Nota: Os personagens de Saint Seya não me pertencem, apenas Aishi é uma criação única e exclusiva minha para essa saga.

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Boa Leitura!

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Caminhos Incertos

Capitulo 4: Novos Passos.

I – Como a Bela e a Fera.

-Ai, nem lembro se ainda sei fazer isso; Aishi comentou, segurando-se nos braços de Kamus, para equilibrar-se.

-É só não cair; o aquariano falou com um meio sorriso, ao vê-la estreitar os orbes para si de maneira perigosa. –Foi só um comentário; ele completou, fazendo-se de inocente.

-Agradeço a sugestão; ela rebateu, afastando-se sem precisar do apoio dele.

-Aishi; Kamus falou, indo até ela que, para alguém que não estava conseguindo se equilibrar tomara uma boa dianteira dele.

A amazona fechou os olhos, respirando fundo. Sentiu a lamina dos patins cortarem o gelo. Fazia realmente muito tempo que não fazia aquilo. Dois passos leves para a frente, e a lamina deslizou com suavidade. Aos poucos começou a aumentar a velocidade, inclinou a lamina levemente para a esquerda, fazendo uma volta rápida em torno de si.

Mais alguns passos. A velocidade começou a aumentar, fazendo-a contornar toda a pista de patinação. Kamus que estava no meio da pista, observava-a atentamente. Aishi deu mais uma volta e quando sentiu a velocidade aumentar, com suavidade saltou, impedindo os pés de tocarem o chão, acabou por fazer uma breve pirueta no ar, caindo novamente sobre o gelo.

Abriu os olhos, respirando com mais calma. Virou-se para o cavaleiro que agora estava a sua frente com um olhar intenso.

-Dança comigo? –ele perguntou, estendendo-lhe a mão.

-Há coisas que a gente simplesmente não explica, né? –ela perguntou sorrindo, colocando a mão sobre a dele.

-É; Kamus respondeu, fazendo ambos lembrarem da ultima vez que dançaram e algo bem interessante acontecera, enquanto os efeitos da troca equivalente ainda não haviam terminado.

Puxou-a delicadamente para perto de si, enlaçando-a pela cintura. Aishi apoiou uma das mãos sobre o ombro do cavaleiro, enquanto a outra, mantinha-se entrelaçada nos dedos dele.

Começaram a mover-se com calma e suavidade. As laminas dos patins corriam pelo gelo em perfeita sincronia, enquanto os dois, deixavam-se perder naquele momento.

-o-o-o-o-

-E agora, o que tem em mente? –Mascara da Morte perguntou impaciente.

-Uhn; Afrodite murmurou, pensativo. –Já sei;

-O que é?

-Toma; Afrodite falou, entregando ao cavaleiro uma rosa vermelha.

-Hei, tá me estranhando; Mascara da Morte falou, torcendo o nariz, enquanto uma veinha saltava em sua testa. Afastando-se do cavaleiro.

-Não é isso idiota; o pisciano vociferou. –Pega essa rosa, vai até o balcão e impede que aquela Sra venha aqui, o resto deixa comigo;

-Devia ter falado isso antes, idiota; o canceriano falou, pegando a rosa e dando as costas ao cavaleiro.

-"Vê se eu posso com isso"; Afrodite pensou exasperado.

Voltou-se para a pista de gelo, do outro lado conseguia ver um radio, que normalmente as pessoas deixavam ligado quando patinavam. Foi até lá, sem que ninguém percebesse.

Sentimentos são

Fáceis de mudar

Mesmo entre quem

Não ve que alguém

Pode ser seu par

-Kamus; Aishi chamou, parando um pouco. O cavaleiro aproximou-se, abraçando-a por trás, repousando o queixo em seu ombro.

-O que foi? –ele perguntou.

-Está ouvindo? –a jovem perguntou, ouvindo uma suave melodia começar a preencher o ambiente, de uma musica bastante interessante.

Basta um olhar

Que o outro não espera

Para assustar

E até perturbar

-Uhn, tenho a impressão de já ter ouvido essa musica antes; Kamus comentou, fechando os olhos e sentindo o cheiro de rosas invadindo-lhe as narinas. –Parece a nossa historia; ele comentou num murmúrio.

Mesmo Bela e a Fera

-Quem sabe, não foi escrita pra gente; ela respondeu com um doce sorriso, aconchegando-se nos braços do cavaleiro, erguendo uma das mãos, para enlaçá-lo pelo pescoço.

-Talvez; Kamus murmurou, colocando a mão sobre a dela, deixando-a descer com suavidade pelas curvas esguias, detendo-se na cintura.

Um baixo suspiro escapou dos lábios da jovem, sentindo os dedos dele correrem com suavidade por seus cabelos. O aquariano estreitou mais o braço em torno da cintura dela, começando a puxá-la consigo.

Sentimentos assim

Sempre é uma surpresa

Aos poucos começaram a mover-se novamente, hora os movimentos eram rápidos, outros mais suaves e intensos. Dando vazão ao que estavam sentindo, demonstrando em passos singelos sobre o gelo, a intensidade do sentimento que os unia.

Quando ele vem

Nada o detêm

É uma chama acesa

Num movimento rápido, virou a jovem de frente para si. Aishi voltou-se para ele surpresa, porém viu um sorriso maroto brotar nos lábios do cavaleiro.

Sentimentos assim

Para nos trazer

Novas sensações

-Uhn, adoro dançar com você, sabia? -ele murmurou, abraçando-a fortemente, enquanto roçava-lhe os lábios.

Doces emoções

E um novo prazer

-E eu com você; Aishi murmurou como resposta. Enlaçando-o pelo pescoço.

E numa estação

Como a primavera

Uma chuva de pétalas de rosas começou a cair em meio a pista de gelo sobre os dois. Kamus e Aishi ergueram a cabeça com um olhar confuso.

-Foi você? –Kamus perguntou, vendo que Aishi agora olhava para os lados como se procurasse por algo.

-Não; Aishi respondeu, fitando-lhe com um olhar confuso.

-Uhn, parece que o Afrodite está querendo se meter de novo aonde não é chamado; o aquariano falou, tocando-lhe a face carinhosamente, puxando-a pelo queixo com a ponta dos dedos.

Sentimentos são

Como uma canção

Para a Bela e a Fera

Antes que a jovem pudesse comentar algo, ele tomou-lhe os lábios num beijo intenso, enquanto alguém saia de fininho dali, tão branco quanto o gelo, ao pensar na possibilidade de ter sido descoberto.

-o-o-o-o-

-"Missão cumprida"; Afrodite pensou com um sorriso satisfeito. Encontrando o italiano ainda no balcão conversando com a Sra de forma animada. Arqueou a sobrancelha, tinha alguma coisa errada com o cavaleiro, ele não era tão comunicativo assim, mas era hora de ir; ele pensou.

II – Um Apagão Em Aquário.

Passaram um dia realmente incrível, primeiro patinando, depois foram andar por Atenas e há poucos minutos atrás estavam jantando na Toca do Baco, divertindo-se, rindo, conversando. Os dois subiam calmamente os templos, abraçados.

Já estavam nas portas de Aquário, quando o cavaleiro parou. Virou-se para a jovem.

-O que foi? –Aishi perguntou.

-Ahn, você não quer entrar. Bem... Antes de-...; Ele parou, apontando para o ultimo templo.

-...; Aishi assentiu, seguindo com o cavaleiro.

Um estranho silencio caiu sobre os dois. Entraram no templo sem emitir som algum. Um leve estremecimento correu pelo corpo da jovem, quando Kamus colocou a mão sobre seu ombro, indicando-lhe o caminho. O corredor que passaram não era longo, então, logo viram-se em meio a sala principal do Templo de Aquário.

-Senta ai; Kamus falou, indicando-lhe o sofá.

-Nossa, andamos muito hoje, não? –a amazona comentou, com um olhar sereno, ao recostar-se no sofá.

-Mas foi bom; o aquariano falou, sentando-se ao lado dela.

-Foi sim; Aishi respondeu, levando a mão até a boca, para impedir um bocejo.

-Cansada? –Kamus perguntou, virando-se para ela.

-Um pouco; ela respondeu.

Com um olhar confuso, viu-o levantar-se do sofá, indo sentar-se de frente para ela, sobre a mesinha de centro. Kamus abaixou-se pegando um dos pés da jovem e retirando calmamente a sandália de salto. Ainda se perguntava como ela conseguia andar tanto com algo de salto tão fino; ele pensou, colocando o mesmo sobre seu colo, repetindo a ação com o outro.

-Kamus, o qu-...; Ela não completou, sentindo um leve tremor.

-Você está cansada; ele comentou, completamente entretido em fazer-lhe uma massagem nos pés. Eram toques delicados, que aliviam a tensão e faziam-na estremecer. –Faz muito tempo que não patinava? –Kamus perguntou, procurando fazer movimentos calmos.

-Dezoito anos; Aishi respondeu com um meio sorriso, ao vê-lo voltar-se para si surpreso, recostou-se sobre o sofá novamente, fechando os olhos. –Isso é bom; ela murmurou.

-Gosta? –ele perguntou de forma sedutora, não mais limitando a massagem apenas aos pés, estendo-a até a altura dos joelhos.

-...; Aishi assentiu.

Kamus ergueu-se da mesinha, segurando os pés da jovem ainda consigo. Aishi abriu os olhos surpresa, mas estranhou ao vê-lo colocá-los sobre o sofá, fazendo-a deitar-se sobre o mesmo.

Viu-o deitar-se sobre si, deu um sorriso cúmplice, quando o sentiu roçar-lhe os lábios.

-Adoro seu cheiro; a jovem murmurou de forma sedutora, sentindo a essência fria de hortelã impregnar no ar, quando a temperatura do templo começou a cair.

-E eu o seu; ele respondeu, tomando-lhe os lábios com um beijo intenso.

Aishi, enlaçou-o pelo pescoço aumentando a intensidade do beijo, sentiu-o enlaçar-lhe pela cintura, colando seus corpos. Era um beijo intenso, que aos poucos os fazia manifestar todos os desejos mais intensos que possuíam. Deixando-os completamente desligados do que estava lá fora.

-o-o-o-o-

Yuuri subia as escadas calmamente, havia ficado de passar alguns relatórios para o Grande Mestre sobre o andamento da reforma do observatório, mas parou intrigada, ao ver uma sombra movimentar-se na lateral do templo de Aquário.

Era bem diferente para ser o aquariano e alem do mais o santuário inteiro o vira saindo depois do almoço com Aishi; ela pensou.

Caminhou com cautela, a entrada do templo estava silenciosa e nem um pouco iluminada.

-Catzo; alguém murmurou, tateando cegamente a parede lateral do templo.

Yuuri franziu o cenho, conhecia aquela voz, mas porque ele estaria no templo de Aquário àquela hora? –ela se perguntou intrigada. Seguiu pela lateral do templo, completando a volta.

-Yo mato aquele maledeto. Impiastro; Mascara da Morte vociferou, Afrodite sempre ficava com a melhor parte, passou na Toca do Baco, mandou Dioniso preparar o melhor dos jantares para os dois, agora era ele que se lascava com a pior parte.

-Uhn! O que esta aprontando sirizinho? –alguém perguntou, num sussurro provocante ao pé do ouvido.

Não viu de onde veio ou como aconteceu, a única coisa que sentiu foi suas costas chocando-se bruscamente contra um pilar de mármore e uma mão forte apertar-se contra seu pescoço. Abriu os olhos, assustada. Prendendo a respiração ao deparar-se com o olhar intenso do canceriano, que a impedia de se mexer.

Mascara da Morte piscou confuso, uma tênue luz iluminou o ambiente e ele pode vislumbrar uma mecha prateada. Ergueu os olhos, deparando-se com um par de orbes verdes fitando-lhe com medo, reconhecia aquele cabelo e aqueles olhos, notou que a estava machucando. Afastou-se, ouvindo-a suspirar aliviada, porém quando ela tentou mover-se, quase foi ao chão, sentindo as pernas tremulas.

-Não deveria fazer isso; Guilherme falou num sussurro, amparando-a com os braços.

-O que? –Yuuri perguntou com a voz tremula, sentindo a respiração quente do cavaleiro chocar-se contra sua face.

-Ficar andando por ai, sozinha e há essas horas; ele completou, vendo-a enrubescer.

-Sei me cuidar sozinha; Yuuri falou, tentando afastar-se dele, porém sentiu-o estreitar ainda mais os braços em sua cintura.

-Ah, sabe? –ele perguntou, arqueando a sobrancelha, numa constante aproximação.

-Guilherme; alguém pareceu chamar num sussurro, vindo das escadarias de Capricórnio.

-Maledeto, impeastro; o canceriano vociferou, praticamente largando a jovem, para dar vazão ao seu desejo de fazer peixe grelhado para o jantar. –Onde estava seu inútil?

-Uhn? –Yuuri murmurou confusa, vendo que quem chamara era Afrodite. Intimamente agradecia a aparição do pisciano.

-Yuuri, ta fazendo o que aqui? –Afrodite perguntou, ao aproximar-se do canceriano e notar a jovem, arqueou a sobrancelha com um sorriso malicioso.

-Não é o que esta pensando; os dois responderam prontamente.

-Ahn! E o que eu estou pensando? –Afrodite perguntou alargando o sorriso.

-Deixe de ser idiota e fale logo; o canceriano falou impaciente, querendo desviar o assunto. Não sabia o que queria fazer primeiro, estrangular o pisciano por deixá-lo com a pior parte daquele plano doido de juntar o casal, ou se o estrangulava por interrompê-lo daquela forma.

-Aparentemente nas ultimas doze horas ninguém foi congelado, agora é a sua parte; Afrodite completou, casualmente.

-Puff, se era pra falar só isso deveria ter avisado antes; ele resmungou como resposta, voltando para o lugar que deixara uma discreta caixinha de ferramentas.

-Ahn! O que vocês dois estão armando? –Yuuri perguntou, ao ver o canceirano tatear a parede em busca de algo.

-Estamos apenas garantindo algumas coisas; Afrodite comentou com um meio sorriso. –Ai; ele reclamou, ao sentir um rolo de fita isolante, acertar-lhe no meio da testa.

Os dois voltaram-se para o canceriano, que assoviava discretamente.

-Achei; ele murmurou, deixou a caixa sobre o chão e abriu a tampa que encontrara fixa sobre a parede. –Uhn, vamos ter de cotar qual? –ele se perguntou, pensativo.

-Vocês não vão cortar a energia do templo do Kamus, vão? –Yuuri perguntou assustada, mas engoliu em seco, ao ver os dois assentirem. –Ficaram loucos?

-Não, qualquer coisa eu digo que é culpa do Filipe, ele já andou perdendo alguns pontos com o Kamus, mesmo; Mascara da Morte respondeu, dando de ombros.

-Hei, estamos nisso juntos; ele falou indignado. –E o que eu te disse sobr-... Ai; ele não completou, ao levar uma outra rolada de fica na cabeça.

-Correção. Você me convenceu a isso, arque com as conseqüências, se formos pegos; Guilherme completou, nem um pouco incomodado com o pisciano que conjurava uma rosa para acertá-lo.

Sem esperar resposta, o canceriano cortou o primeiro fio que viu.

-o-o-o-o-

Os dedos corriam impacientes pelas costas do cavaleiro, erguendo-lhe parcialmente a camisa. Sentiu os lábios quentes dele tocarem-lhe a pele desnuda do pescoço, descendo ao colo, um tímido gemido escapou de seus lábios.

A lâmpada sobre eles pareceu estalar rapidamente e apagar-se...

-Kamus; Aishi chamou num sussurro enrouquecido.

-Uhn; ele murmurou, afastando-se parcialmente, sentia a respiração descompassada da jovem chocar-se contra si, mas não conseguia enxergar nada naquela escuridão.

-É normal acabar a força no santuário? –Aishi perguntou, confusa.

-Não, isso é estranho; ele comentou levantando-se, de certa forma incrivelmente frustrado e doido pra matar o causador disso.

-Cuidado; Aishi avisou.

-Com o q-...; Ele não completou ao acertar a perna na mesinha de centro. –Droga;

-Eu avisei; ela disse divertida, mesmo estando escuro, viu-o serrar os orbes de maneira perigosa. –Você tem velas?

-Pra que? –Kamus perguntou.

-Para podermos enxergar onde estamos pisando; ela respondeu sarcástica. –Até essa luz voltar.

-Acho que deve ter em algum lugar, espera ai, vou ver se acho; ele falou, tateando o caminho às cegas, até chegar a cozinha. Em baixo da pia encontrou algumas velas que deixara lá por segurança, nunca pensou que fosse realmente precisar delas, mas agora entendia que não fora um investimento ruim, afinal.

Acendeu uma e foi até o quarto com as outras na mão por precaução, franziu o cenho ao apertar o interruptor e o mesmo não acender. Estranho, pensou que pudesse ter queimado apenas a lâmpada, mas era no templo todo. Deixou mais duas velas acesas no cômodo antes de sair verificando os outros.

-Aishi; Kamus chamou, mas acabou por chocar-se contra alguém, fazendo a vela que tinha em mãos cair no chão e apagar-se.

-Kamus; ela murmurou, segurando-se no cavaleiro. Como que para ter certeza de que realmente era ele.

-Sou eu, porque não ficou lá? –ele perguntou, lembrando-se que pedira a ela para não sair da sala.

-Você demorou e me cansei de esperar; Aishi respondeu com simplicidade.

-...; O cavaleiro abriu a boca para responder, porém não tinha argumentos.

-Eu ia te ajudar a ver se damos um jeito de fazer a energia voltar; a jovem começou. -Mas pelo visto você não precisa de ajuda, então vou indo; ela falou, virando-se para sair.

-Não; Kamus falou prontamente, segurando-a pelo pulso, não queria que ela fosse. Alias, não queria ficar longe dela, um minuto que fosse. –Fica; ele pediu, aproximando-se até que ela pudesse sentir sua respiração, chocando-se contra a lateral de sua face.

Fechou os olhos, sentindo um breve estremecimento, quando o cavaleiro, enlaçou-lhe pela cintura, repousando o queixo sobre sue ombro.

-Fica comigo; ele completou, num sussurro.

-...; apenas assentiu, enquanto sentia-se caminhar com passos incertos para o cômodo que ele viera.

Continua...