Disclaimer: Nada mudou: os personagens continuam pertencendo a J.K. Rowling e eu não ganho absolutamente nada com isso.
Obrigada, Marck Evans , beta mais lindo.
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Capítulo 26
Durante a batalha, Sirius não tivera muita dificuldade em se livrar do Comensal que se interpunha entre ele e o conflito principal. Viu Remus e Snape se encaminharem e cada um se posicionar da forma correta, antes de Harry fazer a barreira mágica. Enquanto Sirius encarava Snape que estava de frente para ele, tentava não pensar no que estava para acontecer. Se algo, por menor que fosse, desse errado, tudo estaria acabado. Quando chegou sua vez de dizer as palavras, gaguejou, mas conseguiu. Ouviu as palavras de Remus e viu Snape dizendo as dele. Encarou Harry, a tempo de vê-lo finalizar o ritual e compartilhou sua magia e dor com eles. Destruindo toda a existência de Voldemort.
Quando viu Harry cair, correu até ele, sentindo o medo o corroendo. Não podia perdê-lo. Ao alcançá-lo, notou aliviado que estava vivo. Virou-se apenas a tempo de ver Snape sendo atingido por um Comensal e Remus o defendendo, antes de cair ferido também. Sem pensar duas vezes, Sirius puxou o corpo dos outros dois, trazendo-os para perto de Harry e acionou a chave de portal em forma de anel que o rapaz sempre carregava pendurado no pescoço. Não sabia se tinha feito o certo, mas também não poderia simplesmente aparecer no St. Mungos's carregando um Comensal procurado, um licantropo e o herói do mundo mágico, justo ele que foi considerado morto há quatro anos.
Então, Sirius apenas observou de longe como o mundo mágico estava em festa. Afinal, a derrota definitiva de Voldemort era um grande motivo de comemoração. Apesar do clima festivo que reinava e da maior parte da população comemorar, alguns conflitos ainda persistiam.
A partir do fim do Lorde das Trevas, os dementadores foram aprisionados e os Inomináveis estudavam uma maneira para destruí-los. Depois de tudo que eles fizeram durante a guerra, a possibilidade de serem guardas em Azkaban de novo, fora completamente descartada.
Os gigantes, sem a influência maligna de Voldemort, voltaram a se recolher às montanhas, depois de uma longa negociação envolvendo Hagrid, Madame Maxime e Grope. Nem todos os Comensais haviam sido capturados, ocasionando conflitos esparsos e dando bastante trabalho aos aurores. Havia julgamentos quase diários e o Ministério procurava mostrar todo serviço que não conseguira durante a guerra. Com a participação dos lobisomens ao lado de Voldemort durante a batalha, tinha sido aberta agora uma verdadeira temporada de caça aos lupinos.
Mais que nunca, nos dias que se seguiram, a decisão de levar os companheiros para casa, mostrou-se a mais acertada. As pessoas pareciam ter recuperado sua 'coragem' e a usava para caçar os licantropos, pouco importando se estiveram ou não ao lado de Voldemort. Severus Snape se tornou o inimigo número um da bruxandade e Harry Potter nunca tinha sido tão famoso.
Mas com a ajuda de Pomfrey, Sirius tinha conseguido tratar dos outros três. Fora muita sorte que Snape e Harry tivessem o tornado parte do Fidelius, permitindo que Sirius autorizasse o acesso de outras pessoas a casa. Sozinho, não teria conseguido tratá-los. Remus e Snape estavam em estado grave e Harry estava muito desgastado, não tendo despertado ainda. Agora, só restava esperar e observar a loucura que reinava no mundo mágico.
Durante uma das consultas, deixou Pomfrey cuidando deles e procurou Ron e Hermione para dar e saber notícias. Felizmente, nenhum conhecido seu tinha morrido, o que não diminuiu a dor ao saber quantas baixas tiveram. Depois de muitas explicações de sua parte, os três haviam voltado às boas. Não pôde deixar de notar a tristeza dos outros dois quando souberam que Harry havia escondido seu retorno deles.
Achava um pouco triste ver os amigos separados daquela forma, apenas por força das circunstâncias. Ficou sabendo que quando Harry não quis voltar a Hogwarts, foi o início do afastamento deles. Naquele Natal, Harry não quis passar com eles e nem nas férias de verão. Ron e Hermione continuaram os estudos, decididos a se tornarem aurores. Quando os três finalmente se encontraram, já estavam assim, distantes. Sirius tentou explicar a situação, mas realmente não sabia o que dizer. Prometeu ajudá-los a se unirem novamente. Voltou para casa, sentindo a desagradável sensação de reconhecimento naquela situação. Lembrando de quando Prongs ainda era vivo e em como havia se separado de Remus. Afastou os pensamentos e concentrou-se em cumprir as determinações dos medibruxos.
Ao terminar de cuidar deles, foi para a sala. Assim que entrou, viu o livro pousado sobre uma mesinha. Levantou-se, tocando-o com a ponta dos dedos. Fechou os olhos e quase podia ver Harry sentado ali, manuseando-o. Tinha sido assim nos últimos meses. Tinha sido dessa forma que descobriram sobre o feitiço para derrotar Voldemort. Naquela sala, traçaram os planos. Ali, descobriram a trapaça e a solução. Sirius e Snape não se tornaram amigos, mas acabaram desenvolvendo um mínimo de confiança mútua. Tão necessária para que o ritual desse certo.
Abriu os olhos, encarando fixamente o livro a sua frente. Aquele livro o assustava. Era uma sensação estranha, não parecia certo mexer com ele. Mais uma vez, lembrou-se de quantas vezes vira Harry debruçado sobre ele. Passou a folheá-lo, sem se prender a nenhuma página em especial, afinal, não entendia nada que estava escrito ali. Encontrou uma folha solta escrita com a caligrafia de Harry. Leu o conteúdo dela e sentiu o estômago se afundar.
Sirius pegou a folha e o livro e subiu as escadas, pulando degraus e entrou no quarto de Harry. Sentou-se ao lado da cama e começou a recitar as palavras com todo o cuidado e lentidão, da forma como tinha sido ensinado. Não fazia a menor idéia do que dizia, mas assim que começou, passou a sentir o fluxo de magia no quarto. Continuava lendo quando sentiu como se uma parte dele se desprendesse, um cão negro, e caminhasse até Harry, fundindo-se ao corpo do rapaz. No mesmo instante, passou a ver uma série de imagens. O medo que sentiu foi tão grande que quase deixou o livro cair e parou de falar. Viu-se de novo no mesmo deserto sem fim, avermelhado e frio. O cão caminhava resoluto até uma figura caída no chão e encolhida. Sirius se esforçou em continuar lendo as palavras na folha até alcançar Harry. Vagarosamente, o cão começou a arrastar Harry de volta até sair do corpo do rapaz, lambê-lo e voltar ao seu. Terminou de dizer o que havia na folha e consultou o livro para ver se faltava algo, mas não tinha mais nada.
Levantou-se e foi até a cama, deixando o livro sobre a cadeira. Chamou:
- Harry?
Não sabia se seu gesto era inútil ou não, mas precisava tentar. Colocou a mão sobre a do rapaz e a apertou levemente. Viu os olhos se abriram, exibindo confusão.
- Sirius?
Sirius deu um grito de alegria e deu um abraço apertado nele, arrancando um gemido em resposta.
- Desculpe, Harry.
O rapaz apenas sorriu de leve e voltou a dormir.
Quando Harry despertou novamente, Sirius descobriu que ele estivera tentando achar uma cura para o coma de Draco. Infelizmente, quando terminara a 'tradução', tinha visto que não era nada daquilo. No final da folha que Sirius encontrou, tinha várias observações onde Harry comentava sobre a função do feitiço. Servia para projetar parte da magia do individuo e permitir que fosse até onde estava a magia do outro. Harry estava fora do corpo, preso em sonhos ou visões, e o feitiço o traria de volta. Draco, por outro lado, estava preso no próprio corpo, tornando o feitiço ineficaz para ele.
Nem a alegação que Sirius era o melhor desfazedor de feitiços que Hogwarts já vira, o salvou do sermão de Harry. Tinha sido muito arriscado, mas ele não se arrependia nem um pouco. Assim que o rapaz se acalmou, Sirius o colocou a par da situação caótica do Mundo Mágico. Então, começou uma nova fase na vida deles: provar a inocência de Snape e Draco. Com a ajuda de Ron e Hermione, Harry reapareceu para delírio de todos. Conseguiram inventar uma história fantástica para o resgate de Sirius e seu retorno do 'mundo dos mortos'.
A partir daí, ambos se tornaram verdadeiras celebridades. Mas a alegria do Ministério durou pouco, pois logo Harry estava assumindo para ele publicamente a defesa dos dois Comensais mais procurados. Conseguiu que o julgamento de Draco e Snape fosse realizado, mesmo sem a presença deles e com o depoimento de Minerva Mcgonagall, que estava de posse de algumas memórias de Dumbledore, nas quais ele inocentava Snape, eles conseguiram inocentá-los da acusação de assassinato e provar que ambos atuavam como espiões entre os Comensais. Durante toda a semana até sair à sentença, Harry havia usado de toda sua popularidade para virar a opinião pública e colocá-la a favor dos outros dois. Além disso, ele e Sirius iniciaram uma campanha ferrenha contra a caça aos licantropos, com a ajuda do pai de Luna e The Quibbler.
Assim que foram inocentados, eles puderam trazer Snape e Remus para o hospital onde Harry e Sirius acompanharam o tratamento deles pessoalmente até a recuperação dos dois. Durante aquelas semanas, revezavam-se de forma a ter sempre um deles com dois, temendo uma possível represália. Assim que estavam em condições, os pacientes pediram alta e voltaram para casa.
Depois de verificar que estava tudo certo com Remus, Sirius desceu para a sala e se jogou no sofá. Estava esgotado.
Harry entrou em seguida e se jogou no outro, dando um suspiro de prazer.
Sem abrir os olhos, Sirius perguntou:
- Tudo certo com eles?
- Está, sim. E Remus? Já dormiu?
- Hum rum. – Sirius remexeu-se no sofá, buscando uma posição mais confortável. – Acho que estou velho demais. Estou quebrado.
Harry começou a rir.
- Se assim, também estou. Meu corpo está todo dolorido. Ser enfermeiro não é fácil.
- Nem me fale. – Virou-se para o rapaz e perguntou, preocupado. – Tem tido problemas para dormir?
Harry ainda estava de olhos fechados, mas o sorriso dele se ampliou.
- Não, 'Senhor melhor desfazedor de feitiços'. Sem querer, você retirou a azaração que me impedia de dormir.
Sirius deu uma risadinha e encarou o teto.
- Eu nunca faço nada por acaso. Eu...
Foi interrompido por uma almofada que o atingiu no rosto. Voltou-se para Harry que ria.
- Por favor, me poupe da parte referente aos elogios, ta bom?
- Você é mesmo um ingrato! – Sirius se fingiu ofendido, mas seu rosto risonho o desmentia. – Eu salvei sua vida. Você estava definhando sem dormir. Se não fosse por mim, já estaria mais azedo que o Snape.
- Ta bom, ta bom. Já entendi. Acho que vou falar para o mundo que você quem é o verdadeiro salvador. Algumas entrevistas te farão muito bem.
Sirius gemeu e fez uma voz desesperada.
- Por favor, não. Nem mesmo eu agüento contar aquela história novamente.
Os dois riram e passaram boa parte da noite ali, apenas conversando.
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Obrigada pelas reviews: Mathew Potter Malfoy, Avada Kedavra Riddle, Maaya M, Hermione Seixas, Fernanda Kuhn, Bibis Black, Pandora III. No LJ: Nicolle Snape, Paula Lírio, Marck Evans e Annianka. Ainda não respondi mas responderei a todos. Prometo!
