- Muito saboroso como sempre Srta. Megara! – o senhor italiano elogiou a comida para a garçonete enquanto se levantava.

- Obrigada pelo elogio, vou levá-lo ao cozinheiro, Sr. Romeu – Megara sorriu corada.

- Você vai fazer a menina desistir de nos atender até o final da viagem com esse seu atrevimento! – Stella repreendeu em italiano seu marido que puxava sua cadeira para ela levantar.

- Foi só um elogio – ele se defendeu dando de ombros na mesma língua, Scorpius sufocou uma risada – Até mais! – ele disse a todos se retirando com sua esposa.

- Você vai ter que me contar tudo! – Rose sussurrou.

- Como sempre – Scorpius respondeu.

- Sim, estava maravilhoso Srta. Megara, obrigada – Natasha, a mãe da outra família na mesa se levantou – Vamos pequeno? – a mulher continuou para o filho em russo.

- Boa noite – Peter, o marido, sorriu simpático pra Rose e Scorpius que terminavam a sobremesa que, por sua vez, acenaram em resposta.

- Certo, o que foi dessa vez? – Rose perguntou animada – Foi algo sobre o elogio, certo?

- Exato, ela falou que ele estava muito atrevido – Scorpius e Rose compartilharam um sorriso.

- Eles são os melhores – Rose comentou – Quero envelhecer exatamente como eles.

- Creio que esse é o sonho de qualquer um – Scorpius respondeu e olhou para seu prato vazio – Vamos? Creio que estamos atrapalhando o trabalho da Srta. Megara.

- Sintam-se a vontade – Megara apareceu sorrindo.

- Grata Megara, mas já estamos abusando – Rose disse se levantando.

- Muito bem apontado, boa noite Megara – Scorpius sorriu seguindo a ruiva.

- Não estou com sono ainda – Rose reclamou.

- Também estou bem acordado – Scorpius comentou andando do seu lado – Alguma ideia de onde ir?

- A Festa da Toga é só amanhã – Rose disse emburrada.

- Festa da Toga?

- Era a roupa grega na Grécia Antiga, é legal – Rose sorriu – Você vai ficar uma gracinha de toga.

- As coisas que você me faz passar – Scorpius balançou a cabeça.

- Não reclame garotão – Rose riu com a careta que o loiro fez.

- Terá alguma peça de teatro hoje? – Scorpius perguntou assim que chegaram no saguão – Ou algo assim no salão principal?

- Não sei, vou ter que... Ei, aquele não é o garotinho russo? – Rose perguntou interrompendo sua frase ao notar uma criança correr entre os sofás e poltronas.

- Mas onde estão os pais? – Scorpius perguntou olhando em volta.

- Não sei, mas é melhor cuidar dele antes que algo aconteça – Rose disse seguindo o menino com Scorpius em sua cola – Olá, lembra de nós?

- Sim – o menino disse olhando acanhado o casal.

- Onde estão seus pais? – Scorpius perguntou, o menino olhou em volta e arregalou os olhos – Ok, provavelmente estão por aqui.

- Cadê a minha mãe? – ele perguntou começando a chorar.

- E agora, Weasley?

- Não sei Malfoy – Rose disse olhando em volta – Mantenha um olho nele.

- O quê?

- Vamos procurar algum segurança, traga ele junto – Rose disse, Scorpius tentou fazer o pedido, mas o menino não deixou.

- Vocês não são meus pais! Vão me levar para longe! – o menino disse e saiu correndo.

- Não, vamos levar você para eles, só queremos ajudar – Rose falou o seguindo.

- De verdade? – ele perguntou desconfiado.

- Verdadeira – Rose prometeu e apenas assim ele deixou o segurarem pela mão. Scorpius já tinha encontrado um segurança e rapidamente Rose e o menino seguiram até eles.

- Com licença, por acaso algum... – Scorpius começou, mas então um grito feminino cortou o ar.

- Dimitri! – a mãe do menino estava ali, afobada, e com algumas lágrimas no rosto.

O menino soltou rapidamente a mão de Rose e saiu correndo para sua mãe.

- Não precisa mais, obrigado – Scorpius disse ao guarda olhando a mãe esmagar o menino num abraço e então começar a dar um sermão nele.

- Situação resolvida – Rose sorriu – Vamos...

- Com licença, vocês são o casal das refeições, certo? – um homem loiro, que o casal reconheceu como pai de Dimitri se aproximou.

- Sim, somos sim – Rose sorriu – Estávamos tentando achar vocês para Dimitri quando vocês mesmos o acharam.

- Foi um deslize de dois segundos na piscina e ele simplesmente sumiu – a mãe de Dimitri se aproximou com o menino no colo, ela tinha um forte sotaque Russo.

- Estamos muito agradecidos por vocês cuidarem dele – Peter disse sincero.

- Não foi nada, só queríamos ajudar – Scorpius garantiu.

- Muito obrigada mesmo – Natasha disse – Agora mocinho, de volta para a cabine, e sem doces – ela disse em sua língua ao menino.

- Vamos indo então – Peter se despediu e a pequena família seguiu seu caminho em direção ao elevador.

- Ok – Scorpius se virou para Rose – Mais um salvamento de sucesso hoje – Scorpius brincou.

- Claro, oh meu herói – Rose sorriu o puxando para voltarem a andar – Agora vamos ver o que está acontecendo de bom neste navio.

- Que não envolva colocar uma fantasia antiga – Scorpius pediu.

- Você sabe que não fugirá da Toga, certo? – Rose levantou uma sobrancelha.

- Isso é o que vamos ver!

...

- Diga X! – Rose sorriu com a câmera na mão.

- Se você ainda não sabe, te direi agora – Rose parou um momento e o olhou a face emburrada de Scorpius – Você é um pé no saco, Weasley.

- Você me ama, grotão! – Rose sorriu e tirou mais uma foto – Esse biquinho ficará eternizado! – ela sorriu e Scorpius agilmente pegou a câmera da mão dela.

- Sua vez, faça uma pose e diga X! – Rose fez várias caretas – Pronto, sua loucura ficará eternizada.

- Pelo menos estou sendo maluca no Panthenon – Rose sorriu olhando em volta.

- Esse é o templo de quem mesmo?

- Athenas, a deusa da sabedoria – Rose o olhou animada – Não é um lugar incrível?

- Que está em ruínas – Scrpius murmurou.

- O templo de Ares é bem mais legal, afinal ele é o Deus da Guerra! – uma mulher contestou há alguns metros dos dois.

- Não me diga que acha Ares mais importante que Athenas – Rose se engajou em uma discussão sobre mitologia com a mulher a qual Scorpius rapidamente se entediou e então seguiu seu caminho em explorar o local.

Ao final, não encontrou nada interessante e apenas se sentou em um banco esperando Rose dar sua volta, a qual não demorou tanto quanto ele esperava.

- Vamos, Albino, já castiguei de mais você por hoje – Rose o chamou.

- Almoço? – ele perguntou animado a seguindo.

- O planejamento é ideia da minha mãe, vamos ver – ela disse pegando um mapa – Temos que encontrar um beco seguindo nessa direção…

Seguindo o caminho descrito no mapa, chegaram ao tal beco que parecia não chamar atenção dos vários turistas que passavam por ali. Era uma passagem bruxa como a que existia no Beco Diagonal que os levava a uma praia exclusivamente bruxa.

- Incrível! – Scorpius asoviou.

- Sem dúvidas – Rose concordou – E nosso almoço está por ali – ela continuou indo para a esquerda.

O lugar não foi difícil de encontrar e o dono em si veio recebê-los, logo Rose percebeu o porquê da indicação quando o dono apontou orgulhoso para uma foto em uma parede de fotos do dono com bruxos famosos que tinha seus pais e padrinhos/tios.

Durante o almoço inteiro Scorpius ficou tirando sarro de Rose pela foto e se divertindo com os olhares que beiravam a devoção do dono e dos funcionários.

- Como assim? Você tira foto de tudo, é uma foto a mais! – Scorpius disse divertido tentando pegar a câmera das mãos de Rose.

- Eu sei exatamente suas intenções com essa foto, Scorpius – Rose franziu a testa.

- As mesmas que as suas durante todas essas férias! – Scorpius se levantou da mesa em que estavam a contornando e conseguindo enfim a câmera.

- Ok, é só uma mesmo – Rose deu de ombros.

- Sorria Weasley! – ele disso se posicionando para bater um foto de Rose com seus pais e padrinhos/tios.

Rose primeiramente sorriu e depois olhou debochada, Scorpius tirou mais do que uma foto. Totalmente satisfeitos saíram para descobrir mais sobre o local onde estavam. Havia algo como uma cidade em volta da orla que era moderadamente tomada por turistas, eles se incluem neste grupo, e como tal curtiram o sol e a praia sem restrições.

- Isso que gosto de ver, a juba se formando! – Scorpius brincou quando se preparavam para voltar – Sempre preso te da um ar muito sério de uma… uma… bibliotecária, isso.

- Eu vou ignorar você a partir de agora – Rose disse passando as mãos pelos cabelos.

- Sim, daquelas que todos só conhecem pelo medo que ela emana – ele continuou – Terrível.

- O que você acha que eu... Ei! – alguém apareceu correndo por trás e levou a bolsa de Rose correndo em direção da cidade, Scorpius saiu correndo atrás – Ei! – Rose gritou novamente.

A ruiva olhou em volta e balançou a cabeça enquanto ela própria andava rapidamente na direção em que os dos dois desapareceram. Quando chegou a cidade, ficou em dúvida de qual caminho seguir e então foi para a direita prestando atenção em tudo que via.

Como estava atenta, percebeu uma agitação em um cruzamento ali perto e seguiu rapidamente para lá, mas foi em vão: havia apenas uma rodinha de pessoas mais velhas jogando algum jogo de tabuleiro e todos vendo estavam bem animados. Rose bufou voltando a andar pela cidade, cada passo ficando mais preocupada, afinal: primeiro, não sabia onde estava Scorpius e segundo, não sabia onde ela própria estava.

Andou mais um pouco e decidiu se sentar em um banco de praça, quem sabe se parasse de andar, Scorpius acabaria a encontrando. E não demorou muito para isso ocorrer de fato, viu Scorpius andando apressado em meio a multidão e o seguiu.

- Scorpius! – ela chamou em voz alta, ele se virou tentando achar a ruiva e quando finalmente a localizou ela já estava pulando em si.

- Ai – ele reclamou.

- O que estava pensando? O cara poderia ser perigoso! – ela ralhou dando tapas no braço dele – E se ele te matasse e te deixasse para morrer por ai?

- Eu não pensei – ele disse tentando se proteger – Ai, pare, está machucando! – Só então Rose parou para olhá-lo e percebeu que ele estava todo sujo e com um corte perto do olho.

- O que aconteceu com você? – ela perguntou vendo se ele tinha outros machucados.

- Podemos sentar em algum lugar? Te conto quando puder descansar um pouco – e então Rose o levou para onde estava sentada antes. Scorpus fez alguns feitiços em si, insistindo que como Medibruxo, ele saberia melhor, Rose apenas revirou os olhos.

E então ele contou de como perseguira o cara por um bom tempo – ela interpretou como uns 5 minutos, debochada – até que chegaram a uma parte menos movimentada na qual Scorpius podia usar a varinha sem se preocupar em acertar outros e assim o fez, o cara era bom, mas no final Scorpius conseguiu levar a melhor. Entretanto assim que recuperou a bolsa, levou um soco no olho e o ladrão saiu correndo.

- E tudo isso valeu de algo? – Rose perguntou o encarando, incrédula.

- Não teremos problemas com nossos documentos – ele sorriu de lado entregando a bolsa a Rose.

- Oh, muito bem Garotão – Rose sorriu pegando a bolsa e dando um beijo na bochecha e Scorpius

- Muito bem? Depois de tudo isso é só "Muito bem"? – Scorpius fez uma careta.

- Meu herói! – Rose dramatizou encostando o pulso direito na testa – O que seria de mim sem sua bravura? – ela disse caindo no ombro dele.

- E você tem que estragar o momento – Scorpius balançou a cabeça a empurrando de leve e se levantando – Não sei você, mas isso acabou finalizou o dia, quero voltar ao navio.

- Eu volto com você, afinal quem mais poderia me salvar! – Rose dramatizou novamente.

- E você vai deixar a bolsa no mesmo lugar para outro vir roubar? – Scorpius reclamou.

- Ok, herói, eu troco de lado e damos as mãos – ela disse fazendo o dito – Pronto, agora só se alguém passar por nós, segure minha mão firme – Scorpius balançou a cabeça rindo de lado.

...

- Toga é um vestido? – Scorpius reclamou saindo do banheiro – Nem vem que vou usar isso em público.

- Não é um vestido, era um traje bem respeitado se quer saber – Rose disse com sabedoria, ela imperceptivelmente pegou a máquina e colocou no pescoço para tirar uma foto assim que ele se distraísse – Você ficou uma gracinha!

- Você faz isso sem perceber ou intencionalmente?

- O quê? – ela perguntou confusa.

- Acabar com minha moral usando esses adjetivos de criança – ele disse cruzando os braços.

- Depende do momento – ela piscou.

- Você é realmente impossível – Scorpius balançou a cabeça.

- Não sei do que está falando – e então uma luz vermelha começou a piscar pelo quarto, assim como altos alarmes começaram a soar – O que está acontecendo? – Rose olhou Scorpius preocupada.

- Não sei, mas fique perto! – ele disse puxando Rose pela mão para fora do quarto.

O corredor estava um pandemônio, muitas pessoas corriam de um lado para o outro, Scorpius rapidamente localizou um funcionário do navio que com uma placa piscante pedia para todos se acalmarem e seguissem para o andar de cima.

- O que está acontecendo?

- Houve um problema no andar de máquinas, estamos evacuando o navio, sigam para a proa rápido – ele disse sério – E sem pânico.

Scorpius se apressou para a escada, mas Rose o puxou.

- Nossas varinhas – ela lembrou.

- Rápido – Scorpius disse como se fosse uma ordem, entraram no quarto, cada um pegou sua varinha e saíram rapidamente, Scorpius pegou a mão de Rose novamente.

- Barcos e vassouras disponíveis, quem puder levar mais alguém na vassoura leve! – um homem repetia a frase diversas vezes com o encantamento sonorus.

Scorpius não pensou duas vezes e pegou uma vassoura e saiu do navio para a costa mais próxima dividindo a vassoura com Rose. Tudo acontecia muito rápido.

- Fique aqui – Scorpius pediu.

Rose olhou horrorizada enquanto Scorpius saiu voando novamente em direção ao navio.

...

Scorpius ajudou cinco pessoas antes de perceber o que realmente estava acontecendo. Fumaça saia pelos andares do navio, sua cor era verde.

Fogo Maldito, o navio estava sendo tomado pelo Fogo Maldito.

Scorpius ficou mais em alerta ainda, enrolou uma parte da toga que estava usando sob seu nariz e boca e se apressou em ajudar todos que podia, alguns já estavam sob o efeito da fumaça e simplesmente desmaiavam, Scorpius os pegava e levava nos barcos que ainda restavam.

Scorpius tentava respirar o mínimo possível e tentava subir o mais alto para pegar fôlego antes de mergulhar na fumaça para tentar encontrar alguém que precisasse dele.

- Vamos garoto, você já ajudou bastante! – O capitão do navio estava no ultimo barco salva vidas e chamou Scoprius para embarcar.

- Estou bem, salve logo este barco antes que não dê mais tempo – ele disse e o capitão bateu continência.

Assim o ultimo barco foi embora, Scorpius dava uma ultima olhada quando sentiu algo queimar seu pé e então percebeu que sua vassoura começava a queimar em chamas verdes, rapidamente pulou dela para o convés do navio que continuava em chamas.