soltando Zabini que realmente caiu da cama.
-Isso é incrível Parkinson...- Disse Hermione.- Que metodologia científica...-Disse se virando para Rony.
-Eu sei, obrigada...- Ela havia se virado para fente e estendido a mão então o sorriso murchou quando encarou Harry.
-Não perca tempo...- Harry disse levemente constrangido achatando os cabelos arrepiados.
-Ah... Isso também é anormal... –Pansy pareceu ponderar.-Tem certeza que você não é um tipo, sei lá, de anti-veela, Potter? Porque é impossível alguém que CONHEÇA um pente e não consiga ajeitar um único FIO em 24 horas...
Harry achatou ainda mais os cabelos um tanto constrangido.
-Não sei o que Você viu nesse ninho.- disse Pansy apontando os cabelos de Harry que estava sumindo entre a coberta, para Draco que ergueu as sobrancelhas analiticamente.-Há!Tá certo que tem um certo SexApeal...-Draco deu um sorrisinho e Harry realmente se enfiou coberta baixo, ela sorriu ainda mais maldosamente.
Hermione havia se distraído ajudando Rony a ajeitar o cabelo e Zabinni sentado no chão parecia ponderar se era seguro sentar no lugar onde Pansy estava tendo seus ataques.
-Não foge Potter! Cadê a famosa Coragem Grifinória?
Previsivelmente Harry espiou para fora da coberta sendo atacado por Parkinson que ria.
-Ah, entendi... Draquinho... é gostoso...
-Mais não é saudável a longo prazo.- Draco disse friamente... e puxou Harry pelo braço.
Parkinson soltou Harry e sorriu para Draco.
-Pronto para admitir seus instintos de Veela Draquinho?
-Eu vou liberar meus instintos homicidas se você não se comportar Pansy!-Draco rosnou, inconscientemente abraçando Harry.
-O que tem Malfoy com veela?- Rony perguntou.
Os outros cinco se olharam, Hermione gemeu.
-Weasley você se esforça para ser burro ou é um dom natural?- perguntou Zabinni.
Rony só fez uma careta...
-Podemos mudar de assunto?- Draco suspirou...
-Não há nada de errado... com você...- Harry murmurou.
-Certo, agora deixe de brincadeira.- disse Hermione olhando Harry que parecia novamente sonolento.-Draco... Solte-o.
-Não foi nada...- disse Harry se ajeitando.
-Certo Malfoy.- disse Rony.- Eu acredito que isso é impossível.
-Qualé Weasley...- ruminou Zabinni.
-Ele não pode ser isso – Rony juntou a ponta dos dedos.-De Veela.
-Porquê?- perguntou Hermione curiosa.
Rony corou um pouco e resmungou.
-Você sabe porquê...- disse baixo.
-Rony... - disse ela balançando a cabeça.- Depois eu explico... certo? E você Harry?
Explicar o que houve, resultou em explicar sobre magia conjunta e para Pansy e Zabinni a verdade sobre os ferimentos que Harry recebera no natal.
-Isso é besteira... Não foi nada grave...-Harry tentou desconversar, enquanto Zabinni o encarava como se não existisse.
-Hum...- Disse Pansy com um pequeno soluço enxugando os olhos.- TADINHO DO POTTY!
-Pansy larga ele!- Draco voltou a rosnar.
-Ah, Draco, que mau você é... eu só quero dar apoio...
-Eu estou bem Parkinson.-Harry disse se afastando, avaliando se a sonserina iria ter outro ataque de agarramento.
-Tão Grifinório...- ela murmurou apenas para ver Draco estreitar os olhos.
Quando o quarteto os deixou em paz já haviam almoçado (tentaram, se alguém tivesse podido comer quando Pansy e Rony começaram uma leve agressão verbal que terminou em guerra de comida...), Draco tentou ser simpático enquanto Hermione lhe deu uma lista de livros sobre herança Veela e cruzamentos mágicos, e Harry tentou evitar o olhar insistente de Zabinni que parecia crente que ele cairia morto a qualquer segundo... ou coisa pior. Lembrava a cara de Lilá e Parvati no terceiro ano após as predições de Trelawney.
Quando Pomfrey e Snape retornaram, jogaram os quatro para fora e começaram uma ladainha sobre repouso e o que deveriam fazer no fim de semana... felizmente, preocupados com Draco, eles recomendaram que os dois ficassem juntos no fim de semana.
Eles se foram após o chá. Draco e Harry suspiraram sentando-se no sofá, Draco puxou a camisa e resmungou.
-Eu não acredito que passei praticamente dois dias inteiros com a mesma roupa... estou com nojo de mim mesmo.
Harry apenas sorriu cruzando as pernas sobre o sofá o encarando.
-Concordo, concordo...
Draco o olhou e ergueu as sobrancelhas.
-Você concorda?
-Sim... não acredito que você conseguiu ficar sem trocar a roupa...- Harry escondeu o riso com a mão.
-Você é um trasgo...- Draco se levantou indo para o quarto.- Eu vou tomar um banho.- E se inclinou para Harry se apoiando no encosto do sofá.- Você vem?
Harry sentiu um arrepio bem real na nuca, olhou por cima do ombro o outro que ia sem esperar resposta.
Quando finalmente conseguiu se levantar e andar até o quarto, o banheiro estava apenas entreaberto e um leve vapor convidativo saía pela porta... espiou para dentro, Draco estava já dentro da banheira e sorriu.
-Achei que não vinha mais.
Harry encostou a cabeça na lateral da porta e continuou olhando.
-O que foi?- Draco perguntou perturbado.
-Gosto de olhar você...
Draco apenas fechou os olhos e se ajeitou.
Harry sabia que algo realmente estava incomodando Draco, entrou e fechou a porta, retirou as meias e jogou sobre a pilha de roupa que Draco deixara, retirou o cinto,abriu a camisa... ergueu o rosto quando escutou um suspiro, vendo o loiro novamente o olhando.
-Também gosto de olhar você... principalmente quando fica vermelho...- disse ele com um sorriso.
-Draco...
-Continue o strip.- Draco fez um sinal para que ele continuasse.
Harry sentiu-se corando, na verdade, queimando, e virou-se de costas, jogando a camisa na pilha, escutando o loiro suspirar novamente e dizer de modo arrastado:
-Esse ângulo também é muito bom...
Harry deixou a calça escorregar pelas pernas e murmurou.
-Quer que eu vá embora?
-Não... eu quero que tire esse resto maldito de pano e entre logo na porcaria da banheira ou eu vou sair... para pegar você.
-Você está desgraçadamente mandão...
-Eu!
-É.- Harry disse jogando a última peça de roupa sobre a pilha e sentando-se na beira da banheira.-Muito mandão...- colocou a mão na água e jogou um pouco no outro.
-Você me deixa assim...- disse Draco o puxando para dentro da banheira.
Felizmente a banheira, mesmo não sendo muito grande se reenchia magicamente, pois com Harry caindo dentro dela, o banheiro ficou um tanto alagado...
-Meus óculos Draco!-Harry exclamou meio afogado.
-Humpf... me dê.- disse tirando-os do rosto de Harry.
-Já mencionei que você está mandão?-Harry passou a mão no rosto tirando o excesso de água.
-Eu alguma vez já mencionei que essas coisas são... esquisitas?- Draco disse olhando os velhos óculos de Harry.
-Não...- Harry disse baixo.-Você acha?
-Tenho que providenciar algo melhor...- Draco o olhou.-Isso estraga o seu rosto.
-Hum...
-Você é tão bonito Harry...- Draco disse o olhando.
Harry estava sentado sobre as pernas de Draco, mãos na borda da banheira, o olhando... o loiro usou a mão livre para acariciar o rosto do moreno devagar.
-Tão lindo...- disse passando o dedo pelo contorno dos lábios de Harry.
-O que foi Draco?- Harry disse com um leve sorriso segurando a mão do outro.-O que está lhe perturbando?
-Você me acha um animal agora?- Draco perguntou baixo.
-Como assim um animal Draco?- Disse surpreso com o tremor leve na voz do outro.
-Com tudo isso... você me acha... um animal? Me acha, estranho?
-Não...
-Você não acha... que gosta de mim... só porque... pareço... só porque sou...
-Bonito? Charmoso? Encantador?- Harry sorriu afastando os fios loiros dos olhos do loiro.- Eu lhe vi a vida inteira Draco, e só me apaixonei por você... quando não podia lhe ver lembra? O que me cativou foi a pessoa que esteve comigo... que me consolou e se importou comigo... foi a pessoa... não o que ela parecia...
Harry escutou o som dos óculos caindo no piso e quebrando, mas não importava, sorriu de olhos fechados ao sentir os braços do outro o envolverem.
Draco o abraçou com força... o puxando para si, primeiro porque queria abraçar, sentir o corpo de Harry perto, depois porque não suportaria que o outro visse que estava chorando.
-Sempre odiei isso, ou, não sei... as pessoas dizendo pelas costas...- murmurou.-Sempre me senti um animal... não suportava a idéia de ser... estranho... anormal...
-Draco... você não é um animal... é o homem que eu amo...
Draco o apertou mais... sentindo lágrimas correrem pelo seu rosto., sentindo as mãos de Harry nas suas costas.
-Está chorando Draco?
-Hum...
Harry beijou o ombro branco, subindo pelo pescoço, até finalmente ter acesso a face já salgada do outro... o olhou.
-Eu ando me sentindo diferente...- Draco disse.- Estranho... fiquei com medo. Sempre tive minhas emoções sobre controle... agora não sei o que está acontecendo comigo... ás vezes... me sinto um perfeito idiota.
-Você não é idiota... pelo menos não até começar a falar de como eu me visto...
-Você se veste como um idiota...
-Vou ficar ofendido.
-Seu desleixo é ofensivo.
-O bom e velho Draco está de volta...
Os dois sorriram olhando-se... Draco puxou Harry para mais perto.
-Harry... eu... andei tendo idéias, que sei... foram meio paranóicas... eu bem...
Draco estava levemente corado... Harry lembrou do mais recente encontro com o diretor... e sobre o que falaram... mas esperou o loiro arranjar coragem...
-Eu queria que casássemos... que fizéssemos uma família... com... filhos e... você acha isso... idiota?
Harry tinha pensado muito nisso... no que Dumbledore falara... no que Hermione e Snape haviam dito sobre tudo... mas naquele momento, a sinceridade de Draco falando de algo que desejava tanto quanto ele o fez tremer... sentiu seu queixo tremendo.
-Se eu for sincero... se eu...- Balbuciou.
-Eu sabia que você acharia...
Apenas balançou a cabeça...
-Você sabe que esse é meu maior sonho, não sabe? Draco... ter minha família? Casar com você... seria maravilhoso... mas...
-Mas?
Harry inspirou fundo.
-Eu deveria falar agora... que... o que é mais... correto... seria esperar... o que eles me disseram.
-Quem?- perguntou Draco se ajeitando, já que haviam escorregado tanto que ele já tinha água no pescoço.
-Dumbledore, Snape... os outros... Draco... espere eu terminar.- disse quando viu os olhos cinzas brilharem furiosamente, mas Draco rosnou.
-É claro... É OBVIO! Eles tinham que martelar na SUA cabeça, bondosa e grifinória O QUE é CERTO e o que é ERRADO!
-Draco...- disse engolindo em seco.- Eu disse que deveria dizer, que é cedo... que é perigoso e você deveria controlar sua ansiedade, mas...
Draco pareceu se acalmar ao escutar o "mas".
-Mas?
-Mas eu quero sim me unir a você... e quanto a... termos... filhos... Draco... quando chegar a hora... quando descobrirmos o jeito... eu quero...
Draco havia aberto um sorriso.
-Só... me prometa.
-O quê?
-Quando chegar a hora... eu quero... eu quero levar a criança...
-Como?- Draco piscou.- Porquê?
-Apenas me prometa.
-Não posso... não quero.-Disse assustado.- Harry... seu corpo, não suportaria...
-Eu quero Draco... me prometa.
-Eu não poderia... Harry, eu tenho um corpo mais... mais... saudável...
-Minha magia... Draco... minha magia é mais...
-NÃO!
-Draco...
-Não... Eu não posso aceitar isso...- Draco olhou Harry fechar os olhos.-Harry?
-Então você entende meu medo também? Draco?
Draco inspirou...
-Então me prometa que só fará algo quando eu concordar... por favor...- Harry disse ainda de olhos fechados, encostando-se no loiro.- Draco... é perigoso e se algo acontecer... eu não quero pensar nisso agora... não.
Draco pensou que se fosse possível... se deixasse também por conta de Harry... não poderia, não podia dar mais isso para ele carregar... frágil como estava... não poderia perde-lo, não poderia suportar essa idéia.
-Snape tem lhe dado uma poção contra ansiedade não é?
-Achei que era para dormir...
-Ops...
-Quando vocês conversaram?
-Ops...
-O que você está escondendo de tudo mundo?
-...
-Harry...
-Dumbledore me disse que você estava muito ansioso... mas... você me promete que não vai mais procurar poções perigosas? Snape está me deixando doido...
-O que você está escondendo de todo mundo?
-Promete Draco?
-Droga Harry!
-Tenho me encontrado com Dumbledore...
-Quando?
-Ops...
-Harry...
-Antes me prometa... eu preciso saber, que você entendeu Draco... que você está bem, de acordo... ou...
-Eu vou esperar... prometo.
-Quando for a hora.
-Quando for a hora...
Harry suspirou...
-Agora... vai me dizer o que andou aprontando? porque Dumbledore te olhou daquele jeito! O que você está escondendo! HEIN!- Draco disse dando uma palmada indecente no traseiro de Harry.
-Draco!- Harry se ajeitou o encarando.
-Por você ser um garoto mau... me escondendo coisas...- Draco disse sem expressão alguma.
-Dra...co... não fale assim...
-Você fica vermelho muito fácil...- Draco sorriu.-Então?- Disse puxando o outro de volta.- O que você anda escondendo de todo mundo?
-Não é que eu esteja escondendo... sabe...- disse se deixando relaxar sob a água.- Desde o dia que voltei do sono... me senti diferente. Senti que minha magia estava diferente... ela tem aumentado de um modo descontrolado ás vezes... e as vezes... ela some.
-Como!- Draco perguntou surpreso.- Isso porquê eu...
-Não... claro que você puxando-a me cansa ás vezes, mas não... ás vezes eu simplesmente não a sinto...
-Harry... você está perdendo sua magia?- Draco perguntou afogado em medo, era raro mas acontecia.
-Dumbledore achou que sim... no começo, então ela simplesmente me afogava... algumas vezes era tão intensa... eu pensava que ia explodir... e assim...
-Harry...- passou a mão nos cabelos negros pesados com o vapor dágua.
-Calma... Chegamos a uma explicação... Eu e Dumbledore temos nos encontrado... depois á noite...
-Á noite? O imbecil tem te encontrado a noite? Por um acaso um de vocês dorme?
-Draco... era necessário... Nem Dumbledore sabe ao certo a que ponto eu posso chegar... minha magia e de Voldmort parecem estar unidas... ao mesmo tempo estão se repelindo... é difícil explicar, como ele me explicou...
-Tente...- Draco disse baixo jogando a água aquecida nos ombros de Harry que estavam frios, já que ele estava com o corpo mais para fora dágua.
-Segundo Dumbledore inicialmente a magia era livre... não era contida por encantamentos ou fórmulas mágicas... apenas acontecia. As criaturas mágicas, simplesmente fazem a magia acontecer... com o tempo a magia selvagem foi sendo manipulada.
-Eu conheço o conceito... separa as criaturas mágicas, dos povos antigos, dos trouxas e bruxos...
-Sim... Você tem esse poder selvagem, apenas está desligado dele... Dumbledore disse que eu tenho uma descendência muito antiga e...
Draco lhe segurou pelo queixo e o olhou firmemente.
-Sempre disseram, que nem todos os bruxos de olhos verdes tem a magia, mas os que tem esse dom sempre tem olhos verdes... o povo pequeno tinha cabelos negros...
-Você conhece as lendas... com certeza melhor do que eu...
-Potter é derivado de Pottere... que vem do latim Poder... a família Potter era muito antiga e com uma raiz celta aliada ao sangue latino...
Harry encarava Draco abismado, Draco corou.
-Havia muita literatura sobre as linhagens bruxas na mansão... eu... pesquisei.
-É interessante...
-Um dia eu te conto mais...
-Vai contar da nobre e antiga linhagem dos Black e Malfoy?- Harry sorriu.
-Não... vou te contar sobre os Ewans e Potters...
-Evans?
-Sim... nem toda família trouxa é originalmente trouxa...na verdade...
-A magia está em tudo.- Harry disse baixo.
-É, em tudo.- disse Draco olhando as mãos dos dois entrelaçadas.
-A magia cresce e quem está "sintonizado" pode sentir, eu sinto, sinto a magia do castelo, sua... dos outros. Essa percepção precisava ser trabalhada ou o refluxo poderia me afetar gravemente... Dumbledore e eu já tínhamos começado a trabalhar nela assim que eu havia retornado...
-Então o maldito velho achou que jogar mais umas aulas extras nas suas costas não era nada demais... que droga Harry, você não iria me contar?
-Não... não até o fim do ano...
-O que isso tem com... com Voldemort?
-Eu e ele, você sabe... estamos ligados... uma ligação de vida e morte, de certa forma, quando ele tentou me matar... e depois quando usou meu sangue... uniu nossas magias de um modo estranho, elas são incompatíveis, embora para a magia em si não haja diferença... apenas são contrárias...
-Então?
-A expansão de um afeta o outro... infelizmente, quanto mais poderoso um se torna...
-Mais o outro se torna também...- Draco murmurou com uma sensação ruim.
-Draco... é uma espécie de harmonia...
-Isso quer dizer que qualquer avanço da sua parte faz Voldemort avançar também?
-Não.- Harry disse beijando de leve o ombro de Draco.- Nós somos diferentes... Voldemort é morte e solidão... eu sou dois... eu tenho você... você me faz mais forte, isso ele não tem...
-Harry...
-Quando nossa magia conjunta estiver pronta... ele não poderá acompanhar isso, quando eu estiver com você, quando nos amarmos, enquanto tivermos isso... ele não poderá vencer...
-Isso, não justifica o fato de Dumbledore estar matando você de exaustão...
-Era necessário.
-Se ele pedir para você cortar um braço, você vai dizer que é necessário?
-Se for... Draco, ele não me obrigou, pelo contrário também tentou me fazer largar a AD.
-Porque não larga?
-Ainda não...
-Porquê?
-Draco... eu sinto que não devo.
Draco olhou os olhos verdes.
-Você está começando a ver o futuro também?
-Não!- Harry riu.- Mas eu me sinto melhor na AD... me sinto bem... me sinto útil.
-Deuses, Harry... você é útil, necessário e único pelo simples fato de existir! É um desperdício você se cansar para ensinar esse bando de incompetentes!
-Ciumento!
-Sou. Espero que saiba disso Harry Potter... você é meu, só meu, e é um milagre eu não azarar o resto da bruxidade pelo simples fato de ousar respirar o mesmo ar que você!
-Draco... isso foi exagerado...
-Gostou?
-Continue... talvez meu ego chegue ao nível do seu e explodiremos juntos.
-Prefiro explodir de prazer...- ronronou no ouvido de Harry.- Coisa na qual modestamente acho que fazemos muito bem também...
-A modéstia vai acabar extinta... por sua culpa.
-Deixo um pouco dela para você... só pra ver você corar quando digo que tem...
Draco sussurrou algo no ouvido de Harry o fazendo corar.
-Draco!
-Você tem...- Draco sorriu.
O banho se prolongou um pouco, esticou-se até a cama, onde finalmente, antes de qualquer outra empolgação caíram no sono.
Harry conseguiu burlar seu "descanso" para que pudessem novamente ir de encontro a Sirius e Lupin... mas antes que saíssem, a lareira acendeu-se e sem mais Sirius saiu a passos largos da mesma. Olhando para Draco com uma sobrancelha levantada e Harry com preocupação.
-Eu disse para esperar...- disse Lupin saindo da lareira.
-Como você está?
-Estou muito bem.
-Eu disse que não havia perigo iminente...-disse Remo que olhou firme para Harry.-E Dumbledore?
Harry sorriu e balançou a cabeça.
-Me deu folga.
-Porque não me contou nada?-disse o padrinho sentando na mesinha de centro, enquanto os dois sentavam no sofázinho a frente.
Harry cruzou os braços e disse maldosamente.
-Para descobrar o silêncio de quando voltou.
-Seu... Não se preocupe, eu vou rir de você quando os dentes aparecerem de novo.- Sorriu o animago.
-Ah... lá vamos nós com essas transformações de novo... aquele bigode levou mais de oito horas para sair da última vez...- Draco murmurou.
-Certo... essa é a última oportunidade que vocês terão até as férias... vocês já deviam ter controle sobre suas formas finais.- disse Remo.
-Fácil pra você falar...- Harry murmurou.- você não passou por isso...
Draco tinha ido mais longe na sua forma animal, embora não conseguisse saber o que tinha pêlo branco, olhos redondos azuis, bigodes e Sirius estava insinuando que Draco seria um belo coelhinho... Harry infelizmente ainda sofria com presas pontudas, olhos estreitos...
-Hoje vamos tentar um feitiço... pode ser desconfortável, mas vai obriga-los a assumir suas formas animais.-disse Lupin sentando-se na poltrona.- uma vez que vocês as reconheçam vai ficar mais fácil voltar a elas...
-Hum... parecido com que usaram com... Pedro?- Harry perguntou.
-É, só que aquele obriga a retornar a sua forma original.- disse Sirius.
-Você disse que pode ser desconfortável?- Draco perguntou preocupado.
-É intensamente doloroso...- disse Sirius olhando Draco.
Harry olhou para Lupin que suspirou e mirou a varinha em Sirius.
-Animagikia Aclare.
Houve uma pequena comoção, A mesa tremeu quando Sirius pareceu paralisar-se, as pernas ficaram subitamente curtas para apoiar o seu peso e as mãos não estavam mais lá para segurar os joelhos, o cachorro grande e preto caiu para frente embolando-se aos pés de Harry, dando uma volta de barriga para cima até acertar as quatro patas no chão.
-Assim você não fala mais nenhuma asneira...- disse Remo claramente ao cão que o olhava rosnando.
Draco quase sufocou de rir, Harry também ria.
Rapidamente Sirius estava de pé na frente de Harry puxando e apontando a varinha para Draco.
-Vamos ver se você ri agora...
Draco arregalou os olhos no momento que Sirius entoou o feitiço, sem ouvir a exclamação de Harry. Ele paralisou ainda com a boca aberta e os olhos arregalados, num instante não havia mais Draco.
Apenas a figura encolhida e comprida...
Pelo branco, corpo longo, patinhas pequenas, um olhar astuto nos olhos redondos.
-Um mustelídio.- disse Lupin.
-Tá, não é um coelho...- disse Sirius.
O pequeno furão branco andou nervosamente em círculos pelo sofá, enfiando-se nas costas de Harry e subindo para o encosto do sofá.
-Eu sabia...- disse Harry olhando-o.-Sirius!
Sirius o pegara pela cauda rindo.
-Hahá, olhe só o poderoso Malfoy agora... Ai!
O pequeno furão tinha mordido a mão dele, que o soltou, Harry pulou para segurar o furão no ar, mas...
Remo apenas fechou os olhos.
-Não precisam se agarrar agora...- disse Sirius ao tirar o dedo ferido da boca.
Draco voltara ao normal quando Harry o aparara, resultado é que as mãos de Harry estavam esmagadas pelo traseiro de Draco que estava com a cabeça de Harry no seu colo.
-Sei que sou lindo de qualquer jeito amor... mas temos companhia...
-Vai se foder Draco... acho que quebrei as duas mãos...
-É sai de cima das mãos do meu afilhado... furão albino...
Draco pulou para o lado olhando Harry com preocupação.
-Sirius... é sua culpa se minhas mãos estiverem quebradas...- Harry disse flexionando os dedos, sentando no braço do sofá.
-Que história é essa de me pegar pelo rabo!- Draco rosnou.
-Que história é essa de me morder...
-Nossa como estamos íntimos.- Harry disse ainda flexionando os dedos.- Vou ficar preocupado...
Os dois lhe deram uma olhada furiosa.
-Vamos ao inevitável... pronto Harry?- Disse Lupin
Remo não esperou resposta, quando Harry virou-se para responder recebeu o feitiço.
Primeiro foi como receber um impacto, bater em algo ou cair, o corpo todo estremeceu, em seguida uma vertigem como estivesse caindo e tudo mudou de ângulo... então.
Caiu para o lado e se moveu estranhamente olhando em volta assustado, hum... tinha patas, quatro...
Encarou Draco que sorriu.
-Uau...
Sirius o encarava com ambos os olhos arregalados.
-Oh, não...
-Miau?
"MIAU!"
Então dois olhos ameaçadores o olharam e um latido o estremeceu...
FSSSHH
E um ganido.
Draco observou Harry estremecer como que paralisado e no outro segundo não havia mais Harry... só um amontoado de pêlo negro e lustroso, que deslizou do braço para o assento do sofá com um som fofo, então duas orelhas, bigodes e olhos muito verdes olharam em volta... uma cauda longa e muito peluda se agitou levemente.
O imenso gato preto o olhou.
-Uau...
Era lindo... e miava...
Então outro som abafado e o cachorro estava de volta... e deu um latido.
Provavelmente irritado o gato se arrepiou e deu uma bela patada no nariz lustroso do cão.
-MEU NARIZ!- Sirius se ajeitou apertando o arranhão.
-Nunca mais lata perto assim!- Harry estava de volta...- dói nos ouvidos...
-Gatos tem boa audição...- disse Lupin com um olhar divertido para o desespero de Sirius.-Bom, vocês sabem o que são... agora é treino...
-Uma outra rodada... vamos ver se você me acerta de novo...- disse Sirius olhando para Harry.
-Não... sei o tamanho dos seus dentes...- Harry disse sério.-Sério... você late desafinado...
-Vamos garotos, vocês tem que praticar...
-Falar é fácil, eu sei o que sou, mas não quero passar pela vergonha de novo...- Disse Draco desanimado.
-Ele não consegue.- disse Sirius com um sorriso irônico.
Mas o nariz vermelho estragava o efeito.
Depois de algumas transformações bem sucedidas puderam se acostumar com suas formas animais, embora Draco lamentasse a indignidade de ser algo pequeno e pouco ameaçador... dava para reconhece-lo como animago apenas pelo fato de que um furão albino teria olhos vermelhos e não azuis... Harry era um pouco grande demais para um gato comum... com pelos tão arrepiados quanto seus cabelos e iridescentes olhos verdes, se procuradas, algo que Draco fez, as cicatrizes na pata e na testa podiam ser vistas... claro que isso acorreu entre muita provocação e uma perseguição do cão ao furão e do gato ao cão, o que como Remo lembrou era um atentado á ordem natural, até que ficou um pouco tarde... os dois se retiraram, com Sirius ainda provocando Draco "Olha a cara do furão... cansou né?"
Os dois se deixaram sentar no sofá.
-Sabe esses dias de descanso parecem tão cansativos quanto os que a gente fazia as aulas extras...- disse Draco.
-É os exames... bom, só faltam os exames não é?
-E férias... férias estranhas esse ano...
-Você vai para o Largo, vai estar tumultuado lá...- disse Harry com uma ponta de inveja.
-Mas você não vai demorar na casa dos seus tios vai?
-Dumbledore disse... bom, havia dito, até meu aniversário...
-Até julho? Não...
-Hum, não se preocupe... você vai estar com Rony e os gêmeos, eles vão te entreter bastante quando souberem de sua forma "furão"...
Draco virou o rosto.
-Não me lembre dessa indignidade... tragédia vergonhosa... sua culpa... odeio você.
Draco abriu os olhos, algo peludo roçava em sua mão...
-Miau...
-Não ouse usar isso como...
O gato passou o corpo pelo seu braço, no típico auto-carinho dos gatos, depois subiu em seu colo ainda se esfregando, ronronando...
-Você está ronronando...
O gato esfregou o rosto em seu pescoço... ainda ronronando.
-Harry... diabos... eu gosto disso...
-Miau...
-Estou achando que você vai usar essa cara deslavada e peluda de modo muito sonserino... Ah...
O gato lhe lambera a orelha.
-Harry... amanhã tem aula... você tem que ir embora... ah... não mesmo, você vai ficar por aqui... e volte ao normal sim...
-Você gosta de me ouvir ronronar... bom saber...
-Agora você pode dizer sem medo que é um gato.- Draco disse o puxando.
-Eu sou um gato...
-Isso subiu a sua cabeça... meu gato...
-Certo, meu furão...
-Ah, isso só entre a gente tá?
-Bom, não podemos contar isso pra ninguém mesmo...- Harry disse se aproximando e roubando um beijo.- Meu furão...
-Isso é esquisito.
-Tem razão...
-Sem apelidos idiotas sobre formas animagas...
-Concordo.
-Amasso?
-É... uns minutos antes de eu ir... ou sabe Snape vem me despejar daqui...
-Amasso.- Draco disse e o beijou.
Mas antes que pudesse abraçar Harry como se devesse a porta foi batida e a voz que se seguiu fez os dois gemerem de desgosto ao mesmo tempo.
-Você tem seu dormitório, Potter...
No próximo capítulo: Férias... Harry odeia férias!
Um capítulo meio quebrado eu sei... não atirem restos de poção velha em mim... o róximo vai valer a pena ok! Comentem!
