N.A: Mais um fantástico capítulo. Boas Novas, o Chris 1 já está acabado e já comecei a trabalhar na sua sequela. o) Espero que gostem. O Final está a 2capítulos daqui oD
Dedicatória : Para a OwllEyes, porque foi graças a ela que me lembrei que tinha que fazer o upload do capítulo o) E também para a Luísa, porque é uma pessoa muito querida que não tem o reconhecimento que merece o)
"Venho de além do vale e do pomar
Venho de ao pé da malva e do jasmim
Venho da erva que ondula como o mar
Venho do meio do sol venho a brilhar..."
Venho de Além do Vale e do Pomar,
Luísa Barreto "Pelo Caminho das Fadas"
Capítulo XXIII
A noite em que o galo não cantou 1
Christopher suspirou fundo. Não era assim tão difícil, só tinha que chegar ao pé do Prof. Potter e perguntar-lhe se ele ia sair da escola ou não e quando ia sair sem tentar dar nas vistas. O que claro, tornava tudo mais complicado. Além do mais o Prof. Potter tinha uns olhos verdes que não o deixavam mentir e Christopher tinha a certeza que se mentisse o Prof. Potter sabê-lo-ia.
Aproximou-se da mesa do Prof., que assobiava baixinho para si enquanto corrigia exames do 5º ano, e era para falar quando ouviu:
- Diz-me Christopher sabes como se faz para afastar um Dementor?
- Não Professor! – respondeu Christopher.
Harry levantou a face do teste e sorrindo comentou: - Pensas em algo que te é muito querido, pensas nisso com todo o teu ser e dizes Expecto Patronus.
Christopher viu um veado prateado surgir atrás de si. E reparou que o Prof. Potter tinha feito o feitiço. O veado era imponente e sem saber muito bem porquê Christopher achou-o mesmo a cara do Prof. Potter.
- Os veados são os reis da floresta... Não são, Professor Potter?
- Isso Christopher – comentou Harry voltando aos seus testes- já é fora dos meus domínios.
- É muito difícil fazer um Patronus? – questionou Christopher.
- É considerado magia de nível 8.
- Aposto que o conseguiu fazer antes disso... – disse Christopher sorrindo um pouco de graxa nunca tinha ficado mal a ninguém.
Entretido a ver os exames Harry nem reparou na bajulação que estava a sofrer e comentou:
- Realmente... Consegui fazer o meu primeiro no meu terceiro ano... Afastou um lago cheinho de dementors – Harry sorriu malevolamente – ainda hoje me rio ao lembrar-me das caras de espanto daqueles sugadores de alegria.
Christopher sorriu. Ia para abrir a boca quando a rapariga do quadro lhe sorriu e disse adeus. Disse-lhe adeus também e subitamente viu-a espreitar para cima da secretária e apontar. Aproveitou o facto do Prof. Potter se ter inclinado sobre um exame com uma letra horrível para espreitar discretamente o papel para o qual parecia que a rapariga estava a apontar.
Era amarelado e devia ser mais ou menos do tamanho de uma folha de papel A4. Ler de pernas para o ar nunca tinha sido a especialidade de Christopher mas ao fim de algum tempo percebeu algumas palavras. Jogo. Beneficência. Convida-mos. Dia 4 de Maio. 19h. Seguido. Jantar. Festa. Dança.
O Prof. Potter resmungou entre dentes um palavrão sobre a letra e pousou o exame. Massajou os olhos e perguntou a Christopher:
- Bem o que me querias?
Christopher sentiu-se estúpido. Já sabia o que queria. O que iria perguntar. A rapariga do quadro disse-lhe adeus. Christopher respondeu ao aceno. Harry voltou-se curioso e riu.
- Ah, vieste "namorar" aqui a fotografia?
- Oh vá lá Professor – brincou Christopher- tem que admitir que ela é muito bonita.
- Verdade, só não o digas à minha esposa.
Christopher riu e assentiu. Tirou a varinha e comentou:
- Expecto Patronus?
Harry assentiu. Christopher concentrou-se mas como seria de esperar nada aconteceu. Harry sorriu paternalmente e comentou:
- Vamos começar pelas bases sim?
- Parece-me bem... Mas é sempre bom estar prevenido.
- Estás a pensar em ir para alguma guerra Christopher? – perguntou Harry – Voldemort já foi derrotado à muito tempo... Antes de tu nasceres já ele tinha deixado este mundo.
Christopher assentiu mas sentiu-se na obrigação de perguntar:
- Professor... Acha que alguém poderia... Sei lá... Tentar seguir as suas pisadas?
Harry fez uma cara séria.
- Não sei o que é que te andaram a contar Christopher, mas uma coisa eu te prometo: se alguém tentar seguir as pisadas do Mister Voldie, eu estarei aqui à espera.
Christopher assentiu e dizendo um rápido adeus saiu da sala. Harry voltou-se para o quadro. Sentada na neve Jane fazia um boneco de neve entretida. Pela janela aberta entrou uma doce brisa primaveril.
Tudo estava bem no mundo. Então porque é que sentia todos os seus sentidos em alerta máximo como se pudesse ser atacado a qualquer instante?
Ginny já tinha visto muita coisa na sua vida. Isso costumava acontecer quando se era a mais nova de sete irmãos e quando se namorava um herói. As pessoas acabavam sempre por ver muitas coisas. É a vida. Mas estar a ver Draco Malfoy sentado numa cadeira à sua frente, e a trata-la como igual, era algo que ela não se sentia preparada para ver. Quanto mais para viver!
Mas era a cena que se desenrolava em frente dos seus olhos. Galante como sempre, com o seu cabelo loiro brilhante e olhos azuis turquesa, mantos da mais fina qualidade. Draco Malfoy mostrava-se em todo o seu esplendor.
- ... E por isso, estou bastante preocupado com a minha filha.
- Deixe-me ver se percebo... Está preocupado com a sua filha, porque ela apanhou uma detenção?
- Por amor a Merlin Weasley... Andamos juntos na escola.
- Potter. E estou num local de serviço se é que lho posso relembrar.
Draco rolou os olhos. Ginny por seu lado estava a começar a sentir-se mal, muito mal. Um Malfoy estava, queria, trata-la em pé de igualdade. Algo não estava bem.
- Bom, é que a Danna sempre foi a melhor, a menina certinha, passou o primeiro sem uma única vez ter tido uma detenção... E agora isto…
- Como bem sabe Sr. Malfoy, "isto" como lhe chama, foi uma luta de refeitório que levou mais de dez alunos à enfermaria por uma semana, desrespeitou uma ordem directa do Prof. Potter e partiu duas costelas à Kristine Shakespeare… - esclareceu Ginny.
Draco respondeu rapidamente:
- Treinou magia fora da sala comum, não ouviu o Potter e atacou uma sangue de lama… Cá para mim parece-me que finalmente entrou nos eixos, devia ser congratulada não posta de detenção…
- Nem todos pensamos dessa maneira Sr. Malfoy – cuspiu Ginny irritada.
Draco sorriu e encolheu os ombros. Ginny ajeitou uns papéis.
- Reparei que o filho do Potter já tem idade para andar em Hogwarts… Uma vergonha… Em pequeno disfarçava agora não percebo porque é que ainda assina com Bleue e não Potter…
- Cala-te! – sibilou Ginny.
- Por amor a Morgana Weasley até um cego vê as semelhanças! A face, os amigos, até os óculos! Sim, porque até os estúpidos óculos fundo-de-garrafa ele usa, a diferença é que o suposto "pai" lhe compra novos e ele assim não tem que os colar com fita-cola! Que queres mais? Uma cicatriz estampada na testa dele?
- Cala-te! – ordenou Ginny.
- A verdade dói Weasley…
- Já lhe disse que me chamo Potter… - argumentou Ginny tentando recuperar alguma seriedade.
- Weasley, Potter… A verdade é que foste traída e a melhor prova disso passeia-se pelos corredores da escola em que trabalhas… Ouvi dizer que o paizinho o foi buscar à escola irlandesa… Já não devia suportar estar longe dele…
- Ou te calas ou eu juro que te amaldiçoo!
- Amaldiçoas-me por dizer a verdade Weasley? – gozou Draco- por favor! Olha para ti! Melhor! Olha para ele! Aposto que o Potter nunca assumiu a paternidade porque não quis que como ele o filho chorasse pelos corredores a sua morte, não teve tanta sorte foi com a mãe, aposto que tal como a do Potter, quando olhou para o seu filho e viu aqueles olhos verdes que nem um sapo cozido se matou de livre vontade! Aposto que se atirou de bom grado para a frente do Avadra Kedrava, teve uma saída honrosa e agora o filho vai ficar toda a vida a chorá-la e com remorsos…
Ginny não reagia. Estava tão absorvida pelas palavras de Draco que nem reparou que este se tinha levantado e continuado o seu discurso.
- ... Eu sinceramente não sei por mais quanto tempo vocês vão querer esconder a verdade do sapo de quatro-olhos, ele não é parvo, afinal se se conseguiu defender dos ataques do meu filho lento pelo menos não é, além do mais deve ter a mesma mania do pai, de meter o nariz onde não é chamado... E depois, qualquer pessoa pode deixar escapar alguma coisa.
Ginny parecia realmente perdida nos seus pensamentos. Draco aproximou-se por trás dela e disse-lhe ao ouvido:
- E tu Weasley? Eu sei que eras pobre mas não sabia que era tanto que tivesses de implorar ao Potter para ele te casar contigo… Eu bem sei que ele tem algum dinheiro... Mas é só isso que queres Weasley? – Draco tocou levemente no braço de Ginny e fez as pontas dos seus dedos roçarem por ele acima – Porque não lhe dás um pouco do veneno dele… Ele goza contigo na frente de todos, até do pobre do Bleue cujo único pecado foi ter gostado da mesma mulher que o Potter… Porque é que não dás uma facadinha no casamento?
Ginny sentia a sua pele toda arrepiada. Ter um loiro sexy a sussurrar-lhe ao ouvido palavras sobre adultério estava a mexer com ela. Pôs-se muito séria e disse numa voz de comando com a pouca força que lhe restava:
- Sai!
Draco sorriu e tornou a sussurrar:
- Tens a certeza?
- Fora Malfoy!
Draco ia para abrir a boca mas nesse instante a porta abriu-se.
- Ouviste a minha esposa Malfoy! Sai! Ou queres que te indique o caminho?
Draco olhou para Harry, este estava de varinha em punho e não parecia muito satisfeito. Draco afastou-se de Ginny e riu caminhando até Harry, quando chegou ao lado deste parou e comentou:
- Fracamente Potter achas que realmente eu quereria alguma coisa com uma "Amante de Sangues de Lama"?
Harry rangeu os dentes.
- Se eu quisesse alguma coisa – sibilou Draco – seria com a Jane Harry… Mas é claro ela estava muito ocupada contigo… E sabe-se lá mais com quem…
- Saí Malfoy ou eu não me responsabilizarei pelos meus actos…
- Mas que gentil Prof. Potter – gozou Draco – Voltarei a visitá-la Psicóloga, o estado da minha filha realmente preocupa-me…
Com isto, Draco saiu do consultório. Ginny suspirou e caiu na cadeira. Harry caminhou até ela:
- Amor? Estás bem? – Ginny não respondeu continuava pensativa - Ele tocou-te? – Ginny colocou a mão sobre os lábios, Harry abriu os olhos em choque - Aquele filho-da... - pegou na varinha e preparou-se para sair da sala - eu vou…
- Deixa estar Harry – tranquilizou Ginny – ele não me fez nada… - Harry levantou o sobrolho, Ginny irritou-se um pouco - Além do mais não sou nenhuma dama em perigo sabe-lo bem…
- Mas isso é daqui a duas semanas! – Kristine praticamente gritou.
Toda a gente na mesa de Gryffindor e alguns Ravenclaw olharam de lado para Kristine durante alguns instantes antes de retomarem as suas conversas. Ronald bateu palmas baixinho e comentou:
- Bravo Kristine! A tua descrição surpreende-me!
Kristine deitou-lhe a língua de fora, Ronald respondeu-lhe na mesma moeda, em seguida ambos olharam para Christopher que parecia concentrado.
- Ei, Chris …- começou Ronald – é só um convite… Não quer dizer que o Tio Harry realmente vá… Ele passa a vida a ser convidado para essas coisas de beneficência, é como a minha mãe...E olha que ela não vai nem a metade das festas…
- Mas – começou Kristine – e se o Prof. Potter resolver ir? Nada o impede, ele não sabe o que pode vir…
- Podes dizer-lhe… - arriscou Ronald.
- O Prof. Potter não vai acreditar… - respondeu Christopher – eu "sugeri" ao de leve essa hipótese e não fosse o assunto tão sério ele ter-se-ia rido na minha cara sem dúvida…
Kristine assentiu enquanto Ronald resmungou algo que soou a "Eu bem que disse que eles o tinham arrumado de vez!". Christopher tentou pensar mas o barulho do refeitório era ensurdecedor.
- Vou dar uma volta…- disse levantando-se.
- Não lanchas? – perguntou Kristine preocupada.
- Estou sem fome…
- Mais fica! – disse Ronald atirando-se às bolachas com um sorriso enorme.
Christopher deitou-se sobre as telhas da torre de Gryffindor. Era incrível o que um simples Wingardium Leviosa bem feito era capaz de fazer. Espreguiçou-se ao sol e cruzou os braços por baixo da cabeça.
Por segundos tentou esquecer tudo. "Alguém", o Prof. Potter, o pai, os amigos. Tentou imaginar que estava de novo na Irlanda, que estava deitado no pátio da sua escola primária. E tentou imaginar que daí a nada, uma pessoa que ele conhecia muito bem ia voltar a esquina do pavilhão verde e gritar em plenos pulmões:
- CHRISTOPHER! SENTI SAUDADES TUAS!
Hermione massajou a testa. Tirou os óculos, que apenas usava para ler, e massajou os olhos também. Olhou para o relógio, eram quase duas da manhã e ainda não tinha acabado de ver os pontos que teria de entregar no dia a seguir. Resmungou. Em seguida calou-se.
O silêncio do seu quarto de professora invadiu-a. Tinha perdido o hábito, nunca ganho aliás, de dormir sozinha. Dormira sempre com alguém em casa, com alguém no dormitório, com alguém ao seu lado na cama. Aquele silêncio sem o respirar ritmado das gémeas e o roncar ofensivo de Ronald estava a matá-la.
Levantou-se e decidiu ir ver dos seus filhos. Sabia que não o devia fazer, afinal já eram crescidos, mas estava a precisar de os ver, de lhes ajeitar os cobertores e sentir que ainda era precisa para alguma coisa.
Seguiu pé ante pé para fora da zona dos professores e caminhou em direcção à Torre de Gryffindor. Deu à Dama Gorda a palavra secreta o que a fez resmungar, comentando algo sobre os tempos em que Hermione era estudante. Primeiro foi ver as gémeas.
A cama destas era enorme. Dormiam juntas numa cama de casal para poupar espaço no quarto que estava cheio. Cinco raparigas num único ano era mais do que aquilo a que Hogwarts se tinha habituado. Como faziam desde pequenas estavam voltadas para o interior da cama, voltadas uma para a outra. As mãos juntas em cima das almofadas, pareciam dois anjos. Hermione sorriu e ajeitou algumas madeixas do cabelo de Heather que lhe tinha caído sobre a face. No seu sono Heather sorriu e passou a mão pelo nariz.
Ronald tinha a sua cama virada de pernas para o ar. Tinha dado tantas voltas que tinha os pés para o lado da cabeça e a cabeça no local dos pés. Christopher na cama ao lado tinha atirado o lençol para ao lado, fazendo com que este caísse no chão ao lado dos de Ronald. Subitamente começou à procura dos lençóis com as mãos, estava a ficar com frio.
Hermione entrou nessa altura. Vendo Christopher à procura dos lençóis tapou-o. Christopher sorriu e continuou o seu sonho, Hermione sorriu, com o tempo tinha-se tornando num coração mole. Em seguida voltou-se para Ronald.
Pegou na sua varinha e elevou-o no ar. Perdido no seu mundo de sonhos Ronald não deu por nada. Hermione rodou-o, pousou-o na posição correcta e puxou os lençóis. Ronald resmungou um pouco e agarrou-se com mais força à almofada interrompendo por segundos o seu ressonar. Hermione ajeitou os lençóis com firmeza e prendeu-os debaixo da cama, sem se aperceber que do outro lado da cama, um homem ruivo, bastante parecido com Ronald a ajudava, imitando os seus movimentos.
Quando terminou, Hermione já se tinha esquecido que estava em Hogwarts, sentou-se na beira da cama do filho e passou-lhe a mão pelos cabelos. Ronald abriu um olho esforçadamente.
- Mãe? – perguntou – está tudo bem?
- Está filho… - respondeu Hermione.
- O que estás aqui a fazer?
- Tinha saudades tuas…
Ronald sorriu e abraçou a mãe deixando a cabeça cair em cima do seu colo. Em seguida voltou a adormecer. Hermione sentiu lágrimas a nascerem-lhe nos olhos. Passou novamente as mãos pelos cabelos de Ronald e beijou-lhe os cabelos. Lá fora uma coruja piou e os testes desapareceram por completo da cabeça de Hermione.
- Amor? – chamou Harry entrando no quarto.
Ginny não estava lá.
- Sim? – ouviu-se Ginny a perguntar da casa de banho enquanto provavelmente secava o cabelo com a toalha visto que humidade invadia o quarto dando a noção que alguém tinha tomado banho à pouco tempo.
O quarto estava meio virado do avesso. As coisas de Ginny estavam espalhadas em cima da cama e em cima desta Arthur divertia-se a usar os batons da mãe para pintar um desenho. Harry sorriu e perguntou a Ginny:
- A coruja que tem de levar a resposta sobre aquele jantar já veio… Vamos ou não?
- Temos que ir? – resmungou Ginny da casa de banho.
- Ainda não fomos a nenhuma este ano… - disse Harry dando ao filho um lápis de olhos roxo para ele pintar a armadura do rapaz do desenho – já sabemos que temos que ir a cinco pelos menos…
- Sei, sei… maldito bem parecer!
Harry sentou-se ao lado do filho que pintava bastante entusiasmado. Arthur estava divertidíssimo a pintar um sonho que tivera nessa noite. Era adulto, e tinha derrotado sozinho um feiticeiro negro muito forte e depois tinha ido comer muitos doces para celebrar.
- Querido?
- Hmm? – perguntou Harry pegando num pó azul e ajudando o filho a pintar o céu.
- O Arthur não está a fazer das dele? É que está muito calado para o meu gosto…
Harry olhou para Arthur. Estava sujo da maquilhagem, a cama estava toda manchada, o desenho não era nenhum Picasso e o sorriso que ostentava era sem dúvida maior que o mundo.
- Não amor… - respondeu Harry e acrescentou num tom mais baixo– está simplesmente a ser ele mesmo…
- 'Cabei… - comentou Arthur sorrindo.
Patrick coçou a cabeça bocejando. Em seguida aqueceu as articulações com alguns exercícios e espreguiçou-se. Olhou para o relógio, eram quase sete da manhã, tinha que se despachar para estar no ringue às oito. Sorriu, se ainda vivesse na Irlanda por esta altura estaria a desesperar, e se não chegasse ao emprego a tempo? O patrão podia tirá-lo da empresa!
Como o tempo voava. Abriu a porta da cozinha que dava para o exterior e saiu. Sentou-se no alpendre a admirar a vista por uns instantes. O sol, já nascido a algumas horas, continuava o seu caminho pelo horizonte. O orvalho descansava nas flores e foi então que Patrick reparou.
Reparou que as Damas da Noite tinham aberto. Estavam mais lindas do que nunca, dez anos sem cuidados tinham-lhes dado uma beleza selvagem inigualável. Saiu para o jardim para as apreciar. As pétalas tinham aberto suavemente e as gotas de orvalho pareciam estrelas sobre a cor negra das pétalas. O verde das folhas, os espinhos nascidos com o tempo. A magnificência. Patrick sabia que nenhuma florista teria uma Dama da Noite igual aquelas. O vento soprou ao de leve e Patrick pode jurar ouvir a voz de Jane cantar algures de mansinho, a canção que cantava sempre que tomava conta das suas flores preferidas.
- "Venho de além do vale e do pomar / Venho de ao pé damalva e do jasmim.."
- Falta uma semana! Uma!
A voz de Kristine invadiu uma sala comum meio vazia. Eram dez da noite e Christopher estava, juntamente com os seus amigos, a acabar um ensaio para Defesa Contra As Artes das Trevas. Christopher suspirou, só precisava de mais 2cm, só mais 2.
- Kristine relaxa! – comentou Christopher.
- Relaxar? – reclamou Ronald – ela que se cale! Eu juro Kristine enervas mais como relógio do que quando dizes a frase "Vamos Morrer…
- Também não é preciso seres assim… - disse Kristine magoada.
- Eu sei! – disse Ronald vendo o olhar de censura de Christopher – mas, vamos a ver… Eu sei perfeitamente que falta uma semana! Também conto os dias…
- Já sabemos se o Prof. Potter vai? – perguntou Kristine a Christopher.
- Não olhes para mim! – resmungou Christopher – eu não faço parte da família dele!
Kristine olhou para Ronald, este encolheu os ombros e comentou:
- Ei! Eu sou apenas sobrinho por casamento!
- Sempre é melhor que nada… - argumentou Christopher.
- Bem, mas tu Chris podes ser…
Christopher parou de escrever subitamente. Kristine olhou horrorizada de Ronald para Christopher e por segundos Ronald quis se enterrar. Não o tinha dito por mal, mas depois de tanto tempo a ouvir Lucius gozar, depois de todos os mexericos e porque realmente tinha que se render à evidência que Christopher conseguia por vezes ser a cara do seu tio, a frase "mágica" tinha acabado por escorregar da sua boca.
Christopher começou a arrumar as suas coisas.
- Chris não foi por mal! – desculpou-se Ronald rapidamente – sabes que eu não acredito nisso…
- Chris… - começou Kristine – sabes que o Ronald é impulsivo…
Christopher olhou para os seus amigos. Na sua face podia ver-se raiva, tristeza e dor.
- Pensam que por vezes eu não penso o mesmo? Porquê? Como? Porque é que toda a gente tem tanta certeza que eu sou filho do Prof. Potter? Como é que sou tão parecido com ele? Eu penso nisso! EU PENSO!
Christopher deixou cair as suas coisas em cima da mesa.
- Eu gosto de tanto de ser quem sou… De ser Irlandês, de ter crescido na Irlanda… Do meu pai, da minha mãe, dos meus amigos irlandeses… Gosto… Cresci assim, foi assim que me ensinaram, é tudo o que tenho… - Christopher sorriu tristemente – por isso por vezes também penso que não quero saber…
Ronald e Kristine entreolharam-se.
- Já viram o que é acordarem um dia e descobrirem que tudo aquilo que sempre souberam, tudo aquilo que sabiam de vosso… Era mentira… Uma grande e bonita mentira e que na realidade vocês eram filhos de outro homem, tinham outra nacionalidade, deviam ter outros amigos, outra maneira de pensar… Que no fundo toda a vossa vida tinha sido uma peça de teatro em que tinham fingido ser outra pessoa… E o pior? Tinham sofrido na pele o que essa pessoa tinha sofrido, tinham chorado as suas lágrimas, tinham amado os seus amigos… Tinham vivido a vida de uma pessoa que não existe em vez de viverem a vossa…. – Christopher olhou pela janela, lá fora as estrelas brilhavam – tudo aquilo em que acreditam… Tudo mentira… E vocês só se apercebem disso, por que um dia o pano fechou mais cedo…
Kristine sorriu e por segundos Christopher não a viu. Viu algo para lá dela, viu o país que sempre tinha amado, viu a verde Irlanda, viu as canecas no ar, viu os abraços dos chatos dos vizinhos. Viu a sua escola de paredes coloridas, viu o pavilhão verde e a voz que saiu da boca de Kristine, a pessoa que ocupou o lugar de Kristine, era alguém que ele conhecia muito bem. Alguém que disse:
- Christopher, o teu passado ninguém to pode tirar… E o teu futuro és tu que o escreves… Ninguém controla a tua vida, ninguém te põem barreiras só tu…
- Eu sou irlandês… - disse Christopher não para Kristine mas para a pessoa que via na sua mente – nasci irlandês, morrerei irlandês… Nasci Bleue e Bleue morrerei porque Bleue é o único nome que conheço… Tenho de confiar no meu pai... Se ele diz que sou filho dele, eu sou filho dele… Ele ainda ama a minha mãe… E além do mais como há quem fale mal da minha mãe há quem fale bem. E uma coisa eu sei… Ela não faria uma coisa dessas com o meu pai. Comigo. Connosco - Christopher sorriu e comentou – Que mania a tua de seres cavaleira andante…
Kristine e Ronald tornaram a olhar-se e sorrindo Christopher subiu para o dormitório. Ao seu lado Jane sorria, tinha estado ao lado do filho durante toda a conversa mas nem uma única vez tinha interferido. A dor no coração de Christopher era enorme e poderia nunca chegar a sarar, ela sabia que o filho precisava de deitar tudo cá para fora. Com os olhos cheios de lágrimas olhou para o céu e disse:
- Obrigada meu Deus… Pelo filho que tenho… - Jane olhou para Christopher que se preparava para se deitar – Por vezes, nem sei se o mereço…
- Mas porque é que eu tenho que ir? – queixou-se Ronald à medida que a mãe lhe fazia o nó da gravata.
- Porque – explicou Hermione – o convite foi dirigido aos Granger-Weasley, não à Miss Hermione Granger-Weasley…
- Sim, minorca senão íamos só eu e a mãe – brincou Hermione.
Heather rolou os olhos e Hermione não resistiu a saltar para cima da irmã e dar-lhe um abraço. Como sempre acontecia, Heather deixou a sua birra e saltou para cima da irmã começando a fazer-lhe cócegas.
- Meninas… - chamou Hermione – daqui a nada estragam os vestidos…
Heather e Hermione puseram-se direitas. Discretamente Heather deu um encontrão a Hermione, Hermione respondeu com outro, Heather retaliou e antes de Hermione Mãe o poder impedir, as Gémeas corriam pela casa brincando à apanhada.
Ronald abanou a cabeça e olhou-se ao espelho. A mãe tinha-os avisado à pouco mais de um dia que iam com o Tio Harry ao jogo de beneficência pois também tinham sido convidados. Não seria assim tão mau porque Lily e Arthur também iam, assim como a Tia Ginny. Mas Ronald sabia que não podia haver pior dia para ser afastado de Hogwarts. Seria naquela noite que "Alguém" atacaria. Christopher e Kristine estavam por sua conta e na cabeça de Ronald isso era a mesma coisa que dizer que Christopher estaria sozinho, visto que Kristine provavelmente desataria a gritar "Vamos Morrer!" e agarrar-se-ia a Christopher.
- Que se passa Rony? – perguntou Hermione ao filho.
- Nada mãe! – respondeu Ronald – acho que o laço está um pouco apertado…
Hermione olhou para o filho arreliada.
- Ronald Granger-Weasley, estás de gravata!
- Ãh? – perguntou Ronald e olhou para baixo, riu nervosamente e comentou – olha, pois estou! Deve ser por isso, estou mais habituado aos laços…
- Já está na altura de usares uma gravata já és um homenzinho…
- Uuuuuhhhh – disseram as gémeas aparecendo– o maninho já usa gravata…
Ronald deitou-lhes a língua de fora, as Gémeas responderam na mesma moeda.
- Vá lá meninos…- ralhou Hermione à medida que Ronald levava as mãos à cara para fazer uma careta mais ilustrativa.
Christopher estava sentado em cima do seu edredão com as pernas cruzadas. Não tinha posto o pijama, simplesmente tinha subido para evitar que algum elfo doméstico o visse.
Tinha chegado a grande noite, a noite em que "Alguém" sem dúvida viria a Hogwarts buscar a pedra. Maldição, e das fortes, daquelas bem irlandesas. Que má altura para a Prof. Granger se ter lembrado de levar os filhos à festa de beneficência.
Quando as onze horas bateram Christopher levantou-se da cama. Onze horas era a hora em que tudo parava em Hogwarts, até os elfos iam dormir a essa hora. Devia ser portanto a hora a que "Alguém" atacaria. Abriu a porta do dormitório tentando não acordar Cory e Ned e desceu as escadas até à sala comum. Não iria acordar Kristine. Não sabia o que ia enfrentar e além do mais os berros de Kristine não iriam ajudar em nada.
Como tinha previsto a escola estava completamente parada. Dirigiu-se na sombra dos corredores até ao terceiro andar rezando para que ninguém o visse.
- Dava tudo para ser invisível agora... – pensou para si.
As provas não deviam ser difíceis. Mas a realidade era que ninguém sonhava com o que estava a fazer naquele instante, e a festa, a festa tinha sido uma oportunidade única. Quando queria De Valera conseguia mexer os fios necessários para fazer algo. Mesmo uma festa de beneficência.
Arthur deu um salto quando avistou as três cabeças ruivas dos seus primos. Soltou-se da mão da mãe e correu para eles acenando e chamando:
- Ronald! Hermione! Heather!
Os três Granger-Weasley voltaram-se para o seu primo mais novo e sorriram acenando na sua direcção. A festa era luxuriante. Exigia vestido e conjunto casaco gravata, as senhoras exibiam as suas jóias e os homens as suas gravatas de seda e botões de punho de ouro. No meio de tanta exuberância, os Potter e os Granger-Weasley sobressaiam sem dificuldade. Tinham poucas jóias e iam "bonitos" não exuberantes. A sala brilhava, velas flutuantes, estátuas de gelo que não derretia, bandejas de prata, tudo parecia ter-se juntado para que o ambiente reluzisse calma e serenamente. Levantando todos para aquilo que parecia ser um sonho.
- Mas que treta! – comentou Ronald.
- Ronald! – ralhou Hermione (mãe) passando por ele – comporta-te.
- Sim, mãe! – desculpou-se Ronald rapidamente há medida que Arthur chegava ao pé de si.
Hermione sorriu para o sobrinho e perguntou:
- Boa Noite Arthur! Onde estão os teus pais?
- Oh! – disse Arthur rapidamente - estão a falar com um senhor horrível, que tem dentes enormes – Arthur colocou dois dedos em frente aos seus dentes para exemplificar – um cabelo de índio – colocou as mãos ao lado da cabeça para mostrar o volume – e que é coxo – começou a andar tortamente.
As Gémeas e Ronald esforçaram-se por não rir. Hermione parecia um pouco perturbada com a descrição de Arthur mas depois de pensar um pouco disse:
- Ah! Já sei com quem é que eles estão a falar... Deixa-me ir falar com o Sr. Roseveda também, mais vale apanha-lo acompanhada que só... – voltando-se para os filhos acrescentou – Não saiam daqui, nada de partidas e lembrem-se "comportem-se!
Ronald e as Gémeas assentiram. Arthur olhou para a sua tia admirado e quando esta já se tinha afastado voltou-se para os primos e perguntou:
- Porque é que a Tia Mione diz isso de todas as vezes que vos deixa sós se já sabe que vocês não o vão fazer.
- Sabes Arthur – começou Heather- é que a.
- ... Tua Tia Mione – continuou Hermione – é uma pessoa muito como direi.
- Esperançada? – arriscou Ronald.
- Sonhadora? – perguntou Heather.
- Deve ser isso... – concluiu Hermione.
Christopher entrou no corredor/museu. Não sabia porque mas achava que a Pedra devia estar perto. Afinal aquele era sem dúvida o lugar mais óbvio para ela estar, era o local mais perigoso da escola.
Olhou em redor caminhando lentamente. O corredor/museu estava completamente vazio. Quietos e sonolentos os livros gritadores dormitavam nas estantes, as armaduras de protecção também parecia ressonar, a bola de cristal esperava ser consultada e ao longe Christopher deu pela falta do Espelho dos Invisíveis. Aproximou-se calmamente do local. Um pequeno papel afirmava que o espelho tinha sido retirado para manutenção, mas Christopher conhecia, graças a Hagrid, a história da primeira pedra filosofal.
Subitamente um ruído ouviu-se. Parecia um choro e do meio da parede Murta apareceu a chorar. Christopher sentiu um arrepio gélido quando ela sem querer passou por dentro de si. Parecendo sentir algo Murta voltou-se e viu Christopher. Começou então a chorar com mais força e correu até ele colocando os seus braços em redor dele como se assim ele a pudesse confortar.
Sentindo-se congelado Christopher juntou todas as suas forças para perguntar:
- Que se passa Murta?
- Foi horrível! – chorou Murta – simplesmente horrível!
- Murta.
- Não tentes confortar-me! Foi tão horrível!
- Murta a sério.
- Oh Chris és tão querido.
- Não é isso Murta! Estou a congelar!
Murta soltou Christopher. Este parecia ter estado no meio do Alasca sem protecção. Estava meio roxo e parecia ter pedacinhos de neve nas sobrancelhas. Murta recomeçou a chorar.
- Tu também me tratas mal!
Christopher abanou a cabeça e bateu com as mãos na face para ganhar sensibilidade. Murta continuava a choramingar:
- E aquele parvo da capa negra foi tão mau para mim.
Christopher olhou de lado para Murta.
- Estás a falar do Filch?
- Não! - respondeu Murta fazendo beicinho.
- Então quem era? – perguntou Christopher interessado.
- Não sei... – respondeu Murta - Não lhe vi a cara mas foi muito antipático, entrou na minha casa de banho aos berros e depois atacou os lavatórios e quando lhe disse para parar chamou-me "estúpida, feia, caixa de óculos" e... e... FANTASMA!
Christopher olhou para cima desesperado à medida que Murta iniciava um pranto desgostoso.
- Como se isso significasse que não tenho sentimentos... – comentou.
Christopher tocou ao de leve no ombro de Murta para ela parar de chorar. Estava interessado no tal homem que Murta tinha visto. Seria ele o "Alguém"? Se assim era porque é que estava na casa de banho de Murta?
- Murta sabes porque é que ele está na tua casa de banho? Dizes que atacou os lavatórios? Porquê?
Murta olhou para Christopher e comentou meio irritada pelo desprezo de Christopher em relação à sua pessoa:
- Sei lá! Talvez queria acordar aquele monstro horrível de novo como a mãe daquela parvinha que estava a limpar a casa de banho contigo fez.
- Monstro? – perguntou Christopher admirado – como é que um monstro pode caber numa casa de banho?
- É fácil – esclareceu Murta sentindo-se importante por poder responder às perguntas de Christopher – se falares como uma cobra os lavatórios afastam-se e revelam uma passagem... O tal rapaz parecido contigo foi lá uma vez... Ele falava a língua das cobras, por isso pode abrir a porta.
A mente de Christopher trabalhava a cem à hora. O Prof. Potter falava a língua das cobras que abria a passagem do lavatório e "Alguém" estava a tentar chegar à passagem. A Pedra. A Pedra estava na passagem. Era óbvio, por isso o Prof. Potter estava descansado, não deveriam existir muitas pessoas que falassem a língua das cobras e também não deviam existir muitas pessoas que conhecessem aquela passagem.
Sem esperar por Murta Christopher começou a correr enquanto esta se continuava a queixar do monstro e correu em direcção à sua casa de banho. Quando lá chegou tudo estava nos devidos conformes, a água no chão, os lavatórios no sítio, mas perto de um deles, um pequeno fio de sangue indicava que "Alguém" tinha tido um particular interesse por aquele lavatório.
Christopher olhou com atenção para os lavatórios que tinha limpo durante duas semanas. Não lhe pareciam diferentes. E daí, agora que olhava bem para a sua disposição, Lily costumava limpar o lado dos lavatórios com a mancha de sangue. Olhou com atenção para o lavatório e reparou no desenho de uma cobra na torneira. Carregou nele como se isso fosse abrir a porta mas aí lembrou-se. A língua das cobras.
- Não vais conseguir abrir isso assim... – comentou Murta aparecendo – não falas a língua das cobras.
- Claro que falo... – gozou Christopher – olha ... Ssssssss Ssssss.
Murta encolheu os ombros e Christopher sentiu uma onda de irritação subir por si acima. Tantos tempo perdido em busca da "verdade" sobre o "Alguém" para acabar assim, preso à entrada de um túnel que tinha a pedra só porque não falava com cobras.
Pensou em tudo o que o "Alguém" poderia fazer com a Pedra e pensou na sua mãe. Que a sua mãe tinha morrido porque "Alguém" pensara que ela tinha a Pedra, que eles tinham a Pedra.
- "Amo-te Christopher..." – disse a voz da mãe alojada algures na sua mente.
- "Não podes desistir filho! Um irlandês nunca desiste..." – disse a voz pai.
Por segundos sentiu um medo terrível. E se "Alguém" se lembrasse de acabar o que tinha começado, o seu pai tinha escapado por pouco do ataque, ele tinha sobrevivido graças à mãe. E se "Alguém" quisesse acabar com os Bleue.
Christopher olhou para a torneira e disse-lhe:
- Um irlandês nunca desiste!
- Acho que ela não se vai abrir assim... – disse Murta.
- Máthair – chamou Christopher - Cá bhfuil tú? (Mãe, onde estás tu?)
Fim do Capítulo XXII
N.A: Então? Que tal? Comentários serão bem recebidos .
