Título: Incógnito

N/A: Oba! Tenho uma review! (tia San dando pulinhos), muito obrigada à Nan Cookie pelo incentivo! Valeu mesmo pelas palavras!


Capítulo 1 – Tudo parece fora de lugar.

Harry acordou bem aquela manhã, o dia estava claro, com o céu limpo e o sol dispensava um calor brando e agradável. Vestira-se como de costume, com o uniforme da escola e desceu as escadas até o Salão Principal, para o desjejum matinal. Sentou-se ao lado de um Rony ainda sonolento e cumprimentou a todos enquanto apanhava panquecas e colocava em seu cálice suco de abóbora. Não deixou de sorrir a uma corada Gina, um pouco distante de onde estava ao percebê-la o olhando com interesse. Hermione estava a sua frente, mordiscando uma torrada enquanto lia um livro, como de costume.

O salão estava cheio, o burburinho dos alunos que se concentravam em suas mesas, corujas e mais corujas adentrando pelas altas janelas e presenteando seus donos com cartas e pacotes de diversas localidades da Inglaterra. Na mesa dos professores as conversas eram em tom mais baixo, porém intensa como as dos estudantes, somente Severus Snape se prontificava a ficar calado, bebendo tranqüilamente e acenando com a cabeça, concordando ou discordando com o que os professores lhe diziam.

Do outro lado do salão, os sonserinos conversavam discretamente, fazendo menos barulho possível, evitando assim, chamarem atenção da mesa ao lado, não queriam que Lufa-Lufas ou Corvinais ficassem fuxicando de seus assuntos. Apenas um rapaz não participava da discussão fútil que se resumia a falar mal dos outros e a se vangloriarem em suas capacidades e qualidades. Draco mantinha-se taciturno embora prestasse muita atenção à conversa enquanto remexia os pedaços de mamão em seu prato e via as gotas escorrendo pelo seu cálice gelado do suco de laranja.

- O que foi Draco? Você anda um pouco quieto demais ultimamente. – Draco ergueu os olhos e encarou Zabini a seu lado, ele tinha uma expressão levemente preocupada.

- Nada de importante... Só não estou a fim de ficar falando de banalidades – limitou-se a dizer, desviando a vista para seu ponto inicial.

Zabini pareceu pensativo enquanto mantinha o olhar no loiro, vendo os traços severos em seu rosto suave, "contraste interessante", pensou. Notara que Draco estava assim fazia dois dias, mas não falava nada, pois sabia como ele era, nunca gostava de ser inquirido de sua própria vida, mas já estava começando a ficar preocupado, já que Malfoy passou a se afastar um pouco do convívio social da Casa. Ninguém notara, pois Draco era sutil e discreto demais, mas isso não o incluía, viveu praticamente contemplando o loiro, e sabia quando algo não ia bem. Suspirou antes de voltar a falar com o outro.

- Qual o nosso horário de hoje?

- Poções e Herbologia logo depois – fez uma pausa enquanto abria um bloco de notas que tirou dos materiais. – Aritmancia e Cuidados com Criaturas Mágicas depois do almoço.

- Não podia ser pior, podia? – torceu o nariz ao se lembrar das duas últimas aulas.

- Se dividir a sala com os grifinórios não conta... Acho que não poderia ficar pior – Zabini sorriu ao ver um leve curvar dos lábios carnudos, ele estava sorrindo, mesmo que parcamente.

- Muito engraçado Draco! – fez uma pausa, e logo emendou. – Vai fazer algo depois do jantar?

- Trabalho de História da Magia...

- E depois? - Draco o encarou desconfiado, nunca Blaise fora de ser tão persistente.

- Ronda até à meia-noite. Sou monitor esqueceu?

- Jogar cartas seria bom antes de dormir – acompanhou as palavras com um sorrisinho suspeito.

- Talvez... – deixou em evasiva de propósito.

Levantou-se após esse curto diálogo e já caminhava para as masmorras, sendo seguido pela maioria dos alunos da Sonserina, talvez influenciados por Crable, Goule, Bullstrode, Parkinson e Zabini. Quando foi que esse ritual começou? Deu de ombros, se eles queriam segui-lo, que seja. Entrou na sala de Poções e se acomodou ao fundo, como de costume e logo cercado pelos demais alunos, que ocuparam as cadeiras ao seu redor.


- Lá vai o príncipe asqueroso – cuspiu Rony ao ver a escória Sonserina deixar o Salão atrás de Malfoy. – Quem foi que o apelidou de príncipe sonserino estava variando das idéias, afinal, quem iria gostar daquele loiro aguado?

- Para seu governo Rony, foram algumas meninas de todas as Casas – disse Hermione olhando-o por trás do livro. – Quando eu digo todas as Casas, quero dizer que por mais asqueroso que pareça, ele tem fãs na Lufa-Lufa, Corvinal e até na Grifinória, fora, claro, na Sonserina.

- E como você sabe disso?

Hermione revirou os olhos em protesto. – Eu sou menina esqueceu? E converso com as garotas, sei o que rola nos assuntos.

- Mione, e o que você acha sobre isso?

Granger estreitou os olhos. – Acha sobre os assuntos ou sobre o Malfoy, você quer dizer?

Harry sentiu o clima pesar entre os amigos, Hermione por não ter gostado da insinuação de Rony e este, por ciúme. Deixou escapar um sorrisinho, o amigo realmente gostava daquela intelectual e charmosa garota de sobrenome Granger.

- Não ando idolatrando o Malfoy, se é isso que insinuou, mas eu estaria sendo hipócrita em não admitir que ele tem classe e tem estilo, muito arrogante e tudo mais, porém, talentoso. Dói dizer isso daquele crápula, mas não sou fingida e também não tapo os olhos para a realidade.

E foi com essas palavras em mente, que Harry se dirigiu a sombria aula de Snape, sentando-se no único lugar que restara para o trio, que pela discussão, chegaram por último. Seus olhos percorreram indiferentes para todos ali, e pousou em certa mesa ao fundo, com um certo rapaz loiro. A aula começou, mas seus pensamentos permaneceram no mesmo assunto, o levando a reparar no rival. Onde estava o talento e o estilo? Só via arrogância e sarcasmos, fora o ar frio e a postura aristocrática. Depois de tantos anos, nunca parou para enxergar o outro senão, como o inimigo que lhe tirava do sério e dava ânsia de ódio. Respirou fundo, tentando prestar atenção na aula, a primeira meia hora havia passado, até chegou a anotar algumas coisas, mas como que por vontade própria, seus olhos escorregavam até a suposta mesa, o observando.

Talvez a vida daquele rapaz poderia se resumir a uma tormenta constante, tamanho estado espiritual que se encontrava naquele exato momento. Talvez fosse excesso de orgulho e falta de humildade pelo fato de provir de uma família milionária, mas de todas as formas, nunca entendera o gênio Malfoy de ser – arrogante.

Para o rapaz de óculos, ali sentado numa das pontas da grande mesa escura da sala de Poções, e tendo seu rosto inevitavelmente virado ao seu colega de classe sonserino, vê-lo manipular os frascos e revirar a colher em seu caldeirão de modo sistemático e ao mesmo tempo nervoso, era de se espantar. Quando foi a última vez que Malfoy errara uma lição das aulas do professor Snape? Nunca. O rapaz tinha tanta afinidade com aqueles amontoados de ingredientes que era até de se espantar. Acertava a quantidade exata das substâncias mesmo sendo medida a olho. Estranhamente, naquele dia, ele estava mais irritado que o habitual e destilava seu veneno até mesmo com os demais de sua Casa. Sorria com desdém a tudo que lhe era comentado e respondia com sarcasmo e até mesmo cinismo, uma ou outra pergunta que lhe eram defrontadas. Via um certo rancor brilhar em seus olhos. O que tinha acontecido? Ele parecia estranho.

- O que houve afinal? – sussurrou para uma intertida Hermione, a seu lado direito.

- Shiiiii! – fez ela com uma certa repreensão na voz e no olhar, o qual não se deu o trabalho de tirar do livro. - Estou calculando as doses para não errar na hora de acrescentar na poção, está me atrapalhando.

- Sinto muito... – murmurou em resposta.

- Se eu conseguir realizar essa tarefa tão bem quanto qualquer um. Certamente o professor terá que arrancar das vísceras, dez pontos para nossa Casa.

Mal acabara de falar, Harry, que ainda prestava atenção aos movimentos nervosos de Malfoy, notou que de seu caldeirão fervente subia um vapor avermelhado que era tragado por um pequeno tubo e conduzido diretamente a um outro frasco redondo, caindo em gotas rubras. Em menos de dois minutos, Draco estendera a mão alertando o professor e a todos que ali estavam estudando.

- Não – grunhiu Hermione em voz sumida. - Não, não, não... De novo, não...

Snape pegou o frasco e o olhou minuciosamente, logo, o testou com uma outra poção e a coloração misturada de ambos os líquidos ficou azul, Potter olhou ao seu livro e lá estava o desenho do frasco azulado, sinal de que a poção fora bem elaborada.

- Muito bem, senhor Malfoy... Dez pontos para Sonserina por raciocínio e mais dez pontos por agilidade na formulação – podia jurar que Severus Snape sorria por debaixo daquela face inexpressível.

Hermione fechou o livro com um pouco de força. - Bem, o que você dizia Harry?

O fim da aula se deu nesse exato momento e todos os alunos se levantaram em expectativa, arrumando os materiais e já seguindo para a próxima aula. Harry não teve como continuar a conversa, apanhando seus materiais e seguindo com a turma até a aula de Herbologia, mas a estranha atitude nervosa do sonserino o estava intrigando.

- Diga agora, antes que comece a aula – cochichou Hermione a seu lado.

- Não notou nada de estranho no Malfoy? Digo, ele está estranhamente nervoso.

- O Malfoy sempre foi um alienígena, Harry – interveio Rony com certo desprezo na voz.

- O que isso tem a ver? – declarou Granger dando de ombros. - Ele sempre foi digamos, irritadiço... Com todos aqueles que ele não consegue pisar em cima, pra ser mais sincera.

- Agüentar duas aulas seguidas com a Sonserina... Ninguém merece! – grunhiu Rony quando sentiu Crable se enfiar atrás de si empurrando-o contra a mesa para abrir espaço para passar.

Talvez fosse verdade, mas talvez, algo a mais estava acontecendo ali, naquele indivíduo arrogante, que brincava com as folhas de um pequeno salgueiro recém nascido, como perdido em pensamentos. De nervoso, Malfoy passou para um completo estado de estagnação.


Vozes distantes aplacavam seus pensamentos naquele momento. Sentia-se ultrajado por tamanha falta de sorte na vida. A aula de Herbologia não era uma de suas preferidas, mas sempre prestara atenção por achar interessante alguns vegetais ali comentados, mas definitivamente, aquela aula não estava lhe dando interesse algum. Ao contrário, sua mente vagou pelos anos decorrentes em Hogwarts, suas diversões, suas brilhantes notas e acima de tudo, seu status de herdeiro da mais alta linhagem antiga de puro-sangue que já existiu – a família Malfoy. Deixou escapar um imperceptível sorriso de desdém – seu nome não passava agora de um preceito para se discutirem sobre os Comensais da Morte. Até mesmo alguns alunos da sua Casa o olharam com certa animosidade ao saberem que seu pai fora preso, mas como sua fama ainda reinava na Sonserina, esses olhares eram logo desviados e nenhum comentário se fazia a respeito. Do resto dos alunos nem se dera a importância, afinal, não ligava para o que se passava na mente de meros Lufa-Lufas, Corvinais e Grifinórios. Achava todos umas bobagens vagueando pelo castelo, mas era impossível ignorar aquele olhar de certo alguém que estava em seu campo de visão, ao lado de uma rata de biblioteca. Odiava ser encarado e mais ainda quando se tratava do menino de ouro.

Harry ficou um pouco constrangido pelo olhar que Draco lhe lançara, saindo de seu estado de torpor como se nunca estivera longe em pensamentos. Ele estava com a cabeça levemente abaixada e erguera a vista em segundos, os globos prateados parcialmente encoberto pelos cílios fartos e claros, retendo parte do poder cortante da encarada, mas ainda assim frio como gelo. Sem se intimidar, Harry estreitou os olhos levemente e desviou o olhar para a face da professora, agora demonstrando como distinguir as propriedades venenosas e curativas, olhando a coloração das folhas e flores. Nenhum comentário, assim como nenhum sorrisinho de escárnio e muito menos provocações, foi o que notou, quando a aula chegava ao fim, certamente, Draco estava muito alterado.

- Senhor Malfoy poderia aguardar um instante, por favor? – dissera-lhe a professora Sprout. – Necessito conversar sobre o andamento de seu projeto.

Draco apenas afirmou com a cabeça e manteve-se no lugar, enquanto os demais saíam para o almoço no Salão Principal. Harry tivera de passar a seu lado, para alcançar a saída da estufa em que se encontravam, o que permitiu ao sonserino destilar seu veneno.

- Fique na sua Potter, não gosto de ser vigiado. – sussurrou com voz arrastada e perigosa, mas sem olhá-lo.

- Não se preocupe Malfoy, ficarei marcando seus passos, afinal, não se pode confiar em Comensais... – retrucou no mesmo tom e saiu da estufa, sem esperar pelo rebate.

Draco realmente não iria retrucar, não estava com ânimo para bate-boca. Enquanto Harry saia para o gramado, alguém trombara-lhe tão forte, que chegou a se desequilibrar por uns instante, ergueu a vista raivosamente, e percebeu se tratar de Zabini.

- Escuta aqui, quatro-olho. Pela primeira vez na convivência em Hogwarts, Malfoy não implicou com você, nem com o pobretão e a sangue-ruim, se sentiu falta, problema seu, só fique avisado que se metendo com ele, está se condenando comigo ou com qualquer outro na Sonserina – sua voz era baixa e zangada.

- Não sabia que Malfoy, além de dois guarda-costas, tinha uma babá também. O que o dinheiro não compra – desafiou com o olhar vibrando. Desde quando Zabini o enfrentava sem ter ninguém ao lado, como um covarde? E porque estava ficando tão invocado com Draco?

Rony o chamou um pouco mais afastado, estava ao lado de Hermione e a cara fechada, encarando Zabini, pronto para retornar até onde os dois estavam e se meter na briga. Não quis que isso acontecesse, então olhou mais uma vez para Blaise e tomou seu caminho até os dois amigos. Enquanto andava para o castelo, pensou no que o sonserino acabara de escapulir, e pelo jeito, sem perceber o que fizera. Realmente, Malfoy não os importunara com nenhuma palavra, nem mesmo um olhar de desdém, o dia todo permaneceu na sua e muito estranho. Será que estava doente? Olhou para trás e viu que Zabini estava encostado na estufa, aguardando o loiro com toda a paciência do mundo, como se não quisesse que ele voltasse o trajeto até o castelo sozinho. E nessa distração, trombou pela segunda vez consecutiva em menos de cinco minutos.

- Olha por onde anda, cabeça dura! – falou Goyle um tanto forçadamente.

- Saia do caminho vocês dois, como querem que a gente passe se vocês barram a trilha inteira? – soltou Granger, tentando dar volta pelos dois imensos sonserinos.

Realmente Malfoy era bem vigiado, como se alguém quisesse feri-lo, pensou por um momento, mas concluiu que pelo gênio do loiro, realmente poderiam querer mata-lo, ou ao menos ele sentia essa vontade assassina percorrer seu corpo quando discutiam. Escutou Rony resmungar algo para os trogloditas e os alcançar perto da entrada.

Na estufa, Malfoy retirava de um canto bem camuflado, um vaso com uma papoula arroxeada, que se abria como um cálice aveludado a exalar seu perfume um tanto que venenoso pelo ambiente e apresentou à professora, que torcera o nariz um pouco taciturna.

- Não entendo porque escolheu esta planta para seu projeto, senhor Malfoy. Bem, já está mais grandinha e daqui a uns dois ou três dias atingirá o tamanho ideal para colher suas substâncias. – fechou o cenho ao encara-lo em desaprovação. – E ainda insisto em ressaltar que é venenosa e perigosa. Sabe perfeitamente que a papoula vicia, devido a suas propriedades narcóticas.

- Sim eu estou totalmente ciente disso – concordou com voz mansa. – Mas eu a utilizarei no projeto de Poções, Transfiguração e Adivinhação também, portanto, me será bastante útil.

Sprout suspirou derrotada, Malfoy era teimoso e inteligente ao mesmo tempo. Enquanto os outros alunos de matavam em projetos específicos de cada matéria, Draco simplesmente escolhera algo que pudesse utilizar para mais de uma delas, poupando tempo e pesquisa.

- Daqui a três dias eu estarei a sua disposição, caso necessite, apenas a senhorita Granger utiliza meu tempo de ensino extensivo para tirar dúvidas, apesar de eu deixar bem claro que estou à disposição de todos.

- Sem problemas então, professora. – guardou a planta no mesmo lugar e a camuflou encostando a seu redor outros vasos de plantas espessas. Não queria que ninguém soubesse de sua pesquisa.

Ao deixar a estufa, sentiu o ar acariciar-lhe o rosto e sua expressão rígida se amainou para um pequeno serrar de pálpebras e respirou fundo enquanto passava os dedos pelos fios platinados que brilhavam ao raio do sol. Zabini o olhava com um leve sorriso, esperou que esses gestos se findassem, como se fosse pecado interrompe-lo antes do término de qualquer coisa. Era incrível como Malfoy resplandecia sob os raios incertos do sol quase coberto por algumas nuvens, seu semblante, seus movimentos, tudo tão característico, como se planejasse cada mover de dedos ou piscadelas de seus olhos sedutores. Sacudiu a cabeça tentando voltar à realidade, afinal, para ele, tudo em Malfoy era sinônimo de sedução e luxúria.

- Podemos ir? – perguntou em tom suave, para não assusta-lo, apesar de desconfiar que o loiro sabia que estava ali o tempo todo.

Draco não se moveu, apenas seus olhos se direcionaram ao outro. – Você é muito preocupado. Sabia que aprendi a andar sozinho desde os nove meses de idade? Não vou cair no caminho – e sorriu discretamente. – Você é muito malvado também senhor Zabini. Interceptando e ameaçando pobre grifinório desgarrado de seu rebanho. Também sou lobo-mau e sei me cuidar sozinho.

Blaise sorriu ainda mais enquanto seguia o outro até alcançarem Crable e Goyle. "Pra mim, você sempre será um cordeiro em pele de lobo" pensava consigo enquanto mantinha a visão ao porte alto e levemente esguio do loiro, e desconfiava que certo alguém poderia descobrir isso e se aproveitar sem demora, afinal Harry Potter era esperto e andava vigiando Draco ultimamente, e olhares em cima de seu amigo o deixava muito nervoso.

Draco deu um leve aceno de cabeça para Goyle que cutucou Crable e seguiram para o castelo. Na porta do Salão Principal, Pancy se agarrou em seu braço, perguntando o motivo da demora e que eram para sentarem juntos. Ela caminhava desdenhosamente se mostrando para as demais garotas que sabia cobiçarem seu "noivo", pois jurava de pé junto que os pais de Draco a nomearam esposa do filho único dos Malfoys.

- Escuta Parkinson, se for se pendurar grotescamente em meu braço caia fora, está me atrapalhando a andar e seu peso não me convém de forma alguma. – sussurrou entre dentes, odiava quando ela fazia isso e na frente de toda Hogwarts.

- Seu humor está péssimo hoje... – brincou Zabini que vinha logo atrás deles sussurrando próximo ao ouvido de Draco, vendo a cara da garota.

Pancy o soltou um pouco sem jeito e o viu endireitar as vestes e arrumar de maneira muito polida, a manga de sua blusa e seu suéter. Sentia profundamente o desprezo que o loiro despejava contra si, e nunca tocava no assunto de suas famílias, coisa comum o casamento arranjado por conveniência dos puro-sangue, mesmo assim, não perdeu a oportunidade de se sentar a seu lado para o almoço.


Tramóia! Definitivamente aquilo estava cheirando a tramóia! Seus olhos verdes acompanharam o branquelo da entrada até a mesa e nenhum olhar, sequer um relance de olhar foi dirigido a seu lado. Vira Pancy e depois, o mais suspeito após o incidente da aula de Herbologia - Zabini cochichando ao ouvido de Draco.

Aquela cena fez seu sangue ferver. Será que estariam falando dele ou de seus amigos? Será que tinha a ver com a Ordem da Fênix? Algum jogo ou traição? Podia se esperar de tudo vindo daquele indivíduo que era sem dúvida, mais traiçoeiro que uma serpente, não era à toa que estava na Sonserina. Draco estava muito quieto para seu gosto.

- Harry, o que Zabini te disse há pouco? – a pergunta de Hermione o trouxe de volta de suas inquisições.

- Me mandou ficar longe de Malfoy.

- Que cretino! – Rony quase berrou, mas se conteve. – Como se fossemos nós os arrogantes!

- E por que ele diria um absurdo desse? Se é o Malfoy que não perde a chance de nos atazanar? – Hermione tentou manter a calma.

- Isso que é o mais estranho, Zabini deixou escapar que Malfoy não nos perturbou em momento algum, realmente, ele não fez nada... Digo... Há quanto tempo o Malfoy não nos faz nada? – seu olhar recaiu no semblante levemente perturbado da amiga.

- Co-como assim Harry? Não estou entendendo.

Harry ficou um pouco chocado com a falta de tato de Hermione, ela estava estranha e queria mudar de assunto. Aí tinha coisa. Viu quando Rony ergueu a cabeça pensando no assunto, algo também estranho, já que Ronald Weasley nunca tentava refletir algo em relação a Draco Malfoy.

- Verdade – disse então. – Já faz uns três dias quEAUH! Mione! – grunhiu enquanto caia com a cabeça na mesa e esfregava o bumbum. Hermione pegara pesado.

Granger sorriu ao notar a desconfiança de Potter. – Malfoy deve estar tramando algo, com certeza, e é melhor você não fazer nada por enquanto, já que não sabemos o que ele está tramando – garantiu seriamente pegando mais salada.

- Sim, Rony tem razão, já vai fazer três dias que Malfoy não nos importuna mais... Já vai fazer três dias que eu acordei na enfermaria sem me lembrar do porquê de estar ali... – viu quando Hermione parou de revirar a comida e o olhar com o cenho franzido de dor e preocupação.

- Olha Harry...

- Me diz, Mione... O que aconteceu naquela noite?

- Eu não sei! – ela pareceu ponderar as palavras por um minuto. – Encontramos você caído no corredor e depois à enfermaria. Não faço a menor idéia do que aconteceu, e eu queria realmente saber o que aconteceu aquela noite.

Weasley apoiou uma mão no ombro de Harry, como se também sentisse pelo fato de ninguém poder explicar.


Para entender o que os três amigos falavam, voltaremos ao ocorrido há três dias atrás, naquela estranha noite.

O toque de recolher havia dado alguns minutos, nenhum aluno mais poderia andar pela escola, exceto os monitores.

- Passaremos perto da cozinha para vigiar os corredores por aqueles lados. Você vai querer alguma coisa? Eu posso pegar pra você Harry.

Harry olhou ao amigo que se arrumava com um cuidado fora do normal para um Weasley. Sorriu por saber perfeitamente o motivo. Rony encheu uma das mãos com gel e esfregou ao cabelo tendo uma tonalidade vermelho escuro, contrastando com a capa negra que vestia para a ronda.

- Se me trouxesse biscoitos de chocolate eu agradeceria, e algo bem gelado para beber.

- Suco de abóbora? – Rony o olhou e este aceitou com a cabeça – Como estou? – se virou por completo demonstrando as vestes arrumadas e o cabelo bem feito.

- Muito bom, acho que Hermione vai se orgulhar – sorriu discretamente, na sua opinião, era um jeito meio estranho de se agradar a quem ama, afinal, nunca ligou muito para a aparência. Pensando bem, ligara um pouco quando estivera apaixonado por Cho, mas nada de exageros como o amigo, ou Dean ou Seamus, quando os percebia de coração palpitante. Seria ele o estranho ali? – Boa ronda... – Disse meio sem saber como se expressar, ao reparar que o amigo se dirigia para a porta.

- Vê se dorme Harry, você está um lixo! – declarou o outro em tom de brincadeira. – E você sabe, estando perto de Mione, tudo fica bem.

Harry ficou a sorrir mesmo após ficar sozinho no dormitório, era muito bom estar apaixonado, pena que ele próprio não tinha ninguém. A maioria dos alunos ainda estavam na Sala Comunal, estudando ou conversando com os amigos, apenas ele estava ali isolado, o que era um tanto deprimente. Resolveu descer e se juntar aos demais. Quando chegou a sala, foi prontamente recebido por Dean e Longbothon.

- Estávamos falando sobre quadribol, quer se juntar a nós? – Neville sorriu.

- Legal... – tentou até manter um ritmo de conversa, mas não estava funcionando, quadribol aquela noite parecia maçante demais. Viu Gina se esticar no sofá ao lado de algumas meninas do quinto ano e acenar timidamente. Retribuiu o gesto, pensou em ir até lá e conversar – coisa que Gina adoraria que acontecesse, mas resolveu dar uma volta. Por algum motivo, todas aquelas pessoas, sorrindo, conversando e estudando o estava fazendo mal.

Aproveitou a oportunidade de se afastar da conversa com Longbothon e Dean, e acabou por rodar pela sala, parando frente à entrada e encarando o quadro. Sussurrou a senha e escapuliu para fora da torre Grifinória. Certo, precisava da capa de invisibilidade e do mapa que ganhara dos gêmeos Weasley, mas não pegaria essas coisas na frente de todos, seria muito suspeito. Poderia voltar por onde veio, mas definitivamente não queria. O que se sucedeu foi caminhar sorrateiro, com medo de ser pego por Filch e madame Norra, e isso o deixava muito melhor ao invés de uma conversa certinha dentro da Sala Comunal.

Quando Hermione desceu as escadas, Rony já a esperava com um sorriso escancarado na face sardenta. Ela o notou logo que pôs seus olhos sobre ele - alto, bonito e agora engomadinho. Não evitou retribuir o sorriso. Nossa como esse menino crescera! Só de imaginar que ele era um pouco relaxado, pra não dizer muito, e com aquela implicância toda a seu respeito.

- Você está linda! – quase gaguejou.

- Seu bajulador de meia tigela – ela sorriu um pouco mais enquanto se aproximava dele, ainda o olhando nos olhos e o deixando levemente rubro, afinal, estava com vestes da escola e crachá de monitora, como todos os dias. – Hoje você caprichou, estou até desconfiada.

Rony quase ficou vermelho até as orelhas. – Ora, Mione, nunca tentaria nada que você não permitisse! E você realmente está linda, como sempre.

- Eu sei, eu sei... Foi só expressão de momento – abraçou-se ao corpo do namorado, sim, seu namorado, bonito, alto e cabeça-dura, ele correspondeu a atando apertada à cintura. Beijou-lhe o canto da boca e deslizou o nariz pela bochecha ainda vermelha, de encontro a orelha do rapaz, sentindo seu perfume. – Você está uma gracinha.

- Obrigado... Poderíamos...

- Não, não Ron... Sabe que estamos fazendo nosso trabalho e é obrigação de monitores – o cortou antes que este tentasse convencê-la.

- Mas é tão bom ficar assim com você...

- Teremos tempo no fim de semana, tempo só pra nós dois.

- OK... Entendi... – fez uma expressão de cansaço.

Saíram de mãos dadas pelo corredor caminhando tranqüilamente sem conversarem, só de vez em quando trocavam olhares, sorrisos e palavrinhas curtas, como: 'você soube o que falaram hoje', ou 'no jogo de quadribol semana que vem', e até 'Harry estava muito ou parecia tão...'. Harry nunca deixava os assuntos do casal, afinal de contas, eram tão amigos e tão próximos, que falar sobre ele era regra para a dupla mais próxima do garoto-que-sobrviveu. Quando o assunto chegara a Harry, toda a preocupação parecia regressar em dobro. Já estavam caminhando fazia um bom tempo, sem desordeiros ou fugitivos das Casas a perambularem escondidos.

- Harry anda muito distraído, parece até aborrecido com alguma coisa... – começou Granger, demonstrando leve preocupação.

- Também percebi isso – concordou Rony. – Depois das férias ele andou muito inquieto, mas não fala nada, talvez para não nos preocupar...

- É em relação ao Você-sabe-quem?

Rony apertou a mão de Hermione na sua. – Acho que sim, pois teve uma noite dessas, que ele acordou com um grito estrangulado na garganta, e ficou um longo tempo com a cabeça apoiada na mão, escondendo a cicatriz. Eu perguntei se ele estava bem, e se queria conversar sobre o assunto, mas ele, como sempre, me garantiu que estava bem e me mandou apenas dormir.

- Harry não tem jeito mesmo... Carregar o mundo nas costas como se fosse responsabilidade e obrigação... Tenho receio que quando isso terminar, quando a guerra finalmente terminar, ele-

O som alto de alguma coisa estalando e vidros se estilhaçando junto com madeiras quebrando foi ouvido vindo do lado dos corredores inferiores, que levavam às masmorras. Sem perder tempo, ambos saíram em debandada até alcançarem o lugar. Já havia dois monitores da Lufa-Lufa ali, e de costas para eles, sem se moverem. Rony olhou espantado para Granger, ela, aparentemente a mais controlada dos quatro, tomou iniciativa e caminhou, sem antes puxar a mão, ainda segura por Weasley o olhando nos olhos como quem diz "está tudo bem, vai ficar tudo bem", seus dedos se deslizaram aos do namorado e retomando sua postura séria e determinada, passou pelo meio dos outros dois monitores tomando dianteira e apanhando a varinha, apertando-a firmemente.

- Quanto tempo vocês estão aqui? – perguntou em voz baixa, sem encará-los.

- Acabamos de chegar também, ao ouvir o barulho – disse uma das garotas. – E notamos que tem um corpo caído ali, mas não tivemos tempo de fazer nada e vocês chegaram. Estamos surpresos e com medo.

O local apontado pela monitora era uma das salas lacradas, cujo conteúdo de seu interior não eram utilizados pelos professores de Hogwarts, talvez não hoje em dia. Perto da entrada havia realmente a silhueta de uma pessoa caída, metade fora e metade dentro do local. E pelo aspecto de como estava caída, parecia que estava saindo dali. Respirando fundo, Hermione voltou a caminhar na direção, e sussurrou "lumus", fazendo a ponta de sua varinha se iluminar, assim como seu rosto assustado e alguns metros adiante.

- Mione... – chamou Rony, avançando em sua direção e a abraçando como que querendo protegê-la. – Vamos juntos.

Ela fez que sim e caminhou com mais segurança, até que um grito esganiçado saiu imperceptível de seus lábios ao notar quem era a pessoa caída. – Harry! Harry! – chamou em desespero, notando que uma das mãos do amigo estava manchada de sangue. Ela o acudiu, Rony o acudiu, mas ele não acordou, foi com muito esforço que notaram que o sangue não era dele e que enroscado em seus dedos havia uma corrente prata, era ela que estava suja de sangue ainda fresco. – Oh Deus!

Rony seguiu seus olhos e dentro da sala, outro corpo caído. Hermione ergueu sua varinha ainda iluminada e a claridade venceu a barreira da escuridão, desvendando Draco Malfoy. Não souberam quando Zabini chegou, nem o que ele havia falado, só souberam de sua existência ali, quando o moreno saltou por Harry e ajoelhou-se ao lado do loiro, apavorado por vê-lo sangrando.

- O que esse desgraçado fez? – berrou enraivecido, acusando o ainda inconsciente Potter.

Rony erguera-se de supetão ao ouvir aquilo, ele havia ajoelhado ao lado de Hermione para ver se Harry ainda estava vivo. – Como se atreve... – grunhiu entre dentes.

- Claro que foi ele! Veja as mãos de Potter, estão cheias de sangue! Sangue de Malfoy!

- E quem garante que Malfoy não o agrediu primeiro e acabou levando a pior? – berrou ainda mais alto que o outro, querendo avançar em Blaise, mas sendo impedido por Hermione.

- Ah, claro, Malfoy é quem estava fora do dormitório depois do horário e Potter que é o monitor! – desferiu Zabini com raiva crescente.

Rony engoliu em seco, não podia contestar, afinal, Zabini tinha razão e Harry estava fora da Torre Grifinória, se Malfoy o havia pego perambulando escondido ele tinha o direito de repreendê-lo e ferrá-lo, pois era monitor. Estava começando a ficar frustrado e a situação só piorou quando Snape entrou no meio e encarou a todos com ar carrancudo e nem um pouco animador. Em uma olhada rápida para toda aquela confusão, e se atendo nos dois rapazes desmaiados, ele ordenou a uma das monitoras da Lufa-Lufa.

- Chame Madame Pomfrey agora – seus olhos não saíram do corpo de Malfoy e saltando por Harry, coisa que fez Hermione pensar 'típico', foi verificar seu protegido. – Por Merlin, ele está sangrando! - conjurou um feitiço simples de cura, para que o corte no pescoço de Malfoy parasse de sangrar, olhou a Harry com desconfiança, igual a que Zabini a pouco tinha feito, mas ao contrário do outro, Snape não disse nada, ergueu-se e aproximou de Potter. Hermione quase o agarrara como se Severus Snape fosse terminar de matá-lo, mas conteve-se, pois o outro era um professor. Sem prestar atenção na angústia dela, Snape pegou ao pulso branco e virou a mão manchada de sangue, lá estava a arma do crime, um colar de prata com um pingente em forma de placa, com a gravura gótica distinta de um 'DM', entrelaçados como uma serpente. Rony esbugalhou os olhos nesse momento.

- Este colar é de Draco! – Blaise ficou atônito, e sem que alguém pudesse pensar em fazer algo, ele já estava tentando arrancar da mão de Harry, mas seus dedos se fecharam mecanicamente, como que por reflexo, deixando Zabini ainda mais raivoso. – Ele está fingindo! – não tinha quem tirasse o adorno da mão férrea que a guardava.

- Harry! – grunhiu Hermione em pânico. – Pare! Você só vai piorar as coisas pro seu lado... – suas últimas palavras saíram como num apelo.

Nada, absolutamente nada, e foi com um certo espanto bem camuflado, que Snape notou que o rapaz não havia acordado, estava desmaiado de verdade. Com um pouco de força conseguiu empurrar Zabini para a parede, longe do grifinório e ignorou o olhar assustado de seu aluno. Ao invés, reparou no ambiente e viu que a varinha de Malfoy estava caída perto de sua capa amarrotada, sinal de que fora o loiro quem fez Potter desmaiar, e o pegando pelas costas. O resto era poeira e cacos de vidro, uma prateleira de madeira quebrada e um sofá velho num canto, nada mais. Madame Pomfrey empurrou a todos abrindo espaço para socorrer os feridos.

Na enfermaria, Hermione estava sentada ao lado de Rony, as mãos entrelaçadas e a cabeça apoiada em seu ombro, tentando manter a calma e aguardar que seu amigo melhorasse. Snape ficara ao lado de McGonagal conversando sobre os fatos ocorridos. Do outro lado estavam Zabini e Parkinson, ambos encarando Rony e Hermione com raiva acusadora. Pomfrey tentou retirar o colar da mão de Harry, mas também não conseguiu, os dedos do rapaz se fechavam como uma morsa de ferro. O jeito foi lavar a mão manchada a mergulhando numa poção curativa, para garantir que se houvesse qualquer machucado, este sumiria.

- Por que não chamaram o diretor Dumbledore? – perguntou Granger, sem esconder a tristeza.

- Não há motivos para rinchas de alunos chegarem até o ocupado diretor – explicou McGonagal secamente.

- Mas ele vai acordar? – insistiu.

- Sim, ambos estarão bem, mas acordarão amanhã pela manhã, não se preocupem, e todos podem voltar aos afazeres e repousarem, pois nada poderão esclarecer por hoje – ordenou Madame Pomfrey encarando Snape, pois sabia que ele queria muito tomar satisfações com Potter, por estar fora do dormitório e ainda ter ferido um de seus alunos. No dia seguinte, Grifinória perdera pontos e Harry levou uma cansativa detenção, mas nada o fazia se lembrar que estivera com Malfoy, e que o havia ferido, nada nem ninguém podia saber o que aconteceu de fato ali, nem Draco chegara a falar algo, ele ficava calado, hora balançava a cabeça em negativa, hora nem movia as pálpebras para piscar. Julgaram-no ainda em choque pela agressão, mas seja o que fosse, nenhum dos dois colaboraram para clarear esse enigma. E parecia que Potter realmente não se lembrava de nada, já Malfoy...


Hermione avia usado o tempo depois do jantar, para contar essas coisas para Harry, aquele dia. Ninguém mais estavam na Sala Comunal além dos três amigos inseparáveis. Harry ficou pensativo, mas realmente não fazia sentido, e nada se lembrava. Acordou como sempre e nenhum vestígio do tal colar. Será que alguém o pegara na noite ou ao amanhecer? O fato era que estava mais intrigado com tudo, e com Draco Malfoy, do que antes poderia ter ficado. Ele iria sim, descobrir o que aconteceu aquela noite, nem que para isso, tivesse que encostar certo loiro arrogante contra a parede.


N/A: mais um capítulo e ao contrário do anterior, este está mais maior. Espero que tenham gostado. Aguardo reviews para saber o que estão achando, e obrigada por acompanharem até aqui. Desculpe pelos errinhos gramaticais, estou fazendo o possível para deixar o texto no mínimo aceitável.

No próximo capítulo: rivalidades em jogo, testosterona em alta e síndrome de ferração vem por aí. Draco Malfoy é um cara realmente difícil de se lidar. Harry Potter é um cara realmente perseverante naquilo que quer. Blaise Zabini é um cara realmente vingativo e muito, muito ciumento. Rony Weasley é um cara realmente leal aos amigos. E Hermione Granger que não é um cara, mas realmente parece ser a mais sensata de todos.