Superman
Capitulo 2:
-Aioros, pensei que fosse embora; Aiolia comentou, surpreso por ver o irmão ali.
-Ahn! Bem; ele começou, com um sorriso sem graça. –Marin, se importa de eu roubar meu irmão um pouquinho?
-De maneira alguma, vou ali falar com as meninas, até mais; a amazona falou, dando um rápido beijo no cavaleiro e se afastando.
-O que aconteceu? –Aiolia perguntou com um sorriso maroto, enquanto caminhava para a sacada do templo, seguido do irmão.
-Bem, eu tenho um amigo e ele esta com um problema; o sagitariano começou.
-Ah, o lance do amigo, sei; Aiolia murmurou, já imaginando aonde ele queria chegar. –Mas o que esse seu amigo tem?
-Bem, ele... "Que Zeus me ajude"; ele pensou suando frio. –Acho que ele se apaixonou por uma garota e bem...;
-Ela é uma deusa, acertei? –o leonino adiantou-se. Viu o irmão suspirar frustrado e abaixar a cabeça. –Isso é normal; Aiolia falou, como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
-Creio que você não sabe quem é o pai dela? –Aioros perguntou, com ar indignado.
-O Todo Poderoso; Aiolia rebateu com um sorriso jocoso nos lábios. –Que se formos analisar seu currículo dos últimos séculos, o Milo é inocente perto dele, mas a questão não é essa Aioros. Você esta com medo, porque não admite que a vida de cavaleiro, apenas esperar pelo Armagedon e defender a deusa que você nasceu pra proteger, não lhe satisfaz mais.
-Não é isso; ele murmurou, dando um suspiro. –Você sabe, temos regras. E ela, bem... É jovem, tem uma vida incrível pela frente, o que alguém como eu teria para oferecer?
-A pergunta não é essa Aioros; Aiolia falou paciente. –Nesse quesito não existe troca equivalente, é um jogo de risco. Você pode achar que não é correspondido, mas pode estar enganado, mas se não arriscar nunca vai saber. Esse é o desafio de viver como uma pessoa normal, ariscar num passo incerto e ganhar equilíbrio conforme você persistir com o seu caminho;
Fitou o irmão com visível surpresa, será mesmo que deveria arriscar-se assim? –ele se perguntou.
-Saori foi pro terraço, é melhor falar com ela. E por falar nisso, quem deu a idéia daquele leão em cima do bolo? –ele perguntou, sentindo uma veinha saltar na testa.
-Obrigado; Aioros agradeceu o irmão, com um abraço. –A propósito, a idéia foi do Saga; ele completou, com um sorriso maroto, saindo da sacada.
-O que? –ele perguntou, porém ele já havia sumido. –O Saga me paga; Aiolia resmungou.
-o-o-o-o-
Deixou os olhos correrem pelo céu, suspirou cansada, sentiu os orbes marejarem. Não queria pensar, ou melhor, não queria pensar em como as coisas nunca mudariam. Sempre seria tratada como alguém em cima de um pedestal de vidro.
Era por coisas assim que muitas vezes desejava dormir e não mais acordar, ou acordar sendo apenas uma pessoa normal. Que pudesse errar, chorar e sangrar. Não alguém intocável, tratada por todos como a pequena princesa em um pedestal de vidro que ninguém poderia se aproximar;
As lagrimas caiam livremente por sua face, enquanto caminhava até a outra extremidade do terraço. Queria obliterar de sua mente qualquer pensamento que a deprimisse, mas o que acontecera mais cedo só viera pra reafirmar que não importa o que fosse todos sempre lhe tratariam assim. Ele lhe trataria assim... Sempre.
Um arrepio de frio cruzou-lhe as costas, a temperatura estava caindo, era melhor voltar pra dentro. Virou-se para sair do terraço, mas estancou surpresa ao ver quem subia as escadas.
Men weren't meant to ride
Os homens não foram feitos para andar
With clouds between their knees
Com nuvens entre seus joelhos
Aproximou-se com cautela, vendo a tênue luz da luz iluminar o rastro úmido sobre a faze da jovem. Fazendo-o praguejar intimamente por ter sido tão estúpido.
I'm only a man in a silly red sheet
Sou apenas um homem em uma tola armadura vermelha
Digging for kryptonite on this one way street
Cavando criptonita nessa rua de mão única
-Saori; ele falou, aproximando-se.
Only a man in a funny red sheet
Apenas um homem nessa engraçada armadura vermelhaLooking for special things inside of me
Procurando por coisas especiais dentro de mim
Inside of me
Dentro de mim
-Precisa de alguma coisa, Aioros? –ela perguntou quase num sussurro, tentando não deixar os orbes marejarem novamente.
-Queria me desculpar; ele falou, caminhando até ela, mas viu-a recuar alguns passos.
-Pelo que? –a jovem perguntou, desviando o olhar, debruçando-se sobre o alpendre do terraço, mantendo-se de costas para ele.
-Eu, bem...; Aioros começou, porém parou, ao notar que ela pretendia se afastar, quando ele se aproximara. –Saori, espera; ele pediu.
-Você não me deve desculpa alguma Aioros, agora me da licença que tenho que de ir; ela falou, sem encará-lo. Não queria ouvir um 'Sinto muito Athena', ou 'Athena não era essa a minha intenção', a única coisa que queria era ser apenas Saori, mas sabia que isso não seria possível e pedir a ele que deixasse de lado tudo que aprendera a acreditar desde que nascera, seria um milagre que nem mesmo deuses concedem.
-Não queria ter agido daquela forma, eu...; Aioros começou, porém ela o interrompeu, antes mesmo de ele poder completar o que pretendia dizer.
-Prefiro que pare agora; Saori falou pausadamente, fechando os olhos por um momento, tentando não pensar. –Você tem os seus motivos para agir da forma que agiu e não me diz respeito contestá-los. Boa noite; a jovem falou, fitando-lhe seriamente.
O cavaleiro viu-a se afastar em direção as escadas com passos rápidos, recriminando-se mentalmente por ter começado a falar de forma errada. Fugira a noite toda daquele tipo de conversa e começava agora uma da pior forma, mas não poderia deixar que as coisas ficassem assim, não se perdoaria por isso.
-o-o-o-o-
-O que vai fazer Milo? –Isadora perguntou, ao ver que o cavaleiro afastou-se dos demais com um sorriso maroto nos lábios, ao encaminhar-se para a porta do terraço.
-Você já vai ver; ele completou, com um ar infantil, de criança arteira.
Ouviu a voz de Saori exaltar-se, provavelmente Airoso metera os pés pelas mãos, isso não era bom; ele pensou, balançando a cabeça, inconformado.
Precisava dar algumas aulas ao amigo sobre coisas que eram terminantemente proibidas de falar para uma garota se não quisesse ser mandando para o reino de Hades, com todos os motivos do mundo.
Isadora observou por cima do ombro do cavaleiro a sombra de Saori projetar-se próximo a escada que ligava o terraço ao templo, viu Milo fechar a porta antes mesmo que a jovem surgisse.
-"O que ele pretende?"; ela pensou, vendo Milo trancar a porta.
-o-o-o-o-
Aproximou-se da escada, vendo a porta fechar-se rapidamente. Desceu-as correndo tentando impedi-la de se fechar, mas já era tarde.
-Cuzo; Saori vociferou, instintivamente dando um soco na porta. –Droga; a jovem emitiu um baixo gemido de dor, enquanto massageava o punho.
-Saori; Aioros murmurou surpreso, diante da reação da jovem, porém balançou a cabeça com um leve sorriso.
-É melhor que se acertem logo, se não, vão passar a noite toda trancados ai; eles ouviram Milo gritar do outro lado da porta.
-É, pelo visto vamos ficar aqui um bom tempo; Aioros falou, com um sorriso no canto dos lábios, aproximando-se da jovem. Viu-a recuar alguns passos encontrando a porta fechada como bloqueio.
Saori desviou o olhar, procurando uma forma de sair dali, porém vendo que isso era completamente impossível sem que Milo abrisse a porta ou que Aioros a colocasse a baixo, mas ambas as opções pareciam inviáveis no momento.
Ergueu-lhe delicadamente a face, com a ponta dos dedos em se queixo, impedindo-a de recuar o olhar. Viu nos orbes verdes um brilho que se mesclava entre magoa e incerteza. Sabia perfeitamente que era o causador disso, o que o fazia odiar-se ainda mais.
It's not easy to be me.
Não é fácil ser eu.
Viu-a entreabrir os lábios, como se fosse questioná-lo ou mandá-lo se afastar. Mas aquele era um convite tentador de mais para ser ignorado; ele pensou, com um sorriso quase imperceptível formando-se em seus lábios.
Aproximou-se devagar, sentindo a respiração descompassada dela chocar-se contra sua face, mas não a viu recuar. Talvez estivesse surpresa de mais, ou também desejasse isso tanto quanto ele; intimamente desejava que fosse a segunda opção, ele pensou.
Tomou-lhe os lábios num beijo sôfrego e intenso. Enlaçou-a pela cintura por um dos braços, enquanto o outro, correu pelas costas esguias, sentindo-a estremecer sob seu toque. Delicadamente puxou os dois hachis dos cabelos da jovem, que mantinham-nos presos no coque, fazendo a cascata de fios lilases caírem sobre os ombros e costas.
Deixou os dedos prenderem-se de forma possessiva entre os fios, aprofundando o beijo, sentindo-a enlaçá-lo pelo pescoço, aumentando ainda mais o contato entre ambos os corpos.
Era uma caricia quente e envolvente, que apenas fazia com que se esquecerem do tempo em que viviam, obliterando de suas mentes todas as duvidas e pensamentos ruins.
Afastaram-se parcialmente, a respiração descompassada chocava-se contra ambas as faces. Abriu os olhos, encarando-a com um olhar calmo, tocou-lhe a face com a ponta dos dedos, vendo-a enrubescer ao seu toque.
-Me desculpe por ter sido um idiota; ele falou num sussurro, mantendo-a junto a si, em um abraço apertado, apoiando o queixo na curva de seu pescoço sentindo a doce essência de flores de cerejeira emanarem das madeixas. –Não queria ter agido daquela forma com você;
-...; Saori piscou confusa, ainda tentando ordenar os pensamentos para o que estava acontecendo, ou melhor, o que acabara de acontecer.
-Me desculpe Srta se foi atrevimento de mais da minha parte, mas não poderia viver com a duvida de nunca ter tentado; Aioros falou, afastando-se a ponto de deixá-la livre para ir, sabia que a porta já estava aberta, pelo clique que ouvira da fechadura a poucos segundos atrás.
-Aioros, eu...; Ela começou com a voz tremula, respirou fundo, antes de continuar. –Já não lhe pedi pra me chamar só de Saori; a jovem falou, vendo-o voltar-se para ela com um olhar confuso.
-Como? –ele perguntou, surpreso.
Viu-a aproximar-se calmamente e porque não dizer de maneira hesitante.
-Antes tentar e fracassar, do que nunca ter tentado e passar a vida toda com a duvida de que poderia ou não ser diferente; Saori falou de forma enigmática, tocando-lhe a face carinhosamente.
-Saori; ele sussurrou, em meio a um suspirou. Voltou-se para ela, notando que ela pretendia afastar-se.
Abraçou-a inesperadamente, sentindo-a aconchegar-se entre seus braços, como se a muito esperasse por isso, tanto quanto ele. Sempre existiriam duvidas ou coisas das quais colassem a prova todas as regras e princípios que foram obrigados durante toda a vida a aceitar, mas somente arriscando poderiam saber o que poderia ser mudado ou apenas, deveria acontecer.
Respirou fundo, sentindo novamente o cheio embriagante de cerejeira invadir-lhe as narinas, deixando uma das mãos correrem suavemente entre os fios lilases, ouvindo-a suspirar. Afastou-se parcialmente fitando-lhe os orbes.
-Apenas não pense; ele sussurrou entre seus lábios, antes de tomá-los com os seus num beijo intenso, deixando-a lânguida entre seus braços, fazendo-o enlaçá-la pela cintura.
-o-o-o-o-
-É, parece que deu certo; Isadora comentou, afastando-se da porta do terraço, praticamente arrastando um Milo curioso consigo.
-Eu sei, sou um gênio; ele falou, com ar convencido.
-Então nos diga gênio, o que andou aprontando? –Saga perguntou, aproximando-se com Shura.
-Bem...; Ele começou, porém Isadora foi mais rápida.
-Ele trancou a Saori e o Aioros no terraço; Isadora respondeu inocentemente.
-Você fez o que? –Shura perguntou incrédulo.
-Ah fala sério, vai dizer que vocês também não estavam cansados daquele chove não molha desses dois; o Escorpião falou enfezado.
-Bem...; Os dois começaram com um sorriso sem graça. A verdade é que praticamente todo o santuário já percebera que tinha alguma coisa entre aqueles dois, mas simplesmente preferiu não comentar, para não colocá-los em alguma situação constrangedora e difícil de ser explicada.
-Vocês já sabiam? –Isadora perguntou, surpresa.
-Bem, não é que nós já sabíamos, digamos que foi mais por dedução; Saga respondeu, passando a mão nervosamente pelos cabelos.
-Mas quando você vai abrir a porta? –Shura perguntou, curioso.
-Já esta aberta; Milo respondeu, dando de ombros.
-...; Os dois pararam, voltando-se para a porta do terraço que não parecia dar sinais de que se abriria tão cedo, balançaram a cabeça freneticamente, como se para espantar os pensamentos.
-É melhor a gente ir fazer o Leo cortar logo aquele bolo; Saga falou, voltando para o salão, seguido por Shura.
-O que deu neles? –Isadora perguntou, confusa.
-Eu sei lá, nem Freud explica o que se passa na cabeça desses dois, mas vamos logo, se bem me lembro quem fez o bolo foi o Afrodite e ele cozinha muito bem; Milo falou com um largo sorriso, igual ao de uma criança na frente da loja de doces.
-Afrodite? –ela perguntou, com um olhar confuso.
-O pai da Aaliah; Milo respondeu.
-Ah sim; ela balbuciou, sentindo a face aquecer-se levemente. –Mas vamos logo então; ela completou, puxando-o de volta para a sala do templo.
-o-o-o-o-
-Uhn! Acho que já vão cortar o bolo; Saori falou, encostando a cabeça sobre o peito do cavaleiro, sentindo-o afagar-lhe as melenas suavemente.
Estavam de volta ao terraço, sentados em um banco de mármore existente ali. O cavaleiro mantinha-na enlaçada pela cintura, impedindo-a de afastar-se pelo que quer que fosse. Ouviu um suspiro relaxado dela.
-Temos mesmo que ir? –Aioros perguntou, com ar manhoso.
Ouviu o riso cristalino da jovem, era tão bom tê-la perto de si, que não queria pensar em mais nada, enquanto estivesse ali. Mas e depois? –deixou a mão parada no ar, ao deparar-se com esse pensamento.
-Algum problema? –Saori respondeu, erguendo a cabeça para fitar-lhe diretamente.
-...; Aioros negou com um aceno, dando um sorriso tranqüilizador. –Problema algum; ele completou, tomando-lhe os lábios num beijo sôfrego.
Ainda existiam duvidas, mas deixaria para pensar nisso em outro momento. Não agora. Muito menos nessa noite...; Ele pensou.
#Fim#
Três garrafas de vinho jaziam vazias em cima da mesa, a noite caia e todos aqueles que estavam no terraço aos poucos começavam a tomar o caminho da saída, apenas cinco pessoas permaneceram lá após o termino da crônica.
-E depois dizem que os nativos de Escorpião é que são ousados; Dafne falou, descansando a cabeça despreocupadamente sobre o ombro de Apolo.
-...; Apolo estreitou os orbes de forma perigosa, não gostando nem um pouco do comentário, mas deixaria pra resolver isso outra hora; ele pensou.
-Que pena que acabou; Ariadne falou, fazendo beicinho. Enquanto mantinha-se sentada ao lado de Dionísio.
-Eu não diria isso; a autora manifestou-se.
-O que quer dizer com isso, Jéssy? –Dionísio perguntou, curioso.
-Bem, podem ter certeza, que a historia desses dois esta apenas começando;
-Então vai ter mais crônicas? –Dafne perguntou, animada, ignorando Apolo que suspirou cansado, lembrando-se de que tivera que arrumar praticamente a Toca toda para aquela reunião.
-Crônicas creio que não, mas possivelmente eles vão ter uma fic solo; a autora respondeu.
-Interessante; as duas garotas murmuraram.
-Bom pessoal, à noite ta acabando, pelo menos pra mim; Jessy falou, levantando-se. –E alem do mais, tem mais uma crônica para trabalhar;
-Quem vai ser o próximo? –Dafne perguntou interessada.
-Surpresa; a garota respondeu com um largo sorriso. –Até mais pessoal;
-Até; eles responderam, vendo-a descer as escadas para dentro da Toca do Baco.
-Quem será o próximo? –Ariadne comentou.
-Uhn! Eu tenho um palpite; Dionísio murmurou.
-Amor, conta pra gente quem é? –Ariadne insistiu, com os olhinhos brilhando.
-...; Ele negou com um aceno, vendo a expressão decepcionada dela. –Como a Jéssy mesma disse, é surpresa, mas vai ser bastante interessante a próxima, se for o que estou pensando.
-Já que não tem outro jeito, tem de esperar mesmo; Dafne falou dando de ombros.
-Bom, está na hora de irmos; Apolo falou se levantando, notando uma troca sutil de olhas entre o casal a frente.
-Mas...;
-Boa noite pra vocês; ele falou, puxando Dafne consigo, antes que ela pudesse contrariá-lo.
-Bem, agora que mais uma crônica chegou ao fim, acho que vou fazer uma visita ao santuário, pelo menos até que a outra comece; Ariadne comentou, levantando-se.
-De maneira alguma; Dionísio adiantou-se. Enlaçando-a pela cintura, fazendo-a tornar a sentar-se em seu colo.
-Dionísio; ela falou, surpresa.
-Sinto muito, mas não estou a fim de dividir a minha ninfa com ninguém. Muito menos deixá-la a mercê de algum pervertido; Dionísio completou com um sorriso sedutor nos lábios.
-Uhn! E o que pretende? –ela perguntou, roçando-lhe os lábios com os seus.
-A noite é uma criança; ele respondeu, tomando-lhe os lábios num beijo intenso. –"E nós também"; ele completou em pensamentos.
o
oo
ooo
oo
o
Até a próxima crônica pessoal...
kisus
já ne...
Dama 9
