Disclaimer: Nada mudou: os personagens continuam pertencendo a J.K. Rowling e eu não ganho absolutamente nada com isso.

Obrigada, Marck Evans , beta lindão.


Capítulo 5

'Sirius'.

Harry acordou, arfando. Abriu os olhos e estava na mais completa escuridão. Aos poucos, percebeu onde estava e localizou quem o tinha acordado.

- Desculpe, Harry. Se soubesse que estava dormindo, não teria vindo.

Harry ainda estava confuso. Olhou para a própria perna onde ainda podia sentir o toque gelado da criatura. Passando a mão pelo cabelo bagunçado, virou-se para Remus.

- Tudo bem. Alguma novidade?

- Minerva disse que Pomfrey e o Sr. Smith já estavam terminando. Por isso vim te chamar, achei que gostaria de falar com eles.

- Fez muito bem, Remus. Claro que quero saber como Draco está. Obrigado por tudo. Eu só vou lavar o rosto e já desço.

- Não precisa agradecer. Nós estaremos na cozinha.

Quando Remus ia saindo, Harry o chamou:

- Moony, eu estava sonhando com Padfoot.

Assim que Harry acabou de falar, sentiu-se meio estúpido quando viu a expressão surpreendida de Remus. Não soube se foi pelo uso do apelido ou pela sua confissão infantil. No entanto, a voz do licantropo foi compreensiva e calma como sempre, ao dizer:

- É mesmo? Faz muito tempo que não sonho com ele. – Ele pareceu pensativo e triste por alguns minutos. – Pelo menos, foi um sonho bom?

Harry se lembrou da imagem de Sirius e daquele lugar horrível. Sentiu um arrepio subir por sua espinha. Ao encarar os olhos de Remus, no entanto, não teve coragem de dizer a verdade.

- Foi, sim. Ele estava transformado e fazendo a maior bagunça.

- Posso imaginar. Ele sabia ser uma figura.

Harry observou o sorriso saudosista de Remus.

- Sente falta dele, não é?

Remus deu um suspiro, o sorriso se apagando.

- Sinto. Muita. Sirius era uma pessoa muito especial.

A velha amargura, ao pensar no pouco tempo que teve com o padrinho, tomou conta de Harry.

- Eu gostaria de tê-lo conhecido melhor.

- Ele teria muito orgulho de você, Harry. James e Lily também.

Harry sentiu remorso pelo modo como vinha agindo ultimamente. Não tinha aproveitado seus pais, seu padrinho e a pessoa mais próxima de uma família que tinha, ele havia afastado intencionalmente com sua infantilidade.

- Remus... Eu queria me desculpar com você. Tenho sido um estúpido esse tempo todo. Há tempos eu entendi o que aconteceu e só não te disse isso, por um orgulho besta.

Remus sorriu de verdade agora. Aproximou-se de Harry e colocou a mão no ombro dele.

- Está tudo bem. Eu entendi os seus motivos para agir desse modo. Eu também devo desculpas a você. Também foi difícil para mim.

- Eu posso imaginar.

Harry levantou-se e o abraçou. Os dois se separam. Ambos, aliviados. Querendo ou não, havia sempre uma tensão incômoda entre eles. Não podia fazer nada quanto ao tempo perdido, mas tentaria recuperá-lo da melhor maneira possível dali para frente.

- Eu já vou descendo. Acho que todos precisamos de um chá.

Harry riu e assentiu. Depois que Remus saiu, o rapaz dirigiu-se ao banheiro. Jogou água no rosto e observou as mãos que ainda tremiam e, através do espelho, viu seus olhos assustados ao lembrar do sonho. Tentou afastar aquela sensação ruim e a imagem imóvel de Sirius. Agora, precisava se concentrar em Draco.

Saiu do quarto, desceu para a cozinha e encontrou Remus, Severus, McGonagall, Pomfrey e o medibruxo conversando tranqüilamente.

O Sr. Smith era um medibruxo velhinho de St. Mungo's, amigo de Madame Pomfrey. Quando ela viu a situação em que Draco estava, não tiveram outra alternativa a não ser chamá-lo. Harry tinha permanecido no quarto o máximo possível, ajudando-os até ser expulso de lá. Depois do banho, acabou adormecendo na poltrona enquanto aguardava notícias.

Harry cumprimentou a todos e serviu-se de chá. Não conteve um sorriso de deboche para Severus ao vê-lo. O mestre de poções estava sob um feitiço de Glamour e sua aparência não podia ser mais diferente: usava uma barba espessa e bem feita, o cabelo era castanho claro e curto, parecia bem mais velho do que realmente era. Só os olhos permaneciam os mesmos e naquele momento encaravam Harry despejando todo tipo de ameaça para possíveis piadinhas que ele quisesse fazer.

Harry concordava com a precaução do disfarce de Severus. Não conheciam o medibruxo e tinham de garantir que ele não revelasse, sob nenhuma circunstância, o segredo deles. Não se preocupava em relação à localização da casa onde estavam. Ela era completamente escondida. Severus, Harry e Draco fizeram um feitiço Fidelius muito mais complexo. Apenas Remus tinha acesso direto a ela. Os demais só poderiam entrar com a liberação dos três ou de Harry mais um dos outros dois. Essas medidas foram tomadas quando Harry veio morar com eles. Na época, eles não confiavam um no outro e foi à única saída viável que encontraram.

Em poucas palavras, colocaram Harry a par da situação de Draco. Todos os ferimentos tinham sido tratados e estavam em processo de cura. A maioria das azarações tinha sido identificada e cuidada. Apesar de estar em coma, a situação dele seria tranqüilizadora, se não fosse por uma maldição desconhecida. Nenhum deles sabia dizer se ela já existia ou se era o produto de diferentes azarações, mas o resultado dela era a anemia profunda, desidratação e desnutrição.

Nenhuma das alternativas utilizadas surtiu efeito e, na velocidade que a azaração agia, Draco estaria morto em poucas horas.

- E o que vocês fizeram quanto a isso?

- Nós aplicamos um feitiço para reduzir o metabolismo dele, quase parando. Assim, a velocidade de ação da azaração se reduziu quase a de uma pessoa normal. Ou seja, ele sente fome e sede normais. Até que se descubra uma cura, deverão ser ministradas poções segundo essa lista aqui. – Madame Pomfrey respondeu.

Harry pegou a lista entre os dedos, mas realmente não lia. Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo.

- E se ele despertar do coma?

- Nós ficaremos sabendo imediatamente. Lançamos um feitiço para nos informar. Quando isso acontecer, precisaremos pensar em outra alternativa, pois o Sr. Malfoy não conseguirá fazer absolutamente nada com seu metabolismo tão reduzido.

Harry sentiu o aperto reconfortante de Remus em seu ombro e tentou dar um sorriso em resposta. Severus fez mais algumas perguntas que Harry sequer ouviu. Parou de ouvir quando começaram a elogiar sua atuação no caso. Só voltou a prestar atenção na conversa quando percebeu que Madame Pomfrey disse seu nome. Ergueu os olhos para ela que repetiu:

- Eu já vou, Harry. Preciso levar o Sr. Smith de volta ao hospital.

- E eu preciso voltar à escola. - A professora McGonagall completou.

Harry se ergueu e apertou a mão deles, agradecendo por tudo que fizeram. Depois que eles se foram, restaram apenas os três na cozinha. Severus retirou o glamour e Remus se serviu de mais chá.

- Acha que podemos confiar neles? – Harry perguntou.

- Acredito que sim. Eu confio na Papoula e em Minerva, e se elas acham que ele é confiável, vou aceitar o julgamento delas. – Severus falou. – Além disso, Draco não teria a menor chance, se não fosse por ele.

- É verdade. Acredito que, por hora, nosso segredo está em segurança. – Harry fez uma pausa e depois, continuou. - Preciso voltar à sede da Ordem. Eles devem estar preocupados com meu sumiço. Você chegou a contar algo a eles, Remus?

- Não, apenas que você estava bem, mas precisava de minha ajuda.

- Ótimo. Severus, acho que devia descansar um pouco. Eu volto a tempo de ministrar a poção de Draco, não se preocupe.

Severus deu a Harry um olhar cético, afinal, as reuniões da Ordem já duraram a noite inteira mais de uma vez e Harry se viu na obrigação de acrescentar:

- Nem que para isso, eu precise fugir de lá.

- Não será necessário. Eu te dou cobertura. – Remus disse.

Harry se levantou e sorriu para Remus.

- Então, vamos.


Obrigada pelas reviews: Mathew Potter Malfoy, Amy Lupin, Lilly W. Malfoy (dupla o/),Lilibeth, Pandora III e no LJ: Nicolle Snape, Tachel Black, Marck Evans. E para as pessoas que leram e não deixaram comentários. Espero que estejam gostando.

Beijos e até.