N.A: Como de costume... Comentários no final... AH! E quero reviwes!!! E mails! A minha vida tem estado mal parada de aborrecimento! :p

Disc. Gostava de dizer que embora a Pris, assim como outras personagens, seja uma pessoal real e bastante minha amiga a "side-story" que eu criei para ela nada tem haver com a sua vida pessoal! Ou seja é TUDO ficção! Muito Obrigada pela vossa atenção.

Para a Pris, visto que este capítulo fala muito dela... ^.^

"Se eu tivesse chave eu poderia entrar... Entrar no teu coração e finalmente tocar-te..."

(Eu nem sei porque ponho as aspas se metade destas frases são da minha autoria, mas pronto! *.*) CACL

Capítulo Dez

"A chave !?!"

Uma coisa que fazia confusão a Christopher era como é que os feitiços que dantes fazia com um só golpe, agora tinha que trabalhar. Uma ideia correu-lhe o espírito, talvez tudo fosse parte do plano de De Valera. Desde da conversa que tivera com Kristine e Ronald nunca mais tinha pensado nele, pelo menos a sério.

Ao saber da experiência que o amigo tivera com uma Caçadora de Almas a palavra de ordem de Ronald tinha sido "Afasta-te delas", mas Ronald também ficou muito feliz, se a bola brilhava e o chamava isso poderia querer dizer que o seu pai era o seu Anjo da Guarda.

Christopher precisava dum tempo para reflectir, as férias do Natal estavam a chegar, queria falar com o Pai, desde que fora para Finn McCool que não... não ele tinha visto o pai, tinha, quando saíra do Autocarro Cavaleiro para o ferryboat, não se lembrava!! O seu pai tinha uma expressão tão... como dizer, preocupada, mais do que isso, angustiada, como se temesse que algo que já se tinha passado voltasse a passar.

Ronald andava bastante animado, ele parecia gostar de casa, afinal pensou Christopher, se ele tivessem uma carrada de Tios e primos também adoraria voltar para casa! E o pior, ou seria o melhor, é que Christopher ia voltar para uma casa que não via à mais de 10anos.

Kristine estava calma, parecia disposta a fazer com que os pais engolissem a sua teoria de que era tudo para os apanhados mas infelizmente não podia fazer magia em casa. Para a fazer sentir-se melhor, Christopher tinha contado a Ronald a sua ideia, arranjarem uma prenda mágica que provasse aos pais de Kristine que não tinha sido nada programado. Ronald tinha entrado imediatamente na ideia para grande alegria de Christopher que já tinha pensado na prenda ideal.

Christopher estava a acabar os seus trabalhos de Poções, um ensaio de 50cm sobre as duas mil possíveis utilizações de casca de cedro, quando Kristine apareceu toda satisfeita. Christopher levantou a cabeça do trabalho e olhou para ela, enquanto Ronald resmungava para si próprio que só precisava dum grande palavrão para acabar o 1cm de pergaminho que lhe faltava.

Kristine sentou-se em frente aos rapazes, dizendo:

- Falei com a Priscila!!!

- E?- perguntou Christopher.

- Bem, ela perguntou-me se eu estava a pensar escrever um policial...- disse Kristine com um sorriso- ela disse que ia pensar... é que bem... eu disse-lhe que era assim tipo uma aposta...

- E o que é que apostaste!?!?- perguntou Ronald curioso.

- Uma caixa de Sapos de Chocolate!!!

- Mal empregado chocolate!- resmungou Ronald voltando ao seu trabalho.

Christopher sorriu e encolheu os ombros à medida que Kristine acrescentava:

- Ela disse que podias ficar com os cromos!!!

- Boa e velha Priscila! Uma amor de rapariga!!!- disse Ronald rapidamente.

Christopher riu e foi a vez de Kristine abanar a cabeça sorrindo.

~ * ~

Patrick Bleue estava em frente a um prédio com vários andares, não tinha conseguido falar com quem queria no dia em que tinha programado mas hoje estava decidido a apanhar a pessoa e falar com ela.

Patrick aproximou-se do prédio e tocou para o andar 10 letra D. Uma voz masculina ouviu:

- Sim??

- Gostaria de falar com Kayla Suma!!!

- Você outra vez?!?! Muito bem, qual é o seu nome?!?

- Patrick Bleue!

- (KAYLA!!!! ESTÁ AQUI UM PATRICK BLEUE!! SABES QUEM...)

- Patrick!?!?- perguntou uma voz feminina.

Patrick sorriu ao ouvir uma voz familiar e disse alegremente:

- Olá Kayla!

- OH!! Que fazes aqui!??! Espera vou abrir-te a porta!! Sobe!!!!

Alguns minutos depois a porta do elevador abria-se no 10ºandar e Patrick deixou os seus pensamentos turbulentos. Tinha acabado de sair do elevador quando um par de braços o abraçaram com tanta foça que ele quase caiu.

- Calma Kayla! Já não sou tão jovem como há 10anos atrás!!!!

Kayla afastou-se, era uma jovem mulher com vinte e poucos anos, longos cabelos castanho arruivados, os seus olhos estavam entre o azul e o verde e pareciam mudar de cor. O vestido que tinha era de andar por casa e à frente do vestido tinha um avental cheio de ursos. Kayla tronou a abraçar Patrick que desta vez respondeu ao abraço enquanto dizia:

- Há quanto tempo!?!?

- Desde que tudo se passou!!!- respondeu Patrick- desculpa não te ter dado muita atenção...

- Deixa isso!- disse Kayla sorrindo- podia ser criança mas tal como ela dizia, nunca fui parva!!!! O Christopher precisava mais de ti do que eu e – Kayla apontou para o seu apartamento- como podes ver consegui desenrascar-me sozinha!!!

- Pois bem o vejo!

- Melhor verás de dentro!!!- disse Kayla sorrindo e puxando Patrick para dentro de casa.

O hall era pequeno mas acolhedor, tinha um espelho à esquerda, ao pé da porta uma mesa de tampo de mármore com uma imitação funcional dum telefone antigo, uma carpete no chão, do lado direito um quadro que representava uma as ruínas dum castelo, em baixo do quadro um pequeno armário que tinha em cima uma taça com doces, do lado esquerdo um móvel com espelho. Patrick olhou em redor até os seus olhos cairem num jovem que não devia ser muito mais velho que Kayla. Tinha cabelos aloirados, olhos azuis e os braços cruzados, não parecia muito feliz por o ver.

Kayla foi ter com o rapaz deu-lhe o braço e disse aproximando-se com ele de Patrick:

- Patrick este é o Bruce Storm, o meu namorado... Bruce este é Patrick Bleue, o meu Padrinho e Pai adoptivo!!!!

~ * ~

Priscila estava na Biblioteca, a Bibliotecária já lhe tinha indicado a estante dos "Policiais", que em Hogwarts, eram mais "teses sobre detenções das quais ninguém são quer ou devia querer saber". Pegou no "Julgamento das Bruxas de Salem" de Autor Anónimo e juntou-o á pilha que já tinha em cima da mesa. Quando se sentou passou a mão pelo pescoço, já lhe doía. Abriu o livro e começou a ler...

Aquela ideia da Shakespeare era boa... mesmo boa... dava para fazer um livro com ela e o pior é que ela estava a um passo de descobrir o que interligava tudo, ela sentia que já tinha a resposta debaixo da língua, estava lá quase, só precisava de algo que a ajudasse a expressar-se.

Durante segundos imaginou a vida dum mudo... pobre homem... viu uma sombra à sua frente mas não olhou, devia ser Jack, ela adorava falar começaria dali a nada... talvez Jack pudesse dizer uma palavra ou outra que a ajudassem. Mas para grande espanto de Priscila não era Jack que estava à sua frente.

- Cá estás tu! Tenho andado doida à tua procura...

Priscila olhou para cima e encontrou Leda a olhar para ela. Sentiu todas as suas defesas a serem imediatamente levantadas, não confiava muito em Leda, havia algo nela que simplesmente não gostava dela!!! Como que um sexto sentido a avisá-la de algo. Leda puxou a cadeira em frente de Priscila, que aproveitou o facto para abrir um livro, "Monólogos Com Uma Porta" de Martim Mars. Leda fungou e disse:

- É por isso que ele não olha para ti...

- Desculpe...- disse Priscila olhando para Leda por cima do livro.

- Olha lindinha...- disse Leda aproximando a sua face da de Priscila- eu até posso ser atrevida, metida e um pouco coscuvilheira...

- Pouco é favor!!!- resmungou Priscila entre dentes.

- ... mas ao menos dou-me ao trabalho! Olha para ti, não sei o que é que ele vê em ti!!! Pelo menos eu dou-me ao trabalho!!!!! Agora tu! Tu passas a vida com a cabeça nesses calhamaços que não lembra nem a Ravenclaws lerem!!! O que é isto- disse pegando no livro em que Priscila tinha a cabeça- "Monólogos Com Uma Porta"!?!? Por amor a Cicere!!!! Quem é que está interessado em 300páginas de um homem a falar sozinho com uma porta?!?!

Priscila tirou o livro das mãos de Leda e disse:

- Para tua informação são 301! E ou ele fala sozinho ou com a porta! Não pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo!!! E este é um dos maiores clássicos teatrais da Cultura Mágica!!!! Se queres seguir o teu tão afamado curso de actriz vais ter de ler isto e mais uns quantos...

- Pelo menos quero fazer alguma coisa da minha vida... menina que vive dentro dos livros na esperança dum dia cair dentro deles e ter um final feliz!!

Priscila sentiu as suas mãos a comprimirem o livro. Leda sorriu ao ver que estava a irritar Priscila e continuou a falar:

- Olha lindinha o caso é o seguinte! Eu não sei o que tu sentes pelo Thomas,

nem me interessa... o que se passa é que sem espaço para dúvidas o Thomas sente algo por ti! Como é que isso é possível é que eu não sei, nem sei como é que ele te conhece, sempre que te vejo com ele ou estão a discutir que nem ciganos na praça ou então está cada um com o seu livro no mais profundo mar de silêncio...

- Perfeito! Estamos sempre em sintonia!!!- resmungou Priscila mais para si do que para Leda e em seguida acrescentou- nunca ouviste dizer que não se manda no coração?!?!

Leda fungou e disse:

- Não se manda mas é como os gostos! Não se discutem mas educam-se!!

Priscila fechou o livro com força e disse:

- Deixa-me ver se percebo! Tu queres fazer com que o Tom goste de ti!!!

- É Thomas para ti!!!- resmungou Leda.

- Tom! tOm! ToM! TOM!!!!- disse Priscila- eu chamou-lhe o que eu quiser! Até o posso chamar de Perfeito Convencido se me der na gana! Tu queres fazer com que o Tom goste de ti, é isso?? Vais educá-lo para que ele goste de ti!?!?

- Mas o que é que eu tenho vindo a fazer!!!- disse Leda fingindo-se

admirada- mas tu! Tu és um mau hábito que persiste!! Nem sei como é que ele foi feito Perfeito contigo sempre a discutir com ele! E digo mais se não fosse por ti, eu tenho a certeza de que o Thomas seria muito mais feliz do que...

Priscila já se estava a aguentar à muito tempo. Pegou nos "Monólogos..." e atirou-o brutalmente para cima da outra pilha de livros. Em seguida voltou-se para Leda e disse:

- Desaparece ou eu não me responsabilizarei se esta pilha de livros for parar em cima da tua cabeça de loira pintado!

Leda levantou-se e desapareceu. Não por moto próprio mas porque além das 301 páginas de "Monólogos...", Priscila tinha com ela ainda 500páginas de "Os Melhores Policiais Muggles de Sempre", 1000 páginas de "Uma Tese Sobre o Caso Anastasia", e mais um avolumado grupo de livros bem pesados que em cima da sua cabeça lhe provocariam um traumatismo e ela sabia que Priscila era bem capaz de lhe atirar com tudo à cara.

Priscila sentiu várias lágrimas a inundarem-lhe o rosto, apertou os punhos com força e olhou para o tecto da Biblioteca. Era esse o seu truque para não chorar, fechar as mãos com força até doer e olhar para cima. Era por causa disto que ela evitava um pouco o contacto com as pessoas, para quê esforçar-se, iam todos por acabar por magoá-la. Tal como o seu pai que a tinha deixado sozinha com a sua mãe e desaparecera para nunca mais voltar, ela amava-o tanto e mesmo assim ele tinha ido, tinha-a deixando sem sequer dizer adeus ou se explicar. Lembrou-se da face da sua mãe e não pode deixar de sorrir, amava-a muito, não saberia o que fazer se a sua mãe subitamente desaparece-se. Daria em doida, isso sim!

Um suave "miau" e algo suave a roçar-lhe a pele fê-la olhar para baixo. Alvorecer roçou-se mais uma vez nela e miou como que a dizer-lhe para não chorar. Priscila sorriu e fez uma festa em Alvorecer.

- Olá gatinho!- disse- então, como estás???

Alvorecer miou como que em resposta. Priscila fez-lhe outra festa e disse falando para Alvorecer:

- Como é que te chamas mesmo?? Anoitecer!?!?- Priscila pegou na coleira de Alvorecer e viu uma bela chapa dourada que tinha o desenho dum sol, na parte de trás tinha o nome dele e o nome de Christopher- Ah! Alvorecer!!! Desculpa Alvorecer!!!

Alvorecer tronou a miar como que a aceitar as desculpas e depois de ter colocado o seu focinho sobre uma lágrima como que a limpá-la, tronou a miar como que a perguntar quem tinha feito Priscila chorar.

- Isto?!? OH, não é nada!!! Estou bem!!! Sabes que eu adoro gatos! Tive um mas a parva da minha vizinha Muggle envenenou-o! A minha mãe está a pensar em arranjar-me outro! Mas das duas uma ou lhe colocamos um feitiço anti-venenos ou o escondemos da vizinha!!!

Alvorecer tronou a miar.

- Estou a desviar a conversa não é... Diz-me Alvorecer... porque são os humanos tão complicados!?!? Quer dizer... olha para a Leda, ou para a Jack... talvez seja melhor pegarmos na Jack! Ela é alegre e divertida, fala com tudo e todos, é uma óptima amiga, parece não ter medo de se magoar... e eu escondo-me atrás dos livros para não ser magoada mas mesmo assim sou...

Priscila abanou a cabeça e sorriu enquanto fazia uma nova festa a Alvorecer.

- Olha para mim com pena de mim própria! Ao que isto chegou por todas as

feiticeiras do mundo... Bem gatinho vamos embora!!! Vamos enfrentar o mundo lá fora, como o teu dono faz...

Alvorecer miou e saltou para cima dos livros, batendo-lhes com a cauda. Priscila sorriu:

- Mas é claro! A minha aposta!!! Tenho que ganhar aquela Caixa de Sapos

de Chocolate! E provar aquela parva da Leda que eu consigo fazer alguma coisa! Em raciocínio ninguém me ganha!!!

Priscila pegou nos livros e preparou-se para sair da biblioteca, ia a andar quando Alvorecer se colocou no meio as pernas. Priscila ia caindo mas alguém a segurou, tendo os livros à frente, Priscila agradeceu e seguiu o seu caminho. Thomas ficou a ver Priscila desaparecer da biblioteca, fechou as mãos, recordando que pela primeira e única vez em toda a sua vida tinha tido Priscila nos seus braços. Ela cheirava bem, mas as lágrimas não lhe ficavam bem, aquele ar misterioso ficava, ele gostava dele, gostava da maneira como ela conseguia ler e ouvir ao mesmo tempo, gostava da maneira como ela se entregava de corpo e alma ao que acreditava, gostava da maneira como ela amava e estimava os seus amigos, gostava até das suas discussões parvas. Priscila dizia tudo o que ninguém mais tinha coragem para dizer, Priscila contava-lhe como os outros o viam e dizia-o preto no branco, como se fosse um juiz imparcial. Alvorecer miou e Thomas olhou para ele sorrindo.

- Obrigado!- disse antes de desaparecer também ele para fora da biblioteca.

~ * ~

Bruce olhou para o Padrinho da sua namorada, ele era uma figura que impunha respeito. Lembrava aqueles cavaleiros sábios da Idade Média, ou os Reis Bons e Velhos das histórias para crianças. Kayla estava toda sorrisos, há muito tempo que Bruce não a via assim, ela parecia estar realmente feliz com a visita do Padrinho que ela sempre tinha dito amar tanto quanto a Madrinha que para ela tinha sido uma segunda mãe, uma mãe adoptiva.

Kayla perguntou contente:

- E o Christopher?!?! Como está ele?!?!

Patrick sorriu e pousou a sua chávena de chá dizendo:

- Óptimo! Foi para Hogwarts este ano!!!

- Mas isso é óptimo!!!- disse Kayla feliz, durante algum tempo temera que o seu Padrinho não deixasse Christopher ir para Hogwarts.

- Kayla eu preciso que me ajudes!- disse Patrick.

Kayla pousou a sua chávena e disse seriamente:

- Em que posso ajudar???

Patrick suspirou e disse:

- Lembras-te das histórias que a tua Madrinha te contava??

- Sim!- respondeu Kayla- conto-as de vez em quando os miúdos do Orfanato onde trabalho!! Porquê???

Patrick tronou a suspirar e disse:

- São todas verdade! Eu nunca acreditei mas agora acredito e preciso de saber para proteger o Christopher!!!!

Kayla que levara a mão à boca aberta, tirou-a e perguntou a medo:

- De quem??

- Das mesmas pessoas que mataram a tua Madrinha!- respondeu Patrick.

Um bando de pássaros levantou voo, perto da janela da sala...

~ * ~

Jaqueline encostou-se mais ao seu namorado e espreguiçou-se demoradamente.

- Ei, não sou uma cama!!!

- Mas és confortável como uma... - respondeu Jack voltando-se e abraçando-o, ele respondeu ao abraço e deu-lhe um beijo na testa.

O sol bateu no lago e este brilhou. Jack olhou para ele e desejou poder congelar aquele momento no tempo. A paisagem perfeita, a companhia perfeita, a vida perfeita. Era assim que ela ia viver quando saísse de Hogwarts, ia viajar ver lugares exóticos, conhecer novas pessoas e no final do dia voltar para casa, para ele. Se tudo durasse... o que estava a ser difícil. Os colegas de equipa apertavam cada vez mais com ele, porque era a vida por vezes tão complicada!?

~ * ~

As aulas seguiram o seu curso e Priscila parecia não ter meio de achar a resposta ao problema, ou pelo menos assim pensavam Ronald e Christopher que começavam a ficar fartos de esperar. Kristine pelo seu lado parecia compreender.

- Afinal ela tem OWL's este ano!!!

Christopher já tinha tirado da sua cabeça a ideia de pensar muito no assunto sem ter a resposta de Priscila. Normalmente andava às volta durante horas e acabava sempre por ficar com enormes dores de cabeça. Os professores não tinham ficado menos felizes que Christopher ao ver que este tinha voltado a ter os níveis de magia normais. O professor Snape estava cada vez menos detestável, a Prof. Granger exigente como sempre, o Prof. Potter cada vez mais divertido... tudo estava a acalmar como se tudo na escola sentisse que uma pausa vinha aí.

No entanto uma única palavra, um único elo de ligação, uma chave pode alterar tudo...

Kristine estava a pentear os seus cabelos, eram bastante longos e demorava sempre uns bons 10, 15 minutos a fazê-lo, se ela fizesse como a sua avó dizia, pentear cem vezes para ficar com os cabelos bem brilhantes, então aí nunca mais se despacharia. Mesmo assim ela gostava de fingir de conta que o fazia e ia contado para si as vezes que a escova passava no seu cabelo, numa maneira de se lembrar da sua avó. A sua avó era uma pessoa muito ligada ao oculto, como ela ficaria feliz se pudesse se a pudesse ver. Ela era uma verdadeira bruxa, mas por outro lado a sua avó ficaria horrorizada com outra coisa que Kristine tinha feito.

Lágrimas banharam o seu rosto à medida que se penteava. Não tinha sido por mal, não tinha sido de propósito, não tinha passado dum acidente, um acidente que roubara uma vida. Tinha sido a partir daí que a sua relação com toda a sua família tinha azedado, ela mentira a Christopher e Ronald, os seus pais não tinham ido com ela às compras, tinham-lhe dado o dinheiro e ela tinha ido sozinha. Tal como tinha ido sozinha de autocarro até à Estação para daí ir para a Plataforma 9 e ¾ .

- Vivo num mar de mentiras...- pensou para si.

A única pessoa que ainda a amava sabendo tudo era o seu irmão. William, amava-o quase como se fosse seu filho, embora ele não fosse mais uns 2, ou seriam 3, anos mais novo que ela? Daria a vida por ele se fosse caso disso. Mas na sua família ninguém queria saber, ninguém se importava mais com ela. Tinha dito a Christopher que ia para casa, mas estava a começar reconsiderar, talvez pudesse dizer que a sua família ia para fora ou algo do género.

- Mais uma mentira...- pensou.

Os seus olhos bateram numa carta que tinha chegado nesse dia de manhã. Sorriu ao ver a letra ainda um pouco irregular de William, ele queria que ela fosse a casa pelo Natal, ele praticamente tinha implorado para ela ir, dizendo que sentia montes de saudades dela.

Iria! Nem que fosse só e somente por William mas iria. Devia isso a William, de todas as vezes que ele tinha estado presente, de todas as vezes que a tinha defendido, por todo o amor que ele tinha por ela e ela por ele. Sorriu...

- Menos uma mentira!!!

Olhou para o espelho, alguém que não estivesse habituado ao reflexo podia assustar-se. Uma rapariga de pele muita branca, com olhos e cabelos imensamente negros olhava-a. O luar brilhou e tocou na sua pele fazendo-a cintilar um pouco. O vestido de noite era arroxeado, elegante, lembrava quase um vestido. O reflexo de Kristine Shakespeare podia ser tomado por um duma dama antiga.

Tinha gostado de Hogwarts, ninguém a conhecia, ela tinha começado uma página totalmente em branco e o primeiro nome escrito nessa página tinha sido o de Christopher. Ele tinha-a salvo daquele monstro loiro, ao princípio amaldiçoara-o mas agora ao ver-se sorrir e rir com Christopher e Ronald não podia deixar de agradecer a Deus. Ronald e Christopher eram os melhores amigos que ela podia ter desejado ter, claro que Úrsula e Pilar, tal como Cory e Ned, também eram seus amigos, mas era diferente. Ela sentia que partilhava algo com Ronald e Christopher que mais ninguém no seu ano tinha, partilhava uma família "desfeita". Uma família à qual num segundo tinham roubado tudo.

A Christopher a mãe, a Ronald o pai… e a ela... pai, mãe, tios, tias... tudo, até a sua avó, mas essa tinha morrido naturalmente, a única família que lhe restava era William. Sim o pequeno, chato, fofo e amoroso Will era tudo o que ela tinha.

Kristine abanou a cabeça, o luar bateu nos seus cabelos e fê-los brilhar, em seguida fez duas traças, tinha que dormir com traças ou de manhã o seu cabelo estaria impossível de pentear, bastara uma vez e gastar um frasco inteiro de amaceador para apreender isso, assim que acabou as traças foi-se deitar. Pensando para si que no dia seguinte de manhã, apanharia o comboio directo para casa... tinha de... comprar as... prendas...de .na....

~ * ~

Sentiu alguém a abaná-lo, abriu os olhos lentamente e viu as estrelas, parecia-lhe até poder ver a lua a um canto. Mas?? Teria adormecido no exterior?? Talvez fosse... Não podia ser, ele lembrava-se de se ter deitado, conseguia sentir os lençóis debaixo de si e Alvorecer deitado à sua direita. Mas então quem...

- Kristine???- perguntou Christopher.

- Óptimo, já acordaste!!- disse Kristine- A Pris já descobriu tudo...

Ronald, na cama ao lado, levantou-se rapidamente e voltou-se para os amigos dizendo:

- A Pris... já???

Kristine disse que sim num gesto de cabeça. Christopher levantou-se e fez sinal aos companheiros para o seguirem. Ronald saltou para fora da cama, assim como Alvorecer, que se espreguiçou e preparou-se para seguir o seu dono dormitório abaixo.

Chegando à sala comum, Ronald acendeu a lareira e juntou-se a Christopher e Kristine que já tinham ocupado os seus lugares no sofá. Estavam impacientes mas mesmo assim nenhum deles falava, Alvorecer saltou para o colo de Kristine e aninhou-se lá, ronronando de cada vez que Kristine lhe fazia uma festa ou lhe coçava a parte de trás das orelhas. Por fim Kristine começou a falar:

- A Pris descobriu a chave...

- E então???- perguntou Ronald curioso.

Kristine suspirou e disse:

- Foi mais ou menos assim o que ela me disse... Primeiro os três casos estão relacionados, as duas mortes e a ida e regresso do hospital, se não foram feitos pela mesma pessoa, pelo menos foram feitos por alguém que continua o que a primeira pessoa fez... Em todos os casos a pessoa que cometeu o ataque queria algo, da primeira vez não conseguiu, da segunda também não... à terceira ela teve a certeza que essa era pessoa que tinha o que ela queria e fez um teste... o teste foi positivo, essas pessoas tem o que ela queria mas... ela ainda não o foi buscar, talvez porque saiba já lá não estar, só para provar a sua existência seria estúpido....

- Sim mas isso não tem muita lógica!- comentou Ronald- há 11anos entre os casos...

- Nos policiais o tempo pode não querer dizer nada...- disse Christopher- lembro-me que uma vez um colega meu Muggle leu um policial que se chamava "Poirot Desvenda o Passado", nesse livro o detective desvendou o caso vinte anos após o caso ter-se passado, vinte anos depois ele descobriu o que mais ninguém tinha descoberto... por isso o tempo é irrelevante, e nós sabemos que pessoas amigas de quem mataram os nossos pais estão interessadas no que os Flamel tinham...

- É aqui que o caso fica bicudo!- disse Kristine- a Priscila interessou-se pelos Flamel e foi ver o que eles tinham...

Fez-se silêncio na sala, apenas o estalar do lume preenchia o vazio.

- Nicholas Flamel... o único descobridor conhecido da Pedra Filosofal...

Fim do Capítulo

N.A: É impressão minha ou hoje temos muito para falar... Para quem não lê esta parte e se quer despachar agradeço a leitura e peço o favor de deixar uma reviwe os restantes podem continuar a ler! ^.~

Bom... Vamos por os pontos nos I's!

- Afinal o Chris não vai ter Madrinha nenhuma... Quem sabe até uma "irmã", visto que a Kayla afirma que o Patrick é como que o Pai adoptivo dela... :p

- E a Pris... Parece que afinal não é assim uma pessoa tão fora do normal quanto isso... Na realidade começo a pensar que não passa de mais uma jovem com os seus problemas, desejos, sonhos e segredos... AH! Claro e uma grande amizade pelo Alvorecer! AH! Aquele gato é um amor, não é?

- A Jack tem um pequeno problema em relação ao namorado... Hummm o que será?

- Isto do Ronald e dos cromos... Lembra tanto o pai dele... Na realidade eu acho que eles são bastante parecidos... Só tem uma diferença, ou antes só vão ter uma grande diferença... É esperarem para verem...

- A Kristine... A pequena, apagada e inocente Kristine... Parece que afinal não é assim tão inocente... O que se passará? O que terá ela feito de assim tão horrível?? Seja o que for fez com que toda a família dela se "voltasse" contra ela... *.*

- O Christopher continua o mesmo de sempre... Tem as suas teorias... As suas ideias... Vai voltar para a casa onde viveu quando era em pequeno com os pais... Deve estar exitado! Eu estaria! ^.^

- Será que há lógica entre os casos? Será que vamos ter outro "Poirot desvenda o passado"? Ou será que eles não vão descobrir nada??

AH! Mais uma coisa... O próximo capítulo... que é um eXtra e portanto já está on-line... Passa-se antes deste!! Quis pôs-lo antes mas acabei por desistir... Nele embora o Chris vá à sua verdadeira casa... Ou seja aquela em que viveu com os pais é o Harry que lança o pó de Fló por isso ele não ouve o nome da casa... Bjs CACL!