Nota: Os personagens de Saint Seya não me pertencem. Apenas Aishi é uma criação única e exclusiva minha para essa saga.

Boa Leitura!

Caminhos Incertos - Capitulo 2:

I – Hora da Verdade.

Ouviu o barulho de água correndo e o chuveiro ligado. Sentou-se na beira da cama, esperando-a voltar. Deixou os olhos correrem pelo cômodo. Era um quarto simples, fechou os olhos lembrando-se das duas únicas vezes que estivera ali, mas a ultima ainda lhe doía o coração ao lembrar-se de que quase a perdera.

Serrou os punhos nervosamente, era irônico pensar daquela forma, mas não poderia perder algo que nunca lhe pertenceu; ele pensou, sentindo uma lagrima rolar dos olhos.

Sempre ele, sempre colocara aquela barreira entre eles. Mesmo estando juntos antes ou depois das guerras, aquela parede de gelo ainda permanecia em pé.

As palavras de Mascara da Morte ecoavam em sua mente. Ele estava certo, ela poderia escolher qualquer um e Saga também tinha razão, se os sentimentos dele fossem outros, não haveria como competir.

O geminiano nunca temera se arriscar, mesmo que a decisão que tomasse não fosse a mais correta e sim precipitada, mas havia realmente um abismo de diferença entre eles. Saga por mais indiferença que aparentasse ter, sempre era atencioso com todos, procurando ser gentil com aqueles que lhe pediam atenção. Mesmo com o que acontecera no passado, todos confiavam cegamente no cavaleiro.

Sentia-se um fraco por fazer esse tipo de comparação justamente agora, mas analisando daquela perspectiva, Aishi tinha todos os motivos para gostar de Saga e não de si, mas porque era diferente e nada que os outros dissessem mudava isso? –ele se perguntou aflito.

-Saori, você tinha razão, um banho semp-...; A jovem não completou a frase, ao sair do banheiro e deparar-se com o aquariano ali. –O que quer? –ela perguntou seca.

-Conversar; Kamus respondeu, levantando-se rapidamente da cama e caminhando até a jovem.

-Pensei que as coisas já houvessem ficado claras; Aishi falou, mantendo-se fria, recuando um passo para trás.

-Aishi; ele falou, fitando-a com um olhar triste.

-Por favor, Kamus sai, tenho de me vestir antes de ir; ela falou, apontando a porta.

-Mas...;

-Por favor; ela pediu, sentando-se na beira da cama de costas pra ele. –É melhor encerrarmos logo isso, para não ficarmos nos ferindo dessa forma; Aishi falou, sentindo que as lagrimas queriam tornar a cair.

-Me dá uma chance; ele pediu, sentando-se ao lado dela. –Amo você mais do que tudo, mas eu só...; Ele não completou, deixando as palavras morrerem em seus lábios.

-Não confia em si mesmo; ela respondeu em tom de voz baixo.

Kamus virou-se para a jovem com um olhar confuso.

-Você se subestima de mais, prefere acreditar que o que sinto por você é apenas passageiro, porque teme o que sente, tem medo das coisas que esta descobrindo por não viver mais entre incertezas e tenta me repelir, afinal, fui eu quem te trouxe de volta; ela falou com um meio sorriso triste. -Sabe, ainda me pergunto se você realmente queria voltar;

-Aishi, não é isso; ele tentou argumentar.

-Infelizmente, quanto a isso não posso fazer nada; ela continuou. –Bom, só desejo que você seja feliz com alguém que você realmente ame e que não faça você se sentir menosprezado; a amazona falou, levantando-se da cama.

-Não, por favor; ele pediu desesperado, colocando-se no caminho da jovem.

-Kamus; Aishi falou, erguendo a cabeça. Sentiu o coração se apertar ao ver o rastro cristalino correr pela face do cavaleiro, mas não podia fazer nada, se ele sofria com isso, ela muito mais.

-Você sempre fala pra gente dar uma segunda chance para as pessoas, por favor, me dá mais uma; Kamus pediu.

-Não sei se posso; ela falou num sussurro, recuando dois passos para trás.

-Mas...; Kamus falou, aproximando-se.

-...; Aishi negou com um aceno. –Não agüento mais Kamus, o que mais desejo é ficar com você, mas se você surtar cada vez que alguém se aproximar de mim ou o inverso, só vamos nos ferir;

-...; O cavaleiro entreabriu os lábios como se fosse dizer algo, mas simplesmente não conseguiu.

-Eu e Saga somos amigos, mas mesmo assim você não quer entender; a amazona continuou.

-Desde quando o Sag-...;

-Não termine; Aishi o cortou com um olhar mortal, fazendo-o engolir em seco. –Você mesmo acabou de lhe dar uma resposta. Mas sabe, o problema não é o Saga, ou qualquer outro cavaleiro, e sim você, e quanto a isso não posso fazer nada;

-Aishi, não é isso; Kamus tentou argumentar.

-Me deixa sozinha, por favor, preciso me trocar; ela pediu, desviando o olhar.

-Não; ele falou convicto. Não estava disposto a deixá-la sair de sua vida, mesmo que tivesse consciência de que tudo isso era por culpa sua.

-Uhn? –A amazona murmurou, arqueando a sobrancelha. –Espero que não esteja querendo que eu te coloque pra fora, não é? –ela perguntou fria.

-Porque não tenta; o cavaleiro desafiou. Viu-a serrar os orbes de forma perigosa, ele certamente tinha noção do perigo que corria, mas valia a pena.

Aishi fechou os olhos, respirando pesadamente. Ao abri-los novamente, a porta do quarto abriu-se em um estrondo. Kamus virou-se para trás visivelmente surpreso, vendo que ela não estava brincando.

-Não sabia que para isso, você teria de apelar para os seus poderes; ele alfinetou, com um sorriso convencido nos lábios.

-Oras, seu...; Ela vociferou. Passou pelo cavaleiro parando ao lado da porta. –Saia; a amazona mandou, deixando qualquer cordialidade que poderia vir a ter, de lado.

Um milésimo de segundo que desviara o olhar, tentando manter-se firme em sua decisão, porém não o sentira se aproximar de tal forma que o mesmo fechasse a porta com um estrondo e fizesse-a recuar alguns passos, batendo de costas na parede, dando-se conta de que literalmente estava encurralada.

Virou-se com um olhar mortal para o cavaleiro, mas engoliu em seco, sentindo a respiração quente e descompassada dele, chocar-se contra sua face. O viu apoiar uma das mãos próximo a seu rosto e deixou a outra entrelaçar-se em seus dedos.

-Eu te amo; Kamus falou, fitando-lhe intensamente.

-...; Aishi entreabriu os lábios para responder, porém Kamus não lhe deu tempo.

Tocou-lhe os lábios com os seus num beijo intenso. Deixou que a mão apoiada sobre a parede, fosse prender-se entre as melenas douradas, puxando-a mais para perto de si, minando-lhe completamente as barreiras e obliterando da mente da jovem qualquer resistência.

Hesitante, Aishi enlaçou-o pelo pescoço. Deixando-se levar por aquele momento, sentiu uma das mãos do cavaleiro subir pelas costas esguias, aprofundando mais o beijo, tirando-lhe um tímido gemido dos lábios.

Afastaram-se momentaneamente, porém Kamus ainda a mantinha entre seus braços. Encostou a testa na tela fechando os olhos, esperando que ambas as respirações se acalmassem.

-Aishi; ele chamou, num sussurro enrouquecido, ouviu-a murmurar algo muito baixo, que quase não foi capaz de ouvir, mas era um sinal de que poderia continuar; -Quer namorar comigo?

Kamus engoliu em seco, ao senti-la ficar tensa e tentar afastar-se. Enlaçou-a pela cintura, impedindo-a.

–O que foi? –ele perguntou, voltando-se para a jovem.

-Porque esta me perguntando isso agora? –ela perguntou, sentindo o cavaleiro abraçar-lhe, impedindo-a de escapar.

-Porque fui um idiota de não ter feito isso antes; ele respondeu, puxando-a junto consigo, até sentar-se na beira da cama, aninhando-a entre seus braços, fazendo-a sentar-se em seu colo. –Não quero te perder; ele sussurrou, estreitando os braços em torno da cintura dela.

A jovem ficou em silencio, encostou a cabeça sobre o peito dele. Um fraco suspiro saiu de seus lábios, ouvindo o coração do cavaleiro aos poucos bater no mesmo ritmo que o seu. Ele deixou que delicadamente uma das mãos tocasse a face da jovem carinhosamente.

Surpreendeu-se ao sentir uma lagrima quente cair sobre sua mão, voltou-se para ela preocupado.

-Eu também; Aishi falou, enlaçando-o pelo pescoço. –Mas me prometa uma coisa;

-Tudo que quiser; ele respondeu, deixando a ponta dos dedos correrem pela face acetinada, apagando o rastro feito pelas lagrimas;

-Que aquilo que aconteceu hoje não vai mais se repetir; Aishi falou, fitando-lhe intensamente.

Kamus fechou a cara, odiava admitir, mas tanto Saga quanto Mascara da Morte estavam certos.

Notando a reação do cavaleiro, Aishi balançou a cabeça com ar cansado.

-É uma pena que você não consiga entender, que nada pode mudar o que sinto por você; ela falou com pensar, afastando-se sem que ele pudesse impedir.

-Aishi, espera, por favor; ele pediu, desesperado. Levantou-se da cama e correu até ela, que pegava as roupas que deixara em cima da cômoda e encaminhava-se para o banheiro. –Eu sei; Kamus falou, respirando fundo.

-Saber é uma coisa, querer entender é outra; ela rebateu.

-Por favor, me deixa terminar; ele pediu, abraçando-a por trás, encontrando uma certa resistência que aos poucos foi vencida, sentindo-a relaxar. -Saga é um grande amigo, apensar das coisas que aconteceram no passado, fiquei com medo ao vê-los juntos. Ele nunca se importou em demonstrar o que sentia, tive medo de que você visse o quanto sou um idiota por não conseguir nem ao menos esclarecer as coisas entre nós e no fim, ficasse com ele; Kamus confessou, fechou os olhos, respirando pesadamente.

-Amo você, desde quando você mal sabia o significado desse sentimento. Só consegui agüentar todos esses anos em meio às guerras, porque esperava a cada dia que as Deusas do Destino me dessem a chance de te encontrar de novo em uma Era de paz. Em momento algum evidenciei que meus sentimentos por Saga fossem mais do que amizade e amor entre irmãos, mas com você sempre foi diferente; ela falou.

-Diferente; ele falou num sussurro.

-...; Aishi assentiu. –Sempre disse que te amava, nunca lhe escondi o que sentia, você sabe disso; ela completou.

-Me desculpa, a única coisa que eu faço é estragar as coisas; ele falou com um olhar triste, afastou-se, dando-se por derrotado, não mais impedindo-a de ir.

-Você ainda não me respondeu; Aishi falou, ainda de costas para ele.

-Uhn! –ele murmurou, piscando confuso, mas logo entendeu sobre o que ela se referia. –Farei o impossível; Kamus falou.

-Nada pode se colocar entre a gente, é só o que eu quero que entenda. Nada pode fazer com que eu me arrependa do que sinto por você, nem que a mais bela das divindades tentasse me convencer do contrario; ela afirmou, intimamente, referindo-se a matriarca.

-Isso vai ser difícil; Kamus falou, com um meio sorriso nos lábios, aos poucos a tensão que se formou no ambiente pareceu aliviar-se.

-Uhn!- Aishi murmurou, confusa.

-A mais bela divindade esta aqui na minha frente e não pretendo permitir que ela mude seus sentimentos por mim tão facilmente; ele completou com um sorriso sedutor.

Antes que a jovem pudesse falar algo ele aproximou-se, tomando-lhe os lábios num beijo calmo, demonstrando todos os seus sentimentos.

-Vamos tentar, começar de novo, agora certo; Kamus falou sério. –Juntos; ele completou num sussurro.

-Ninguém disse que viver era fácil; as palavras de Caos soaram em sua mente. Lembrou-se do dia que deixou o Tártaro e encerara o treinamento com o Onipotente. Ele já deveria prever que só conseguira aprender a se controlar vivendo. Vivendo entre os seus. Entre coisas que com seus poderes não poderia controlar.

-Tem realmente certeza de que é isso o que quer? –Aishi perguntou, erguendo a cabeça, fitando os orbes verdes intensamente.

-É tudo o que mais quero; Kamus respondeu confiante.

Aishi abraçou-o fortemente, sentindo-o estreitar mais os braços em volta de si. A única coisa que pedia aos céus agora, era para que tudo desce certo dali para frente.

-Prometo não te decepcionar ou te magoar mais; ele sussurrou-lhe ao pé do ouvido.

-Vou lhe cobrar isso depois; Aishi respondeu, repousando a cabeça sobre o ombro dele.

-Contanto que você me prometa que não vai embora; ele pediu, suspendendo-a do chão e aninhando-a no colo.

-Só faço promessas que dependam de mim cumpri-las; a jovem respondeu, enquanto o cavaleiro colocava-lhe delicadamente sobre a cama.

-Então estamos resolvidos; ele respondeu com um meio sorriso. Deitando-se ao lado da jovem e puxando-a para seus braços. –Não vou deixá-la ir, não mais; Kamus completou num sussurro.

Os olhares se encontraram, um brilho mais confiante tremeluzia nos orbes verdes. Aishi fitou-o intrigada, alguma coisa mudara, mas o que? –ela se perguntou confusa.

Fechou os olhos, obliterando todos esses pensamentos de sua mente, sentindo-o acariciar-lhe a face com suavidade. Suspirou.

-Me perdoa se fui um idiota; ele começou, estreitando mais os braços em torno da cintura dela, sentindo-a aconchegar-se no calor por ele oferecido. –Essas minhas inseguranças sempre acabam te ferindo; o cavaleiro falou, deixando os dedos correrem com suavidade pelos longos cabelos dourados.

-...; Aishi voltou-se para ele, notando que de tudo, aquele assunto ainda não estava encerrado para o cavaleiro. Então, preferiu deixá-lo continuar.

-Não sou uma pessoa perfeita, duvido muito que um dia vou poder ser, a única coisa que eu quero é poder te fazer feliz; o cavaleiro falou. –Fiquei com medo que você visse no Saga coisas que eu nunca poderia fazer ou ser, amo-te demais, não queria lhe perder por ser incapaz de demonstrar meus sentimentos e ainda te magoar;

-Eu te amo; a jovem falou, voltando-se para ele e tocando-lhe a face delicadamente. –Te amo do jeito que você é, não quero que mude por minha causa, ninguém é perfeito, nem mesmo os deuses; Aishi falou, erguendo-se parcialmente, para fitar-lhe diretamente. –É normal que sintamos ciúme, somos mortais, fadados a vivermos situações novas a cada dia, mas temos de aprender a lidar com isso. Respeitar, confiar e acima de tudo, conversarmos quando for necessário, adiar as coisas sempre tornam os problemas maiores e possivelmente irreversíveis; ela falou.

-...; O cavaleiro assentiu, concordando.

-Quero que me prometa uma coisa; Aishi pediu, fitando-lhe intensamente.

Kamus ergue-se na cama, sentando-se. Ficando na mesma altura dos olhos da jovem.

-Que vai confiar em mim acima de qualquer coisa e se achar que algo não está certo, vira falar comigo primeiro, em vez de descontar nos outros; ela falou.

-Eu...; Kamus respirou fundo. –Prometo; ele completou.

-Ótimo; Aishi falou sorrindo, abraçando-o fortemente.

-Promete me amar, mesmo eu sendo um idiota na maioria das vezes? –ele perguntou.

-Bobo, amo você de qualquer jeito; ela falou com um sorriso divertido, vendo-o arquear a sobrancelha.

-Então você confirma o que acabei de falar? –Kamus perguntou.

-Quem disse que era um idiota na maioria das vezes foi você, eu não falei nada; Aishi defendeu-se. –Mas não é o que eu penso, gosto de você do jeito que você é; ela afirmou, descansando a cabeça sobre o peito do cavaleiro, brincando distraidamente com uma mexa esmeralda.

Nada mais importava. Embora os caminhos e as escolhas ainda fossem incertos, sempre haveria um novo dia para recomeçar.

Continua...

Domo pessoal

Mais um capitulo chega ao fim, embora a fic ainda tenha mais alguns capítulos pela frente. É, e hoje é dia de festa. Um ano de Troca Equivalente. Isso mesmo, Aishi acaba de fazer aninhos. Nossa, hoje mesmo estava lendo a Troca Equivalente e dando uma revisada, estava vendo quanta coisa mudou, gente, na verdade, muita coisa mudou desde que comecei a escrever sobre CdZ. Enfim, to super feliz por ter passado tão bem esse ano, e peço as Deusas do Destino e Musas da Inspiração que me permitam passar mais um pela frente e o resto, só alegria.

Antes de ir agradeço a todos que tem acompanhado essa fic e as demais. Um obrigada especial as garotas que comentaram no capitulo passado: Saory-san, Nikke e Christy.

No mais, sinceramente espero que tenham gostado do capitulo.

Até a próxima...

Kisus

Já ne...

Momento propaganda:

Você já se perguntou o que exatamente aconteceu no passado do Mascara da Morte para ele levar aquela fama de malvado e começar a bizarra coleção de cabeças na casa de Câncer. Enfim, muitas perguntas que o Kuramada não vai nos esclarecer tão cedo. E como eu não estou muito disposta a esperar uma atitude dele, apresento a vocês 'Laços de Ouro', um retorno ao passado, na tradicional Sicília, onde a união entre as famílias sempre foi o mais importante, até alguns conceitos mudarem. Intrigas, retaliações, vinganças e sentimentos que ao mesmo tempo nos deixam frágeis, nos tornam fortes. Conheça agora a historia de Guilherme, a exceção a regra de todo canceriano.