N.A: Mais dois capítulos... um é bonus claro... pessoas especiais como vocês merecem isto e muito mais... bom só para dizer que entretanto arranjei um weblogg e que irei colocar lá algumas capas do Chris. Quem tiver alguma personagem preferida, por favor deixe um reviwe a dizer qual para eu por a capa. Bjs CACL
"E quando já cá não andar
Também me vai saber bem
Que de mim e do meu cantar
Alguém se vá lembrar"
Versos de Amália Rodrigues, uma das maiores fadistas portuguesas.
iCapítulo Sete/i
bMemórias/b
Harry e Patrick estavam sentados no ferryboat, iam a caminho de Inglaterra. Christopher ainda dormia nos braços do pai dizendo uma ou outra palavra no sono mas nada de especial.
- Gastou muita energia...- disse Harry- não sei o que se passou mas o
Christopher parecia estar a lutar pela vida...
Patrick tirou a franja da cara do seu filho e observou-o a dormir como um bebé pequenino e começou a recordar-se...
[FLASHBACK]
Corria como louco pelos corredores da Maternidade, já tinha perguntado a duas enfermeiras mas nenhuma lhe sabia dizer onde a sua mulher estava e isso estava a dar com ele em louco. Estava a correr por um corredor quando ouviu um bebé a chorar. Sorriu, sabia que era o seu filho, correu até à porta do quarto donde vinha o som e viu a sua mulher deitada na cama. Aos seus olhos ela nunca tinha estado tão linda ou tão radiante, correu até ao pé dela e viu o seu filho nos braços dela, abraçou-os a ambos, ela encostou a sua cabeça no espaço entre a sua cabeça e o seu tronco e ele estendeu uma mão para o seu filho que instintivamente lhe agarrou num dedo.
Durante alguns segundos chorou de felicidade, Christopher, assim Jane decidira à muito chama-lo era perfeito, não devia ter mais de 40cm, pesava 2,5kg, tinha uma pele rosadinha, e era guloso, ainda não devia ter mais de 5minutos e já queria mamar, quis tirar o dedo mas Christopher não o permitiu, com a sua boca pressionada contra o mamilo da mãe comia e com a sua pequena mão em volta do dedo do seu pai pedia a sua atenção. Viu que Jane também chorava e apertava Christopher contra si dizendo:
- Meu bebé... Meu Christopher... Christopher Robin...
Puxou-a para si e deu-lhe um beijo suave.
- Meu Deus...- disse ela- Estamos muito cavalheiros hoje...
- Ele é perfeito...- murmurou.
- Saiu há mãe...
Riu e ela riu com ele e duma maneira estranha ambos tiveram a sensação de que Christopher rira também...
[FLASHBACK END]
Olhou de novo para Christopher, ele já não era um bebé, tinha crescido... Patrick pensou em tudo o que dissera a si próprio fazer com o filho, ensiná-lo a voar numa vassoura, leva-lo a campeonatos de Quidditch, ensiná-lo a andar, a falar, a ler, a escrever... mas depois uma bomba tinha explodido... ainda se questionava como era possível... tudo estava tão bem e dum momento para o outro a sua casa tinha sido envadida e a sua vida destruída, apertou Christopher com força, ele ainda estava vivo e Patrick continuaria a fazer impossíveis para que assim o continuasse.
Harry ia para falar quando o rádio do motorista parou a música que estava a passar e ouviu-se o comentador:
- iE agora as músicas que nunca iremos esquecer... a nossa rádio tem o prazer de anunciar que irá passar dentro de alguns dias um Especial "Ordem da Rosa"... todas as suas músicas preferidas juntas e sem parar... e para abrir o apetite aqui vai uma das mais conhecidas... "Home To You"…/i
Harry viu os olhos de Patrick ficarem molhados à medida que a música tocava mas nem uma lágrima correu pelo seu rosto...
~ I get up and battle a day,
Things don't always go my way.
It might rain, but that's okay,
I get to come home to you. ~
Jane… ela era a vocalista principal da "Ordem da Rosa", ela, Ron e outra rapariga, tinham feito da "Ordem da Rosa" a sua vida, as suas músicas tinham sido tocadas durante a "Grande Guerra Contra Voldemort", eles tinham uma emissora e transmitiam, quando, claro, não estavam a combater, eles tinham levado esperança para todos os que ligavam as telefonias, conforto para todas as mulheres que ficavam em casa sós com os filhos rezando para que os maridos regressassem...
~ Sometimes life may get me down,
I get tired of getting kicked around.
I feel lost in this maddening crowd,
But I get to come home to you. ~
Os casais de noivos e namorados ouviam as suas músicas e faziam delas as suas, as histórias que eles cantavam eram a vida deles, cada palavra transportava luz e serenidade a todos os que os ouviam... porque eles realmente sentiam o que diziam, os que os ouvia sabiam que eles não estava escondidos ou bem protegidos, eles estavam como eles, estavam perdidos, por vezes mal dispostos, por vezes inspirados... eles eram humanos e essa tinha sido a chave para o seu sucesso...
~ 'Cause you are my best friend,
And you are where my heart is.
And I know at the day's end,
I get to come home to you. ~
Humanidade… eles não eram estrelas de Rock… embora adorassem cantar que eram... depois da guerra a sua fama tinha continuado, tinham ganho fãs, vendido CDs mas a humanidade e a simplicidade continuavam... ainda hoje, mais de 2gerações depois, era apreciados como se fossem uma banda acabada de criar...
~ Hanging out in our old sweat shirts,
You let me complain about a hard day's work.
I don't know what I did to deserve
To get to come home to you. ~
O que não era verdade… quer dizer, a vocalista principal, Jane Bleue, estava morta, o guitarrista e vocalista secundário(em algumas canções principal), Ron Weasley, também estava morto, e a terceira membro da banda, a coro e baterista, estava...
~ 'Cause you are my best friend,
And you are where my heart is.
And I know at the day's end,
I get to come home to you. ~
Patrick deixou a sua mente voar, quantas vezes tinha ouvido esta canção nos acampamentos de guerra, tinha-lhe sabido bem ouvir a voz da mulher que amava, isso dava-lhe forças para lutar mas principalmente, força para sobreviver, ele começava a ver-se como o rapaz da canção...
Jane tinha começado por ser a sua melhor amiga, depois além de amiga tinha-se tronado na pessoa que ele amara, tinham discutido algumas vezes, separado e voltado a juntar, mas ela tinha estado sempre lá, uma vez eles tinham-se zangado a valer e ele pensara que nunca mais a iria ver e pronto, quase que tinha cometido suicídio, cinco contra um, quando acordara na ala do hospitalar... ela estava lá, ela tinha sido a primeira pessoa que ele tinha visto, ela... a última pessoa que ele esperara ver, tinha-lhe perguntando porque tinha vindo e ela tinha pegado na sua mão e respondido:
- Porque acima de tua amante sou tua amiga... e os amigos não se abandonam...
~ 'Cause you are my best friend,
And you are where my heart is.
And I know at the day's end,
I get to come home to you.
Yes, I get to come home to you.
Oh I love coming home to you. ~
Aquela era uma resposta tipicamente Jane… uma resposta na qual ela não tinha dito nada e tinha esclarecido todas as dúvidas... Raios! Como ele a amara e continuava a amar...
Tinha conhecido todas as mulheres que a sua mãe quisera que ele conhecesse e nenhuma, nenhuma, tinha alguma vez se tronado sua amiga, ou algo mais que simples conhecida, maior parte delas apenas vinha pela fortuna, pelo nome de família, pela sua mãe, nenhuma realmente vinha pelo que ele era...
Jane tinha vindo, era incrível como ela o tinha amado sabendo tão pouco sobre a família dele, ela sabia respeitar a sua privacidade e nunca o pressionava para responder a algo que ele não queria responder...
Christopher mexeu-se, Harry e Patrick olharam para ele.
- Mãe!??!
Ambos os homens olharam-se e tronaram a olhar para Christopher.
- Atrás de ti...- continuou Christopher- no armário... cuidado... mãe!??! Eu estou bem... atrás de ti!!! Volta-te!!! Está mesmo... não!! Mãe!! Mãe!!! Olha para mim! Levanta-te do chão!! Mãe... mãe...
Patrick abanou Christopher, queria acordá-lo e poupá-lo àquilo que ele imaginava que o filho estava a sofrer, ele devia ter querido avisar a mãe do perigo mas só devia ter chorado e bracejado, quem o podia culpar, ele não devia ter mais de nove meses, não era bem um letrado em conversação, Jane devia ter tido ter com ele para ver o que ele tinha e tinham-na apanhado pelas costas.
- Cobardes...- rugiu Patrick em pensamento- ...atacaram uma mulher pelas costas...
Harry não comentou, ele sabia bem o que era ter sonhos e/ou visões desse género, tinha-as tido em criança, tinha-as ainda de vez em quando... não havia palavras suficientemente horríveis para as descrever e se as houvesse ele por compaixão não as usaria...
Christopher abriu os olhos mas voltou a fecha-los, Patrick suspirou satisfeito com o facto de que ao menos o seu filho iria sonhar com outra coisa. Patrick suspirou e tentou mudar o tema de conversa:
- Porque é que ele foi transferido???
Harry olhou admirado para Patrick antes de dizer:
- Mas de que raio estás a falar??? Hogwarts enviou-te uma carta selada a explicar tudo e com uma autorização para assinares...
- Harry se eu tivesse assinado um papel para o meu filho ser transferido eu saberia- disse Patrick seriamente- além de que eu iNUNCA/i o deixaria vir para Finn McCool, ela iodiava/i o De Valera, e verdade seja dita também nunca gostei muito dele...
- Mas então- começou Harry curioso- se não foste tu que assinou o documento quem foi...
O silêncio caiu de novo entre ambos os homens, Patrick abanou a cabeça tentando esquecer algo de que se estava a recordar, iria pensar nisso mas não agora. O comentador disse algo sobre a "Ordem da Rosa" e Patrick tronou a falar:
- A "Ordem da Rosa" ainda é...
- Famosa!?!?- completou Harry- sim! São lendas...
- Mas a rádio... eles não devem conhecer metade das músicas...
- Não... realmente não- disse Harry pensativo- tem aquelas que alguns Muggles acidentalmente apanharam e gravaram em K-7s, tem as mais famosas que todos os feiticeiros apreciadores de música tinham arranjado maneira de gravar, as dos CDs que praticamente são as mesma que já tinham arranjado e tem uma ou outra que sabe-se lá como arranjaram...
Patrick assentiu e disse:
- Sabes Harry... ela disse-me...
Patrick parou de falar, abanou a cabeça e disse:
- A Jane disse-me que eles tinham gravado todas as músicas em dois álbuns mas nunca me chegou a dizer onde eles estavam...
- Sabes Patrick...- disse Harry- é a primeira vez em anos que ouço o nome dela... eu que quando era novo tinha coragem suficiente para tratar o Lord Voldemort por Voldie não tenho coragem nem para dizer o nome dela em pensamento...
Patrick assentiu dizendo:
- Em mais de 10anos também é a primeira vez que o pronuncio... mas Harry é tudo uma questão de hábito... aposto que quando estavas em baixo não chamavas Voldie ao Voldemort...
- Não! Chamava algo muito mais colorido... - disse Harry com um sorriso malandro.
Patrick sorriu também e disse seriamente:
- No dia em que ela "desapareceu" e nos dois a seguir gastamos o nome dela... foi por isso que nos começamos a referir à Jane como "Ela"... mas agora isso acabou, o nome Jane ganhou hoje durante um instante toda a sua força e beleza de novo e não sei quanto a ti mas eu pretendo mantê-la...
Patrick olhou para Harry como que esperando uma resposta, Harry sorriu passou as mãos pelos cabelos de Christopher e disse:
- Ele tem os olhos da Jane...
~ * ~
Ginny olhou para o lugar vazio do marido e suspirou, Hermione perguntou-lhe em surdina para os outros professores e alunos que almoçavam no Salão não ouvirem:
- O Harry!?!?
- Foi buscar o Christopher!!!
- Porquê?!?!
Ginny olhou para Hermione chateada mas depois lembrou-se que com a pressa, a emoção e as consultas que tivera de dar não tinha tido tempo para falar com a amiga. Então em surdina contou-lhe o que Harry lhe tinha contado...
No final Hermione fez uma cara esquisita e comentou:
- Acho que o novo trio maravilha já tem caso...
Ginny riu e Hermione riu com ela. A planar, no céu do salão um jovem anjo da guarda de armadura azul e asas azuis comentou tristemente:
- Brinquem, brinquem Mione... que a brincar é que se dizem as verdades...
~ * ~
Kristine olhava para o prato de sopa à sua frente mas não comia, Ronald comia uma perna de frango com garfo e faca o que estava a assustar as suas irmãs mais que os olhares da mãe. Priscila também estava admirada ao ponto de ter pousado o seu livro e estar a falar calmamente com Jaqueline que parecia sentir a tenção das gémeas, que começaram a falar com o seu irmão:
- Ronald...- começou Hermione.
- Rony, mano...- dizia Heather.
- Tu sentes-te bem?!?!- perguntaram em coro.
Ronald levantou a cabeça do prato e comentou:
- Isto está uma seca...- em seguida voltou-se para Kristine- Ei Kristine!? Quando é que o Chris volta!?!?
Kristine pareceu desesperar do seu estado de transe e começou a fazer contas de cabeça dizendo:
- Daqui a uns... dois... três dias...
- TANTO!!!!!- disse Ronald admirado- Não pode ser!?!? Quer dizer ele já deve estar fora à mais de uma semana!?!?
- Não Ronald ainda não...- disse Kristine.
- Vão ser uns longos dois/três dias- comentou Heather.
- A quem o dizes!- confirmou Hermione.
Nessa altura a porta do refeitório abriu-se e Harry entrou com Christopher ao colo. Todos se voltaram para lá e a Enfermeira da Escola correu para examinar Christopher que tinha uma boa parte da face coberta de sangue seco.
- Leve-o para a Ala Hospitalar...
Harry assentiu e começou a andar pelo castelo seguido por Kristine e Ronald, que embora caminhando em silêncio, pois temiam ser mandados embora, tinham milhares e milhares de perguntas a fazer...
~ * ~
Patrick não tinha descido em Hogwarts, sabia que o filho estava seguro e também que imagem daria ele a Christopher se ao menor aranhão ele corresse para a escola, mas além disso ele tinha muito que pensar. Olhou pela janela e viu que as nuvens estavam dispersas era uma bonita tarde de sol depois duma manhã que prometia chuva, o ar estava limpo e cheirava a molhado, as flores luziam e as pétalas pareciam ter pérolas incrustadas.
O rádio continuava a tocar...
- iEm seguida... "Looking For Jane", o último sucesso conhecido da "Ordem da Rosa".../i
~ Where did she go?
Where did she go from here?
The last time I saw her
she made all the clouds disappear
She said, with a smile,
yea, the weather's alright
She left her coat at home that night ~
Patrick ouviu a sua própria voz encher o Autocarro e deitou-se na cama deixando a sua mente divagar. Nunca pensara em cantar depois do que acontecera mas ele tinha que deitar o que sentia cá para fora, não podia partir coisas ou berrar, podia assustar Christopher e não queria, ele queria proteger Christopher, por isso tinha saído do mundo mágico e dez dias depois tinha tido a confirmação como estava certo... Os Granger- Weasley tinham sido atacados, Ron tinha sido morto...
Esquisito... duas casas atacadas, duas pessoas mortas, ambas cantavam na mesma banda, tinham ideais muito semelhantes e acreditavam praticamente nas mesmas coisas. Para Jane, Ron era o seu irmão mais novo e para Ron, Jane era a irmã mais velha que ele nunca tivera, amara-a tanto como a Ginny...
Todos os Aurores, Harry, Hermione, alguns Weasley tinham tentado descobrir pistas, relacionar situações mas tinha sido impossível e o desaparecimento de ambos os corpos também era curioso...
Abanou a cabeça e tentou concentrar-se no presente, naquilo que descobrira hoje, Jane, Ronald... a Ordem da Rosa tinha estado sempre certa... pegou num papel e escreveu algo rapidamente, duma certa maneira como que para limpar a consciência...
"13 de Setembro
Se me podes ouvir Jane... Acredito! Agora acredito...
A Ordem da Rosa esteve sempre certa...
Amo-te Jane, vou proteger Christopher de tudo...
Amo-te,
Patrick"
~ Where do I begin today?
Where do colours never fade?
In the sunshine, in the rain
it's quite the same
It's never gonna change
I'll be looking for Jane ~
Os Muggle iam a sessões para contactar os mortos, faziam mil e uma coisas para recuperar a todo o custo as pessoas que tinham perdido... quando o faziam Patrick só tinha uma palavra a dizer "Insensíveis", alguns Muggles eram "sensíveis", tinham uma percepção especial e percebiam ou fingiam perceber o que se tinha passado e aceitavam-no...
Aceitaria ele alguma vez que Jane tinha partido para nunca mais voltar...
~ Why did she come?
Why did she come to me?
There must have been millions
in the world she'd rather see
At least in my mind
as time has gone by
it's always harder to laugh then to cry ~
Durante algum tempo tinha chorado, tinha batalhado pela sobrevivência, mas agora já conseguia rir e sorrir, graças a Christopher arriscaria dizer, graças a Harry, graças ao facto de ter voltado para casa e para junto de Jane...
Por vezes questionava-se... Com tanto entraves postos à sua frente, com tantas divergências, com tantas pessoas a fazerem possíveis e impossíveis para que eles não ficassem juntos como é que eles tinham conseguido casar-se, como era possível que Christopher estivesse ali!?!? Isso nem as enfermeiras sabiam, os médicos diziam que tinha sido sorte o facto de Jane não ter abortado naturalmente depois do choque que levara, um CRUCIATOS, mas uma enfermeira tinha percebido, ela tinha vindo ter com ele e tinha dito:
- Ela ama-o, o amor dela e o poder dela protegeram o seu filho... é por isso que ele ainda está vivo...
~ Where do I begin today?
Where the colours never fade
In the sun and in the rain
it's quite the same
It's never gonna change
I'll be looking for Jane ~
Procurava-a dentro de si, nas coisas que o rodeavam, tinha-a procurado em fotos, em casa, no meio das coisas dela...
Iria até o fim do arco-íris se soubesse que aí a encontraria, até ao fim do Mundo, falaria com Atlas, faria os doze trabalhos de Hércules, prenderia os Titãs, buscaria a namorada de algum Deus ao Submundo, convenceria Vénus a ficar com Marte se este o quisesse, ajudaria o Cupido...
Mas sabia que nada disto o ajudaria a encontrar Jane, porque naquele dia ele tinha-a encontrado, tinha-a encontrado nas suas músicas mas principalmente tinha-a encontrado no seu filho...
~ In the sun and in the rain
it's quite the same
It's never gonna change
I'll be looking for Jane ~
A "Ordem da Rosa" esteve sempre certa... sempre certa...
~ * ~
Harry pousou Christopher numa das camas da enfermaria, Kristine e Ronald aproximaram-se cada um de seu lado, Madame Promefey estava a aproximar-se com o remédio quando Kristine falou:
- Prof. Potter que se passou?!?! Quem magoou o Chris?!?!
Harry era para responder mas Ronald foi mais rápido.
- Seja quem for vai apanhar!! Vou lançar-lhe tantas maldições!!!!!!
Harry sorriu e viu Christopher começar a agitar-se no sono.
- Não quero...- começou a dizer- pai não quero... quero ficar com a mãe e com o padrinho... não! Mãe não chores... padrinho não deixes... não deixes... não quero ir...
Harry começou a tremer, Ronald abanou Christopher e tentou acordá-lo.
- Chris!! EI CHRIS! Tá na altura de acordares meu…
Mas Christopher não parecia disposto a acordar, Harry estava cada vez mais admirado, Christopher tinha nove meses, menos, não era possível, ele com dois anos raramente se recordava do que acontecera a noite em que os seus pais tinham morrido e Christopher parecia sonhar com tudo o que lhe tinha acontecido em criança, a morte da mãe, a mudança de casa, o facto de ter um Padrinho. Harry recordou a partida de Patrick...
[FLASHBACK]
Harry, Ginny e Lily eram os únicos presentes, ninguém mais tinha tido a coragem ou a disponibilidade, para tentar impedir a partida de Patrick. Christopher estava sentado no seu berço e brincava com um peluche do Winnie da Pooh, que quando era apertado dizia frases do tipo...
"Sou teu amigo...", "AH! AH! Tenho cócegas ", "Vamos brincar...", Christopher adorava-o e a melhor prova disso é que sabia exactamente onde tocar para ouvir a sua frase preferida que era "AH! AH! Tenho cócegas...", Christopher batia palmas e ria feliz da vida.
Patrick sorriu para o filho pegou na mala e pegou em Christopher ao colo que mal viu que ia ser levantado se agarrou ao seu peluche preferido.
- Pensa bem Patrick...- disse Ginny seriamente- o que estás a fazer é completamente irracional...
- Será Ginny!? Quer dizer e se eles voltarem...
- Eles foram todos...- começara Harry.
- Achas que eles eram um bando de loucos!!!!!!- disse Patrick furioso- Quem quer que veio atrás dela também pode vir atrás do Christopher e eu não posso deixar...
Patrick dirigiu-se à porta e antes de passar viu uma imagem de Jane na parede, ela chorava e dizia-lhe adeus como se soubesse que ele se ia embora para nunca mais voltar, Patrick lançou-lhe um olhar triste e continuou a andar.
Harry e Ginny, que trazia Lily ao colo, ficaram a ver Patrick a afastar-se, de súbito Christopher estendeu as mãos para Harry e começou a rabujar algo, Patrick apertou-o com mais força à medida que subia para o autocarro cavaleiro e Christopher gesticulou com mais força, deixando cair o peluche ao mesmo tempo que dizia:
- Hawy!
Harry quis fazer alguma coisa mas o autocarro partiu deixando para trás apenas o peluche que caíra das mãos de Christopher...
"Sou teu amigo..."
[FLASHBACK END]
Então era isso que Christopher tinha tentado dizer... "Não, não quero ir...". Kristine agarrou a mão de Christopher e começou a cantar baixo, tão baixo que ninguém reparou que ela estava realmente a cantar:
- May it be the shadows call
will fly away
May it be your journey on
To light the day
When the night is overcome
You may rise to find the sun…
Christopher começou a piscar os olhos e abriu-os completamente bocejando em seguida. Ronald e Kristine deram um grande abraço ao seu amigo que ficou meio atroado mas abraçou-os de volta. Harry suspirou de alívio ao ver que o seu afilhado estava bem e sentou-se numa cadeira ao pé.
Christopher começou a falar com os amigos...
- Vocês não mudaram nada...
- Pudera!- disse Kristine rindo- só estiveste fora cinco dias... o que podíamos ter mudado...
- De lugar na tabela...- disse Ronald chateado, levantando os braços em forma de desespero fingido- estamos 300pontos atrás dos Slytherines e eles não se calam com isso!!!
Christopher assentiu num gesto de cabeça e Ronald perguntou-lhe como era Finn McCool.
- Grande- respondeu Christopher sobriamente- principalmente grande... e morta... não tinha vida como Hogwarts... não tinha a vida que Hogwarts tem... aqui tudo se mexe... lá tudo é silencioso e imóvel... e como é grande podia alguém morrer num corredor e só ser descoberto 5 ou mais dias depois...
A enfermeira colocou um penso na testa de Christopher e disse:
- Pronto meu rapaz... agora está como novo...
- Posso ir?!?!- perguntou Christopher esperançoso.
A enfermeira olhou para ele séria mas ao ver a mudança positiva que Kristine e Ronald lhe tinha feito assentiu num gesto de cabeça acrescentando:
- Qualquer coisa vem para cá, sim? Ou eu responsabilizarei o Prof. Potter!
Christopher sorriu e olhou para Harry que apenas assentiu e sorrindo perguntou:
- Porquê ieu/i cara Madame!?!?
- Porque- disse a enfermeira sorrindo- foi você que o trouxe e provavelmente pôs neste estado... é mais que lógico que fique responsável...
Christopher entretanto já tinha saltado da cama e preparava-se para ir assistir à sua aula de Poções.
- Óptimo para recomeçar ãh!?!?- ironizou Ronald.
Kristine sorriu e assentiu e os três amigos partiram em direcção às masmorras.
Harry pelo seu lado partiu para pensar se devia dizer a Dumbledore ou não que não tinha sido Patrick a autorizar a saída de Christopher da escola...
~ * ~
Snape estava tão malvado quando Christopher se lembrava e Lucius quase que fez uma festa quando viu a sua presa preferida entrar nas masmorras.
- Mas olhem quem é ele... então Bleue não eras suficientemente bom para ficares na Finn McCool!?!?
Os Slytherines trocaram olhares antes de começarem a rir baixinho, Mary já se habituara e não ligava. Christopher não lhes ligou e continuou o seu trabalho calmamente ao lado de Ronald, visto que Kristine estava emparelhada, como quase sempre acontecia, com Úrsula.
A única recordação com que Christopher ficou desse dia era simples, era uma sensação e ele recordá-la-ia para o resto da sua vida...
Ele estava de novo em casa...
Fim do capítulo
N.A: Bom é sempre aqui no fim que eu posso falar mais à vontade por isso cá vai... mais informação para vocês... eu não resisti sério, foi uma tentação imaginar um Ron de 19anos, a cantar... de blusa meio aberta, claro... ^.~ Já não sei muito bem o que disse na última nota de "rodapé" mas vamos lá abrir o apetite...
1. Será que o Feiticeiro Negro de Finn McCool era o mesmo que andava a passear em Hogwarts? E se sim como é que ele entrou e saiu sem ninguém dar por nada??
2. A "Ordem da Rosa" estava certa no quê? O que é que eles afirmavam?
3. O Chris parece ter visões mais completas do que se passou do que o Harry, que apenas via uma luz verde, mas ao contrário dele não tem a mais pequena ideia sobre quem matou a sua mãe e o tentou matar! Vimos que quem quer que matou Jane o fez pelas costas, o que é uma coisa degradante, por isso Jane devia achar que estava tudo bem e que podia baixar a guarda e mal o fez BANG... ou será que não?
4. Os nossos três amigos parecem ter mais em comum do que perder o comboio... ou cantam, no caso da Kristine, ou os pais cantavam, no caso do Chris e do Ronald, onde é que tudo isto se encaixa??
5. Qual era o tipo de amor que Harry dedicava à mãe do Chris???
Por favor enviem-me as vossas respostas, em reviwe de preferência ou se preferirem para o mail, ou até para o weblogger, cujo endereço está na página da minha BIO... Principalmente tu Pris! Tu vais ser o cerebro disto... e também gostaria imenso de ouvir o que tens a dizer Danna... parece que por vezes me lês o pensamento... Creio que é tudo... o próximo capítulo é eXtra... e vamos dar um pouco mais de atenção ao Ronald e à Kristine nos capítulos futuros... tão a ficar demasiado tapados pelo Chris para meu gosto... assim como vamos dar atenção à Priscila e a Jaqueline... Bjinhos
"E quando já cá não andar
Também me vai saber bem
Que de mim e do meu cantar
Alguém se vá lembrar"
Versos de Amália Rodrigues, uma das maiores fadistas portuguesas.
iCapítulo Sete/i
bMemórias/b
Harry e Patrick estavam sentados no ferryboat, iam a caminho de Inglaterra. Christopher ainda dormia nos braços do pai dizendo uma ou outra palavra no sono mas nada de especial.
- Gastou muita energia...- disse Harry- não sei o que se passou mas o
Christopher parecia estar a lutar pela vida...
Patrick tirou a franja da cara do seu filho e observou-o a dormir como um bebé pequenino e começou a recordar-se...
[FLASHBACK]
Corria como louco pelos corredores da Maternidade, já tinha perguntado a duas enfermeiras mas nenhuma lhe sabia dizer onde a sua mulher estava e isso estava a dar com ele em louco. Estava a correr por um corredor quando ouviu um bebé a chorar. Sorriu, sabia que era o seu filho, correu até à porta do quarto donde vinha o som e viu a sua mulher deitada na cama. Aos seus olhos ela nunca tinha estado tão linda ou tão radiante, correu até ao pé dela e viu o seu filho nos braços dela, abraçou-os a ambos, ela encostou a sua cabeça no espaço entre a sua cabeça e o seu tronco e ele estendeu uma mão para o seu filho que instintivamente lhe agarrou num dedo.
Durante alguns segundos chorou de felicidade, Christopher, assim Jane decidira à muito chama-lo era perfeito, não devia ter mais de 40cm, pesava 2,5kg, tinha uma pele rosadinha, e era guloso, ainda não devia ter mais de 5minutos e já queria mamar, quis tirar o dedo mas Christopher não o permitiu, com a sua boca pressionada contra o mamilo da mãe comia e com a sua pequena mão em volta do dedo do seu pai pedia a sua atenção. Viu que Jane também chorava e apertava Christopher contra si dizendo:
- Meu bebé... Meu Christopher... Christopher Robin...
Puxou-a para si e deu-lhe um beijo suave.
- Meu Deus...- disse ela- Estamos muito cavalheiros hoje...
- Ele é perfeito...- murmurou.
- Saiu há mãe...
Riu e ela riu com ele e duma maneira estranha ambos tiveram a sensação de que Christopher rira também...
[FLASHBACK END]
Olhou de novo para Christopher, ele já não era um bebé, tinha crescido... Patrick pensou em tudo o que dissera a si próprio fazer com o filho, ensiná-lo a voar numa vassoura, leva-lo a campeonatos de Quidditch, ensiná-lo a andar, a falar, a ler, a escrever... mas depois uma bomba tinha explodido... ainda se questionava como era possível... tudo estava tão bem e dum momento para o outro a sua casa tinha sido envadida e a sua vida destruída, apertou Christopher com força, ele ainda estava vivo e Patrick continuaria a fazer impossíveis para que assim o continuasse.
Harry ia para falar quando o rádio do motorista parou a música que estava a passar e ouviu-se o comentador:
- iE agora as músicas que nunca iremos esquecer... a nossa rádio tem o prazer de anunciar que irá passar dentro de alguns dias um Especial "Ordem da Rosa"... todas as suas músicas preferidas juntas e sem parar... e para abrir o apetite aqui vai uma das mais conhecidas... "Home To You"…/i
Harry viu os olhos de Patrick ficarem molhados à medida que a música tocava mas nem uma lágrima correu pelo seu rosto...
~ I get up and battle a day,
Things don't always go my way.
It might rain, but that's okay,
I get to come home to you. ~
Jane… ela era a vocalista principal da "Ordem da Rosa", ela, Ron e outra rapariga, tinham feito da "Ordem da Rosa" a sua vida, as suas músicas tinham sido tocadas durante a "Grande Guerra Contra Voldemort", eles tinham uma emissora e transmitiam, quando, claro, não estavam a combater, eles tinham levado esperança para todos os que ligavam as telefonias, conforto para todas as mulheres que ficavam em casa sós com os filhos rezando para que os maridos regressassem...
~ Sometimes life may get me down,
I get tired of getting kicked around.
I feel lost in this maddening crowd,
But I get to come home to you. ~
Os casais de noivos e namorados ouviam as suas músicas e faziam delas as suas, as histórias que eles cantavam eram a vida deles, cada palavra transportava luz e serenidade a todos os que os ouviam... porque eles realmente sentiam o que diziam, os que os ouvia sabiam que eles não estava escondidos ou bem protegidos, eles estavam como eles, estavam perdidos, por vezes mal dispostos, por vezes inspirados... eles eram humanos e essa tinha sido a chave para o seu sucesso...
~ 'Cause you are my best friend,
And you are where my heart is.
And I know at the day's end,
I get to come home to you. ~
Humanidade… eles não eram estrelas de Rock… embora adorassem cantar que eram... depois da guerra a sua fama tinha continuado, tinham ganho fãs, vendido CDs mas a humanidade e a simplicidade continuavam... ainda hoje, mais de 2gerações depois, era apreciados como se fossem uma banda acabada de criar...
~ Hanging out in our old sweat shirts,
You let me complain about a hard day's work.
I don't know what I did to deserve
To get to come home to you. ~
O que não era verdade… quer dizer, a vocalista principal, Jane Bleue, estava morta, o guitarrista e vocalista secundário(em algumas canções principal), Ron Weasley, também estava morto, e a terceira membro da banda, a coro e baterista, estava...
~ 'Cause you are my best friend,
And you are where my heart is.
And I know at the day's end,
I get to come home to you. ~
Patrick deixou a sua mente voar, quantas vezes tinha ouvido esta canção nos acampamentos de guerra, tinha-lhe sabido bem ouvir a voz da mulher que amava, isso dava-lhe forças para lutar mas principalmente, força para sobreviver, ele começava a ver-se como o rapaz da canção...
Jane tinha começado por ser a sua melhor amiga, depois além de amiga tinha-se tronado na pessoa que ele amara, tinham discutido algumas vezes, separado e voltado a juntar, mas ela tinha estado sempre lá, uma vez eles tinham-se zangado a valer e ele pensara que nunca mais a iria ver e pronto, quase que tinha cometido suicídio, cinco contra um, quando acordara na ala do hospitalar... ela estava lá, ela tinha sido a primeira pessoa que ele tinha visto, ela... a última pessoa que ele esperara ver, tinha-lhe perguntando porque tinha vindo e ela tinha pegado na sua mão e respondido:
- Porque acima de tua amante sou tua amiga... e os amigos não se abandonam...
~ 'Cause you are my best friend,
And you are where my heart is.
And I know at the day's end,
I get to come home to you.
Yes, I get to come home to you.
Oh I love coming home to you. ~
Aquela era uma resposta tipicamente Jane… uma resposta na qual ela não tinha dito nada e tinha esclarecido todas as dúvidas... Raios! Como ele a amara e continuava a amar...
Tinha conhecido todas as mulheres que a sua mãe quisera que ele conhecesse e nenhuma, nenhuma, tinha alguma vez se tronado sua amiga, ou algo mais que simples conhecida, maior parte delas apenas vinha pela fortuna, pelo nome de família, pela sua mãe, nenhuma realmente vinha pelo que ele era...
Jane tinha vindo, era incrível como ela o tinha amado sabendo tão pouco sobre a família dele, ela sabia respeitar a sua privacidade e nunca o pressionava para responder a algo que ele não queria responder...
Christopher mexeu-se, Harry e Patrick olharam para ele.
- Mãe!??!
Ambos os homens olharam-se e tronaram a olhar para Christopher.
- Atrás de ti...- continuou Christopher- no armário... cuidado... mãe!??! Eu estou bem... atrás de ti!!! Volta-te!!! Está mesmo... não!! Mãe!! Mãe!!! Olha para mim! Levanta-te do chão!! Mãe... mãe...
Patrick abanou Christopher, queria acordá-lo e poupá-lo àquilo que ele imaginava que o filho estava a sofrer, ele devia ter querido avisar a mãe do perigo mas só devia ter chorado e bracejado, quem o podia culpar, ele não devia ter mais de nove meses, não era bem um letrado em conversação, Jane devia ter tido ter com ele para ver o que ele tinha e tinham-na apanhado pelas costas.
- Cobardes...- rugiu Patrick em pensamento- ...atacaram uma mulher pelas costas...
Harry não comentou, ele sabia bem o que era ter sonhos e/ou visões desse género, tinha-as tido em criança, tinha-as ainda de vez em quando... não havia palavras suficientemente horríveis para as descrever e se as houvesse ele por compaixão não as usaria...
Christopher abriu os olhos mas voltou a fecha-los, Patrick suspirou satisfeito com o facto de que ao menos o seu filho iria sonhar com outra coisa. Patrick suspirou e tentou mudar o tema de conversa:
- Porque é que ele foi transferido???
Harry olhou admirado para Patrick antes de dizer:
- Mas de que raio estás a falar??? Hogwarts enviou-te uma carta selada a explicar tudo e com uma autorização para assinares...
- Harry se eu tivesse assinado um papel para o meu filho ser transferido eu saberia- disse Patrick seriamente- além de que eu iNUNCA/i o deixaria vir para Finn McCool, ela iodiava/i o De Valera, e verdade seja dita também nunca gostei muito dele...
- Mas então- começou Harry curioso- se não foste tu que assinou o documento quem foi...
O silêncio caiu de novo entre ambos os homens, Patrick abanou a cabeça tentando esquecer algo de que se estava a recordar, iria pensar nisso mas não agora. O comentador disse algo sobre a "Ordem da Rosa" e Patrick tronou a falar:
- A "Ordem da Rosa" ainda é...
- Famosa!?!?- completou Harry- sim! São lendas...
- Mas a rádio... eles não devem conhecer metade das músicas...
- Não... realmente não- disse Harry pensativo- tem aquelas que alguns Muggles acidentalmente apanharam e gravaram em K-7s, tem as mais famosas que todos os feiticeiros apreciadores de música tinham arranjado maneira de gravar, as dos CDs que praticamente são as mesma que já tinham arranjado e tem uma ou outra que sabe-se lá como arranjaram...
Patrick assentiu e disse:
- Sabes Harry... ela disse-me...
Patrick parou de falar, abanou a cabeça e disse:
- A Jane disse-me que eles tinham gravado todas as músicas em dois álbuns mas nunca me chegou a dizer onde eles estavam...
- Sabes Patrick...- disse Harry- é a primeira vez em anos que ouço o nome dela... eu que quando era novo tinha coragem suficiente para tratar o Lord Voldemort por Voldie não tenho coragem nem para dizer o nome dela em pensamento...
Patrick assentiu dizendo:
- Em mais de 10anos também é a primeira vez que o pronuncio... mas Harry é tudo uma questão de hábito... aposto que quando estavas em baixo não chamavas Voldie ao Voldemort...
- Não! Chamava algo muito mais colorido... - disse Harry com um sorriso malandro.
Patrick sorriu também e disse seriamente:
- No dia em que ela "desapareceu" e nos dois a seguir gastamos o nome dela... foi por isso que nos começamos a referir à Jane como "Ela"... mas agora isso acabou, o nome Jane ganhou hoje durante um instante toda a sua força e beleza de novo e não sei quanto a ti mas eu pretendo mantê-la...
Patrick olhou para Harry como que esperando uma resposta, Harry sorriu passou as mãos pelos cabelos de Christopher e disse:
- Ele tem os olhos da Jane...
~ * ~
Ginny olhou para o lugar vazio do marido e suspirou, Hermione perguntou-lhe em surdina para os outros professores e alunos que almoçavam no Salão não ouvirem:
- O Harry!?!?
- Foi buscar o Christopher!!!
- Porquê?!?!
Ginny olhou para Hermione chateada mas depois lembrou-se que com a pressa, a emoção e as consultas que tivera de dar não tinha tido tempo para falar com a amiga. Então em surdina contou-lhe o que Harry lhe tinha contado...
No final Hermione fez uma cara esquisita e comentou:
- Acho que o novo trio maravilha já tem caso...
Ginny riu e Hermione riu com ela. A planar, no céu do salão um jovem anjo da guarda de armadura azul e asas azuis comentou tristemente:
- Brinquem, brinquem Mione... que a brincar é que se dizem as verdades...
~ * ~
Kristine olhava para o prato de sopa à sua frente mas não comia, Ronald comia uma perna de frango com garfo e faca o que estava a assustar as suas irmãs mais que os olhares da mãe. Priscila também estava admirada ao ponto de ter pousado o seu livro e estar a falar calmamente com Jaqueline que parecia sentir a tenção das gémeas, que começaram a falar com o seu irmão:
- Ronald...- começou Hermione.
- Rony, mano...- dizia Heather.
- Tu sentes-te bem?!?!- perguntaram em coro.
Ronald levantou a cabeça do prato e comentou:
- Isto está uma seca...- em seguida voltou-se para Kristine- Ei Kristine!? Quando é que o Chris volta!?!?
Kristine pareceu desesperar do seu estado de transe e começou a fazer contas de cabeça dizendo:
- Daqui a uns... dois... três dias...
- TANTO!!!!!- disse Ronald admirado- Não pode ser!?!? Quer dizer ele já deve estar fora à mais de uma semana!?!?
- Não Ronald ainda não...- disse Kristine.
- Vão ser uns longos dois/três dias- comentou Heather.
- A quem o dizes!- confirmou Hermione.
Nessa altura a porta do refeitório abriu-se e Harry entrou com Christopher ao colo. Todos se voltaram para lá e a Enfermeira da Escola correu para examinar Christopher que tinha uma boa parte da face coberta de sangue seco.
- Leve-o para a Ala Hospitalar...
Harry assentiu e começou a andar pelo castelo seguido por Kristine e Ronald, que embora caminhando em silêncio, pois temiam ser mandados embora, tinham milhares e milhares de perguntas a fazer...
~ * ~
Patrick não tinha descido em Hogwarts, sabia que o filho estava seguro e também que imagem daria ele a Christopher se ao menor aranhão ele corresse para a escola, mas além disso ele tinha muito que pensar. Olhou pela janela e viu que as nuvens estavam dispersas era uma bonita tarde de sol depois duma manhã que prometia chuva, o ar estava limpo e cheirava a molhado, as flores luziam e as pétalas pareciam ter pérolas incrustadas.
O rádio continuava a tocar...
- iEm seguida... "Looking For Jane", o último sucesso conhecido da "Ordem da Rosa".../i
~ Where did she go?
Where did she go from here?
The last time I saw her
she made all the clouds disappear
She said, with a smile,
yea, the weather's alright
She left her coat at home that night ~
Patrick ouviu a sua própria voz encher o Autocarro e deitou-se na cama deixando a sua mente divagar. Nunca pensara em cantar depois do que acontecera mas ele tinha que deitar o que sentia cá para fora, não podia partir coisas ou berrar, podia assustar Christopher e não queria, ele queria proteger Christopher, por isso tinha saído do mundo mágico e dez dias depois tinha tido a confirmação como estava certo... Os Granger- Weasley tinham sido atacados, Ron tinha sido morto...
Esquisito... duas casas atacadas, duas pessoas mortas, ambas cantavam na mesma banda, tinham ideais muito semelhantes e acreditavam praticamente nas mesmas coisas. Para Jane, Ron era o seu irmão mais novo e para Ron, Jane era a irmã mais velha que ele nunca tivera, amara-a tanto como a Ginny...
Todos os Aurores, Harry, Hermione, alguns Weasley tinham tentado descobrir pistas, relacionar situações mas tinha sido impossível e o desaparecimento de ambos os corpos também era curioso...
Abanou a cabeça e tentou concentrar-se no presente, naquilo que descobrira hoje, Jane, Ronald... a Ordem da Rosa tinha estado sempre certa... pegou num papel e escreveu algo rapidamente, duma certa maneira como que para limpar a consciência...
"13 de Setembro
Se me podes ouvir Jane... Acredito! Agora acredito...
A Ordem da Rosa esteve sempre certa...
Amo-te Jane, vou proteger Christopher de tudo...
Amo-te,
Patrick"
~ Where do I begin today?
Where do colours never fade?
In the sunshine, in the rain
it's quite the same
It's never gonna change
I'll be looking for Jane ~
Os Muggle iam a sessões para contactar os mortos, faziam mil e uma coisas para recuperar a todo o custo as pessoas que tinham perdido... quando o faziam Patrick só tinha uma palavra a dizer "Insensíveis", alguns Muggles eram "sensíveis", tinham uma percepção especial e percebiam ou fingiam perceber o que se tinha passado e aceitavam-no...
Aceitaria ele alguma vez que Jane tinha partido para nunca mais voltar...
~ Why did she come?
Why did she come to me?
There must have been millions
in the world she'd rather see
At least in my mind
as time has gone by
it's always harder to laugh then to cry ~
Durante algum tempo tinha chorado, tinha batalhado pela sobrevivência, mas agora já conseguia rir e sorrir, graças a Christopher arriscaria dizer, graças a Harry, graças ao facto de ter voltado para casa e para junto de Jane...
Por vezes questionava-se... Com tanto entraves postos à sua frente, com tantas divergências, com tantas pessoas a fazerem possíveis e impossíveis para que eles não ficassem juntos como é que eles tinham conseguido casar-se, como era possível que Christopher estivesse ali!?!? Isso nem as enfermeiras sabiam, os médicos diziam que tinha sido sorte o facto de Jane não ter abortado naturalmente depois do choque que levara, um CRUCIATOS, mas uma enfermeira tinha percebido, ela tinha vindo ter com ele e tinha dito:
- Ela ama-o, o amor dela e o poder dela protegeram o seu filho... é por isso que ele ainda está vivo...
~ Where do I begin today?
Where the colours never fade
In the sun and in the rain
it's quite the same
It's never gonna change
I'll be looking for Jane ~
Procurava-a dentro de si, nas coisas que o rodeavam, tinha-a procurado em fotos, em casa, no meio das coisas dela...
Iria até o fim do arco-íris se soubesse que aí a encontraria, até ao fim do Mundo, falaria com Atlas, faria os doze trabalhos de Hércules, prenderia os Titãs, buscaria a namorada de algum Deus ao Submundo, convenceria Vénus a ficar com Marte se este o quisesse, ajudaria o Cupido...
Mas sabia que nada disto o ajudaria a encontrar Jane, porque naquele dia ele tinha-a encontrado, tinha-a encontrado nas suas músicas mas principalmente tinha-a encontrado no seu filho...
~ In the sun and in the rain
it's quite the same
It's never gonna change
I'll be looking for Jane ~
A "Ordem da Rosa" esteve sempre certa... sempre certa...
~ * ~
Harry pousou Christopher numa das camas da enfermaria, Kristine e Ronald aproximaram-se cada um de seu lado, Madame Promefey estava a aproximar-se com o remédio quando Kristine falou:
- Prof. Potter que se passou?!?! Quem magoou o Chris?!?!
Harry era para responder mas Ronald foi mais rápido.
- Seja quem for vai apanhar!! Vou lançar-lhe tantas maldições!!!!!!
Harry sorriu e viu Christopher começar a agitar-se no sono.
- Não quero...- começou a dizer- pai não quero... quero ficar com a mãe e com o padrinho... não! Mãe não chores... padrinho não deixes... não deixes... não quero ir...
Harry começou a tremer, Ronald abanou Christopher e tentou acordá-lo.
- Chris!! EI CHRIS! Tá na altura de acordares meu…
Mas Christopher não parecia disposto a acordar, Harry estava cada vez mais admirado, Christopher tinha nove meses, menos, não era possível, ele com dois anos raramente se recordava do que acontecera a noite em que os seus pais tinham morrido e Christopher parecia sonhar com tudo o que lhe tinha acontecido em criança, a morte da mãe, a mudança de casa, o facto de ter um Padrinho. Harry recordou a partida de Patrick...
[FLASHBACK]
Harry, Ginny e Lily eram os únicos presentes, ninguém mais tinha tido a coragem ou a disponibilidade, para tentar impedir a partida de Patrick. Christopher estava sentado no seu berço e brincava com um peluche do Winnie da Pooh, que quando era apertado dizia frases do tipo...
"Sou teu amigo...", "AH! AH! Tenho cócegas ", "Vamos brincar...", Christopher adorava-o e a melhor prova disso é que sabia exactamente onde tocar para ouvir a sua frase preferida que era "AH! AH! Tenho cócegas...", Christopher batia palmas e ria feliz da vida.
Patrick sorriu para o filho pegou na mala e pegou em Christopher ao colo que mal viu que ia ser levantado se agarrou ao seu peluche preferido.
- Pensa bem Patrick...- disse Ginny seriamente- o que estás a fazer é completamente irracional...
- Será Ginny!? Quer dizer e se eles voltarem...
- Eles foram todos...- começara Harry.
- Achas que eles eram um bando de loucos!!!!!!- disse Patrick furioso- Quem quer que veio atrás dela também pode vir atrás do Christopher e eu não posso deixar...
Patrick dirigiu-se à porta e antes de passar viu uma imagem de Jane na parede, ela chorava e dizia-lhe adeus como se soubesse que ele se ia embora para nunca mais voltar, Patrick lançou-lhe um olhar triste e continuou a andar.
Harry e Ginny, que trazia Lily ao colo, ficaram a ver Patrick a afastar-se, de súbito Christopher estendeu as mãos para Harry e começou a rabujar algo, Patrick apertou-o com mais força à medida que subia para o autocarro cavaleiro e Christopher gesticulou com mais força, deixando cair o peluche ao mesmo tempo que dizia:
- Hawy!
Harry quis fazer alguma coisa mas o autocarro partiu deixando para trás apenas o peluche que caíra das mãos de Christopher...
"Sou teu amigo..."
[FLASHBACK END]
Então era isso que Christopher tinha tentado dizer... "Não, não quero ir...". Kristine agarrou a mão de Christopher e começou a cantar baixo, tão baixo que ninguém reparou que ela estava realmente a cantar:
- May it be the shadows call
will fly away
May it be your journey on
To light the day
When the night is overcome
You may rise to find the sun…
Christopher começou a piscar os olhos e abriu-os completamente bocejando em seguida. Ronald e Kristine deram um grande abraço ao seu amigo que ficou meio atroado mas abraçou-os de volta. Harry suspirou de alívio ao ver que o seu afilhado estava bem e sentou-se numa cadeira ao pé.
Christopher começou a falar com os amigos...
- Vocês não mudaram nada...
- Pudera!- disse Kristine rindo- só estiveste fora cinco dias... o que podíamos ter mudado...
- De lugar na tabela...- disse Ronald chateado, levantando os braços em forma de desespero fingido- estamos 300pontos atrás dos Slytherines e eles não se calam com isso!!!
Christopher assentiu num gesto de cabeça e Ronald perguntou-lhe como era Finn McCool.
- Grande- respondeu Christopher sobriamente- principalmente grande... e morta... não tinha vida como Hogwarts... não tinha a vida que Hogwarts tem... aqui tudo se mexe... lá tudo é silencioso e imóvel... e como é grande podia alguém morrer num corredor e só ser descoberto 5 ou mais dias depois...
A enfermeira colocou um penso na testa de Christopher e disse:
- Pronto meu rapaz... agora está como novo...
- Posso ir?!?!- perguntou Christopher esperançoso.
A enfermeira olhou para ele séria mas ao ver a mudança positiva que Kristine e Ronald lhe tinha feito assentiu num gesto de cabeça acrescentando:
- Qualquer coisa vem para cá, sim? Ou eu responsabilizarei o Prof. Potter!
Christopher sorriu e olhou para Harry que apenas assentiu e sorrindo perguntou:
- Porquê ieu/i cara Madame!?!?
- Porque- disse a enfermeira sorrindo- foi você que o trouxe e provavelmente pôs neste estado... é mais que lógico que fique responsável...
Christopher entretanto já tinha saltado da cama e preparava-se para ir assistir à sua aula de Poções.
- Óptimo para recomeçar ãh!?!?- ironizou Ronald.
Kristine sorriu e assentiu e os três amigos partiram em direcção às masmorras.
Harry pelo seu lado partiu para pensar se devia dizer a Dumbledore ou não que não tinha sido Patrick a autorizar a saída de Christopher da escola...
~ * ~
Snape estava tão malvado quando Christopher se lembrava e Lucius quase que fez uma festa quando viu a sua presa preferida entrar nas masmorras.
- Mas olhem quem é ele... então Bleue não eras suficientemente bom para ficares na Finn McCool!?!?
Os Slytherines trocaram olhares antes de começarem a rir baixinho, Mary já se habituara e não ligava. Christopher não lhes ligou e continuou o seu trabalho calmamente ao lado de Ronald, visto que Kristine estava emparelhada, como quase sempre acontecia, com Úrsula.
A única recordação com que Christopher ficou desse dia era simples, era uma sensação e ele recordá-la-ia para o resto da sua vida...
Ele estava de novo em casa...
Fim do capítulo
N.A: Bom é sempre aqui no fim que eu posso falar mais à vontade por isso cá vai... mais informação para vocês... eu não resisti sério, foi uma tentação imaginar um Ron de 19anos, a cantar... de blusa meio aberta, claro... ^.~ Já não sei muito bem o que disse na última nota de "rodapé" mas vamos lá abrir o apetite...
1. Será que o Feiticeiro Negro de Finn McCool era o mesmo que andava a passear em Hogwarts? E se sim como é que ele entrou e saiu sem ninguém dar por nada??
2. A "Ordem da Rosa" estava certa no quê? O que é que eles afirmavam?
3. O Chris parece ter visões mais completas do que se passou do que o Harry, que apenas via uma luz verde, mas ao contrário dele não tem a mais pequena ideia sobre quem matou a sua mãe e o tentou matar! Vimos que quem quer que matou Jane o fez pelas costas, o que é uma coisa degradante, por isso Jane devia achar que estava tudo bem e que podia baixar a guarda e mal o fez BANG... ou será que não?
4. Os nossos três amigos parecem ter mais em comum do que perder o comboio... ou cantam, no caso da Kristine, ou os pais cantavam, no caso do Chris e do Ronald, onde é que tudo isto se encaixa??
5. Qual era o tipo de amor que Harry dedicava à mãe do Chris???
Por favor enviem-me as vossas respostas, em reviwe de preferência ou se preferirem para o mail, ou até para o weblogger, cujo endereço está na página da minha BIO... Principalmente tu Pris! Tu vais ser o cerebro disto... e também gostaria imenso de ouvir o que tens a dizer Danna... parece que por vezes me lês o pensamento... Creio que é tudo... o próximo capítulo é eXtra... e vamos dar um pouco mais de atenção ao Ronald e à Kristine nos capítulos futuros... tão a ficar demasiado tapados pelo Chris para meu gosto... assim como vamos dar atenção à Priscila e a Jaqueline... Bjinhos
