N.A: Eu sei, eu sei! Batam-me que eu mereço! :p Mas tive testes e uma média para subir, convém dizer que me matei a estudar e apenas subi um ponto!!! :s Bom aqui fica mais um cap e o próximo já está a betar tanto que é esperar! ;) Outra coisa, a tradução foi feita muito à pressão, e o pior é que eu amo música que às vezes nem em ingl~es tem lógica e traduzi-las é horrível, espero que me perdoem! :p

Disc. "Paint This Sky With Stars" é cantado pela Enya; "Don't Fall In Love With Me Baby" é cantado pelos Bee Gees mas eu fui sacaninha e mudei a letra, muito mesmo! :p Tanto k é meio meu, meio deles! ;)

Para todos os fãs da Madeleine.

"The feeling is gone/ It means nothing to me/ This means nothing to me"

(O sentimento desapareceu/ Não siginifica nada para mim/ Isto nada significa para mim)

Música: Vienna

Capítulo XIV

"O amor é uma fraqueza"

Casa dos Bleues, antes de Christopher sair irritado.

Christopher estava sentado ao pé do seu pai que lhe contava como a sua mãe costumava fazer nevar em cima dele e por isso tinha ganho a alcunha de Floco de Neve. Era um nome bonito, Floco de Neve... Ele já o tinha ouvido... Onde? Talvez fosse só impressão...

Olhou em redor. A sala estava cheia, mas ainda não tinha visto os Malfoy, isto é, Lucius. Intrigado Christopher perguntou ao pai:

- São tudo pessoas da nossa família??

Patrick riu e comentou:

- Chris... A tua avó é assim... Como direi... Anobrezada digo-te uma coisa... Cinco por cento, se tanto, das pessoas que aqui estão são família... O resto é tudo convidados...

- UHOU!- disse Christopher olhando em redor abismado.

Jolly apareceu com uma travessa com sandes e salgados dizendo:

- Comam Meninos! Comam... O resto da comida ser para adultos... Menino Christopher não poder comer e Menino Patrick tem de ter cuidado com o Colesterol...

Christopher voltou-se admirado para o pai e perguntou:

- Tu tens colesterol??

Patrick encolheu os ombros e comentou despreocupadamente enquanto tirava uma mini camurça da travessa :

- A tua avó acha que sim...

Christopher riu baixinho e comentou enquanto trincava um croquete:

- E o que ela acha trona-se uma realidade...

- Na cabeça dela... Sim!- disse Patrick pegando num copo de vinho branco que Jolly lhe estendia – Obrigado Jolly!

Christopher olhou em redor curioso. Adultos, pessoas com já uma certa idade em alguns casos, passeavam ou dançavam calmamente no grande salão ao som duma valsa. Christopher tirou um rissol e perguntou:

- Então... Isto é o que se chama...

- Superficialidade?- questionou Patrick entre dois goles- Sim! É isto mesmo... Ninguém é o que aparenta... Tentam parecer os melhores aos olhos uns dos outros...

Christopher assentiu e depois pondo um sorriso maldoso perguntou:

- Então... A filha da Senhora Bezoar... Como está?

Patrick rolou os olhos e disse:

- Exactamente como todas as outras da classe dela... Estou tão farto delas... São todas maquilhagem! Nem um ponto de determinação, de coragem, de afirmação... Desatam a chorar ao primeiro toque... Sei que a tua avó pode ser uma peste por vezes mas, raios!!!Ao menos tem personalidade!

Christopher assentiu. Realmente era um ponto a favor da sua avó. Não era uma bonequinha de cera ou uma marioneta, era ela própria e nem mil anos de vida iriam mudar isso. O que era um pensamento pouco agradável. Olhando para o relógio Christopher viu que eram nove e meia.

- Pai? A que horas é o jantar?

- Jantar?- questionou Patrick- Normalmente lá para as dez e meia, onze horas...

A barriga de Christopher protestou e este comentou:

- E vou ter de viver de entradas até lá...

Patrick sorriu e disse:

- Bom... E que tal ires dar as tuas prendas? Se não me engano os Potter e os Weasley começam a jantar por volta das dez horas... E com sorte a Kristine está a jantar ou nos doces... Aproveita...

Christopher assentiu mas a seguir perguntou preocupado:

- E tu?

- OH! Eu fico bem...- comentou Patrick- Não é o primeiro Natal que passo com a tua avó e o Jolly faz-me companhia...- Jolly aproximou-se de Patrick ao ouvir o seu nome- Não fazes Jolly? Ficas aqui a falar comigo!!!

- Mas é claro Menino!- disse Jolly sorrindo- Jolly ficar e contar ao Menino como a casa anda...

Patrick sorriu e comentou:

- E depois dizem que as mulheres estão sempre na coscuvilhice... Vai lá filho... Tem uns bons mini Natais...

Christopher sorriu e assentiu. Partiu calmamente pelos corredores até ao antigo quarto do seu pai no primeiro andar. Patrick tinha-lhe explicado o caminho e como o Pó de Fló funcionava. Sabia que a avó correria atrás deles se visse Patrick desaparecer, assim se Christopher fosse sozinho talvez não fosse apanhado. Abriu a quinta porta a contar das escadas e observou o quarto do seu pai. Era enorme! Era tão grande que tinha uma lareira, um piano e uma mini biblioteca. Na realidade aquilo parecia mais uma biblioteca do que um quarto. Christopher olhou em redor e não viu nenhuma cama... Talvez se tivesse enganado no quarto...

- Posso saber o que estás aqui a fazer rapaz...

Christopher deu um salto e voltou-se para encarar a sua avó que saía das sombras como se fosse uma.

- ER.... Avó... Eu ia usar a lareira para... Para ir dar as prendas de Natal a uns amigos meus...

Madeleine piscou os olhos e abriu um sorriso perguntando:

- Vais-te embora?

- Sim... Por uma meia hora... Uma hora no máximo...- respondeu Christopher gaguejando um pouco.

- Muito bem...- disse Madeleine tronando a ficar séria- Podes usar esta lareira... Tens Pó de Fló no lado esquerdo... Sabes mexer com Pó de Fló ou queres que te explique rapaz?

Christopher sentiu-se corar e respondeu:

- Sei mexer Avó... Obrigado!

Madeleine assentiu e desapareceu nas sombras em direcção ao salão. Christopher estava a dirigir-se para a lareira quando jurou que a Avó começara a cantar "Alegrem-se todos os povos...". Ela estava mesmo feliz por se ver livre dele...

Christopher entrou para a lareira. Concentrou-se e disse:

- SHAKESPEAR'S! OESTE DE LONDRES!

~ * ~

Kristine descansava calmamente no sofá. Isto é, deixava-se afundar. Não gostava de festas muito grandes. Nunca tinha gostado! E aniversários? Chegava a odiar! Não podia com festas... Bom, com algumas... Havia aniversários nos quais até se divertia...

Mike, um dos seus primos, com os quais Kristine tinha uma relação um pouco azeda. Visto, fosse lá ela saber porquê, as suas tias não gostarem muito dela e terem cultivado a competição entre eles. Traduzindo por miúdos... Se Kristine tinha um 99,8% num teste elas não descansariam até um dos filhos delas ter pelo menos um 99,9%. Kristine nunca se importara com isso... Seja como for... Mike aproximava-se do sofá onde Kristine estava enterrada e esta começara a pensar numa das maldições que dali a seis anos lhe poderia lançar se ele a chateasse. Um sorriso formou-se na sua cara ao lembrar-se do Petrificus Totalis. Mike sorriu:

- Estás muito bem disposta...

- OH!- disse Kristine- Nada de mais... Apenas deixava a minha mente voar... Até feitiços e coisas assim...

Mike piscou os olhos e perguntou admirado:

- Então é mesmo verdade essa conversa toda de seres uma bruxa e poderes fazer magia??

- OH, sim!- disse Kristine maldosamente- Bastante verdade... E antes que

perguntes... Sim! Voamos em vassouras e temos caldeirões assim como chapéus em bico e longas capas negras... Mais alguma coisa?

- Verrugas?- perguntou Mike sentando-se ao pé dela.

- Depende da idade e do tipo de pele...- respondeu Kristine azedamente.

Mike sorriu e comentou:

- Não acredito... Mas O.k. ...

- E eu com isso...- pensou Kristine.

Uma música natalícia começou e Kristine afundou-se ainda mais no sofá antes de Mike ter aberto a boca para a convidar. Mike suspirou e comentou:

- Vá lá Kristy... Não podes ser assim... Que mal é que eu te fiz??

Kristine encolheu os ombros e em seguida acrescentou:

- Não me apetece dançar e não me chames Kristy! Sabes que não gosto que me chames Kristy...

- E ainda estou para saber porquê!- disse Mike começando a ficar chateado- Contas ficar aí o Natal todo... Enfiada nesse sofá e a pensar no Mundo Mágico que inventaste??

Kristine rangeu os dentes e comentou:

- Sim! Conto ficar aqui o Natal todo e mais uma coisa eu não inventei o Mundo Mágico ele existe e...

- KRISTY! KRISTY!- disse William aparecendo do nada.

- Sim Will?- perguntou Kristine numa voz doce.

- O fogo da lareira tá louco!!!

Kristine levantou-se, o seu irmão puxava-a em direcção à sala. Quando lá chegaram Kristine realmente viu que o fogo parecia querer devorar a sala sem no entanto queimar nada.

- O que raio...- disse Mike ao lado de Kristine.

De súbito ouviu-se um puff e um berro de dor.

- Está quente!- disse uma voz familiar de Kristine.

Kristine sorriu e abrindo os braços correu a abraçar Christopher.

- CHRIS!

Christopher abraçou-a de volta e a seguir perguntou indignado:

- Mas quem é que se lembra de acender a lareira no Natal? É de loucos!!!

Kristine riu. Mike piscou os olhos... Aquele rapaz tinha... Tinha... Tinha acabado de fazer Kristine rir! E saído do fogo... Mas isso era um facto secundário! Sem ser William ninguém conseguia arrancar um riso a Kristine. Um sorriso, sim, maior parte das vezes forçado... Mas era comum, agora um riso... Um riso daqueles??? Nunca na vida.

Kristine ajudou Christopher a sacudir a fuligem. Manchando um pouco o vestido roxo escuro que tinha vestido. Christopher mexeu num dos bolsos da capa negra e comentou:

- Se a tua prenda estiver estragada culpa a pessoa que deixou a lareira acesa!!!

- FUI EU!- disse William aproximando-se de Christopher.

Christopher sorriu e perguntou:

- E Vossa Excelência é?

- William Shakespeare!- disse William- Irmão de Kristine Shakespeare!

- OH!- disse Christopher- Então tu é que és o grande William do qual a Kristine está sempre a falar!! Eu sou o Christopher! Prazer em conhecer-te William!!- Christopher estendeu a mão a William.

- Prazer!- disse William apertando a mão a Christopher.

Um tossir fez Christopher voltar-se. Um rapaz alto, que devia ter uns treze anos. Cabelos castanhos e olhos castanhos esverdeados, vestido num smoking olhava para eles.

- Christopher Bleue!- disse Christopher estendendo-o a mão- Prazer!

- Mike Shakespeare Waterloo! Pazer!

William olhou para os dois rapazes. Sentia-se uma tenção da parte de Mike tal como se sentia uma calma da de Christopher que Kristine segurava alegremente pelo braço como uma menina segura o seu peluche favorito. Puxando a manga de Christopher, William disse:

- 'Tavas a dizer da prenda...

Christopher piscou os olhos e disse tronando a remexer no casaco:

- AH! Sim... Aqui está...

Kristine ficou frente a frente com uma caixa negra talhada com luas e estrelas e um fecho de prata. Colocando a mão sob a boca murmurou:

- Meu Deus está toda queimada!!!

Christopher sorriu e disse:

- OH não! Ela é mesmo preta...

Kristine sorriu e assentiu. Pegou na caixa com todo o cuidado, ignorando por completo que os seus pais, assim como os seus tios e primos observavam a cena bastante curiosos. Rodou a caixão passando as mãos pelos detalhes. Ia para dizer que era um belo guarda jóias quando ao abri-la uma luz brilhou como um flash. Kristine fechou os olhos e quando os tronou a abrir uma Kristine muito pequenina patinava num lago gelado em frente a um castelo coberto de neve. A pequena Kristine abriu a boca e começou a cantar suavemente:

- One look at love and you may see... It weaves a web over mystery…

Kristine sorriu para Christopher que comentou muito satisfeito consigo mesmo:

- Achei que era a tua cara! Espero que tenhas gostado...

Kristine sorriu e disse, gaguejando um pouco no ínicio:

- Para... Para mim... Foi sem dúvida o melhor dos presentes... Linda...

Kristine olhou atentamente para Christopher e reparou que algo se passava com ele. Fechou a caixa lentamente e perguntou:

- Chris? O que é que te está a incomodar??

Christopher pareceu despertar dum transe e disse rapidamente:

- Nada.. Nada...

- Christopher Bleue!- disse Kristine seriamente- Não me venhas com "Nada"!

Passa-se alguma coisa sim!

Christopher colou a mão na parte de trás do pescoço e suspirou. Kristine colocou a mão no ombro dele e perguntou:

- Tem algo a ver com a tua avó?

Christopher grunhiu antes de comentar:

- É assim tão óbvio???

- Queres falar sobre isso?- perguntou Kristine passando a caixa para as mãos de

William, que a segurou com todo o cuidado.

Christopher olhou para os olhos de Kristine e perguntou em voz baixa:

- Queres ouvir?

~ * ~

- OH o ar ficou mais leve...- disse Madeleine aproximando-se de Patrick.

Patrick semicerrou os olhos e comentou num tom seco:

- Porque o meu filho já não está cá?

- Sabes bem que ele não é teu filho!!!- disse Madeleine.

Patrick pousou o copo que tinha na mão, levantou-se, cruzou os braços e disse:

- Mãe, creio que já discutimos isto! O Christopher É meu filho! A Jane nunca faria isso...

- Como sabes?- perguntou Madeleine calmamente sempre com um tom de ironia- E o melhor, antes, o pior é que a tua querida e amada esposa não está cá para dizer de sua justiça!!

- Mas estou cá eu para falar por ela!- disse Patrick seriamente.

- Ah sim?- perguntou Madeleine- E diz-me filho adorado se esse rapaz é realmente teu filho porque é que ele não se parece nada contigo?

- Provavelmente porque, graças aos céus, não teve a educação que eu tive...- murmurou Patrick mas mesmo assim Madeleine ouviu-o.

Madeleine fungou e disse com um ar sabedor:

- Abre os olhos Patrick! Aquele rapaz não tem nada igual a ti! Nada! Tu olhas para ele e quem é que vês!??? O Potter! Ele é igualzinho ao Potter!! Maneira de ser, de pensar, até como se veste!!! Abre os olhos filho... Ele é filho do Potter e não teu...

~ * ~

Toda a família de Kristine tinha parado a festa e olhava lá para fora. No pátio da casa Kristine conversava calmamente com Christopher que estava deitado sob a relva e olhava para o céu. Kristine estava sentada ao lado dele com os joelhos no chão fazendo o com que seu vestido fizesse uma roda.

Mike apareceu ao lado de Rosalind, mãe de Kristine, com um brinquedo dos seus irmãos. Um amplificador de som! Rosalind pegou no amplificador e disse indignada:

- Mike! Francamente!!!

Mike corou um pouco ,mas para seu espanto, Rosalind tirou o aparelho das mãos deles e colocou os headphones nos seus ouvidos comentando:

- Eu sou a mãe! Eu é que tenho de saber o que se passa!!!

Rosalind apanhou-os rapidamente com o amplificador e começou a ouvir a conversa...

- E foi isso!- completou Christopher.

- E tu acreditas?- perguntou Kristine.

- Não...- disse Christopher rapidamente para a seguir acrescentar demoradamente- Talvez... Não sei...

Kristine suspirou e disse:

- Ela é a tua mãe Chris! Se tu não souberes quem saberá?

Christopher fechou os olhos e concentrou-se. Visualizou a sua mãe. O seu rosto calmo e alegre, os seus olhos verde brilhante, o seu sorriso, os seus cabelos castanhos, a sua pele branca, conseguia até ouvir a sua voz a chamar por ele... De súbito ouviu a sua própria voz... "Eu sei que ela era especial! Só pessoas especiais tem vozes assim!!!"

Sorriu. Como é que tanta certeza podia ter desaparecido num ápice? Kristine sorriu e comentou:

- Vês? Não deixes que te deitem abaixo... Tu és Christopher Bleue, filho de Jane e Patrick Bleue... Aluno da Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts, pela casa de Gryffindor, primeiro ano, colega e melhor amigo de Ronald Granger- Weasley...

- E Kristine Shakespeare!- juntou Christopher .

Kristine sorriu e assentiu. Christopher que continuava deitado pediu:

- Kristy?

- Sim??- perguntou Kristine.

- Mas que lata!- disse Mike- Eu não lhe posso chamar Kristy e aquele...

Rosalind enfiou um croquete na boca de Mike e continuou a ouvir a conversa.

- Sabes... Sabes alguma música que tenha o verso: "Night has brought to those who sleep, only dreams they cannot keep"?

Kristine franziu o sobreolho e pensou durante um bocado. Por fim colocou um sorriso e começou a cantar:

- Suddenly before my eyes

Hues of indigo arise

With them how my spirit sighs

Paint the sky with stars

Only night will ever know

Why the heavens never show

All the dreams there are to know

Paint the sky with stars

(Subitamente em frente aos meus olhos

´Formas em indigo nascem

Com elas o meu espírito suspira

Pinta este céu com estrelas

Só a noite saberá

Porque os cés nunca mostram

Todos os sonhos que há por saber

Pinta este céu com estrelas)

Who has paced the midnight sky?

So a spirit has to fly

As the heavens seem so far

Now who will paint the midnight star?

Night has brought to those who sleep

Only dreams they cannot keep

I have legends in the deep

Paint the sky with stars

Who has paced the midnight sky?

So a spirit has to fly

As the heavens seem so far

Now who will paint the midnight star?

(Quem as colocou no céu da meia-noite?

Para que um espírito tenha que voar

Pois os céus parecem tão longe

Agora quem pintará a estrela da meia-noite?

A noite trouxe para os que dormiam

Apenas sonhos que não podem realizar

Tenho lendas profundamente guardadas

Pinta este céu com estrelas

Para que um espírito tenha que voar

Pois os céus parecem tão longe

Agora quem pintará a estrela da meia-noite?)

Place a name upon the night

One to set your heart alight

And to make the darkness bright

Paint the sky with stars.

(Dá um nome à noite

Um que eleve o teu coração

E que faça a escuridão brilhar

Pinta este céu com estrelas)

Christopher sorriu à medida que Kristine cantava. De súbito começou a senti-lo. O leve balouçar duma cadeira de baloiço, um abraço quente, uma voz diferente cantava, um cheiro... Um cheiro vago a uma flor que lhe era familiar... O ronronar distante dum gato... E a voz da sua mãe, a voz da sua mãe a encher a sua alma com paz e serenidade à medida que cantava...

Abriu os olhos e viu-a, viu a sua mãe... Os seus cabelos soltos pelo rosto, os seus olhos verdes... Sentiu o seu toque levemente na sua face... A sua voz a chamá-lo...

- Christopher... Christopher Robin...

Mas depois já não era a sua mãe. Era Kristine. Abriu os olhos e sentiu Kristine a abaná-lo levemente. Sorriu para ela e sentou-se na relva murmurando um breve:

- Desculpa adormeci...

Kristine assentiu e perguntou curiosa:

- Porque querias saber esta letra?

Christopher sorriu e respondeu olhando para as estrelas:

- Era a música que a minha mãe me cantava para eu adormecer... Mas ela cantava duma maneira diferente... Eu creio que ela acrescentava... Que ela dizia: "And for my baby whose future is life, And is afraid of the loneliness of the dark... Paint this sky with stars… With moon and stars…" (E para o meu bebé cujo futuro é a vida, E tem medo da solidão da escuridão, Pinta este céu com estrelas... Com luas e estrelas...)

Kristine sorriu e comentou:

- Isso é muito bonito...

Christopher assentiu. Olhou para o céu... Estava limpo e era dia de lua cheia. O pátio estava tão iluminado que parecia de dia. Subitamente Christopher disse levantando-se:

- Mas que estou eu a fazer? A privar-te do teu Natal!!!- estendeu a mão a Kristine e ajudou-a a levantar-se - Meu Deus! Tenho que voltar...

Kristine assentiu e em seguida perguntou:

- Mas não comes nada?

A barriga de Christopher deu duas voltas e Kristine conseguiu ouvi-la queixar-se. Sorriu e tentou conter o riso mas não conseguiu. Christopher olhou para ela a rir com um ar maldoso e disse:

- Ri, ri! Quando fores tu com fome quero ver!

Ainda rindo, Kristine encaminhou-se com Christopher de volta à casa. Quando lá chegou a sua família tinha prontamente voltado ao que estavam a fazer antes de Christopher aparecer. Rosalind foi ter com os jovens estendendo uma bandeja com sandes. Christopher agarrou uma muito satisfeito mas Kristine recusou dizendo que estava cheia.

Mike estava chateado. Ele era o primo mais velho! Quem era aquele Bleue para chegar ali e lhe tirar o lugar??? Todas as atenções se tinham voltado para ele só porque ele saltara do lume em vez de bater à porta... Exibicionista!

William pelo seu lado gostara muito de Christopher. E via nele a sua oportunidade de brincar com um "miúdo grande". Kristine estava muito contente por ter uma cara que se tronara de todos os dias por perto. Além de que Christopher era um dos seus melhores amigos. De súbito Kristine bateu com a mão na testa [N.A: Não, ela não se esqueceu de jogar no Totoloto! :p]. Agarrando o braço de Christopher disse:

- Espera aqui! Então a tua prenda...

Christopher assentiu e engoliu duma vez a sandes que estava a mastigar. William puxou-lhe pela camisa e perguntou:

- Tu és mágico?

Christopher sorriu e disse:

- Sou...

Um "AH!" silencioso saiu da boca de William que tronou a perguntar rapidamente:

- Da mesma escola da Kris?

- Da mesma turma até!- disse Christopher sorrindo- Porquê?

- E andas a tomar conta dela, não andas?- perguntou William muito sério- É que agora eu não posso!

Christopher olhou seriamente para William e disse-lhe:

- Não te preocupes... Só temos de ter medo dos Professores e dos Slytherines!

E a tua irmã é muito certinha para irritar um professor e os Sltherine são demasiado estúpidos, na maior parte dos casos, para se temerem!

William pareceu satisfeito com a resposta visto não ter voltado a perguntar nada, mas mesmo que quisesse não iria poder porque Kristine apareceu nesse momento com a prenda de Christopher.

Estendeu-lhe uma pequena caixa de veludo e Christopher arregalou os olhos dizendo:

- Nunca pensei Kristy! Não era suposto namorarmos primeiro antes de me

pedires em casamento?

Mike cuspiu o champanhe que estava a beber. William piscou os olhos incrédulo. Rosalind abriu a boca sem no entanto dizer nada. Toda a festa parou, pela segunda, e olhou para eles, uma segunda vez, admirados. E de súbito Kristine e Christopher desataram a rir. Riram tanto que ficaram com lágrimas nos olhos. Quando pararam para recuperar o ar, Kristine passou as mãos pelos olhos e Christopher teve de limpar os óculos.

A festa inteira suspirou de alívio e continuou. Rosalind murmurou para Mike:

- Achas que ele é sempre assim?

Mike encolheu os ombros. Christopher abriu a caixa. Tinha uma corrente em ouro bastante fina com três pendentes. Três vassouras dobradas de modo a fazer um R, uma arpa com um K na frente e um gato empoleirado num C. Christopher sorriu e Kristine comentou:

- Não sabia bem o que te arranjar... E depois lembrei-me disto...- e acrescentou

com um sorriso- E assim podes sempre lembrar-te que eu e o Ronald gostamos de ti pelo que tu és, não de onde vens!

Christopher sorriu e assentiu. Ele não era um rapaz de usar colares, mas aquela prenda tinha-o tocado. Colocou o colar ao pescoço e disse:

- A partir de hoje será o meu amuleto!

Kristine sorriu. O relógio da sala bateu as dez horas e Christopher comentou:

- Bom... Tenho de ir andando...

Mike intrometeu-se e comentou:

- Calminha Cinderella! Não te podes ir já embora... Não sem pelo menos antes dançares com a dona da casa...

Christopher piscou os olhos e Kristine abanando levemente a cabeça comentou:

- É uma tradição nossa...

Christopher assentiu, deu o braço a Kristine encaminhou-se com ela para o meio da pista comentando:

- Aviso desde já Vossa Senhoria que eu não sei dançar!

Kristine assentiu e chegando ao meio da pista voltou-se para Christopher. Mike aproximou-se do rádio tentando por um CD duma música bem mexida mas falhou redondamente. Rosalind aproximou-se e disse:

- Carrega no botão radom! Vamos deixar o destino decidir...

Mike assentiu, resmungou algo para si e carregou no botão. O rádio "pensou" durante um pouco e por fim pegou, e uma música calma começou a tocar:

Don't fall in love with me baby

it's a love that just won't last.

You know love was made for a dreamer

Dream as you whish but

Don't throw away your precious love

'cause if you need to be free you can take it

Not a prison of love that you make it …

(Não te apaixones por mim baby

É um amor que não vai durar

Sabes bem que o amor foi criado por um sonhador

Sonha o que quiseres mas

Não deites fora o teu precioso amor

Pois se precisares de ser livre podes levá-lo

E não ficarás presa na prisão de amor que crias-te)

Rosalind sorriu. Mike resmungou para si. Christopher e Kristine continuaram a dançar na pista. Christopher não mentira quando dissera que não sabia dançar. Nunca tinha dançado na vida, seguida devagar os passos de Kristine. E assim conseguia criar a ilusão de que sabia dançar...

"Don't fall in love with me baby

It's a love that just won't last

You know hearts are made to be broken

and your love has broken mine

Keep it's pieces inside



Don't throw away your precious love

'cause if you need to be free you can take it

Not a prison of love that you make it …"

(Não te apaixones por mim baby

É um amor que não vai durar

Sabes que os corações foram feitos para ser partidos

E o teu amor partiu o meu

Guarda as suas peças

Não deites fora o teu precioso amor

Pois se precisares de ser livre podes levá-lo

E não ficarás presa na prisão de amor que crias-te)

O fogo brilhou mais forte e Kristine reparou que Christopher tinha Pó de Fló na mão. Este piscou-lhe o olho e fazendo-a rodar saltou para o fogo murmurando o nome da casa da sua avó. O fumo colorido envadiu a sala à medida que os últimos acordes da música soavam:

Don't fall in love with me baby

It's a love that just won't last

Your eyes are lookin' out at the future

but you see the past

You know love was made for a dreamer

and your love has dreamed mine

You're gonna be a dreamer

And the dream is out of sight ...

(Não te apaixones por mim baby

É um amor que não vai durar

Os teus olhos olham para o futuro

Mas vêem o passado

Sabes que o amor foi criado por um sonhador

E o teu amor sonhou o meu

Serás uma sonhador

E o sonho estará fora do teu alcance)

Kristine sorriu e murmurou para si:

- Eu também não sei dançar...

~ * ~

Christopher reapareceu na chaminé do grande quarto que afinal era uma biblioteca. Tossiu, parecia que a sua boca estava cheia duma mistura de Pó de Fló, fumo e de cinzas da lareira. Um sabor horrível. Sacudiu a capa negra que estava branca de fuligem e passando as mãos pelos cabelos, também cheios de fuligem, comentou:

- Decididamente não é o meio preferido de viajar!

Duas vozes chamaram a atenção de Christopher. Não só por parecerem estar bastante perto da biblioteca mas também porque estavam a aumentar de volume...

- DEVOLVE-ME ISSO!!!

- Vem cá buscá-lo se o queres!!!

- LUCIUS!!!!

Christopher abriu a porta e olhou para o corredor. Lucius e uma rapariga que ele nunca tinha visto discutiam. Lucius tinham um papel na mão, bastante velho na verdade, amarelado e bastante maltratado. A rapariga que transpirava por estar a saltar para tentar agarrar o papel, era loira de cabelos compridos. Tinha um vestido verde escuro simples e uma mala verde caída no chão ali perto dava o ar de ter sido abandonada para que a sua dona resgatasse o papel.

Christopher aproximou-se por trás de Lucius e tirou-lhe o papel das mãos. Embora devesse ser da mesma altura de Lucius a rapariga devia ser um pouco mais baixa e o facto de estar com saltos altos não a ajudava a saltar. Lucius voltou-se admirado e antes que pudesse falar Christopher comentou:

- Porque é que sempre que te vejo estás a maltratar uma mulher, Malfoy? Podias ao menos por uma vez meter-te com um homem!!!

- Contigo, aposto?- disse Lucius rapidamente.

Christopher fingiu não ouvir e deu o papel de volta à rapariga dizendo:

- Aqui está...

A rapariga olhou para ele com um ar superior e comentou:

- Eu podia ter-me desembaraçado sozinha!

Christopher piscou os olhos e Lucius começou a rir baixinho.

- Já vi que tens a mania de bancar o herói!- continuou a rapariga- Achas que eu não posso dar uma tareia ao bronco do meu irmão!!??

Lucius parou de rir e comentou sério:

- Aí maninha! Não me faças ficar violento!!!

- Gostava de te ver tentar...- comentou a rapariga- Mãos de Manteiga!

Lucius tirou a varinha, mas esta escorregou-lhe das mãos. A rapariga riu e tronou a comentar:

- Mãos de Manteiga!

Lucius olhou para as mãos e gritou para a rapariga que se afastava:

- QUE PARTIDA USASTE DESTA VEZ DANNA????

Danna não respondeu e acenando um adeus continuou a andar como se não fosse nada com ela. Lucius apanhou a varinha e correndo com uma cara desesperada atrás de Danna tronou a gritar:

- DANNA!!!

Christopher piscou os olhos e comentou para si próprio:

- Família estranha...

Então o inacreditável aconteceu. Danna parou de andar e voltou-se para Christopher, Lucius que corria atrás dela travou a fundo e tropeçou caindo no chão. Danna deu dois passos na direcção de Christopher e afirmou mais do que perguntou:

- Tu és o Bleue!?

Christopher disse que sim com a cabeça e disse:

- O meu nome é...

- Ninguém quer saber de ti, Bleue!- disse Lucius levantando-se.

De súbito Danna ficou muito branca, ajudou Lucius a levantar-se e puxando-o para trás de si, como se Christopher se tivesse tornado uma ameaça, disse muito séria:

- Afasta-te de nós Bleue!

Christopher piscou os olhos admirado. Lucius piscou também os olhos admirado, a sua irmã continuava a agarrar-lhe o pulso com todas as forças. Danna continuou a falar como se Christopher fosse um inimigo a abater:

- Tu... Tu... Desaparece! Não queremos saber de ti...- então como se tivesse de juntar todas as suas forças Danna disparou duma vez- O amor é uma fraqueza que não quero ter...

Christopher abanou a cabeça levemente. Aquilo devia ser um sonho qualquer provocado pela fome, ou então a sandes que comera em casa de Kristine estava estragada.

Com isto Danna lançou um olhar terrível a Christopher e puxando Lucius disse:

- Vamos ter com a mãe...

Passados alguns minutos Christopher, encolhendo os ombros, preparou-se para descer as escadas e dirigir-se para o rés-do-chão e para a sala de jantar. O seu estômago falou de novo, Christopher passou a mão por cima dele comentando:

- Que raio é que fizeste à sandes?

~ * ~

Como é que Christopher tinha sido capaz? Deixá-lo a ele, Alvorecer, em casa? Tudo só porque a querida e adorava vovó odiava gatos ! E ele com isso, ele também a odiava e ela continuava a ir lá a casa, não continuava? Não? Não?

Espreguiçando-se Alvorecer encostou-se mais ao pé da lareira que o seu dono tinha tido a gentileza de deixar acesa. Rebolou-se... AH! Ele realmente tinha razão, não importava o que o seu dono dizia...

-- FLASHBACK--

Alvorecer estava deitado em cima do sofá. A lareira estava acesa e ele tinha o seu prato de comida, duas latas por ser natal, uma tigela cheia de leite e outra com água. AH vida boa!! Olhou para o fundo das escadas onde Christopher estava de braços cruzados e fazia birra.

- Não vou! Não vou! Não vou!

- Vais sim!- disse Patrick do andar de cima- E rápido senão nem levar as

prendas aos teus amigos vais!!!

- PAI!- disse Christopher num tom tão ofendido que revelava o seu choque, era

impensável ele não levar as prendas de Natal a Kristine e Ronald.

Alvorecer sorriu. Aquele rapaz! Às vezes parecia tão crescido e às vezes tão criança. Christopher voltou-se para ele indignado:

- Tu já viste isto?!

Alvorecer assentiu. Christopher olhou para ele de lado e comentou:

- E qual é o teu comentário??

Alvorecer levantou-se do sofá e saltou graciosamente para o chão onde se rebolou perto da lareira miando de contentamento. Christopher olhou para ele com inveja e comentou:

- Sorte a tua!

Alvorecer riu para si e começou a cantar ao ritmo dos Aristogatos:

- Todo o mundo, todo o mundo, quer a vida que o Alvorecer têm, não, não,

não, Todo o mundo, todo o mundo, quer a vida que o Alvorecer têm...

Christopher olhou para o andar de cima e comentou:

- Não vou e tenho-o dito! Não me podes obrigar!!!!!

Algum tempo depois Christopher desceu as escadas já todo arranjado e pronto para sair. Alvorecer fingiu estar muito admirado levantando o sobreolho, Christopher olhou para ele amuado e disse com os braços ainda cruzados:

- Ele obrigou-me!

Alvorecer que estava apoiado nas costas do sofá caiu enquanto se rebolava a rir. Christopher apoiou-se nas costas do sofá e olhando para o seu gato que se continuava a rebolar a rir nas almofadas comentou tentando parecer zangado:

- Ri, ri!

Alvorecer saltou para o lado de Christopher e roçou a sua face na dele. Christopher fez o mesmo e comentou:

- Deixa 'tar parceiro... Sei que 'tás sempre aí para mim....

Alvorecer assentiu e nesse instante Patrick surgiu. Estava tão bem vestido que Christopher não pode impedir um assobio de gozo. Alvorecer miou a acompanha-o e tentando parecer distante Patrick limitou-se a endireitar o laço e comentar:

- Vamos?

Christopher assentiu e correndo para a árvore de natal tirou de debaixo dela duas prendas. Uma caixa negra, a caixa de música e a prenda de Ronald, que vinha num grande canudo. Com um golpe de varinha Patrick encolheu as prendas que Christopher prontamente pôs no bolso. Estavam prestes a sair quando de súbito Christopher disse empurrando o seu pai:

- O último a chegar tem de aturar a avó!

- Christopher!- chamou Patrick numa voz zangada, mas que se via ser de pura

brincadeira, à medida que fechava a porta rapidamente- Meu grande batoteiro! Volta aqui!!!!!

Alvorecer viu os seus donos partir e abanou a cabeça comentando para si:

- Família estranha...

-- Fim do FLASHBACK --

Alvorecer tronou a rebolar-se no tapete perto da janela. Realmente todos deveriam querer a sua vida... Todos os parvos! A sua vida era tudo menos calma, na realidade...

Uma rabanada de vento bateu com mais força na vidrada e Alvorecer levantou-se reconhecendo o arrepio que se formara na sua espinha. Eles vinha aí... De novo...

~ * ~

Christopher chegou à sala na altura exacta em que o som dum sino se ouviu para jantar. Ia para seguir o resto dos convidados quando se apercebeu que o seu pai ainda não se levantará e continuava a olhar pela vidraça os flocos de neve que caiam.

Aproximou-se do seu pai e reparou que afinal ele não olhava para a rua e sim para um anel dourado que tinha entre os dedos. Uma aliança. Piscando os olhos Christopher perguntou:

- Pai? Tu não vais????

Patrick olhou para Christopher piscando os olhos e trinta segundos depois, após ter digerido a informação, começou a rir. Christopher suspirou discretamente, a última coisa que precisava era que a filha da "Dona Não Sei Das Quantas" fosse sua Madrasta. Patrick fez um gesto para Christopher se sentar e foi o que este fez.

Em seguida Patrick estendeu a aliança a Christopher dizendo:

- Feliz Natal...

Christopher piscou os olhos intrigado. Olhou para dentro da aliança e viu escrito no seu interior: "Tudo começa e acaba em nós..." PB. Christopher sorriu tristemente, um sorriso que nem foi completo, que apenas ocupou a parte superior direita da sua face, um sorriso que não lhe chegou aos olhos.

- Era da mãe...- afirmou mais do que perguntou.

Patrick assentiu num gesto de cabeça. Em seguida levantou-se e disse:

- É tua...

Christopher piscou os olhos para o pai espantado. Quis agradecer embora a sua voz teimasse em se perder na sua garganta mas o seu pai já estava na sala de jantar. Christopher olhou para a aliança que em tempos andara com a sua mãe e sorriu. Tirou o colar que Kristine lhe tinha dado há algum tempo atrás, tempo que parecia uma eternidade, e juntou a aliança aos outros pendentes. Em seguida encaminhou-se para a sala de jantar, onde sabia, a sua avó não esperar por ele para iniciar o jantar.

~ * ~

Christopher sentia-se a tremer. Como é que ela se atrevia??? Não bastava dizer-lhe na cara que achava que a sua mãe era adúltera, que não o considerava seu neto porque acreditava firmemente que era filho doutro homem, já agora poderia ao menos dizer qual. Sempre poderia ir esconder-se debaixo da sua asa... Pensamento estúpido...

Christopher estava tão focado em si que não reparou que ao seu lado o seu pai estava a apertar a toalha debaixo da mesa e a morder a língua de tal maneira que esta já sangrava.

Madeleine continuava o seu "inocente" discurso.

- Chamam-lhes destruidoras de lares... Há pessoas assim infelizmente... Mas graças a Deus que morrem cedo, sozinhas... O Natal é uma boa altura para rezarmos e pedirmos que este género de mulheres nunca chegue perto das nossas famílias e para isso peço um minuto de silêncio pela Virgem...

Subitamente Christopher sentiu uma vontade indomável de pegar no seu copo e deitá-lo, à vista de todos, propositadamente ao chão. Não precisou. O seu pai tinha puxado de tal modo a toalha que o seu parto, os seus talhares e os de Christopher assim como os da filha da Senhora Bezoar, que misteriosamente estava sentada ao lado de Patrick caíram ao chão.

Patrick olhou para a mãe com uma raiva que apenas fazia Christopher recordar uma certa tarde de meio de verão na qual a sua avó quase o matara.

- Mãe, como se atreve????- rugiu Patrick- Se volta a dizer uma palavra, directa ou indirecta, sobre o que acha ou pensa da Jane eu desapareço e nunca mais volto a falar consigo!!

Madeleine levou a mão ao peito e fez uma cara surpresa.

- Perdão...- pediu.

- Não se arme em inocente!!!!- continuou Patrick- Toda esta conversa... Esteve todo este tempo a mandar indirectas sobre o que pensa da Jane... Pois ponha uma coisa na sua cabeça... Eu AMO a Jane!!! Percebe??? E casaria com ela de novo mesmo sabendo que a ia perder! E iria viver tudo igual de novo, cada sorriso e cada lágrima...

Christopher voltou-se para o seu pai e disse baixinho agarrando-lhe o braço:

- Está tudo bem pai! Assim só lhe dás razão!!!

Patrick olhou para Christopher e assentiu num gesto de cabeça. Em seguida Christopher voltou-se para a avó e perguntou:

- Porque é que faz isto avó? É natal!!! Não podia ao menos deixar-me em paz no natal!!!????

- Tu NÃO és meu neto!!!

Christopher levou com um balde de água fria. Mas aguentou firme, tinha de aguentar. Madeleine continuou a falar:

- Tens tanto sangue meu nas tuas veias como o Jolly!!!

Christopher ergue os ombros e disse:

- Óptimo! Isso quer dizer que as probabilidades são bastante elevadas, visto que o Jolly tratou do meu pai como se fosse filho dele e o meu pai trata-me como seu filho...

- A tua mãe era uma adúltera e só deve estar no céu por se ter posto na frente daquele Avadra Kedrava! E digo-te desde já que amaldiçoou-o o parvo do feiticeiro que a matou e que ela matou! Sempre podia ter-te morto antes!!!!

Christopher levantou os braços e antes do seu pai poder falar disse:

- Óptimo! Óptimo! E posso pelo menos saber quem a senhora acha que o meu pai é? É que se não me quer no seu natal sempre posso ir para o natal onde acha que eu pertenço!!!

Madeleine abriu a boca e disse:

- Vai ter com o Potter!!!!! A tua mãe apenas devia querer subir na vida!!! Uma adúltera, digo-te eu ! O Potter também estava interessado nela...

Patrick lançou um feitiço de silêncio à sua mãe. A sua cara estava de tal modo torcida pela raiva que Christopher mal o reconhecia.

- Volta a colocar essa palavra e o nome da Jane na mesma frase ou próximas e eu mato-a mãe! Juro que mato!!!!

Draco desarmou Patrick num gesto rápido dizendo para ele se acalmar antes de os matar a todos. Porque é que Patrick achava que a sua honrada mãe estava a mentir? Que motivos teria Madeleine para fazer isso?

Madeleine apoiou Draco perguntando em voz semi-alta porque não tinha ela dado antes Draco à luz. Lucius riu do outro lado da mesa e perguntou para Christopher:

- E agora Bleue? Vais-te esconder atrás de quem??

A raiva que Christopher tinha vindo a acumular soltou-se. Levantou-se da mesa e puxou a toalha fazendo com que tudo caísse ao chão. Os partos partiram-se assim como os copos, os talheres fizeram uma tempestade de sons ao cair no chão em conjunto com os gritinhos de algumas das senhoras. Christopher olhou para a avó e comentou:

- Um contra tempo! Assim como aquele que criou no meu natal!! E já que quer tanto se ver livre de mim eu vou! Vou ter com o Prof. Potter!!!! Mas aviso-a... O meu nome é Bleue, o sangue que corre nas minhas veias é o mesmo que o seu, mas eu tive a sorte de ter a minha mãe!

Patrick fez um gesto ao seu filho para ele ir mas Christopher nem viu. Corria furioso pelos corredores da mansão. Por fim chegou ao quarto e pegando no Pó de Fló disse instintivamente:

- Mansão dos Marotos!

Fim do Capítulo

N.A: Primeiras Impressões? :p Kero saber tudo! :D Bjs e até ao próximo capítulo! ;)