Disclaimer: Nada mudou: os personagens continuam pertencendo a J.K. Rowling e eu não ganho absolutamente nada com isso.

Obrigada, Marck Evans , beta mais lindo.

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Capítulo 25

Todos os planos que fizeram começaram a dar errado quando Voldemort intensificou os ataques a trouxas e bruxos. Logo depois da morte de Dumbledore, o Ministério passou a tomar medidas mais drásticas para conter o avanço dos Comensais. O número de membros da Ordem aumentou e, graças à ação de Minerva e Kingsley Shacklebolt, foi possível uma associação entre eles e os aurores. Com as informações fornecidas por Draco e Severus, eles sempre conseguiam evitar danos maiores durante os ataques.

Agora, no entanto, Voldemort finalmente parecia ter se cansado daquele jogo e estava exigindo tudo de seus Comensais, obrigando Severus a passar cada vez mais tempo entre eles e impossibilitando que as informações fossem repassadas à Ordem. Harry e Remus passavam a maior parte do tempo em missões, sobrando para Sirius à obrigação de cuidar de Draco, pesquisar sobre o feitiço e manter, dentro do possível, os estoques de poções.

Levou mais de um mês até que Sirius conseguisse descobrir o que tinha sido alterado no feitiço lançado por Bellatrix e como revertê-lo.

- Não se preocupe, Harry. Sou o melhor desfazedor de feitiços que já passou por Hogwarts. – Sirius disse presunçoso.

Ignorou o revirar de olhos de Harry e Remus, assim como havia ignorado a palidez e olheiras cada vez maiores no rapaz. Remus falou:

- Não se preocupe, Harry. Eu estarei aqui para garantir que nada saía errado. Tem certeza que não prefere que eu vá em seu lugar?

Harry deu um suspiro resignado e terminou de ajeitar as poções dentro da mochila.

- Tenho, Remus. Vou tentar voltar o mais rápido possível. Além de ser mais útil aqui do que eu, você precisa descansar um pouco também.

Assim que Harry saiu, Sirius, com a ajuda de Remus, começou o longo processo para retirar a azaração de Draco. Quando terminou, com cuidado, retirou o feitiço que Madame Pomfrey havia feito nele e aguardaram alguma reação do rapaz. Mas nada aconteceu. Se não fosse o pergaminho que monitorava o metabolismo de Draco, mostrando as funções dele normalizadas, eles achariam que tinham feito algo errado. Sirius sentiu uma onda de frustração ao imaginar a decepção de Harry quando chegasse. Claro que sabia que Draco também estava em coma, mas tinha de confessar que tivera esperanças que o rapaz acordasse.

- Calma, Padfoot. Você fez tudo que podia.

Pela primeira vez, ouvir a voz reconfortante de Remus não teve qualquer efeito sobre ele.

- Mas nunca é suficiente, não é? – Tentou evitar que a amargura transparecesse em sua voz, mas foi inútil.

- Sirius, por favor. Você fez tudo que estava a seu alcance.

- Eu sei, Moony. Eu sei...

Ficaram em silêncio e Remus foi se deitar. Apesar de suas palavras, Sirius tentava afastar a sensação desagradável que estava mentindo. Ele sabia que tinha feito todo o possível e não cometera nenhum erro, mas a sensação persistia. Durante todo aquele mês em que estivera pesquisando, ficou se perguntando o que aconteceria quando Draco melhorasse. Iria perder a companhia constante de Harry? A situação era muito confusa. Ao mesmo tempo em que se sentia feliz por Harry, havia um sentimento forte, parecido demais com ciúmes - e que ele preferia acreditar que não fosse – para sua paz de espírito.

Quando Harry chegou, não ficou realmente surpreendido em encontrar Draco ainda em coma. Parecia somente cansado e abatido demais. Os dois ficaram conversando até bem tarde como de costume e Sirius decidiu participar mais ativamente da luta contra Voldemort.

Como seu retorno ainda era um segredo, participava das missões somente com Remus e Harry. Com o passar dos dias, o temor que Sirius sentia foi sendo substituído pela sensação de prazer e liberdade. Havia se esquecido o quanto era bom se sentir útil e estar na ativa novamente. Por outro lado, ficou chocado ao ver em que havia se transformado o mundo mágico. O medo era quase palpável no ar. Se por um lado, mais bruxos tinham resolvido agir contra Voldemort, a grande maioria ainda se escondia, totalmente dependente da ação do Ministério ou da Ordem. Ninguém mais era visto a noite pelas ruas, as casas tinham uma aparência de abandono e o clima de desconfiança estava mais presente que nunca. Os ataques dos Comensais eram cada vez mais freqüentes, não poupando bruxos ou trouxas.

Os membros da Ordem não conseguiam mais atender a todos os pedidos de ajuda, mas o terror absoluto reinou quando os dementadores começaram a agir também. Antes, eles atacavam sozinhos ou aos pares, mas de repente eles começaram a atacar em bandos. Sirius teve a infelicidade de chegar a uma vila trouxa depois de um desses ataques. Não tinha sobrado nenhuma criança ou adulto imune. Sentiu-se totalmente impotente, pois não havia absolutamente nada que pudessem fazer por aquelas pessoas. Ao olhar para Harry, viu raiva e culpa. Tentou conversar com ele, mas foi ignorado.

Foi depois de um desses ataques que, ao voltarem para casa, encontraram um recado desesperado de Remus. Ao chegarem ao local de conflito, encontraram um verdadeiro caos. Sem pensar duas vezes, Sirius entregou-se de corpo e alma ao combate, procurando manter-se próximo a Harry e localizar algum sinal de Remus. Tentava afastar a sensação de pânico que ocasionalmente ameaçava paralisá-lo quando sentia os cheiros e ouvia os gritos de dor. Aquele ar frio e desesperador causado pelos dementadores, o tom vermelho sangue de tudo o lembravam demais de quando esteve atrás do véu.

As lembranças dos últimos meses ao lado de Harry é que permitiam seu patrono ser convocado. Mas sentia sua força se esgotar rapidamente. Se algo não mudasse, não teriam qualquer chance. Estava acabando de afastar mais um dementador, quando Sirius o viu: Voldemort caminhava em direção a Harry sem se deter em momento algum. Quis se aproximar, mas um Comensal se colocou em seu caminho. Tentou gritar e avisá-lo, mas sua própria luta exigia toda sua atenção. Deu um último olhar em direção ao rapaz desejando com todas as suas forças que ele estivesse preparado para o confronto.

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Harry acabara de afastar um Comensal que torturava uma criança quando avistou Voldemort vindo em sua direção. Observou a forma como os dementadores abriam passagem para ele e os Comensais se posicionavam de modo a impedir que os aliados ajudassem Harry. Notou a expressão quase de cruel diversão no rosto ofídico enquanto evitava dois feitiços lançados por ele.

Pararam de frente um para o outro, sabendo que aquele seria o último confronto entre eles. Harry esperou, avaliando suas chances e alternativas. Assumiu uma postura de duelo e Voldemort deu um arremedo de sorriso e disse, em parsel:

- Então, Potter. Você pretende duelar comigo? – Ante seu silêncio, ele continuou. – Vejo que conseguiu libertar seu padrinho. Devo supor que encontrou o Necronomicon. – Não obteve nenhuma resposta, o que arrancou outro sorriso cruel de Voldemort. – Quando eu acabar com você, antes de te matar, farei você assistir cada um de seus amigos sendo mortos.

Harry sentiu a familiar raiva o aquecendo, mas procurou se controlar. Concentrava-se, atento a cada um dos movimentos de seu oponente. Finalmente, lançou um feitiço criando uma barreira ao redor deles. Não queria arriscar ser atacado pelas costas. Voldemort pareceu apenas mais divertido ao notar a barreira mágica.

- Você é patético, Potter. Acha mesmo que poderá me vencer?

Harry decidiu respondê-lo:

- Ora, Voldemort, não acha que eu ficaria vulnerável ao ataque de um de seus Comensais, não é?

- Acha que eu preciso da ajuda deles para acabar com você? Garoto idiota.

Voldemort disse essas palavras e lançou um feitiço que o rapaz evitou por pouco, parecendo apenas brincar com ele. Harry passou a recitar algumas palavras em parsel, notando a coloração da barreira alterar e formar-se no chão uma espécie de teia formada de vários feitiços, em direção a Voldemort, imobilizando-o.

- Parece que aprendeu alguns truques, Potter.

Sem dar atenção ao homem, Harry continuou recitando as palavras que aprendeu no Necronomicon. Fez uma pausa, respirando com dificuldade. Aquele não era um feitiço simples e exigia muito de sua magia. Encarou as fendas vermelhas e falou:

- Dumbledore uma vez me disse que o que me diferenciava de você era o amor. Que essa era minha arma secreta. De certa forma, ele tinha razão. – Notou o olhar de desprezo do outro e o ignorou, continuando. – Se não fosse por isso, eu jamais iria procurar em cada página daquele livro e menos ainda teria descoberto tanta coisa interessante.

- Potter, poderia me poupar desse discurso piegas? Se pretende acabar comigo, faça logo. Porque assim que eu me soltar, vou fazê-lo pagar por isso.

Harry deu alguns passos, evitando a teia no chão, apontou a varinha para seu inimigo, dizendo as palavras necessárias. O rosto de Voldemort se contraiu e ele deu uma risada maligna.

- Garoto idiota. Acha mesmo que eu entregaria em suas mãos as armas para minha derrota? Você agiu exatamente como eu esperava, indo atrás do livro. A captura do traidor e a dica de Bellatrix sobre seu padrinho, tudo parte do meu plano. Esse corpo já estava desgastando-se e eu precisava de um outro. E você acabou de me concedê-lo.

Harry sentiu o forte vento agitando dentro da barreira e as ondas de magia desprenderem deles dois. Agora, seu corpo estava tão preso quanto o de Voldemort e ele podia apenas esperar o feitiço acabar. Mas não evitou um sorriso, ao dizer:

- Eu sei. – Pela primeira vez, viu surpresa no outro rosto. – Eu tive muito tempo para me acostumar ao livro. E eu tive ajuda.

Harry fez um gesto com a cabeça para os lados apontando Remus, Severus e Sirius que, juntamente com ele, estavam posicionados como os quatro pontos cardeais, com Voldemort ao centro. Teve a impressão que o rosto ofídico do outro se contraiu de surpresa, mas não tinha mais certeza de nada. Sentiu mais que ouviu, Sirius começar a dizer às palavras que faltavam, sendo seguido por Remus e depois Severus. Encarou os olhos vermelhos, finalizando o ritual. O grito dos cinco se uniu quando a alma de Voldemort separou-se de seu corpo que foi instantaneamente destruído. A dor era tão intensa que Harry teve certeza que não conseguiria, mas pouco a pouco a barreira foi se fechando e a teia se contraindo, aprisionando Voldemort nela, até se tornar um ponto luminoso e se extinguir completamente.

Harry caiu de joelhos, sentindo-se incapaz de continuar de pé. Ouviu ao longe a voz de Sirius o chamando, preocupado. Abriu os olhos a tempo de ver Severus recolher a varinha de Voldemort e quebrá-la. O último detalhe que faltava. Tentou sorrir para eles, mas seu sorriso congelou , sendo substituído por um grito de advertência que chegou tarde demais. Antes de desmaiar de fraqueza, viu Severus cair, os olhos ainda abertos e vazios.

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Um obrigada muito especial a Paula Lírio, Mathew Potter Malfoy, Fernanda Kuhn, Maaya M, Hermione Seixas, Avada Kedrava Riddle, e no LJ: Paula Lírio, Nicolle Snape, Marck Evans, Samantha, Aniannka.

Tão legal quanto receber avisos de atualização do autor, é receber uma resposta de quem está lendo. o/
Por isso, muito obrigada a todos: quem lê e comenta aqui ou no lj, quem fala comigo no msn ou me manda emails, e aos tímidos que não falam nada, mas os 'hits' mostram que estiveram por aqui. - abraça todo mundo-

beijos e até.