Disclaimer: Nada mudou: os personagens continuam pertencendo a J.K. Rowling e eu não ganho absolutamente nada com isso.
Obrigada, Marck Evans , beta mais lindo.
Esse capítulo foi escrito a mais tempo, mas continua valendo: feliz aniversário, Cabeça Rachada.
Capítulo 19
Harry não teve dificuldades em convencer Sirius a se manter escondido. Na verdade, ele parecia quase receoso em 'enfrentar o mundo'. Como não podiam permitir que Voldemort descobrisse sobre o livro, à volta de Sirius teria de ser mantida em segredo pelo maior tempo possível.
Então, com toda a cautela, elaboraram um plano para levá-lo até o novo esconderijo do Sr. Olivaras, conhecido somente por alguns membros da Ordem. Depois de muita discussão, decidiram usar um feitiço de glamour. Foi Harry quem acompanhou Sirius até lá e se divertiu assistindo a escolha da nova varinha. Como sempre, o Sr. Olivaras foi muito discreto e não fez qualquer pergunta a respeito.
Harry, juntamente com Remus, estabeleceu um programa de treinamento para Sirius progredindo a partir dos feitiços mais simples. Dessa forma, Sirius dividia seu dia praticando magia, exercitando o corpo e ajudando nas atividades da casa. Ele ainda não era a pessoa enérgica que todos lembravam, mas rapidamente estava voltando ao normal. Às vezes, ele ainda tinha algumas recaídas e passava horas no quarto, deitado, de olhos fechados. Não havia nada que pudessem fazer por ele e apenas procuravam não incomodá-lo quando isso acontecia.
Com Severus, a situação já era um pouco mais delicada. Depois daquela manhã em que os dois pareciam ter discutido na cozinha, o Mestre de Poções evitava fazer qualquer refeição com eles. Harry e Remus tentavam convencê-lo a se juntar a eles, mas era impossível. Sirius também não colaborava, fazendo questão de provocá-lo sempre que podia.
Naquela noite, depois de passar pelo quarto de Draco, Harry desceu as escadas, apressado. Estava muito atrasado para a reunião da Ordem e se demorasse mais um pouco, Mione era capaz de arrancar seu couro. Foi direto para a sala onde os outros costumavam ficar e, para sua surpresa, encontrou os três sentados civilizadamente. Ou assim parecia. Olhou para Remus com uma expressão que ele esperava estar dizendo 'lançou algum feitiços neles' e recebeu apenas um sorriso como resposta. Severus lia compenetrado e Sirius jogava xadrez com Remus.
Sorriu em retribuição ao sorriso feliz do padrinho. Gostava de vê-lo sorrindo. Parou ao lado deles, avaliando quem estava ganhando. Disse:
- Remus, você vem ou fica?
O licantropo pareceu pensar uns instantes e o sorriso de Sirius morreu na mesma hora. Ele disse, emburrado:
- Vocês dois vão sair?
Sirius não disse, mas não foi difícil entender pelo olhar que ele deu para Severus o resto da frase 'e me deixar sozinho com ele?'. Harry deu um suspiro e encarou Remus que parecia duvidoso sobre o que fazer.
- Tá tudo bem. Pode ficar. Eu também não iria, mas se eu não aparecer na minha própria festa surpresa, posso ir preparando o funeral.
Harry estava sendo sincero, sentia-se completamente indiferente quanto ao assunto. Se não fosse pela insistência dos outros em comemorar seu aniversário, ele ficaria em casa. Durante muitos anos, ele quis isso: uma festa, rodeado de amigos nem importavam os presentes. Mas agora, simplesmente, não se ligava mais.
- Não, Harry. Eu vou.
Remus começou a se levantar, mas Harry o impediu.
- É sério, Moony. Não pretendo demorar por lá. Já estou indo tarde não é à toa.
Virou-se para Sirius que tinha permanecido calado e notou o ar abatido dele. Abaixou-se, preocupado.
- Sirius, tá tudo bem?
- Eu me esqueci do seu aniversário. Perdi completamente a noção do tempo. – A voz dele era chocada.
Harry colocou a mão no ombro dele para confortá-lo.
- Ei, tá tudo bem. É sério. Eu não ligo.
- Mas eu me importo. Que tipo de padrinho eu sou? – Ele falou isso e saiu da sala.
- Típico. – Foi o único comentário de Severus antes de voltar à leitura.
Harry olhou para Remus que apenas meneou a cabeça.
- Pode ir, Harry, eu cuido disso.
Harry ficou dividido, mas foi para a festa, sentindo-se meio culpado por deixar Sirius daquele jeito.
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Sirius estava sentado na sala, olhando pela janela, esperando por Harry. Tinha levado uma bronca de Remus devido seu 'comportamento infantil' e queria se desculpar com o afilhado. Além, é claro, de parabenizá-lo. Estava assim, distraído, quando ouviu um barulho alto vindo da sala ao lado. Sacou a varinha, seguindo para lá, quando o som de uma risada chegou até ele. Diminuiu os passos e parou na porta, bem a tempo de ver Harry, visivelmente desequilibrado, tentando se erguer do chão. A cada tentativa frustrada, o rapaz ria e, vendo a garrafa pela metade na mão dele, Sirius supôs que ele estivesse embriagado. Guardou a varinha e se aproximou.
Ao notar sua presença, Harry riu alto e gritou:
- Sirius.
Ele se apressou e estendeu a mão para ajudá-lo a se levantar. Ainda cambaleando, Harry quase o derrubou antes de finalmente ficar de pé.
- Sirius. – ele voltou a gritar.
- Shhh, Harry, o pessoal tá dormindo.
Harry levou um dos dedos até a boca e disse, todo engrolado.
- Shhh.
Sirius sorriu. Era engraçado ver o rapaz daquele jeito. Começou a ajudá-lo a andar em direção a escada.
- Pelo visto a festa foi boa?
Harry parou e olhou confuso.
- Festa? Que festa? – Depois, bateu a mão na própria testa e disse alto. – Ahhhh, a minha festa de aniversário. – Ele negou, balançando a cabeça veemente. – Não, estava muito chata. Um saco! Como sempre, aliás.
Sirius tentou fazê-lo voltar a andar, mas o rapaz teimava em parar e ficar cantarolando uma música desconhecida.
- Então, como acabou assim?
- Assim como? Bêbado? – E começou a rir. – Harry Potter, o grande Salvador do Mundo Mágico não fica bêbado. – Riu mais, como se achasse aquilo muito engraçado. – Nem comete erros, nem mente, nem trepa, nem nada. Bom, não até sair no Profeta Diário.
As palavras eram ditas engroladas e intercaladas por longas pausas. Sirius percebeu que não conseguiria subir com ele para o andar de cima. Conduziu o rapaz até a outra sala e quando chegou no sofá, Harry despencou nele, puxando-o junto. Os rostos deles estavam bem próximos.
- Ei, sabia que você é bem bonito?
Sirius observou Harry passar a língua pelos lábios e se afastou, perturbado. Obviamente, o rapaz estava bêbado demais para saber o que dizia e para quem dizia. Harry tentou puxá-lo de volta, sem sucesso.
- Ei, não vai. Volta aqui.
Sirius soltou com firmeza os dedos do rapaz que prendia seu pulso e ficou de pé.
- Não, você precisa dormir.
- Não. Não. Não. Eu não vou dormir. – Harry falou, lentamente e começou a rir.
Sirius começou a retirar o sapato do jovem e tentou fazê-lo se deitar.
- Você vai se sentir melhor.
- Não vou, não. Vou ter um montão assim de pesadelo. – E abriu os braços para mostrar.
Sirius o encarou, sério.
-Vai ficar acordado a noite inteira, então?
Harry assentiu. Os dois ficaram calados e o rapaz falou de repente.
- Você não me deu um abraço.
Sirius viu o olhar entre magoado e ofendido de Harry. Levantou-se e sentou ao lado dele no sofá. Deu um abraço apertado nele, murmurando votos de felicidade que o outro provavelmente nem se lembraria no dia seguinte. Sentiu um arrepio quando a ponta do nariz de Harry tocou seu pescoço.
- Você tem um cheiro tão bom...
Sirius ficou tenso no mesmo instante, tentou se afastar, mas Harry intensificou o abraço. Ficaram assim por um longo tempo até que ele notou a respiração regular do outro. Sirius conseguiu se soltar e deitou Harry no sofá. Recolheu a garrafa caída no chão e jogou fora. Foi até o quarto e trouxe um cobertor e um travesseiro para o afilhado. Deixou o frasco de poção contra ressaca ao alcance da mão dele e deu um beijo suave na sua testa, dizendo:
- Feliz aniversário, Harry.
Weeeee
Ivi ainda ta viva! Mil desculpas pela demora em postar. Minha vida ficou meio confusa esses dias (melhor omitir que tinha perdido o capítulo betado u.u)
Muito obrigada pelas reviews: Fernanda Kuhn, dona jeH (duas vezes), Pandora III, Amanda Poirot, Bibis Black, Mathew Potter Malfoy. No lj: Jessy Snape, Youkai Alada, Nicolle Snape, Marck Evans.
Como sempre, me fizeram feliz. Muito obrigada pelos comentários
Beijos e até.
