Título: Incógnito
N/A: Obrigada a Marck Evans e Ia-Chan pelos comentários!
Capítulo 3 – O Beijo
Sábado finalmente havia chegado para a felicidade de muitos. Dia de ir passear e se divertir em Hogmeads.
Era manhãzinha quando Draco saiu de seu quarto vestindo um leve conjunto de linho preto, ideal para dias temperados. Caminhou um pouco receoso até o Salão Comunal, torcendo para não encontrar Zabini ali, o esperando. Não estava com paciência para aturar suas indiretas. Espiou pelo vão da porta e só viu alunos do terceiro e quarto ano, poucos, aliás. O resto deveria ou ainda estar dormindo ou se arrumando para saírem.
Respirando mais aliviado, saiu do domínio da Sonserina e percorreu o corredor calmamente, ninguém pelos corredores também. Seus passos ecoavam baixo, e se não fosse eles e seu cabelo platinado a reluzir vez ou outra ao passar pelas fracas claridades que penetravam ali, passaria despercebido.
Só mais dois dias e poderia utilizar-se da papoula roxa, de seus projetos de Poções. Madame Sprout o ensinaria a coletar suas substâncias sem que a planta se enfezasse e despejasse em si uma perigosa quantidade de narcótico. Nunca se drogou e não ia ser agora que o faria.
Enquanto pensava em seu projeto, e nos benefícios que o aguardava, algo passou como uma sombra, ao seu lado esquerdo, beirando a parede. Parou um pouco de caminhar e se aproximou do local com um misto de raiva e preocupação.
"Que não seja o idiota do Potter".
Olhou com cuidado aos vãos que se formavam na parede das masmorras, e nada viu, olhou atrás de si e depois o caminho mais a frente. Nada. Deu de ombros e continuou a andar, mas alguns minutos depois, outra sombra passou rente ao chão, ou seria a mesma? Olhou ao redor e não constatou nada novamente.
- Tudo bem, quem é o imbecil que fica fazendo essas brincadeirinhas sem graça? Apareça! Não estou de humor para aturar essas idiotices – disse com frieza, mas não obteve resposta, resolveu pegar sua varinha e a ergueu. – Lumus.
O brilho se expandiu ao seu redor, clareando os cantos mais escuros e não constatou ninguém, apenas um pouco de teias de aranha nos vãos mais profundos das pedras. Sussurrou inaudível para que sua varinha se apagasse e virou-se para continuar a andar, dando de encontro com o professor Snape. Seu sangue gelou, parecia até que parou de circular em suas veias e mordeu o lábio inferior com força controlando-se para não gritar de susto. Realmente, Snape não era nada bom em se ver num corredor deserto e escuro, ainda mais depois de andar vendo 'coisas'.
- Algum problema Draco? – o diretor da Sonseria ergueu uma sobrancelha.
- Nada, tio Sev – respondeu com a mão no coração, já se acalmando do susto.
- E o que faz aqui sozinho pelos corredores?
- Vou a Hogmeads – disse enquanto caminhavam lado a lado.
- Não sei se é uma boa idéia ir esse horário. Só estarão indo Corvinais e Grifinórios, e ir sozinho no meio dos leões não é muito gratificante – aconselhou carrancudo. – Não quer que eu mande avisar Zabini ou Parkinson para o acompanhar?
- Não tenho medo deles tio Sev... – sussurrou raivosamente. – Eles que tentem se meter comigo, ainda mais que hoje acordei de muito mau humor.
Severus assentiu com a cabeça, conhecia o lado 'ninguém me toca' e 'auto-suficiente' dos Malfoys. Orgulho puro pra ser mais exato. Lembrou-se que Lucius Malfoy também andava sozinho pela Hogwarts ou Hogmeads, mesmo sendo tão popular, ele tinha seus surtos de isolamento. Draco era igual.
- Boa diversão então – desejou-lhe dando um leve tapinha ao ombro do afilhado, antes de entrar em sua sala de Poções, precisava deixar tudo em ordem antes de segunda-feira.
Draco sorriu ao ficar sozinho no corredor, certamente era estranho acreditar nas palavras gentis de Snape quando ele as pronunciava com aquela cara de 'se o mundo acabar hoje, melhor'.
Depois de deixar o castelo, passou calmamente pelos portões. Realmente a maioria ali, indo em direção a Hogmeads eram da Corvinal ou da Grifinória. Colocou as mãos no bolso e se afastou dos demais, andando bem devagar, sem pressa e sem entusiasmo para chegar. O vento fresco soprava em seu corpo, rosto e cabelo, fazendo sua camisa balançar. Era algo bom, tinha certeza, sentiu-se livre. Ergueu a cabeça e inspirou profundamente, enchendo os pulmões com essa paz que fazia alguns dias, não estava tendo.
Harry vestiu a primeira coisa que encontrou pela frente, mas quando foi buscar sua carteira, notou-se no espelho. A roupa muito larga mistura de calça marrom, camiseta laranja e tênis, o deixou um pouco desconfortável - mais que o normal. O marrom era um desbotado beirando a velho, o laranja era tão forte, que parecia que derramaram suco de abóbora nele todo e o tênis já bem surrado, uns dos que mais usava. Olhou seu cabelo, rebelde além da conta, fios negros arrepiados. Seu corpo, num todo, dava a impressão de ser bem magro – raquítico seria a palavra certa.
Lembrou-se em Malfoy, cabelo impecável, vestes perfeitamente delineadas ao corpo, cor sóbria – o preto. Sapatos em sua maioria social ou de estilo. Tudo em harmonia, tudo combinando perfeitamente. Tudo impecável como o próprio rapaz.
- Harry! – Rony o chamou da porta. – Vamos, Mione já está ficando cansada de te esperar.
O rapaz de óculos sacudiu a cabeça tentando voltar ao seu estado normal. Ele era Harry Potter, o garoto órfão que viveu com as roupas velhas do primo Duda, nada além de alguém sem vaidade. Não se importou antes, não se importaria agora.
- Estou indo – pegou a carteira e a colocou no bolso de trás da calça, caminhando sorridente ao amigo. – Vamos.
Acordaram cedinho como a maioria da Grifinória. Harry e Rony encontraram uma paciente Hermione no Salão Comunal e de braços dados, a garota sempre ao meio dos dois rapazes, seguiram rumo a Hogmeads.
Se aproximavam do portão, quando o olhar atento de Granger avistou quem menos esperavam.
- Malfoy? Tão cedo e caminhando sozinho? – não deixou de dizer, ainda surpresa.
Harry prontamente buscou a imagem do sonserino, e lá estava ele, caminhando devagar e parecia disperso e tranqüilo. O vento fazia alguns fios louros se desgarrarem de seu penteado.
- Muita coragem pra um furão – comentou Rony com maldade. – Vamos assustá-lo?
- Não Rony! – Hermione lhe deu um puxão no braço que segurava.
- Só um pouquinho... – insistiu com cara de pidão. – Não é sempre que Malfoy anda sozinho por aí.
Rony se calou ao notar que Harry se soltava do outro braço de Hermione ficando um pouco mais pra trás.
- Harry? – Granger o olhou desconfiada.
- Eu encontro vocês no Três Vassouras, vão em frente e peçam pra mim uma cerveja amanteigada.
- Não quer uma ajudinha Harry? Estou doido para azarar ele! – Rony se ofereceu, mesmo sabendo a resposta.
- Uma outra oportunidade – sorriu pra ambos, enquanto tomava outro caminho.
Caminhou aos tropeços em direção à Casa do Grito, tinha certeza que viu Malfoy indo para aqueles lados. Saltou algumas poças de lama e na pressa, não notou onde pisava, levando um escorregão. Teria ido ao chão se não fosse segurado pelo braço e puxado para o lado, em terra firme entre algumas árvores.
Seu rosto bateu em algo macio e suavemente perfumado. Ergueu os olhos e se surpreendeu.
- Malfoy? – sussurrou como que para comprovar.
- Não, Parvati Patil ao seu dispor – debochou com desdém o soltando e se afastando.
- Bem, é de se estranhar tamanha gentileza – disse num pequeno sorriso de divertimento. – Devo agradecer, Patil?
Draco estreitou os olhos, detestava a cara que Harry fazia quando descobria algo muito interessante. – O que você quer Potter me seguindo?
- Quem disse que eu estava o seguindo? – o olhou com certa indignação simulada.
Draco revirou os olhos. – Aprenda a mentir primeiro, depois tente tomar meu tempo fazendo com que eu acredite.
Harry seguiu Draco ladeira acima, sem deixar de olhá-lo. Ele parecia mais pálido que no dia anterior. "E cheirava bem", pensou corando. Um cheiro tão suave que você pensaria que é a natureza transpirando vida, mas marcante como se viesse dos poros daquela pele branca, e ao mesmo tempo mística impossível de distinguir que notas foram utilizadas na composição de cheiro tão peculiar.
Chegaram perto da cerca que limitavam o acesso à Casa dos Gritos. Malfoy passou a olhar com interesse, como se aquela casa velha fosse extraordinária, mais interessante que todo o resto. E ignorando plenamente seu acompanhante.
Harry ficou um pouco irritado com esse tratamento, mas resolveu tocar no assunto assim mesmo.
- Então Malfoy pensou no assunto? – disse displicente, também percorrendo a vista ao redor.
- Não sei do que está falando Potter. E caia fora se for pra ficar incomodando a paz dos outros.
Dessa vez Harry o encarou, mas não obteve o olhar do sonserino, entretido em qualquer coisa que não fosse um rapaz desleixado e de óculos redondo.
- Não irei desistir Malfoy, e você vai me dizer – não obteve sequer uma resposta. Ficou frustrado e suspirou para se acalmar, levando a vista para a entrada da casa velha. – Olha, é só me dizer e eu vou embora e não te atormento nunca mais, e tenha certeza, não comentarei com ninguém, nem com Rony nem Hermione.
Harry voltou a olhá-lo, dessa vez conseguindo a tão importante atenção do outro. Malfoy parecia ponderar, ou era isso que tinha a impressão, mas a resposta veio como uma facada.
- Vai à merda – e o loiro virou a cara, pronto para dar meia volta e retornar para a rua principal, quando teve os braços presos por mãos firmes.
Conhecia a força daquele rapaz. A força de um Potter.
- Já disse pra nunca mais me tocar! – tentou se livrar das mãos que o prendiam, empurrando o outro e se afastando a passos vacilantes, quase caiu tropeçando em algumas pedras e mato.
Ia ser uma queda feia, pela inclinação do barranco, mas Harry, sem pensar duas vezes, o enlaçou pela cintura na tentativa de segurá-lo. E foram ambos para o chão, e antes de rolarem pelo declive, o moreno segurou à raiz de uma arvore ali perto e fincou o pé no chão, Draco também se segurou pelos arbustos para não sair rolando com Potter, sentiu uma dor nas costas pela pancada e o peso de Harry não ajudava.
Olhar esmeralda ao olhar prata, cabelos negros revoltos ao vento sobre cabelos platinados manchando a terra. Rostos tão próximos que era impossível não sentir o calor um do outro, respirações ritmadas, coração no mesmo compasso.
Beleza rara num pálido deslumbrante.
Esse pensamento correu sua mente, e reagiu num arrepio que tomou suas costas e tremeluziram em seu olhar.
E os lábios...
O tempo parou.
Maciez de encontro a sua boca, úmida e doce como o mel...
Sensação única!
"Por Merlin!
Agora posso morrer!
Agora posso matar!
Que venha Voldemort!"
Aqueles lábios estavam trêmulos, mas não se afastaram, e sim permitiu que sua língua tocasse timidamente e entrasse devagar até alcançar a língua rival, extremamente dócil naquele momento. E um gemido baixinho foi dado de encontro a seus lábios, dentro de sua boca.
Harry entreabriu as pálpebras para ver Draco sob si, olhos serrados. Os cílios louros roçando sua pele.
Ele estava deixando?
Sentia como se flutuasse!
Tentou aprofundar o beijo, por todos os bruxos, nunca fizera isso, nunca tivera tamanha coragem! E ele estava para corresponder, Draco queria corresponder!
- Harry! – gritou uma voz estridente de espanto.
O chamado os assustaram e Malfoy abriu os olhos empurrando Potter com toda força que conseguiu. Mesmo atordoado Harry sabia que tinha que parar por aí. Ergueu-se cambaleante e procurou a dona daquela voz inconfundível, ela estava parada a alguns metros de distância, olhar arregalado, faces avermelhadas e boca aberta.
Ficou sem fala.
Viu o sonserino se erguer segurando-se numa árvore para não cair. Parecia mais embaraçado que ele próprio, o olhar baixo, a respiração suspensa.
Rony chegou nessa hora, olhava de Harry a Draco e de Draco a Hermione e de volta a Harry, os três estavam calados e constrangidos.
O que houve? – perguntou se aproximando e abraçando uma trêmula e chocada Hermione. – Harry?
Não teve tempo de responder, Malfoy erguera a vista carregada de ódio e repúdio contra si, certamente culpando-o pelo ocorrido. Empurrou-o com força quase o derrubando para abrir passagem e desceu a trilha como um vulto. Apenas o acompanhou com os olhos para notar mais ao fim do caminho, um nada satisfeito Blaise Zabini, o encarando raivosamente enquanto esperava que o loiro o alcançasse.
- Droga Malfoy... – murmurou pra si mesmo, vendo Draco seguir na direção do amigo.
E um sorriso se formou ao vê-lo empurrar o braço do outro sonserino, negando seu conforto, ignorando-o e caminhando feito uma ventania até desaparecer das vistas dos três que sobraram, e com um confuso Blaise indo atrás dele. Mas seu sorriso morreu ao notar o peso dos olhares de uma ainda muito chocada Granger e um confuso e curioso Weasley.
- Oi... – foi tudo que conseguiu esboçar perante os olhares dos dois amigos.
- Oi? Você só diz 'oi'? – Repetiu Rony em desespero. – Harry, acorda! – passou a mão frente ao rosto levemente corado do amigo. – O que acabou de acontecer aqui?
- Uh... Não é nada... – ele começou, os olhos presos em Hermione que parecia ainda mais possessa por suas palavras.
- Harry, você estava... Você e o Malfoy estavam... – começou a gesticular com as mãos, tentando encontrar a palavra certa, sem ser explícita demais ou ofensiva demais. – Estavam se...
- Agredindo? – o rapaz de óculo a encarou suplicante.
Hermione abriu a boca para dizer que o que viu não era nada agressivo e muito pelo contrário, mas resolveu deixar por isso, pelo fato de Harry ainda estar perdido com as próprias ações.
- Vocês se bateram? – perguntou Rony um pouco duvidoso.
- Não quero falar em Malfoy agora, pode ser? – Harry deu de ombros e começou a seguir em direção aos Três Vassouras. – Viemos aqui nos divertir e ainda quero a minha cerveja amanteigada – tentou soar animado.
- Certo – declarou Rony puxando a namorada pela cintura e acompanhando o seu melhor amigo.
Harry suspirou ainda sentindo o rosto queimar. Foi tão estranho, assustador e bom ao mesmo tempo. Era muito confuso, e nem sabia por que tinha feito algo assim.
E justo com Malfoy.
Malfoy...
Ele havia se entregado e não era impressão sua. Mas ao mesmo tempo se safou do interrogatório e antes de sumir, estava realmente nervoso. Nervoso pelo ocorrido. Com certeza passaria a ser mais arisco que antes.
Olhou de um lado ao outro na esperança de ver alguma cabeleira loira, mas nenhum sinal. Tinha sumido mesmo, talvez voltado a Hogwarts e se escondido na toca, voltar a refazer suas barreiras e resgatar sua arrogância.
Lembrou-se do rosto do sonserino quando o beijou, nada de arrogante, nada de esnobe.
Parecia irresistivelmente apaixonante...
Sorriu. Um sorriso sem medo, um sorriso inesperado...
Hermione o olhava com um misto de tristeza e simpatia. Seu peito chegava a doer ao pensar em Harry sendo magoado novamente. E ao mesmo tempo sentia-se um pouco alegre de vê-lo sorrir como um bobo.
Mas justo Malfoy?
Não, não estava errada, o que viu foi o que realmente aconteceu.
Estavam esperando o amigo, três copos de cerveja amanteigada sobre a mesinha, ela abraçada a Rony, trocando alguns beijinhos e juras de amor, como todo casal apaixonado, quando veio Gina, um pouco constrangida de interromper o namoro do irmão.
Conversaram os três, e a ruivinha só olhando para todos os lados, esperançosa em ver alguém. E Hermione sabia exatamente quem era esse alguém.
- Harry não veio? – finalmente a garota perguntou, confessando inocentemente seus sentimentos, somente Rony não notou a bandeira.
- Ele disse que nos alcançaria daqui a pouco, já deve estar vindo – comentou casualmente o irmão.
Mas Hermione sabia e dava todo apoio, Gina era linda, de cabelos tão avermelhados como de Rony, num corte comprido e bem liso. Estava bem vestida também, com um vestido rosa claro, quase branco e um casaquinho de musselina de tom mais escuro, encobrindo a nudez dos braços.
Tudo para agradar a Harry.
- Acho que vou falar com as meninas – ela disse decepcionada, olhando na direção de um grupo de garotas da Grifinória.
Por que não espera? Vou chamá-lo, além do mais, a cerveja dele está esquentando – ela piscou-lhe um olho.
Gina sorriu vivamente, sabia que Hermione já suspeitava de sua paixão nem tão secreta.
Hermione beijou o rosto de Rony e caminhou em busca do amigo sumido, mal fazendo idéia de onde ele estaria, já que não viu Malfoy em lugar nenhum. Procurou alguns minutos e resolveu perguntar a Neville, não muito distante.
Você viu Harry por aí?
Acho que seguindo em direção à Casa dos Gritos – informou o rapaz, tendo consentimento de Seamus.
Obrigada! – Hermione correu na direção mencionada, e que Harry não estivesse azarando o crápula. Mal notou que tinha alguém indo atrás dela.
Ao chegar na trilha, qual não foi a surpresa de ver um Harry, deitado sobre um Malfoy e se beijando! Aquilo foi realmente um choque. Nem percebeu que gritou o nome do amigo, só notou quando ouviu o som de sua própria voz um tanto desesperada demais.
E Harry parecia estar gostando de beija-lo.
Ficou completamente envergonhada, era pra ter dado meia-volta e regressado sem fazer barulho, deixando os dois e depois tomado satisfações com o amigo, mas era tarde, foi traída por si mesma. Agora era só encarar e se constranger.
"Pelo jeito, consegui deixar até mesmo Malfoy, o rei da frieza e alto-controle, muito embaraçado" – sorriu interiormente.
Chegaram ao Três Vassouras e foram recebidos por uma alegre Gina, e Harry principalmente teve o sorriso mais lindo e sincero da garota.
- Draco! – Zabini segurou o braço do loiro, antes que este tentasse desaparecer.
- Me larga Zabini – rosnou puxando o braço. – Me deixa em paz!
O moreno avançou na frente bloqueando a passagem, ainda estavam em Hogmeads. – O desgraçado do Potter te bei-
Um soco calou o outro sonserino antes de pronunciar a maldita palavra que não queria ouvir, muito menos queria que os outros ouvissem.
Draco lançou um olhar nada amistoso aos que estavam parados ali perto, e estes logo trataram de sumir, deixando os dois sozinhos. Depois voltou o olhar fulminante ao outro.
Blaise encostou na parede de uma das lojas enquanto passava as costas da mão no canto da boca machucada. – Aquele desgraçado fez isso não fez? Eu vi, segui a sangue-ruim... – dessa vez controlou a voz.
Draco passou as mãos pelo cabelo, se livrando das folhas e da terra de quando caiu. – Isso é problema meu... – sussurrou sem olha-lo, mas sua voz era fria como gelo.
- Certo – concordou o olhando, vendo os lábios delineados e um pouco avermelhado do loiro.
Era algo inusitado. Malfoy dera-lhe um soco ao invés de dar um soco em Potter, a quem, na sua opinião, mais que merecia pela afronta.
Os olhos de Zabini se estreitaram enquanto acompanhava o sonserino partir mais recomposto.
Só se não foi tão ultrajante assim, ter um beijo roubado por Harry Potter.
E a pontada veio como um raio nas entranhas...
A dor do ciúme.
- Potter, você me paga! – grunhiu entre dentes. – Tenho um plano pra você, assim, você deixa Draco em paz de uma vez por todas.
N/A: Obrigada a todos que estão acompanhando minha fic! Deixem reviews, por favor! É bom saber o que estão achando, e até o próximo capítulo.
