N.A: "Oba, oba" mais um capítulo!!!!! E este é mesmo Naturalmente Dotado!!!Espero que gostem... Uma dica de autora, nem tudo é o que parece, nesta história nem tudo é o que parece...

"O herói é escolhido, não por ser o mais forte ou o mais inteligente, e sim por ser aquele que tem mais a perder. Quanto mais uma pessoa tem a perder mais luta para manter o que tem. Logo o herói é aquele que tem maior capacidade de amar, quanto mais amamos mais lutamos pelo bem de quem amamos."

Ass: Eu mesma!!!

Para: A minha mãe, que é a maior heroina que conheço!!!!

Capítulo Quatro

"Naturalmente" Dotado

Christopher não se lembrou de caminhar até ao dormitório ou de ouvir a password e muito menos de ouvir o berro de felicidade de Ronald ao ver que a sua colecção de cromos estava ao pé de Pig, a sua coruja, ele só se lembrou de ver uma sala comum quente e uma cama fofa, depois só negro.

No dia seguinte Christopher foi acordado pelo som de algo a bater no vidro. Esfregou os olhos e colocou os seus óculos. Alvorecer estava deitado ao seu lado em cima da coberta e ainda ronronava como um gatinho no meio do seu sono. Christopher olhou em redor do lado de fora da janela do seu quarto estava uma coruja que ele nunca tinha visto e que tinha atado à perna um jornal, Christopher abriu a janela, pegou no jornal e viu que este tinha uma carta atada. A coruja piou e partiu, Christopher piscou os olhos pensando para si próprio se não deveria ter pago o jornal. Lentamente abriu a carta e leu...

Ex. ª Sr.ª Bleue...

Christopher ia dando um salto, aquela carta não era para ele, era para a sua mãe! Só podia, a sua avó não lia o jornal, apenas o seu avó e ele tinha a certeza de que se alguma carta fosse enviada para o seu avô não começaria por Ex. ª Sr.ª! engoliu a seco antes de continuar a ler a carta...



Ex. ª Sr.ª Bleue,

Temos o prazer de a informar que o seu pedido foi satisfeito. Por consequência o fornecimento vitalício de "Profetas Diários" a que tinha direito passou para o seu filho, Sr. Christopher Bleue.

Todas as manhãs ele receberá um jornal enviado pela nossa coruja Missy, onde quer que se encontre, desde que seja em território do Reino Unido, sem custos adicionais.

Desde já os nossos sinceros agradecimentos por ter participado no nosso concurso, "Profeta Diário Toda a Vida e Sem Pagar Um Knut!" E os nossos Parabéns por tê-lo ganho!!

Com cumprimentos Sinceros,

Guináveis Watson.

(Chefe do Departamento dos Concursos do Profeta Diário)

&

Jules Climera

(Sub- Chefe do Departamento dos Concursos do Profeta Diário)

Christopher sorriu, dobrou a carta e guardou-a religiosamente na gaveta de cima da sua cómoda enquanto pensava para si...

- Isto vai dar jeito!! Porque teria a mãe pedido para o fornecimento passar para mim?? Saberia ela que ia... não, quer dizer, para isso ela tinha que adivinhar o futuro... talvez tenha querido ser esperta, assim sem dúvida que eles vão ter de enviar muitos mais jornais... pobre Missy, por outro lado é interessante ver que mesmo neste mundo as coisas funcionam devagar!!!! Bolas mais de 10anos para dizerem se aceitam uma proposta ou não!!!!

Depois dum banho rápido, Christopher encontrou-se com Kristine e Ronald que já estavam na sala comum a discutir com as gémeas e Lily, quer dizer, a ouvir a discussão entre as gémeas e Lily sobre qual seria o caminho mais rápido para o Refeitório.

- Eu digo- dizia Lily- que o melhor caminho é o do meio!!!

- Mas não!- disse Hermione- estás completamente errada!!! O da direita é melhor!!!!

- Lamento discordar minha cara irmã mas o da esquerda é mais rápido!!!

- Não, não Heather!- disse Hermione para a sua gémea- o da direita!!!

- Queridas primas no meio está a virtude!!!!

Kristine e Ronald lançaram a Christopher um olhar que dizia "Estão há séculos naquilo" e este sorriu. Christopher perguntou a Ronald pelas colegas das irmãs e este respondeu-lhe que Leda tinha saído atrás de Thomas, e que Priscila e Jaqueline tinham saído há pouco tempo fartas de ouvir a família Weasley- Potter a discutir. Passados alguns minutos, depois de as três raparigas terem tirado há sorte com palhinhas e Lily ganho ("YES!!! Vamos pelo caminho do meio!!!"), Christopher encontrou-se de novo no refeitório da escola onde praticamente já todos os alunos se encontravam...

Estava a tomar uma caneca de leite com chocolate, quando as corujas chegaram e ele se lembrou do seu jornal. Estava a desatar o fio à volta do jornal quando viu Pipoca que pousou um rápido recado à sua frente.

"Já estás grande o suficiente para fazer bom uso do prémio a que tens direito!!! Reencaminhei a carta que enviaram à tua mãe para ti!!!

Abraços Pai

P.S. O teu avó vai ter de passar a comprar os jornais!!! (N.A: "Sacanagem!!" ^_^)"

Christopher sorriu e, depois de ter escrito uma curta mensagem ao seu pai Pipoca tinha abancado no seu ombro e parecia não ir embora sem resposta, começou a ler o jornal. A notícia de primeira página ocupava também as páginas 6/8, no entanto uma pequena notícia a um canto chamou mais a atenção de Christopher do que o exclusivo com o Ministério da Magia, em letras pequenas Christopher pode ler juntamente com Kristine e Ronald que se aproximaram a pedido do amigo...

~ Profeta Diário ~

ASSALTANTE AGRIDE MISS FLAMEL

Miss Rose Flamel, 110 anos, casada com Greg Flamel, trineto de Nicholas Flamel, sofreu ontem uma agressão por parte do ladrão que lhe entrou em casa buscando algo que provavelmente acabou por não encontrar visto todos os Flamel afirmam que "Nada Foi Levado!! Embora Esteja Tudo Remexido!!!".

Miss Rose afirma que não conseguiu ver o bandido visto que este estava oculto debaixo duma capa, no entanto Miss Rose também afirma que o assaltante era feiticeiro, pois usou a maldição imperdoável Cruciatos na sua pessoa.

De momento Miss Rose está em St. Muggos a recuperar e todos os médicos que a examinaram confirmam o uso da maldição e salientam que Miss Rose recuperara a seu devido tempo, no entanto não se revelam muito optimistas.

Ronald abanou a cabeça e atacou um croasant com queijo enquanto comentava:

- Ao que este mundo chegou... uma pessoa nem em casa está segura...

De súbito, como que a provar a teoria de Ronald, Pig apareceu a voar descontroladamente e aterrou em cima da cabeça de Ronald, onde toda satisfeita fez um ninho e se pôs a dormir. Ronald rabujou a princípio mas acabou por pegar em Pig com um sorriso e tirando o seu cascol fez-lhe um ninho e colocou-a em cima da mesa com carinho enquanto dizia "Pássaro Estúpido!".

Kristine sorriu para Pig e passou-lhe a mão pela cabeça, em seguida soprou o seu chá antes de o começar a beber lentamente, numa atitude tipicamente inglesa, Christopher pensou para si que só faltava a Kristine levantar o dedo mindinho. Christopher continuou a beber o seu leite com chocolate, em breve a primeira aula começaria, Poções, queria ter a certeza que chegava a horas e fazia boa figura. No entanto algo lhe dizia que ia ser uma aula para esquecer e por falar em esquecer Alvorecer estava a mirar Pig demasiado para o seu gosto...

~ * ~

Harry ficou surpreso ao ver Christopher a entrar no salão com um jornal debaixo do braço. Onde teria ele achado o jornal? O correio só devia chegar dali a alguns instantes e normalmente era daí que vinham os jornais que circulavam pela escola.

Ginny apareceu pouco tempo depois com Hermione, ambas conversavam animadamente sobre algo que Harry não conseguia perceber o que era mas provavelmente sobre as aulas ou consultas que iam dar. Mulheres... nunca as iria perceber... a única que alguma vez tinha percebido, e mesmo assim tinha sido em parte, tinha sido a mãe de Christopher... essa ele tinha percebido, percebido e amado... era tão fácil amá-la, todos os que a conhecia passavam a amá-la, e ela amava-os a todos, ela parecia nunca ter falta de amor, parecia que quanto mais amor dava mais amor tinha para dar e o seu acto supremo de amor tinha sido Christopher, tinha sido o facto de se ter sacrificado por Christopher, não só porque ele era seu filho mas porque ela o amara... ao longo do tempo Harry tinha-se vindo a aperceber que o sangue pouco ou nada dizia aos feiticeiros... eles amavam as pessoas por aquilo que elas valiam... Harry lembrou-se dos Malfoy ao ver Lucius apontar para uma pobre Sangue de Lama que tinha caído em Slytherin e a gozar com ela a torto e a direito... bem pelo menos alguns... os que contavam... os que mereciam ser ouvidos...

Ela também era assim... senão como teria ela alguma vez amado os Weasley, os "adoradores" de Muggles, eles até a tinha condecorado Weasley Honorária... Ron e Ginny tinha sido irmãos para ela... Fred e George companheiros de partidas... Percy... não tinha tido muitas conversas com ele mas davam-se bem... Charlie e Bill tinham-na adorado... Egipto e Dragões, as duas paixões dela... provavelmente devia ter lido tanto ou mais sobre o assunto do que eles...

O seu senso de responsabilidade, gosto por ler, e hábitos estudiosos tinham apanhado Hermione como mosca numa teia. E depois ela tinha-o apanhado a ele... a presença dela tinha-se quase tronado tão indispensável como ao ar, se não fosse o seu amor por Ginny e o amor de Ginny por ele, Harry sabia que estaria perdido, provavelmente já se teria suicidado...

Como sempre Ginny pareceu ler os seus pensamentos, aproximou-se dele e colocou-lhe a mão em cima do ombro à medida que se sentava ao seu lado, embora mais parecesse que estava ao seu colo. Harry sorriu e beijou a mão da sua esposa que tentava agora controlar o riso enquanto dizia:

- Estamos muito cavalheiros hoje...

Harry assentiu. Nesse momento chegaram as corujas com o correio. Hedwig, apareceu com um jornal e uma carta para Harry, o que não seria estranho se a carta não fosse de Patrick. Mas a carta era de Patrick e por isso era estranho. Dentro da carta apenas estava um pequeno bilhete e uma fotografia virada ao contrário. Ginny aproximou-se e pode ler com Harry...

Encontrei isto enquanto limpava a casa... tenho a certeza que ela gostaria que ficasse com ela... Cumprimentos Patrick

Curioso Harry voltou a foto... e quando os seus olhos tocaram na foto… nesse momento… nesse momento ele ficou mudo...

~ * ~

Christopher, Kristine e Ronald desciam animadamente para as masmorras onde iam ter a sua primeira de muitas aulas de Poções. A masmorra não mudou muito desde que Harry e os seus companheiros andaram em Hogwarts, outra coisa que não mudou, nem mesmo depois da guerra, foi Snape, descontando a enorme cicatriz claro, e os seus maus hábitos de tirar pontos a Gryffindor por tudo e por nada...

Christopher sentou-se ao lado de Ronald e Kristine sentou-se ao lado de Úrsula Ariana, uma rapariga amorenada cujo pai era preto, um feiticeiro africano, e a mãe era branca, uma Muggle inglesa, ela apenas parecia ter um bom bronzeado de férias, nada mais. Os seus cabelos castanhos brilhavam ao sol e os seus olhos castanhos eram os mais belos que Christopher já tinha visto.

Christopher começou a contar os alunos de Gryffindor. Na noite anterior tinha estado tão cansado que se tinha deitado sem se dar ao trabalho, mas agora que começava a ver rapazes e raparigas com o uniforme de Gryffindor começava a interessar-se e a recordar-se dos nomes dos seus colegas.

Além dele, Ronald, Kristine e Úrsula, havia também Ned Longbotom, um rapazinho assim para o forte que tinha uma memória terrível que dizia herdar do pai, depois havia Cory McHigh, um rapaz de cabelos loiros escuros e olhos esverdeados, existia também Pilar Matize, uma rapariga loira de olhos azuis de ascendência espanhola que se tinha mudado para Inglaterra à pouco tempo e tinha conseguido transferência para Hogwarts mesmo em cima da hora.

Christopher ouviu então a porta a abrir de repente e o Prof. Snape a entrar, as suas longas vestes ondulavam à medida que ia para o seu lugar na sala a um passo rápido.

Snape começou a fazer a chamada, não sem antes claro fazer o seu discurso de primeiros anos. Todos olhavam para ele admirados menos Úrsula, sendo ela filha dum feiticeiro africano tinha vivido toda a sua vida rodeada de poções, sabia como fazer todas as que o seu pai usava dia- a- dia para curar as doenças leves e sabias algumas mais complicadas, que normalmente eram usadas em caso de emergência.

- Longbotom??

Ned estava a ver um caldeirão de perto quando o Prof. Snape o chamou...

- LONGBOTOM AFASTE-SE IMEDIATAMENTE DESSE CALDEIRÃO - rosnou e acrescentou em voz baixa- que mal fiz eu a Merlim e Morgana para merecer isto!! Não me bastava já ter aturado o pai!!!!!

Ned encolheu-se envergonhado e Christopher pode ouvir Lucius e os outros Slytherines a rirem baixinho. Todos menos uma rapariga, arruivada de olhos duma cor indefinida, que lançou um sorriso compreensivo a Ned que o fez corar. Snape distraído não reparou no facto e chamou mais alguns nomes...

- Granger- Weasley!?!? Não fosse eu saber... os seus pais passavam mais tempo a tentar matar-se um ao outro nas minhas aulas do que a fazer poções... a sua mãe era uma aluna excepcional, creio que das poucas que alguma vez compreendeu o significado da palavra poção... o mesmo já não posso dizer do seu pai ou dos seus tios... estudo em cima do joelho e poções a explodirem... pior que eles só mesmo o pai do Longbotom...

Christopher teve de agarrar Ronald que parecia disposto a levantar-se a qualquer momento e matar Snape, ele até conseguia ouvi-lo a praguejar!!

- Como é que aquele ******* se atreve a dizer mal do MEU pai!!! O MEU pai lutou na guerra contra o Voldemort e com a ajuda dos Tios derrotou-o!!! O que é que aquele ***** fez?? Provavelmente nada...

Para sorte(ou azar) de Ronald, Snape não ouviu(ou fingiu não ouvir) o que este tinha dito e continuou a sua chamada calmamente:

- Ariana! McHigh! Malfoy! Bleue….

Nesta altura Snape elevou a cabeça e o seu olhar caiu em Christopher. Este olhou directamente para os olhos do professor que apenas murmurou...

- Tens os olhos da tua mãe...

Christopher piscou os olhos, estava à espera dum longo discurso como alguns dos seus colegas tinham levado e não apenas "Tens os olhos da tua mãe...", mesmo assim ficou feliz, da próxima vez que se visse ao espelho ia ver bem os seus olhos e tentar a partir daí imaginar a sua mãe. Lucius olhou para ele e para o Professor descrente, com tanto que ele podia ter dito, tanto que podia ter apontado aos Bleue não tinha dito nada... não havia crise, ele diria.

A aula de poções decorreu calmamente até à altura em que eles deviam começar a fazer as poções. Era uma poção simples, Kristine e Úrsula acabaram-na em menos de nada, Ronald e Cory também se despacharam relativamente rápido, no entanto Christopher tinha sido posto lado a lado com Ned e a coisa começava a dar para o torto, visto que Christopher tinha que se lembrar o que era o quê e quantos ingredientes já tinham posto, quantos faltavam por e porque ordem deviam ser postos, afinal Ned não tinha mentido quando tinha dito ter má memória.

Estava tudo a correr relativamente bem até à altura em que Lucius achou que a aula precisava de alguma animação e aproveitou uma distracção de Christopher e Ned para por um líquido verde na poção de ambos que imediatamente começou a fazer espuma. Rapidamente a espuma cresceu saindo para fora do caldeirão e inundado a masmorra e o pior é que a espuma se revelara ácida corroendo tudo o que apanhava à frente. Snape teve de fazer vários feitiços de barramento para conseguir que a espuma parasse de avançar e acabasse por corroer tudo o que se encontrava na masmorra.

Assim que a espuma foi travada e os alunos puderam descer das mesas para onde tinham pulado, Snape voltou-se para Christopher e Ned dizendo:

- Menos 10pontos para Gryffindor!!

- Mas...- começou Ronald que tinha visto tudo.

- Por cada um!

Cory agarrou Ronald e disse-lhe ao ouvido:

- Está calado senão ainda pioras as coisas!!!

Em seguida Snape dispensou a turma que partiu em direcção a uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

~ * ~

Harry estava a colocar a foto que Patrick lhe tinha enviado numa moldura simples, queria que quem olhasse para a foto reparasse nela pela beleza da rapariga presente e até porque com um fundo branco neve não havia muito que combinasse com a foto.

No meio da foto estava uma rapariga com os seus 17/18 anos, ela estava ajoelhada no meio da neve, tinha um casaco acizentado, um barrete e uma espécie de cilindro onde colocava as mãos. Era linda, os seus olhos eram verdes, verdes, nada de verdes falso como o dos felinos, nada de verdes azul +castanho, eram mesmo verdes como o verde da natureza e brilhavam como duas esmeraldas acabadas de passar por água pela primeira vez.

Ao redor dela flocos de neve caiam, os seus cabelos castanhos tinham pintas brancas dos flocos, ela sorria e dizia adeus para Harry, que colocou a foto numa moldura azul frio que tinha um floco de neve dum branco puro num canto inferior e dizia em cima "Floco de Neve".

Harry sorriu, sim, era isso que ela era, um floco de neve, um floco de neve perfeito que tinha aguentado os primeiros dias de verão mas tinha acabado, tal como os outros, por derreter. Mas este floco de neve tinha deixado uma parte sua para trás, este floco de neve tinha deixado um filho.

Um som vindo do corredor lembrou Harry que ele devia estar aí quase a chegar. Bem dito, bem feito, Christopher cruzou a porta e entrou dentro da sala ocupando com Ronald um dos lugares da frente. Kristine, Úrsula e Pilar, ocuparam um dos lugares do fundo da sala porque...

- Com estes rapazes nunca se sabe...

Harry olhou para Christopher e viu que ele vinha meio zangado meio cabisbaixo e questionou-se sobre o que se teria passado na aula de Poções. Pouco tempo depois os Slytherines entraram, vinham todos risonhos, faziam pequenos teatros fingindo estarem a fazer poções e depois faziam cara de admirados e fingiam fugir com os braços no ar. Harry levantou o sobreolho, pronto, já sabia o que provavelmente se teria passado na aula de poções... Christopher devia-se ter enganado em algo e Snape devia ter descontado pontos a Gryffindor.

Ronald tentava animar Christopher que coitado parecia desolado, Harry sorriu para si, ainda se lembrava da primeira vez que tinham descontado pontos à sua equipa por sua causa, mas verdade fosse dita ele nunca se tinha sentido tão mal como da vez em que McGonnagal lhe tirara 500pontos por causa do incidente "Nobbert", bem não só por esse...

Quando finalmente o último aluno entrou a porta da sala fechou-se sozinha como de costume, era a tal rapariga "Slytherin", no entanto Harry não descontou pontos, sabia que os outros seriam capazes da matar por ele lhes ter feito perder pontos e além do mais a pobre rapariga já era torturada o suficiente por ser filha de Muggles. Com um bater de palmas Harry calou a turma e fez com que todos se voltassem para ele prestando-lhe atenção.

- Muito bem pessoas! Vamos começar a nossa aula, primeiro quero fazer a chamada... McHigh!!!

- AQUI!- disse Cory levantando o braço.

- O teu pai foi dos melhores oficias de guerra que já vi... espero alguma coisa de ti!!!

Cory corou e levou uma palmada no ombro de Ned. Harry sorriu, esta maneira que tinha de dizer a chamada era óptima e diferente da do Prof. Snape, na realidade era exactamente o oposto mesmo para o irritar.

- Longbotom!??!

Ned levantou a mão a medo no fundo da sala, Harry sorriu e disse:

- O teu pai e a tua mãe são as pessoas mais esquecidas que conheço...- por esta altura Ned estava corado e os Slytherines começavam a rir- ... mas foram também as pessoas mais leais aos seus ideais com quem já me cruzei, por aquilo que acreditavam e achavam correcto eram capaz de fazer frente aos próprios amigos... poucos pessoas conseguem fazer isso...

Foi a vez de Cory sorrir para Ned que continuava corado mas desta vez de orgulho. Harry continuou a chamada até chegar a Christopher:

- Bleue!

Christopher levantou a cabeça e os seus olhos verdes encontraram-se com os olhos verdes de Harry e por segundos Harry jurou estar a vê-la a ela e não a Christopher. Tal como os olhos dela os olhos de Christopher mostravam determinação, paixão, gosto pelo perigo e uma espécie de sabedoria extra sensorial, como se ambos tivessem um sexto sentido tão apurado como os cegos tinham a audição e o tacto.

Harry sorriu e disse alegremente:

- Tens os olhos da tua mãe Christopher...- aqui a voz de Harry tronou-se baixa e ele acrescentou num tom esquisito- tem cuidado, foram os olhos da tua mãe que acabaram por a matar...

Christopher piscou os olhos e era para perguntar porquê mas o Prof. Potter continuou a chamada:

- Granger- Weasley!?!?

- Aqui!- disse Ronald levantando a mão.

Harry sorriu para Ronald, que tinha Pig no ombro tal como Christopher tinha Alvorecer aos seus pés como se os seus animais fossem cães a vigiar os donos, e comentou:

- Rapaz... és a cópia integral do teu pai... até assusta olhar para ti!!! Espero como ele que possamos contar contigo para salvar o dia sem ninguém saber...

Ronald sorriu e assentiu num gesto de cabeça. O resto da chamada foi bastante parecida, o Prof. Potter, falava bem dos progenitores ou irmãos dos jovens feiticeiros que conhecia e encorajava aqueles que não conhecia com frases do género "Espero poder dizer algo bom de si aos seus filhos!" ou "Algo me diz para esperar grandes coisas de si!!!", no entanto o que Harry disse a Kristine foi algo totalmente inesperado:

- Shakespeare... em tempos conheci uma rapariga que adorava Shakespeare, ela costumava dizer que Shakespeare tinha sido um dos poucos Muggles que tinha escrito sobre magia e permanecido Muggle... a frase preferida dela era...

- OH por favor não me diga "Ser ou não ser? Eis a Questão!!"- implorou Kristine em voz baixa.

Harry sorriu, tinha ouvido Kristine, abanou a cabeça antes de completar a sua frase:

- "Tenho de partir e viver ou ficar e morrer...", arrisco-me a dizer que ela ficou por amor e por isso precedeu...

Harry olhou para Christopher que percebeu o que este querida dizer, que a rapariga que gostava de Shakespeare e tinha ficado tinha sido a sua mãe, ela tinha ficado por amor a ele, quando simplesmente podia-o ter abandonado e fugido.

Toda a sala estava em silêncio, Kristine sorriu e disse:

- Essa frase pertence a Romeu & Julieta... é a minha preferida...

Harry assentiu e quando finalmente acabou a chamada expôs a matéria do dia.

- A matéria de hoje vai provar-nos que os Muggles não são tão parvos quanto os pintam...

- Pois não- disse Malfoy- são piores...

Alguns Slytherines riram baixinho e Harry fingiu não ouvir e continuou a falar.

- A criatura de hoje tem vindo a aterrorizar os pesadelos das crianças Muggles desde sempre, Senhoras e Senhores o nosso tema de hoje é... o Papão!!!

Kristine deu um pequeno berro e encolheu-se no seu banco, apenas os seus olhos se viam a espreitar. Úrsula olhou intrigada para Kristine até se lembrar que ela era descendente de Muggles, quando se lembrou sorriu e passou um braço em redor dos ombros da amiga sussurrando:

- Não te preocupes, eles não tocam em feiticeiros...

Kristine assentiu num gesto de cabeça mas mesmo assim não se mexeu. Harry transfigurou a sua secretária numa cama, fechou os cortinados, acendeu algumas velas e baixou o tom de voz...

- Como todos sabemos o Papão vem de noite para levar as crianças que não

se tapam bem... O nosso objectivo de hoje vai ser apreender como o mandar de volta para o Mundo dos Papões sem que eles nos magoe ou há pessoa que está na cama... Voluntários ou Vítimas...

Ninguém se ofereceu, Harry olhou em redor da sala e viu Kristine a tremer de medo escondida lá ao fundo, enquanto pensava para si "vítima!". Sorriu e disse:

- Shakespeare! Ainda bem que se ofereceu!!

Kristine deu um salto, fazendo com que todos acreditassem que ela realmente se tinha oferecido, rapidamente dirigiu-se para ao pé do professor, não queria que ninguém suspeitasse de que tinha um medo de morte do Papão. Harry no entanto percebia que Kristine estava cheia de medo e estava satisfeito pelo facto dela mesmo assim ter assentido ajudar a demostrar o contra feitiço, ele sabia que os alunos não faziam ideia de que eram atitudes como aquela que lhe subia em flecha a nota e lhes dava pontos para a equipa.

Kristine chegou-se ao pé do professor que a mandou deitar-se na cama. Kristine levantou os cobertores e deitou-se de lado virada para a turma. Harry foi extinguindo algumas velas até que apenas algumas, as essenciais para se poderem ver uns aos outros ficaram ligadas. Harry tirou a varinha e disse:

- Dentro de instantes uma luz esverdeada vai aparecer debaixo da cama...

ela é uma das saídas do mundo dos papões, existe uma debaixo de cada cama que acolhe uma criança... bem, como vêem o Papão só vem quando está escuro, logo o feitiço mais básico para o afastar é um feitiço que chame a luz... é bastante simples, basta dizerem Lumos... todos juntos baixinho...

Toda a turma tirou das varinhas e disse:

- Lumos...

Harry sorriu ao ver pequenas luzes nas pontas das varinhas.

- Óptimo... agora vou baixar mais um pouco as luzes e quero pouco barulho para o Papão aparecer...

As luzes foram baixando até quase toda a sala estar envolta na escuridão. Kristine tremia debaixo dos lençóis e foi cheia de terror que ouviu uma espécie de grunhido e uma luz esverdeada a sair debaixo da cama.

Kristine, graças a Deus, não viu mas todos os outros alunos viram uma mão verde com grandes dedos e unhas ainda maiores e grossas a sair debaixo da cama, um tecido rasgado e sujo fazia de luva e a acompanhar a mão saíram aranhas pequeninas...

Christopher sentiu algo a roçar-lhe os braços e viu Ronald a colocar-se lentamente em cima da cadeira e a dizer baixinho para si próprio:

- Aranhas... aranhas pequeninas... aranhinhas...aranhonas...

Kristine começava a tremer que nem varas verdes e já gemia para si própria baixinho:

- Lumos... Lumos... e ele não te toca.... Lumos é um escudo... Lumos...

Harry sorriu compreensivamente, se Ginny ali estivesse matá-lo-ia... ela diria "SELVAGEM! A FAZER SOFRER CRIANCINHAS INOCENTES!!!". Quando a outra mão saiu e os braços se começaram a ver, Harry sibilou:

- Preparem-se....

Todos os alunos levantaram as varinhas, e quando finalmente a cabeça do Papão, imaginem o Snape a acordar mal disposto depois de ter levado com uma taça de ovos crus, farinha e rodelas de pepino em cima e terão uma imagem aproximada da cara deste papão, estava a vista Harry disse:

- AGORA! LUMOS!!

- LUMOS!- gritou a turma em peso.

O pobre Papão, que não é assim tão pobre, apanhado desprevenido voltou rapidamente para o seu mundo de trevas e brinquedos perdidos debaixo da cama. Harry bateu palmas e disse:

- Óptimo! Óptimo! Este já não volta tão cedo... coitado deve ter apanhado cá um susto...

Alguns alunos da turma riram baixinho...

Harry bateu palmas e conseguiu novamente calar os alunos.

- Muito bem! Shakespeare...

Kristine saltou imediatamente da cama. Harry sorriu e disse:

- 50pontos pela sua bravura!

Os Gryffindor aplaudiram e Kristine sorriu agradecendo e voltando para o seu lugar ao lado de Úrsula que lhe deu um abraço assim como Pilar.

~ * ~

Harry estava a arrumar os papeis na sua secretária no final da sua aula quando sentiu alguém a aproximar-se. Olhou para cima e viu Christopher a olhar para ele.

- Em que posso ajudá-lo Sr. Bleue!?!- questionou Harry.

Christopher ficou um pouco corado com o tratamento e disse:

- Professor por favor só Christopher!! Sr. Bleue é o meu pai, ele sim é um homem para poder ser tratado por Senhor...

Harry assentiu pousando os papeis em cima da secretária e disse:

- Muito Bem Christopher... Que me queres??

Christopher voltou a fixar os olhos na fotografia da bela mulher rodeada de neve, que lhe sorria e dizia adeus. Harry seguiu o olhar de Christopher até há foto e sorriu perguntando:

- Gostas da minha foto??

- OH sim!- respondeu Christopher sem mentir enquanto disfarçadamente dizia adeus à rapariga da foto que corou um pouco- Muito mesmo Professor!!! Posso saber quem é?? É a sua esposa??

Harry voltou-se para Christopher e de novo para a foto antes de sorrir ternamente e dizer:

- Não... Não é a minha esposa... era uma grande amiga minha Christopher... sabes, ela era especial...

Christopher sorriu e disse:

- A minha mãe também era especial...

Harry olhou curioso para Christopher antes de perguntar:

- A sério!!??!

- Claro!- disse Christopher certo de si e depois acrescentou atrapalhadamente- Quer dizer... Não a conheci e sei praticamente zeros sobre ela mas algo me diz que ela foi muito especial... sabe... eu às vezes consigo senti-la!

Harry piscou os olhos e perguntou descrente:

- A sério!?!?

Hermione também já lhe tinha dito que por vezes lhe parecia sentir Ron mas ele nunca ligara muito a isso, Ginny pelo seu lado acreditava e muito nisso.

- Sim!- disse Christopher que sem saber porquê sentia que podia confiar

completamente naquele professor- por vezes eu... é ridículo bem sei mas... eu às vezes consigo ouvi-la... ela tem uma voz muito melodiosa, parece o vento a agitar as copas das árvores no verão ou uma brisa de vento a acariciar o oceano... por isso sei que ela era especial... ninguém que não fosse especial podia ter esta características...

Harry sorriu e assentiu dizendo:

- Tens toda a razão Christopher... Sabes, a tua mãe foi uma grande amiga minha...

Todo o ser de Christopher brilhou antes dele perguntar:

- A sério!?!? E pode contar-me coisas dela?!?! Eu não sei nada...

Harry sorriu e apenas disse:

- Talvez um dia Christopher... Porque agora tens que ir para a tua aula de

Transfiguração, aviso-te que a Professora Granger não é melhor que a Professora McGonnagal!!!

Christopher assentiu e correu sala fora para ir para Transfiguração no entanto a sua alma ia mais leve, o Professor Potter tinha conhecido a sua mãe e podia falar-lhe dela! Era só aguardar o tempo certo...

Harry viu Christopher partir e olhou para a fotografia que tinha na parede dizendo:

- Se alguém chegou realmente a conhecer-te deve ter sido o teu filho cara amiga... ele tem razão, tu és especial mas ele esqueceu-se dum pormenor ele também o é...

- Quem saí aos seus não degenera...

Harry voltou-se assustado. Ele conhecia aquela voz, ele conhecia muito bem aquela voz, no entanto ninguém estava atrás dele. Harry voltou-se para a foto e viu a rapariga a piscar-lhe o olho como quem conta um segredo e percebeu...

~ * ~

Quando o Professor Potter tinha dito a Christopher que a Professora Granger era exigente ele não estava a brincar, o último aluno a chegar recebeu de recompensa o olhar mais terrível que Christopher e Kristine já tinham visto. Ronald suspirou:

- Ainda bem que não fui eu!

Christopher e Kristine olharam admirado para Ronald até que ambos se recordaram de ouvir uma das gémeas dizer no banquete de inicio de ano "sabes porque a mãe está no lugar dela?" e perceberam que a Prof. Granger era a mãe de Ronald. Ronald pelo seu lado não parecia ter percebido que os seus amigos já se tinham apercebido do facto e continuou a falar:

- AH pois! Ainda não vos contei! É que a Professora Granger...

Hermione bateu com o livro ao fechá-lo e disse severamente:

- Silêncio Sr. Granger- Weasley! Gostaria de começar a minha aula se isso claro não interferir nos seus planos de conversa com os seus colegas...

- Desculpe Professora!- disse Ronald baixando a cabeça.

Kristine lançou a para Christopher um olhar que dizia "Pobre Ronald" e este compreendeu o que ela estava a pensar, o "pobre Ronald" não ia ter umas aulas de transfiguração nada fáceis, pensar que ele fizera frente a Snape que era mais velho e era um homem. De súbito Christopher pensou que talvez a Prof. Granger já soubesse e estivesse deste modo a castigar o filho. Depois de feita uma chamada rápida e normal, Hermione fez um discurso de abertura:

- Muito bem... desde já aviso que Transfiguração não é tão fácil quanto parece...

- Fácil?!?! Ela já parece difícil!- murmurou alguém na sala.

Hermione continuou a falar ignorando o comentário:

- No entanto se praticarem será uma das disciplinas mais simples que terão,

aqui tudo se apreende em livros e com um pouco de prática... Hoje vamos tentar transformar palitos em fósforos...

Com um golpe de varinha Hermione distribuiu palitos por toda a turma separando-os para que trabalhassem individualmente, não sem antes claro ter demostrado como se fazia, com um golpe tão certeiro que qualquer pessoa poderia jurar que ela tinha sido professora de transfiguração toda a sua vida.

Até à altura Hermione já tinha tido um quarto ano de Slytherines e tinha tido as gémeas. As gémeas tinham-se revelado bastante boas, tinham conseguido ao fim de três tentativas transformar as suas penas de escrita em belos Papagaios Azuis que diziam os seus nomes na perfeição, como se sempre tivessem sido papagaios e Hermione e Heather tivessem passados anos a ensina-los a pronunciar os seus nomes.

Jaqueline e Priscila também tinham conseguido, embora os seus papagaios as chamassem de Japine e Prisquila. Bom, estava praticamente lá, mais uns ajustes e os papagaios delas seriam tão bons como os das gémeas, elas eram boas alunas e prometiam.

Olhando em redor Hermione viu que alguns alunos começavam a ficar preocupados por não terem resultados, foi falando com eles, explicando-lhes que podia parecer fácil mas não era e encorajando-os a prosseguir, até que o seu olhar bateu em Christopher, ele estava ao pé duma das janelas da sala, que misteriosamente se encontrava aberta, e parecia espantado com algo...

~ * ~

Uma brisa entrou pela janela aberta do consultório e Ginny olhou para o relógio na parede. A figura de Harry apontava, tal como a de Lily, para Aulas o que não era mau se Ginny pensasse que há uns anos o ponteiro de Harry estava praticamente sempre em PERIGO DE MORTE!

Arthur estava sentado ao seu lado no chão e brincava com Croquete, um pequeno gato alaranjado que Crookshanks, o gato de Hermione, tinha um dia trazido para casa e o pequeno tinha adoptado.

O seu escritório, dizia Harry, lembrava-lhe a Fénix Renascida. Tinha muitas fotos espalhadas por todos os lados, algumas dos que tinham partido, muitas dos que tinham ficado...

Ginny conseguia ver-se a ela e aos seus 6 irmãos numa ao pé da Toca, noutra estava com os pais, noutra com Harry, noutra com Harry e Lily, noutra com o recém chegado Arthur. Via-se também com Hermione e Ron no dia em que as gémeas tinham nascido. Tinha uma consigo, ela e Hermione, tinha uma de Harry e do seu afilhado Christopher...

Porque Christopher não era seu afilhado também permanecia para ela um mistério, ela sabia que nem o seu marido suspeitava quem era a Madrinha de Christopher, no entanto ambos sabiam que esta tinha sido, ou seria ainda?, uma grande amiga da mãe deste que lhe chegara a salvar a vida pondo em risco a sua...

Ginny suspirou e nessa altura alguém bateu à porta. Curiosa, visto não ter nenhuma consulta marcada para aquela hora e pelo facto de ser uma pancada tremida, por isso nenhum professor, Ginny mandou entrar:

- Entre!

Ginny esperou um pouco antes da pessoa do outro lado da porta ganhar coragem para entrar. Aí ela pode ver Christopher com uma cara preocupada entrar. Interessada perguntou:

- Em que posso ajudá-lo Senhor Bleue??

Christopher rolou os olhos, se mais alguém lhe chamasse Senhor ia entrar em parafuso. Aproximou-se da Psicóloga que amavelmente lhe dizia com um gesto para se sentar e pousou uma agulha perfeita em cima da secretária antes de se sentar. Ginny piscou os olhos:

- Posso saber o que isto significa??

Christopher suspirou:

- Isso era um palito... antes de eu usar um Feitiço de Transfiguração...

Ginny piscou os olhos, tinha sentido a magia em torno do palito e já suspeitara isso:

- Bem vejo mas qual é o problema??!?

- Se eu lhe dizer que o consegui à primeira tentativa, na primeira aula do primeiro ano já vai achar que está alguma coisa mal?!?!- ironizou levemente Christopher.

- És mesmo filho da tua mãe!- foi o pensamento que passou na cabeça de Ginny que não o exteriorizou.

Ginny assentiu e passou um papel a Christopher dizendo:

- Tenho uma ideia do que possa ser... Nada de especial realmente mas gostaria que preenchesses isso...

Christopher assentiu e Ginny estendeu-lhe uma pena para ele começar a escrever. O questionário embora simples tronou-se para Christopher uma prova de saberes familiares visto que ninguém lhe falava da família, nem depois do pai dele lhe ter contado coisas sobre a sua descendência ele tinha ficado a saber muito sobre a sua mãe, desconhecia a sua data de nascimento, o seu nome, o material da sua varinha e o ano em que tinha andado em Hogwarts. A única coisa que ele presentemente sabia era que os olhos dela tinham sido verdes como os seus, que a sua voz era a mais límpida e verdadeira que alguma vez tinha ouvido e que ela era especial o que para o questionário, nada ou quase nada ajudava...

Sobre o seu pai a coisa já foi mais fácil, sabia o nome, Patrick Sean M. Bleue, data de nascimento, 10 de Novembro, varinha composta por cedro claro, 32cm, cabo normal banhado a ouro e com um pêlo de Unicórnio. Cor dos olhos, azuis escuros, cor dos cabelos, negros, ano de Hogwarts,...., não fazia ideia se o soubesse também o teria preenchido no espaço da sua mãe visto ela ter andado ao mesmo tempo que o seu pai na escola.

A sua parte da ficha foi bastante fácil de preencher... Nome, Christopher Richard Bleue, data de nascimento, 11 de Maio...

Quando acabou de preencher a ficha e responder a três questões no final, que eram feitiços simples que se podiam fazer no papel, devolveu-a a Ginny que o observava calmamente. Era esquisito ver um rapaz tão parecido exteriormente com Harry, tão psicologicamente com a sua mãe, e tão pensativo como Patrick... e depois havia aquela parte de Christopher que era apenas dele e mais ninguém, aquela parte original que ninguém lhe podia tirar...

Ginny leu a ficha e ia preenchendo um papel com cruzes ao seu lado. Christopher olhava em redor apreciando as fotos, voltou a ver a rapariga que estava na fotografia do Professor Potter mas mais velha e desta vez com a Psicóloga Weasley, viu depois uma fotografia de Harry com um bebé ao colo que ele sabia não poder ser o rapazito pequenino que o olhava com curiosidade enquanto brincava com o seu gato. Ele sabia não poder ser porque o Professor Potter na foto não devia ter mais de 24/25 anos e ele agora devia ter os seus 35/36, e o rapaz pequeno que estava com Psicóloga, que ele agora sabia ser a mulher do Professor visto ter à esquerda uma foto de ambos a casarem-se, não devia ter mais de 6anos logo aquele não era o filho mais novo do Professor Potter.

Ginny olhou para Christopher e viu concentrado numa fotografia. A fotografia representava Harry no meio dum campo com uma bela montanha atrás, ao colo Harry tinha um rapaz pequeno de cabelos negros vestido de cores douradas que brincava com os cabelos de Harry rindo que nem perdido.

Christopher olhava para a foto com tanta força que jurou começar a ouvir o vento que varia a relva da foto, que ouvia a criança a rir e o Professor Potter a dizer na brincadeira "Pará! Pará! Meu Maroto!", então a foto ganhou cores, a montanha era azul clara com neve no cume, o céu era azul puro, a relva verde esmeralda, as flores eram amarelas, vermelhas, roxas, de todas as cores, o sol brilhava calmamente e aquecia um pouco. De súbito uma voz feminina disse "Christopher... Christopher..."

Christopher abanou a cabeça e pode ver a Psicóloga a passar a mão pela frente dos seus olhos.

- Christopher! Estás comigo?

- OH sim! Claro! Desculpe Psicóloga Weasley!

Ginny fez uma cara séria e Christopher desviou o olhar da foto, não queria arranjar problemas. Ginny disse:

- Creio já saber o que se passa com 100% de certezas!! Mas mesmo assim gostava de falar com os outros professores primeiro antes de te dizer algo se não te importares...

Christopher piscou os olhos e disse:

- Claro! Se acha melhor...

~ * ~

Ronald e Kristine já estavam sentados na mesa de Gryffindor e esperavam Christopher, isto é, Kristine esperava pois Ronald já tinha atacado duas pernas de frango e parecia fazer tenções de as comer ao mesmo tempo.

Kristine rolou os olhos e nessa altura Christopher entrou no salão e dirigiu-se ao seus colegas. Sentando-se calmamente Christopher olhou em redor, viu a Psicóloga a sentar-se e a conversar animadamente com o seu marido que lhe parecia, pelos gestos que fazia, estar a contar como lhe tinha corrido a última aula.

Kristine chamou Christopher à terra...

- Então... que se passou???

- Ya... saíste no meio da aula de Trans... figuração... e não...

Christopher ria ao ver a cara de Kristine começar a ficar branca de enjoo, afinal ver Ronald a falar com duas pernas de frango e com a boca meia aberta na boca não era uma visão muito aconselhável...

~ * ~

Ginny reuniu-se com os Professores essa noite depois do jantar e fez o teste de Christopher circular pelas suas mãos.

- XI!- disse Harry quando olhou o formulário- ele sabe tanto sobre a mãe que até assusta...

Dumbledore assentiu e Hermione fungou em desprezo. Ginny suspirou e comentou:

- Não é isso que agora está em causa... o que está em causa é que ele é superdotado...

Os professores assentiram, Ginny continuou a falar:

- Eu sei que ele recebeu uma carta da Escola de Magia e Feitiçaria de Superdotados de Finn McCool, ele recusou-a, no entanto acho que ele lá estaria melhor... quer dizer ele conseguirá dominar em 10/15 minutos um feitiço que maior parte dos alunos demorará mais de 2 aulas a dominar... ele vai tronar-se ocioso(preguiçoso) e depois quando chegar aos feitiços de maior calibre vais estar tão habituado a conseguir à primeira que quando não o fizer vai, provavelmente, sentir-se frustrado...

Harry bateu com uma mão em cima da mesa e todos se voltaram para ele:

- Então tu sugeres que o mandemos embora...

Ginny suspirou, já temia esta reacção por parte do marido...

- Não Harry! Claro que não! Eu simplesmente acho que ele se daria melhor na Finn McCool com rapazes e raparigas que são iguais a ele... mas podemos dar-lhe um tempo para ele experimentar... se ele não gostar da Finn McCool poderá voltar para Hogwarts...

Harry suspirou e disse:

- Muito bem... mas não vou ser eu a dar-lhe as notícias...

Fim do Capítulo

N.A: Alguém quer tentar adivinhar quem vai dar ao nosso amigo Chris a boa noticia?? O primeiro a responder, correctamente, ganha o próximo capítulo, fica com o capítulo dedicado a si... e outra coisa... vamos tentar chegar às 10reviews!!! Assim que eu tiver as dez, já tenho 5, eu coloco o próximo capítulo! Se não... Bem eu tenho capítulos doutras fic's em atraso e esta pode esperar... por duas semanas... ou um mês....

Bjs

CACL

P.s. 10! Só 10!!! Só DEZ!!!!! Ok??? Por Favor!!!!! Pleaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaassssssssssssssssssssssssse!!!! Claro que mais também não vai fazer mal a ninguém não é!!!!!