Título: Incógnito


Capítulo 5 – Segredo Desvendado!

Rony entrou no dormitório no horário do almoço e pegou o quarto em total desordem.

- Por Merlin! O que aconteceu aqui?

A cabeça de Harry apareceu do outro lado de sua cama. – Olá Rony.

- O que você está fazendo?

- Procurando o colar.

- Que colar?

Harry terminou de esvaziar seu baú e nada encontrou. Sentou-se decepcionado na cama. – O colar do Malfoy.

- Mas você não o tinha perdido quando acordou?

- Sim, mas pensei que talvez, eu mesmo o tivesse guardado... – Harry ficou um tempo pensativo, logo, ergueu a cabeça como quem achou a solução do mundo. – Vocês me disseram que nos levaram para a enfermaria. Certo?

- Sim, ambos estavam desmaiados.

- Mas quando eu acordei, Malfoy não estava mais lá... Ele deve ter pegado então.

Rony ponderou. – É capaz... Sendo assim, o que vai fazer?

- Temos aula com a Sonserina?

- Acho que a última de DCAT. Por quê?

- OK! Saberei de tudo e vai ser hoje!

ooo

Olhos verdes não desgrudavam do rapaz loiro que andava mais à frente, conversando animadamente com Parkinson e Zabini. Na entrada da sala de DCAT, Harry apressou os passos e entrou ao mesmo tempo com o sonserino, prensando-o contra a porta e aproveitando para se esfregar um pouquinho no corpo quente e perfumado, seus olhos se encontraram com prata fulminante para depois percorrer o caminho até o pescoço pálido, onde uma corrente mal escondida pela camisa, brilhava.

Sorriu em triunfo.

- Pretendendo me degustar Potter? Não é melhor esperar até depois da aula e em algum lugar mais discreto?

- Cala a boca Malfoy, seu lerdo – retrucou um pouco corado.

- Não resiste. Sou mesmo muito sexy até pra você.

Harry manteve-se calado, parecia que seu corpo iria pegar fogo, e se juntou a Rony e Hermione, no grupo da Grifinória, enquanto Malfoy foi para o outro lado, no grupo da Sonserina.

Enquanto o professor explicava, coisa que não prestava muita atenção, então ouviu a menção de formarem duplas. Quando os primeiros alunos começaram a se mover em busca de seu par, Harry já estava ao lado de Draco, para espanto desse e de si próprio.

- Zabini, fique com Longbotton que está sozinho – disse o professor.

Harry viu o rosto de Blaise ficar branco de susto, depois, olhar em sua direção e ficar vermelho de raiva, antes de deixar o lado do loiro e caminhar até um horrorizado Neville. O olhar verde então buscou o azul acinzentado, que ainda o encarava duvidoso. Draco tentava achar alguma explicação para o que o grifinório a seu lado estava fazendo, mas nada veio em sua mente.

- Está demente Potter?

- Nem um pouco... Malfoy – custou a dizer, enquanto dava um sorrisinho afetado, tentando manter a calma. "Talvez eu realmente esteja louco..." – pensava enquanto via que a maioria dos alunos estava os olhando com a mesma pergunta de Malfoy, inclusive Rony e Hermione.

Primeira etapa do plano já concluída. Faltava agora, o resto se desenrolar e dar tudo certo no final das contas.

- De frente um pro outro. Isso mesmo. Agora, um vai atacar como eu havia explicado no começo, e o outro irá se defender com o novo feitiço que aprendemos... – vinham as palavras como que de algum lugar muito distante.

Harry estava perdido demais nos olhos de seu rival. Na pele pálida de seu pescoço delicado e na ansiedade de fazer funcionar o que tinha em mente, quando foi atacado por Malfoy sem conseguir fazer nada, seu corpo foi lançado contra a parede e sentiu a dor se alastrar pelo corpo.

- Merda – precisava ficar mais atento.

Mas antes que qualquer pessoa pudesse pensar em fazer algo, ele lançou um contra-feitiço no loiro, que se defendeu e passou a ataca-lo, enquanto revidava. O resultado, foi a sala semi-destruída, alunos gemendo de dor por serem atingidos pelos seus ataques frenéticos e um professor pra lá de irado.

- Cinqüenta pontos reduzidos de cada Casa! E vocês dois, detenção! Vão até a sala da professora McGonagall, agora!

- A professora McGonagal não se encontra em Hogwarts – esclarecera Hermione bem baixinho, enquanto lançava um olhar mortal em direção a Harry.

- Ótimo, então o professor Snape dará a detenção de vocês, já que é o responsável por parte da turma.

Harry suspirou, não era bem assim que esperava ganhar uma detenção com o sonserino, mas não importando os meios já que o final era o mesmo.


Os dois rapazes jantaram normalmente, mas logo tiveram de se encaminhar à sala do professor de poções.

Snape abriu a porta com a mesma carranca de todos os dias, e encarou os dois alunos com desdém dirigido a Potter. – Entrem.

Ambos obedeceram sem uma única palavra.

Severus fechou a porta e encaminhou até uma mesa onde sustinha vários frascos vazios de poções. Olhou aos dois rebeldes e apontou para o enorme caldeirão fervente.

- Vocês vão colocar a poção já preparada ali, em cada um dos frascos que estão nessa mesa, depois, etiquetarão um por um e os guardará naquela estante, segunda prateleira de cima para baixo. Após terem terminado, limparão a bagunça e lavarão o caldeirão – e olhou ao seu relógio de bolso. – Tem duas horas para concluírem tudo. – e saiu arrastando a capa atrás de si e batendo a porta.

Harry achou tudo muito fácil, e sem aqueles malditos comentários venenosos do mestre de poções, então, seus olhos encontraram o rapaz loiro, que começava a pegar uma das conchas sobre a mesa. Sim, era por ele que a detenção estava estranhamente mais fácil que o esperado. Tratou de pegar a outra concha e mãos à obra, só era difícil saber, como arrancaria o colar dele.

Draco tinha modos fluídos, nem parecia um rapaz, pra falar a verdade. Ou talvez era ele que estava acostumado com os modos grosseiros de Rony e Seamus. E até mesmo os seus modos rudes. Nunca poderia se comparar ao sonserino. E lá estava o perfume, sendo desprendido da roupa em cada movimento. O mesmo cheiro que o fazia esquecer do tempo.

Seus olhos buscaram o adorno na pele descoberta, mas não se podia mais vê-lo. Se retesou um pouco ao imaginar tocando naquela parte escondida, perto das omoplatas com a curvatura do ombro. Beijando ali...

Ficou corado e sacudiu a cabeça tentando voltar sua atenção no que queria desde o início, mas estava sem fala, já que Malfoy estava mortalmente calado e não dava mostras de querer falar uma sílaba com ele.

Quarenta e cinco minutos depois estavam terminando de limpar a bagunça, quando Harry avistou um recipiente parecido com um prato de barro, não muito fundo e com um líquido azulado dentro.

- O que é isso? – perguntou sem se dar conta de que era Malfoy o acompanhando.

- Isso é uma espécie de penseira, mas voltada para se descobrir atos feitos por alunos. Acho que Snape a tenha inventado para descobrir malefícios causados por alunos como os gêmeos Weasleys. É por isso que Snape sempre consegue incrimina-los depois de alguma brincadeirinha de mau gosto.

- Oh! – Harry estava surpreso. – E como funciona?

- Coloca-se algum objeto suspeito dentro da penseira e através do feitiço é mostrado o que foi feito e quem fez a arte.

Os olhos de Harry se arregalaram e logo, buscou o outro rapaz. Draco falava sem muito interesse, já vira aquilo milhões de vezes e foi no quarto ano que se interessou, agora, já no sétimo, nem mais se importava com aquilo.

Seu corpo se sobre-saltou com o contato repentino do corpo do moreno, o prensando na mesa, e teve os lábios tomados com ardor. Tentou se livrar do peso do outro, mas Harry o beijava desesperadamente, que só conseguiu ficar sem ar.

Harry sorriu no beijo, sentindo os lábios macios do sonserino tremerem de encontro aos seus. Forçou a entrada e sua língua tocou a do outro, timidamente, insistiu alguns segundos, até que teve a primeira onda de choque ao ser correspondido. Se recriminou pelo seu ato muito sonserino, mas era o modo mais fácil de saber o que aconteceu, então, perdido no meio do beijo, no duelo de línguas, nas chupadas que dava ao lábio inferior do loiro, e nas mordiscadas que recebia em troca, estendeu a mão até a penseira, e soltou o colar, que tinha retirado do pescoço de Draco, sem este perceber.

Se separaram na hora em que o feitiço entrou em ação.

- Desculpe... – Harry murmurou a um Draco totalmente pasmo, enquanto via seu colar dentro da água borbulhante. – Sei que foi traiçoeiro de minha parte, mas você nunca me falaria o que aconteceu...

Draco apertou a mão na borda da mesa enquanto tomava fôlego, já era tarde.

Harry se debruçou sobre a penseira e viu a imagem lhe surgir nitidamente.


Estavam cara a cara, e seus olhos percorriam o sonserino a sua frente, a pele luminosa, mostrando as curvas sob o tecido, e o cheiro que lhe entorpecia, que lhe causava uma revolta interior, uma necessidade crescente. Tentou se conter, isso era errado, por Merlin!

Afastou alguns passos, não queria ficar tão perto do outro rapaz, ele estava muito estranho, agora sabia que Zabini falara a verdade, Malfoy estava – erótico.

Draco avançou a distância que o grifinório deixou entre eles, pensando que o moreno estava preocupado em levar detenção e ofendido por ser justamente pego por ele. Sorria com gosto.

- O que houve Potter? – arrastou cada sílaba, para pânico de seu ouvinte. – Você me parece estranhamente perdido...

"Perdido na excitação, merda!" – Harry pensou consigo, vendo o caminhar sensual do loiro, no modo como ele passava os dedos longos nos fios platinados.

O cheiro se tornou mais forte e mais estimulante. Que perfume era esse? Que deixava os outros à flor da pele? Seu baixo ventre já começava a formigar.

Malfoy semi-serrou as pálpebras de modo provocativo e ergueu o queixo. – O gato comeu sua língua?

"O gato vai é comer outra coisa, se você não calar a boca..." – voltou a pensar, incapaz de falar uma palavra.

Para espanto dos dois, a porta se fechou e se lacrou sozinha. Draco pareceu intrigado e tentou abri-la, mas nada adiantou. – O que fez?

- Não fui eu Malfoy – sussurrou, ainda perdido no brilho daqueles olhos, do rosado daquela boca.

- Chega de conversa, abra a porta se não irei arromba-la – pegou o braço de Harry sem se importar se estava sendo rude ou não.

- Me solta Malfoy. Ou vai se arrepender – tornou a dizer tão baixo, que o sonserino quase não ouviu.

- E vai fazer o que?

Tão perto...

Harry grunhiu tentando segurar um gemido causado pelo contato de suas peles. O maldito cheiro de Draco estava nublando sua mente, seus instintos aflorando, sua vontade de possuir...

Possuir aquele corpo...

Harry prensou o corpo pálido e quente na parede, ouviu um grito de susto escapar da boca do loiro e sorriu. O que mais escaparia daquela boca?

Draco ficou chocado, nunca vira os olhos verdes de Harry brilhar com tanto desejo, com tanta luxúria, era realmente isso que estava vendo naquele olhar predador – luxúria cega.

- Pot-

Harry o calou num beijo selvagem, seu corpo estremeceu e sentiu a língua adentrar e explorar cada recanto, o moreno estava praticamente devorando sua boca. Tentou empurra-lo, mas ele era forte, mais forte do que aparentava.

Mãos firmes abriram sua camisa ao mesmo tempo, dedos percorreram a pele de seu abdômen e um gemido adentrou sua boca. Harry estava gemendo só de tocar na maciez de sua pele. O quadril de encontro ao seu pressionando seus membros e a coxa musculosa apartou as suas pernas afastando-as ligeiramente para poderem se encaixar melhor. Tentou empurra-lo, mas acabou apenas virando o rosto, desprendendo seus lábios e tomando ar com desespero.

- Me solta... – murmurou ao ouvido do moreno. – Harry, por todos os bruxos, me larga!

O hálito quente de Draco contra a pele sensível da orelha do grifinório foi o bastante para acabar com qualquer controle que poderia ainda restar. Rebolou de encontro ao ventre do outro, voltando a capturar aquela boca.

- Diz meu nome de novo, Draco... – pediu entre o beijo, e voltou a sussurrar provocante. – Draco...

Olhar verde esmeralda finalmente dominaram olhar azul prateado. Ficaram de corpos colados, testa contra testa, se encarando sem uma palavra, respiração ofegante, corações desesperados.

Draco estremeceu. Por que estava se sentindo assim? Queimava por dentro. Ansiava tanto quanto Harry mostrava que ansiava, desejava tanto quanto o outro o desejava. Passou a língua pelos lábios, umedecendo-os e se inclinou ainda olhando nos olhos verdes, até que seus lábios se tocaram.

- Harry – murmurou com sensualidade.

Dessa vez se beijaram com mais calma, explorando cada recanto com cuidado. Abriu levemente a boca e convidou a língua amante a tocar a sua, bem devagar, sem pressa, tinham todo o tempo do mundo. E o beijo se intensificando, se provando, se sentindo.

As mãos do moreno voltaram a sua roupa terminando por tirar peça por peça. Tocando-o com delicadeza como se pudesse feri-lo. Dedos exploradores passaram por um mamilo, eriçando-o com o toque para depois aperta-lo, fazendo-o gemer no beijo.

Harry partiu o beijo descendo a vista até o botãozinho rosa que beliscava. Sorriu malicioso e o abocanhou sem reserva, passando a língua em círculos e sentindo o loiro tremer e gemer baixinho. Roçou os dentes na pele ao redor para depois morde-lo de leve, chupa-lo e voltar a morde-lo, deixando avermelhado e banhado de saliva, atacando em seguida o outro mamilo, repetindo todo o processo.

Draco enfiava os dedos nos fios negros e revoltos enquanto soltava gemidos baixinhos. Acariciou a cabeleira macia deslizando os dedos até a nuca e puxando as mechas arrepiadas num carinho mais compensador. Por que mesmo não podia fazer o que estava fazendo? Não lembrava, só desejava fazer. Passou a retirar a capa do grifinório e depois a camisa. Harry ajudava se movendo devagar enquanto beijava e mordia seu pescoço, tratava de despi-lo o quanto antes.

O mundo parou quando a última peça foi pro chão, e se olharam de cima a baixo, se devorando com os olhos.

Você é lindo... – Draco murmurou, passando os dedos pelos lábios de Harry, descendo pelo queixo e seguindo o trajeto macio até o peito, passando pela demarcação muscular até o abdômen definido e se perdendo entre os pêlos escuros da púbis.

Harry estremeceu se excitando ainda mais. Não teve tempo de dizer nada, pois foi puxado pela nuca e recomeçaram um novo e devastador beijo. Grunhiu se esfregando desesperadamente na púbis do loiro. Seu pênis inchado gotejava de tão excitado, e o cheiro que exalava de todo o corpo de Draco estava mais forte, mais pungente, o fazendo quase enlouquecer. Esfregou a cabeça pegajosa na entrada tão desejada e quase se desmanchou quando ela entrou escorregando pelo canal apertado. Draco se abraçou mais forte e gritou de surpresa.

- Desculpe... – Harry acariciou as costas do loiro. – Quer que eu pare?

Draco suspirou e negou com a cabeça, se apertando mais no corpo do moreno e passando as pernas ao redor de sua cintura, fazendo o restante do membro inchado se enterrar até o fundo. Gemeu de dor e de prazer.

Harry firmou as pernas para poder sustentar o peso do outro com a ajuda da parede, segurou forte as coxas firmes do sonsenrino e passou a se mover devagar, sentindo a fricção no canal ainda muito apertado. O suor já escorria por sua têmpora e costas, assim como em Draco. O loiro se agarrou em seu cabelo e voltou a beija-lo com paixão, os movimentos aumentando de intensidade. Cada estocada o levando mais fundo, tomando, possuindo o deus grego, o príncipe sonserino, o ser mais distante e perfeito que algum dia em sua vida jamais pensou que teria. E os gemidos, os tremores provavam que era todo seu.

- Harry! – Draco se jogara para trás de encontro a parede e apertando o corpo amante com as pernas, em cada espasmo de prazer que parecia que ia morrer.

Amoleceu ainda num último e longo gemido, se desfazendo dentro da carne de Draco, ouvindo seu nome e pronunciando o dele, e ambos deslizaram até o chão, deitando abraçados sobre as roupas esquecidas.

Adormeceram por meia hora, quando Harry abriu os olhos sonolento, estava exausto. Olhou ao loiro encostado em seu corpo, como um felino preguiçoso. Não deixou de sorrir enquanto acariciava as mechas loiras, ele era tão lindo... Passou a mão para o peito que subia e descia tranqüilo, fazendo círculos com os dedos, foi quando o despertou. Draco abriu os olhos com languidez, e o fitou com o mercúrio líquido, olhar de desejo, de paixão, abrindo um sorriso de satisfação.

Como era maravilhoso vê-lo assim, o olhando dessa forma e sorrindo com sinceridade e carinho. Onde foi parar o menino arrogante e mimado? O rapaz esnobe e preconceituoso? O vilão dos grifinórios? Agora se transformara num anjo, num lindo anjo louro, de feições delicadas e amorosas, de sorriso deslumbrante, de olhar encantador... Foi quando viu o colar prata, de corrente um pouco grossa e pingente de plaqueta com as letras DM gravadas. Ele ficava lindo só de colar, sem peça nenhuma a manchar a pele pálida e aveludada de seu corpo.

- Draco... – sussurrou fascinado. – Você me ama? Quero dizer... Você se entregou de uma forma tão maravilhosa, que... Parecia tão apaixonado...

Draco sorriu ainda sonolento. – Desde sempre...

Harry sorriu ainda mais, inclinou-se sobre seu anjo... Sim agora era seu, todo seu... E capturou uma vez mais aqueles lábios, seus dedos ainda circulando a pele macia. Sentiu dedos se enfiarem em seu cabelo, puxando-o para mais perto, até que se separaram.

- Temos que ir... – Draco murmurou o afastando.

Não protestou, mesmo que quisesse, pois era verdade, tinha que regressar e o sonserino também. Se vestiram sem pressa, limpando a poeira de suas capas. Quando Harry sentiu medo. Um repentino e aterrador medo de perde-lo.

Olhou ao loiro, que ajeitava as vestes. Mordeu o lábio inferior.

- Também te amo...

Draco tremeu, seu coração deu um salto de felicidade, mas sua mente latejou em pânico. Lembrara-se porque não devia ter feito o que fez, não era para ter se deixado levar. Levou as mão ao cabelo em frustração.

- Não podemos... – disse debilmente enquanto negava com a cabeça.

- Podemos... – Harry parecia ainda mais temeroso. – Por que não?

- Você não entende... Oh! Merda! O que foi que eu fiz!

- Draco! – Harry segurou os ombros do loiro, tentando acalma-lo. – Está tudo bem, não vai acontecer nada! – e o beijou como que para dissipar esse temor, seus dedos deslizaram pelo lado do rosto do sonserino, até se enroscarem no colar, apertando como que para convencer a si mesmo que era real, que era Draco Malfoy.

- Sim, vai acontecer – sua voz saiu num sopro dentre o beijo. – Sinto muito... Harry.

Harry se afastou um pouco, o olhar perdido nos olhos obscuros e terrivelmente tristes de Draco. – Por quê?

Não teve tempo pra mais nada, foi quando olhou entre seus corpos e viu a varinha em sua direção, apertou ainda mais o colar enroscado em seus dedos. – Não, Draco!

- Estupefaça...

Uma dor rompeu em seu corpo e logo depois a escuridão da inconsciência. O corpo de Harry foi lançado contra a porta, abrindo-a e fazendo com que caísse metade pra fora da sala. Draco levou a mão ao pescoço, um corte profundo causado pelo adorno de prata. O sangue escorreu pelos seus dedos até manchar a manga da camisa e empapando a gola da roupa, estava ficando zonzo. Como sem domínio dos próprios membros, caiu virado em direção ao moreno, desacordado. Usando o restante da força que ainda tinha apontou a varinha trêmula em seus dedos gelados e murmurou o último feitiço.

- Obliviate... – a escuridão velou seus olhos.


Harry estava pasmo e boquiaberto. Seu corpo tremia e olhou para Draco com certa mágoa.

- Você ia me esconder isso até quando?

Draco fechou os olhos, incapaz de encarar as esferas verdes, mostrando o quanto o rapaz de óculos se sentia traído. – Foi o melhor... Entenda Harry...

- Entender? – agora começara a gritar. – A gente se entregou! E nos aceitamos, merda! Por que fez tudo isso? Por que quis que eu esquecesse?

- Ficaria comigo Harry? – Draco o cortou.

- Claro que sim!

- Passaria por tudo e por todos? Até por Você-sabe-quem?

Harry engoliu em seco. Sim, estavam falando de Draco Malfoy, filho do Comensal da Morte e herdeiro dos Malfoys. Estavam falando de mais uma vítima para Voldemort, assim como fora Sírius. Não conseguiu responder.

Draco abriu os olhos e se perdeu na profundeza esverdeada. – Viu o por quê?

Uma tosse interrompeu a conversa. Ambos voltaram-se para a porta e encontraram Severus Snape ali parado.

- Detenção terminada. Senhor Potter pode ir pra sua Casa.

Harry deu mais uma olhada para Draco antes de deixar a sala do professor de poções e seguir diretamente até o dormitório, ainda muito confuso e chocado.

- O que acabou de acontecer aqui?

- Ele descobriu o que houve aquela noite...

- E o que aconteceu? Você se negou a me dizer e agora, quero saber de tudo! – seu tom era de que não havia escapatória.

- A gente fez... – Draco corou, era seu padrinho, mas não conseguia ser tão aberto em falar sobre essas coisas.

- Fez o quê? – insistiu carrancudo.

- Amor... – e seu sussurro saiu suave como a brisa na primavera.

Snape derrubou seu livro Poções no Decorrer dos Séculos, o qual trazia em mãos, de tão estupefato que ficara.

- Lucius vai me esfolar vivo... – foi a única coisa que saiu de sua boca trêmula, enquanto Draco encolhia os ombros e serrava os olhos como se fosse levar um tapa a qualquer hora.


N/A: obrigada a quem leu até aqui, por favor deixem reviews! E obrigada a Ia-Chan, meu poço de inspiração! Até o próximo capítulo. Bjs!