Título: Incógnito
Capítulo 12 – O Passado

Harry olhou a todos que estavam ao redor do círculo. Apreensivos e em expectativas para o que iria acontecer ali.

A parte ao centro do salão foi recoberta por água ficando da altura do degrau. Nela, Lucius entrou, submergindo os pés descalços e se posicionando ao centro. Sua veste era uma simples túnica branca, para captar melhor a magia externa.

Olhando-o daquela forma, cabelos soltos e todo de branco, ele parecia um enviado dos céus, sendo que ao contrário, ele era um Comensal da Morte.

- Acho melhor retirar-se, Draco – a voz de Snape rompeu o silêncio, estava com receio de ver seu afilhado presenciar a morte do pai, após o término do feitiço.

- Mas... – o sonserino tentou argumentar, mas foi interrompido pelo pai.

- Faça o que te pede Severus meu querido... Fará mal ao bebê, se continuar aqui.

Draco lançou um olhar a Harry, como se aguardasse sua opinião. Com um sorriso, o moreno apenas confirmou com a cabeça. Malfoy não teve escolha e se retirou, sem ante se aproximar do namorado e lhe sussurrar ao ouvido.

- Tenha cuidado... – selando em seguida um beijo a seus lábios.

Estando Draco fora do salão, o procedimento teve início. Madame Pomfrey se mantinha afastada ao lado de Snape, para se algo acontecesse, eles pudessem socorrer com urgência.

- Aproxime-se Harry... – chamou Dumbledore.

Potter obedeceu receoso, nunca participara de algo parecido e estava com medo.

- Terá que entrar na água – avisou Lucius.

Retirando os sapatos, Harry entrou ao círculo. Um calafrio percorreu seu corpo, assim como sentia a magia do patriarca Malfoy fluir poderosa ao seu redor. Parou frente ao loiro e aguardou, lançando olhares a Dumbledore e Madame Pomfrey.

- Concentre-se e não perca o fluxo de raciocínio. Começarei agora e terá que ser firme, para não se perder no passado. Sua alma percorrerá o que se passou e terá a chance de descobrir o que aflige suas vidas desde então...

Harry apenas fechou os olhos e aguardou, respirando fundo.

Primeiro sentiu a água ondular, depois, uma energia lhe subia dos tornozelos até a cabeça, nada muito forte, apenas pinicadas suave, como cócegas. Essa energia foi se fortalecendo e esquentando sua pele, para então lança-lo ao estado de torpor. Seu corpo começou a flutuar, como se estivesse preso numa bolha. Assustado abriu os olhos, então notou que tudo ao redor estava escuro.

Seu corpo pairava no ar, sem paredes, teto ou chão para se apoiar. Esforçou-se em manter a concentração, mas não estava adiantando. Girou o corpo, tentando distinguir uma luz nesse negror que o devorava, sem obter sucesso.

Estava se perdendo no espaço e no tempo.

- Por favor... Me ajudem... – implorou, começando a sentir frio e muito medo. Seu coração disparava a cada segundo que permanecia assim, sem mudança. – Draco!

Seu grito não saia mais que um mover de lábios sem som, mesmo tentando gritar a todos os pulmões. O desespero só piorava a situação, notou isso quando seu corpo, antes flutuando, começou a cair, a cair continuamente e parecia não ter chão, para se chocar.

Apertou os olhos com força, se concentrando na única pessoa que tomava seu coração naquele momento. A imagem do rosto de Draco lhe apareceu, sorrindo para si, fazendo suas caretas de desgosto ou se sarcasmo.

- Quatro-olho ridículo! Quando vai deixar de ser idiota?

Harry abriu os olhos ao ouvir tão claramente a voz de Malfoy, arrastada e rouca.

Ele estava à sua frente, braços cruzados e queixo erguido em desafio, atrás, estavam Crable e Goyle, estalando os dedos das mãos em ameaça.

Ficou chocado e notou estar no corredor que levava a sala de aula de poções.

- Você xingou Hermione, furão covarde! – Harry olhou para trás e viu ele próprio, com raiva, ao seu lado estava Hermione e Rony, com caras de poucos amigos.

- A sangue-ruim teve a ousadia de esbarrar em mim.

- Retire o que disse!

Harry teve que se afastar do caminho, quando o Harry do passado se lançou contra Malfoy, o empurrando. Crable e Goyle avançaram também, mas foram interrompidos por Rony e Thomas, que estava observando a cena de longe.

Harry do passado prensou Malfoy contra a parede. – Desculpe-se agora Malfoy!

- Nunca, testa rachada!

Harry se lembrou desse acontecimento, era uma semana antes do acontecido na sala abandonada. Eles brigaram porque Draco chamara Hermione de sangue-ruim e Rony tentou soca-lo, mas os dois trogloditas não permitiram. Então entrou no meio da briga, só para discutir com Malfoy, que fazia questão de ignora-lo, como se não existisse, e esse ato de indiferença lhe causou raiva e incômodo.

O mundo girou, para lhe mostrar Malfoy na biblioteca daquele mesmo dia. Ele estava sentado sozinho, folheando alguns livros.

- Accio livro – dizia de vez em quando, apontando a varinha para algum livro específico, nas prateleiras.

Ele estava tranqüilo, seu rosto era iluminado pelas velas que clareavam os corredores da biblioteca. Mas percebia que estava triste. Não havia ninguém por perto e vendo-o ali, de vez em quando suspirando cansado e passando os dedos pelos fios loiros que caíam em seu rosto, lhe dava vontade de abraça-lo e beija-lo. Antes de estarem juntos, nunca o viu triste ou cansado, como se sua vida fosse monótona, como via ali.

Sua atenção foi desviada para uma sombra pequena, que se aproximou sorrateira de Draco, percorrendo os cantos rente à parede. Agachou, tentando descobrir o que era, e se contraiu inteiro ao reconhecer aquele animal sujo e ferido.

- Rabicho! – exclamou horrorizado.

O rato estava despelado em várias partes do corpo, sujo como se houvesse andado por esgotos e pântanos, arrastava uma das patas traseira, certamente quebrada em alguma queda. Seu rabo estava cortado e vestígio de ataques era visível. Talvez passou a custo, pelas proteções do castelo.

Rabicho escalou uma parte da estante e derrubou propositadamente um livro, chamando a atenção de Draco. O loiro o pegou do chão e ao olhar a página aberta, sorriu.

Ali descrito estava a papoula que podia ser utilizada para várias áreas de magia, desde poções até adivinhação. Seu habitat era florestas densas e escuras, pois não sobrevivia em claridade intensa nem aos raios do sol.

- Perfeito! – Draco sorriu ainda mais.

Rabicho esperava a confirmação de seu trabalho, e ao notar a felicidade no rosto do sonserino, sumiu dali correndo o máximo que seu estado físico permitia.

Harry tremia sem saber se era de raiva ou de medo.

Se Rabicho estava ali e tinha algo a ver nos acontecimentos, era porque Voldemort também estava envolvido.

Quase caiu, quando o mundo voltou a girar, lhe mostrando agora a Floresta Proibida. Draco andava cuidadosamente por entre as árvores. Uma capa preta lhe protegia, camuflando seu corpo com as sombras da noite.

O loiro ficava lindo mesmo sinistramente vestido como estava e sob a luz da lua, era ainda mais encantador.

Não teve tempo de continuar apreciando o sonserino, pois logo atrás, distinguiu Rabicho acompanhando os passos de Draco à distância, levava preso em seu corpo um pequeno frasco escuro.

Quando Malfoy encontrou a papoula, a colheu com raiz e a colocou num vaso, fechando com um esquife de vidro para protegê-la até que chegasse ao castelo. Guardou cuidadosamente numa bolsa, rente ao corpo e regressou apressado.

Da última vez que vira Malfoy na floresta, este saiu correndo e gritando feito uma garota, mas depois que crescera, não se intimidava mais e até se arriscou a embrenhar sozinho na escuridão da Floresta Proibida. Anotou mentalmente ralhar com ele, para que nunca mais tomasse decisões como esta, pois era perigoso e corria risco, andando sozinho por aquela parte.

Seguiu o loiro, sem se importar de estar bem acerca dele, já que este não o via. Estranhamente, Draco parou de andar e olhou em sua direção, como se o visse. Ficou estático, com a impressão de que realmente estava sendo visto, mas logo o sonserino percorreu os olhos ao redor, como se espreitasse a escuridão em busca de algo e não encontrando nada.

Nesse momento, Rabicho aproveitou para destampar o frasco que trazia e de dentro, uma vespa negra saiu voando até Draco, se escondendo em sua capa.

- Droga! – Harry sussurrou, ao notar o pequeno inseto, na roupa de Malfoy. – Um ótimo jeito de penetrar as defesas de Hogwarts...

Ali estava o olho de Voldemort, sendo camuflado pela magia de Draco. Certamente estava espreitando toda Hogwarts, mostrando o que se passava ali dentro, para Voldemort poder atacar com sucesso e se defender sem preocupações.

O mundo voltou a girar, e ao abrir os olhos, se encontrava na sala de Snape, o professor brigava com Draco, sobre a imprudência deste ter ido sozinho até a Floresta Proibida. Viu como o loiro ficava emburrado e agia como um menino de cinco anos, mimado até o último fio de cabelo. Essa cena lhe fez sorrir. Antes se sentia enojado com as crises de Draco-eu-posso-tudo-Malfoy, mas agora, depois que estavam tão juntos, isso o fazia achar uma graça. Riu ainda mais, quando Snape o transformou em garotinho e o sentou na poltrona, de castigo. Essa parte, Draco omitiu quando contava o que aconteceu para engravidar.

O pequeno garotinho loiro fazia beicinho e bocejava cansado de ficar sem fazer nada. Deitou a cabecinha numa almofada e ficou piscando os olhinhos azuis, observando a estante de poções de Snape. Mas quando o pequeno levou o dedo até a boca e começou a chupa-lo, foi a gota d'água para Harry. A vontade de afaga-lo foi tão grande, que se aproximou e estendeu a mão, tentando tocar aos fios platinados, quando a vespa aparecera e voando ligeira para que Snape a notasse, se chocou no vidro de uma garrafa, fazendo um pequeno barulho, o que atraiu a atenção de Draco.

O menino olhou para seu lado vendo a garrafa em meio às outras, com um líquido parecendo chocolate derretido. Era muito tentador.

- Merlin... – Harry se afastou quando o pequeno Draco se ajoelhou no braço da poltrona e pegava a garrafa, lambendo os lábios. – Não foi nada por acaso...

Estava chocado.

O lugar girou e ao se dar conta, estava num corredor escuro. Passos foram ouvidos não muito longe e viu Harry do passado caminhando em direção à cozinha. Viu também a maldita vespa, que agora se transformara numa sombra maior, sem forma específica e que se camuflava perfeitamente nas sombras. Foi esse vulto que atraiu a atenção de Filch e o fez encurralar o Harry do passado no corredor das masmorras para se deparar com Malfoy.

Viu ele próprio caindo dentro da sala abandonada e em como o vulto negro puxava a porta, trancando-os ali dentro. Foi meticulosamente encarcerado com um loiro altamente atrativo e erótico, sem poder sair, restando apenas... Consumir o inevitável.

Apreciou uma vez mais a primeira vez que tiveram, mas dessa, olhando a tudo de perto e quase palpável. Sentiu todas as emoções que sentira naquela vez, assim como a angústia e o receio de perder esse sonserino temperamental, que o golpeava sem aviso prévio.

Aproximou-se do corpo de Malfoy, sangrando e desacordado, vendo como ele parecia frágil e se culpando em tê-lo ferido. Mas não era hora para apreciá-lo, precisava ficar atento e finalmente descobrir o que houve, quando estavam caídos e indefesos.

Da porta, o mesmo vulto começou a crescer e tomar forma de Voldemort, uma réplica deformada do bruxo. A sombra adentrou a sala e se encaminhou até Malfoy, se debruçando sobre seu corpo desacordado. Quando Voldemort, ou parte de sua magia melhor dizendo, estendeu as garras para pegá-lo, foi repelido por uma magia mais poderosa, a qual Harry podia ver perfeitamente. Uma espécie de barreira protegia Draco.

O vulto se enfureceu e partiu para cima de Draco, o carregando, quando o Harry desacordado abriu os olhos e o golpeou com um poder que jamais imaginou possuir. Uma forte luz desferiu-se de sua mão, desintegrando a sombra de Voldemort e estilhaçando a estante.

Essa magia foi tão intensa, que tivera de cobrir o rosto com o braço e virar de costa, sendo atingido pelo próprio ataque.

Após o clarão, veio a escuridão completa. Vozes aflitas e passos apressados foram ouvidos, atraídos pelo estrondo. Certamente era Rony e Hermione, e os monitores da LufaLufa quem se aproximavam.

Harry voltou a olhar para Draco, e sorriu. Mesmo inconsciente, o havia protegido.

Tudo voltou a girar, para mostrar-lhe Rabicho, percorrendo silenciosamente o corredor da masmorra. Parecia esperar alguém, e viu quem era, quando Malfoy deixou sua Sala Comunal e caminhava pensativo.

O rato avançou na direção do loiro. Pensou rápido, se podia atrair a atenção de Draco, talvez conseguiria atrapalhar Rabicho. Não sabia o que Voldemort queria com o loiro, nem por isso queria esperar para saber.

Tentou golpeá-lo ou barrar sua passagem, quando Draco parou de andar, olhando ao redor, como se tivesse visto algo. A luz de sua varia iluminou a escuridão dos cantos, e foi isso que afastou a vespa, incomodada com a claridade. Foi então que apareceu Snape, para alívio de Harry.

Precisava retornar, pois agora já sabia o motivo que levou Draco a beber a poção, e quem ficava vigiando seus passos. Não havia mais tempo, era necessário acabar de vez com Rabicho e estragar os planos de Voldemort. Falaria com Dumbledore, talvez descobririam a causa disso tudo, e poderia colocar Malfoy num lugar seguro.

- Volte! – tentou se concentrar. – Vamos Harry... Precisa voltar...


Lucius cambaleou e Snape quase teve ímpeto de socorrê-lo, mas o patriarca se recompôs e tentou manter sua magia aberta, esperando que Harry retornasse seguro.

- Ele está perdendo a energia vital... – alertou McGonagall a Dumbledore. – O que vamos fazer?

- Quando Harry regressar, quero que o retire imediatamente da água e o leve para a sala preparada. De Lucius cuidarei eu.

- Não está pensando em ir contra as regras? – Minerva lançou-lhe um olhar assustado.

- Existem momentos e situações, que devemos esquecer certas regras... – o velho lhe sussurrou cúmplice.

Como que tragando a vida que esvaía, Harry abriu os olhos e caiu na água. McGonagall fez como havia lhe dito o diretor. Assentiu para Madame Pomfrey e ambas socorreram o rapaz.

Lucius manteve-se de pé e acordado até que retirassem Harry de dentro do círculo, em seguida, deixou sucumbir, esgotado.

Quando seu corpo tombou, estava branco ao invés do tradicional pálido característico dos Malfoys, os lábios secos e esbranquiçados e olheiras roxas marcavam seus olhos.

Snape se adiantou para carrega-lo. Sabia que esse feitiço seria o último que Lucius usaria, mas mesmo conformado, não podia deixar de sentir tristeza e uma certa raiva por Voldemort, quem havia se utilizado da magia do arrogante loiro, para benefício próprio.

- Eu o levarei para minha sala, Severus – comunicou o velho diretor, enquanto levitava o corpo quase sem vida do patriarca Malfoy, quitando-o dos braços do professor de poções. – Pegue todas as poções de cura, energia e vitalidade que possuir e venha em seguida até minha sala. Precisamos trata-lo com urgência.

Perante o semblante confuso de Snape, Dumbledore sorriu e dando-lhe as costas e levitando Lucius consigo, seguiu em direção à sua sala. Foi então que Severus notou o pé direito do velho mago, molhado até o calcanhar.

Snape riu e sacudiu a cabeça, sem acreditar.

- Foi Lucius quem se utilizou das Artes das Trevas, e como é Comensal e já está condenado em Azkaban... Não podem incriminá-lo mais – comentou o velho, já na saída e sem olhar pra trás. – Não é mesmo Severus?

- Certamente, Dumbledore... – concordou sabiamente com as palavras do diretor, e no fundo ainda ria de contentamento. – "Sempre Grifinórios..." – pensou consigo.


Draco mantinha-se encostado no corredor. De vez em quando passava os dedos pela barriga ainda sem os vestígios da gravidez acidental. Ainda não acreditando que existia vida ali dentro.

Sorriu consigo mesmo, pensando no que conversara com Harry - o nome do bebê...

- Se for menina... Margareth Lillian – o primeiro era um nome que gostava, o segundo, o nome da mãe de Harry. Ampliou o sorriso. – Harry certamente a chamaria de Meggy ou Lilly. – suspirou e refletiu um pouco mais – Se for menino...

Seus pensamentos foram interrompidos por um vulto, que correu pelo canto direito de onde estava. Foi tão rápido que pareceu-lhe impressão.

Cauteloso, ergueu a varinha e sussurrou "lumus", fazendo o corredor clarear, desvendando perante si, um rato de aspecto nojento e muito machucado, que carregava preso nas costas um frasco do tamanho de um polegar.

Não teve tempo de raciocinar, quando o animal tomou a forma de um ser, metade humano metade animal, e destampou o pequeno recipiente, sugando tudo que estava na frente.

Só teve tempo de gritar, antes de ser tragado.


- Draco! – Harry abriu os olhos, sentindo que Malfoy desaparecia. Empurrou Madame Pomfrey, e mesmo esgotado, correu em direção ao corredor.

Quando chegou ao local onde Draco estava, só teve tempo de ver Rabicho lançando o frasco pela janela enquanto McGonagall, que fora chamar o sonserino para permanecer ao lado de Harry, lançava um feitiço imobilizador.

O frasco quebrou o vidro da janela, e antes que caísse ao solo, uma ave de duas cabeças apanhou o frasco e o levou consigo, sem dar chances de um ataque.

Dumbledore e Snape chegaram logo em seguida, atraídos pelo fraco poder mágico que Rabicho demonstrou, quando se transformara.

- O que aconteceu? – Snape se adiantou até Minerva, que horrorizada, observava o vidro estilhaçado.

- Eu não sei... Apenas ouvi o grito do jovem Malfoy e quando vi, Rabicho tampava um pequeno frasco. Tentei imobiliza-lo, mas esse rato imundo atirou o frasco pela janela.

- Voldemort mandou esse infeliz, pois sua magia, quando estando na forma de um animal, é muito baixa para percebemos, sendo que há em Hogwarts, magias mais elevadas, se misturando... Só o notamos quando voltou à forma original, se assim possamos dizer...

Harry se encostou à parede e deslizou até se sentar ao chão. Estava desolado.

- Eu preciso busca-lo! – tentou se erguer, mas suas pernas não sustentavam seu corpo, e isso lhe frustrava ainda mais. Eu preciso!

- Você está fraco – Severus se aproximou, na tentativa de ajuda-lo, mas foi afastado por Potter.

- Você não entende? Ele quer o bebê! Eu vi! Foi tudo planejado! – berrou, incapaz de agir.

- Isso não faz sentido... Talvez ele queira um sucessor ao seu braço direito, e como se trata de um Malfoy, como o pai... – tentou McGonagall. – Não é mesmo Dumbledore?

O velho diretor estava pensativo, olhando dentro dos olhos de Potter, que lhe implorava que fizesse algo para salvar a Draco.

- Por favor... – Harry pediu num sopro de voz.

- Minerva, eu quero que convoque a Ordem... Temos que resgatar Draco Malfoy... – lançou um olhar significativo a todos. – Creio que só o sangue de Harry não foi o suficiente e Voldemort quer possuir a carne e o sangue de seu inimigo e da poderosa linhagem Malfoy...

- Uma troca de corpo? – Severus estava apreensivo. – Isso faz sentido... Passar sua alma do corpo deformado e sem muito poder, ao corpo que está se formando, saudável e cheio de vida e magia. Potter nunca mataria o próprio filho... E certamente Draco não deixaria que fizessem algo.

McGonagall deixou o corredor quase correndo, em busca de Remus Lupin. Madame Pomfrey, que seguira Harry depois do surto de desespero, ajudava ao rapaz ainda muito fraco.

Harry ignorou os cuidados da velha enfermeira. Tampou o rosto, lágrimas ardiam seus olhos, querendo transbordar por sua face, mas a todo custo as reprimia. Não choraria, não se deixaria vencer por Voldemort e faria tudo, até daria sua vida, para salvar a de quem amava.

Nesse momento, odiava com todas as forças a Voldemort.


N/A: demorou, mas aí está outro capítulo. Obrigada a quem está acompanhando.

Agradecimentos a:

Milinha-potter – olá! Você sempre acompanha Incógnito, eu fico muito feliz por isso! Obrigada pelos comentários, me fazer super bem! Bjs!

Hermione Seixas – olá! Nossa, obrigada por tanto carinho! É ótimo saber que minhas fics te agradam tanto! Tenha certeza que vc lendo cada capítulo, me agrada muito mais! Não sei nem o que dizer de suas palavras! Bjs!

Fabi – olá! Nesse chap foi mais o que realmente aconteceu, acho que daqui pra frente vai ser drama. Obrigada por sempre comentar em minhas fics, não somente em Incógnito, mas em todas que escrevo! Bjs!

Flor da aurora – olá! Nossa, que exagero (risos), mas fico feliz q esteja acompanhando Incógnito. A Espada e a Bainha está um pouco de lado, mas eu vou continuá-la sim, quem sabe muito em breve. Obrigada pelo comentário! Bjs!

Até o próximo capítulo!