Disclaimer: Nada mudou: os personagens continuam pertencendo a J.K. Rowling e eu não ganho absolutamente nada com isso.
Obrigada, Marck Evans , beta mais lindo.
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Capítulo 27
Harry conversava animado com Ron e Hermione. Estava muito feliz por ter aceitado o conselho de Sirius e procurado se reaproximar dos amigos. Só agora, dava-se conta do quanto sentira falta deles. Era muito engraçado vê-los conversando e implicando um com o outro, mas visivelmente felizes.
- Mas me diz, respondeu o convite do Ministério? – Ron falou, mudando de assunto.
Harry franziu o cenho e respondeu:
- Não. Ainda tenho um tempo antes de dar minha resposta.
- Mas, Harry, você deveria se decidir logo. Para poder se preparar melhor para as provas.
Harry riu e disse:
- Mione, você não muda mesmo.
Ron abraçou a noiva e riu também.
- Não muda. Mas ela tá certa, cara. Você não deve esperar muito tempo antes de respondê-los. Já tem quase quatro meses que derrotou Você-Sabe-Quem e continua desse jeito. Até Sirius já se ajeitou.
Harry se remexeu desconfortável. Sabia que Ron estava certo. Desde a derrota de Voldemort, passou a viver uma rotina bem mais tranqüila. Depois que Severus e Remus se recuperaram, não havia muito a fazer. Encerraram os treinamentos diários e Harry, sem ter o que fazer, se dedicava a ajudar no preparo de Poções que vendiam através de Madame Pomfrey e aos cuidados com Draco. Foi a partir desse momento que Sirius passou a insistir que passasse mais tempo com os Weasley. Numa dessas visitas, Bill tinha feito o convite para seu padrinho voltar a trabalhar em seu antigo cargo no Gringotts. Harry se surpreendeu bastante ao descobrir que antes de ir para Azkaban, Sirius era um desfazedor muito bom de feitiços no banco. Teve que suportar muitas piadas e Sirius se gabando por isso, mas tinha ficado realmente feliz pela oportunidade que ele recebeu. A mudança no padrinho era visível e ele estava bem mais confiante. Harry, ao contrário, se sentia cada vez mais perdido.
A princípio achou que a discussão sobre Sirius se mudar voltaria, mas Severus nunca mais tocou no assunto. O Mestre de Poções e Sirius estavam longe de serem amigos e às vezes discutiam pelos motivos mais bobos, mas de um modo geral a convivência era bem pacífica. Além disso, Remus e Severus passavam cada vez mais tempo fora no período da Lua Cheia. Apenas a situação de Draco permanecia imutável e a de Harry junto com ele. A única mudança sutil eram seus sentimentos pelo padrinho. Tentava ignorar a atração que parecia haver entre eles e agir o mais naturalmente possível. O que estava cada vez mais difícil. Seus pensamentos foram interrompidos por Hermione quando ela falou:
- Você precisa tomar uma atitude, Harry. Não vai querer passar o resto da vida fazendo poções, não é?
Harry sorriu ao comentário de Hermione e negou.
- Não, não pretendo. Na verdade, eu já me decidi. Só estou evitando o Ministério porque eles não vão ficar muito felizes com minha resposta. – Antes que os dois dissessem algo, continuou. – Eu pretendo fazer os N.I.E.M.s junto com os outros estudantes que não terminaram o sétimo ano. Mas não vou entrar para a escola de aurores.
- Ah, Harry. Que pena. Ia ser tão legal nós três juntos novamente.
- Claro que seria, Mione. Mas não tenho a menor vontade de fazer isso da minha vida. Estive conversando com Sirius e ele também concorda que eu farei melhor se me tornar um medibruxo.
Harry achou que os amigos iriam protestar, por isso, não estava preparado para o abraço que recebeu de Mione. Quando se separaram, ela disse:
- Isso é uma excelente notícia. Apesar de sempre vermos você e Sirius animados, estávamos com medo que acabasse trancafiado em casa, só saindo para nos visitar.
Harry sorriu do exagero da amiga.
- Não se preocupe. Sirius tem me arrastado para todo lado. Mas eu não pretendia me trancar em casa. Apenas precisava de um tempo para descansar.
- Ótimo. Isso é excelente. Pena que agora é tarde demais. – Ron falou, risonho.
Harry encarou os amigos, preocupado.
- Por que?
- Porque para impedir que ficasse preso em casa, marcamos o nosso casamento. E fazemos questão que seja o padrinho. – Hermione completou, rindo.
Começou a rir junto com eles recebeu um duplo abraço quando disse sim. Estava tão contente com a notícia que automaticamente procurou Sirius com o olhar. Encontrou-o conversando com o Sr Weasley e recebeu um sorriso em resposta ao que exibia.
Permaneceu um tempo ainda conversando com eles até que Sirius fez um sinal discreto para irem embora. Harry desvencilhou-se dos amigos e foi até o padrinho. Chegou a tempo de ouvir o convite que a Sra Weasley fazia a Sirius para que almoçassem com eles no próximo final de semana.
- E então, Harry? O que acha? – Sirius perguntou.
- Acho ótimo. – respondeu, sorrindo para eles. – Podemos ir agora?
Sirius concordou e depois de despedirem-se de todos, foram para casa.
- Droga, esqueci que tínhamos combinado de ir assistir aquele filme trouxa domingo que vem. – Sirius disse de repente.
- Nós podemos ir sábado. – Harry falou e voltou a ficar calado por um tempo.
- Legal. Que tal uma partida de xadrez bruxo?
Harry deu um suspiro cansado e negou com a cabeça.
- Acho que vou subir. Outra hora terminamos aquela partida.
Fingiu não perceber o olhar preocupado e decepcionado de Sirius, e saiu da sala em seguida. Harry se sentia incomodado com as palavras de Hermione porque a resposta que deu a amiga não fora inteiramente verdade. Sirius realmente o estava arrastando para todos os cantos, tanto que era praticamente impossível ver qualquer um deles sem o outro quando saíam. Mas tirando essas ocasiões, Harry não estava fazendo nada da vida. Não tinha novos planos além de estudar e estava estagnado, esperando. E ele sabia exatamente o que. Aguardava que Draco melhorasse completamente. Por mais que tentasse, não conseguia evitar o sentimento de culpa. Não achava justo tentar seguir em frente enquanto Draco permanecesse daquele modo.
Harry entrou no quarto e sentou-se na cama de Draco, observando. Não sabia o que fazer. Não podia viver naquela indefinição. Tinha gastado tantos anos apenas treinando, estudando, preparando-se para o confronto. Agora, estava livre e não fazia absolutamente nada com essa liberdade. Passou a mão pelo rosto de Draco, perguntando-se o porquê dele permanecer em coma. Seria tão mais fácil se ele estivesse desperto. Harry poderia tentar fazer a coisa certa. Apesar de não saber com certeza o que era o certo a fazer. Mas pelo menos não se sentiria massacrado pelo sentimento de culpa toda vez que se encontrava encarando Sirius e desejando bem mais do que tinha com ele.
Era irônico que, exatamente pelo que passara com Draco, Harry fosse obrigado a reconhecer que o que sentia por Sirius era mais que atração E por mais que tentasse não ver, percebia que o sentimento era recíproco. Os dois se continham ao máximo e não ultrapassavam o limite de amizade, mas Harry era honesto o suficiente para saber que só não agia diferente pelo relacionamento que tinha com Draco.
Seus olhos pousaram no Necronomicon que Harry consultava sempre que podia procurando uma cura, mesmo os medibruxos tendo afirmado que não havia mais nada a ser feito. Sentiu um aperto no peito ao lembrar das palavras deles: ' O quadro do Sr. Malfoy é estável, mas não podemos afirmar quando irá se alterar. Pode ser dias, meses ou até mesmo anos.' Não podia aceitar que Draco ficaria assim por tanto tempo. Tentou ignorar a vozinha que insistia em perguntar se ele pretendia esperar indefinidamente pelo outro rapaz.
Lembrou-se de Sirius, de todas as coisas boas que estavam passando juntos, e em como se sentia por ele. Se não fosse pelo padrinho, Harry provavelmente teria se enterrado naquela casa, esperando a cura de Draco, exatamente como Hermione dissera. Ainda que Draco fosse uma responsabilidade de Harry e cuidar dele fosse sua obrigação, Sirius é quem havia se tornado a razão para Harry se levantar diariamente. Era pela companhia do padrinho que Harry ansiava ao final do dia. Era pela risada dele, pelas brincadeiras sem sentido e pelas atitudes imprevisíveis que Harry aguardava ansiosamente. Não conseguia afastar a lembrança da única noite que dormiram juntos. Apenas isso: dormir, mas a sensação não o abandonava.
Harry remexeu no cabelo de Draco, acariciando-o levemente.
- Por que, Draco?
Mordeu levemente os lábios, pensando em Draco e em todos os planos que não puderam fazer quando estavam juntos com aquela sombra da morte entre eles. Tudo que Harry desejava fazer quando a guerra acabasse. Tudo que deixaram de lado por serem o Salvador e um Comensal da Morte. Não era justo. Assim como não era justo continuar do jeito que estava com Sirius. Não conseguiria simplesmente se afastar e deixá-lo ser feliz com quem quisesse. Ainda se lembrava do desconforto que sentira quando vira Sirius beijando Remus. E tinha sido apenas no início. Estava ainda mais confuso, as lembranças de Sirius misturando-se as de Draco.
Harry reclinou-se e beijou levemente os lábios de Draco, uma dor no peito por não conseguir qualquer reação do outro. Sussurrou de encontro os lábios dele, antes de se afastar:
- Sinto muito. Espero que me perdoe quando acordar.
Saiu do quarto e voltou para a sala, onde encontrou Sirius largado sobre um sofá. A expressão fechada dele foi substituída por um sorriso de boas vindas ao rapaz. Harry retribuiu o sorriso e disse:
- Que tal terminarmos aquela partida agora?
Sirius pulou do sofá e pegou o tabuleiro, todo animado.
- É pra já.
Harry observou a movimentação de Sirius, sentindo-se feliz. Estava cansado e confuso, mas não queria se sentir mais arrependido. Deixaria as coisas aconteceram dali para frente.
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Vamos lá. Muito, muito obrigada pelas reviews: Paula Lírio, Fernanda Kuhn, Avada Kedrava Ridlle, Mathew Potter Malfoy. E no LJ: Nicolle Snape e Marck Evans. Não preciso nem dizer o quanto fico contente ao ver os avisos de reviews no email, ne? É muito bom saber a opinião sobre a fic Obrigada também para quem está lendo e não comenta. Espero que estejam gostando.
Errr... Sessão propaganda básica: eu sempre esqueço de avisar, porque sou a distração em pessoa, mas a história do Remus e do Severus faz parte de duas ficlets que escrevi (não é preciso ler para entender, mas não custa avisar, né?). São "Confiança" e a continuação dela "Mais uma vez". Assim como uma parte do capítulo 23 tinha sido escrita anteriormente em "Adormecer", mas lá era com POV de Harry. Se alguém se interessar de ler, bastar procurar as 3 ficlets no meu profile.
Só mais uma coisa, a Fernanda Kuhn me lembrou de algo importantíssimo: meu aniversário foi esses dias e eu ganhei presentes fantásticos. Entre eles, está a fic lindinha, Drarry, "Eu vi" do Marck Evans (http / www . fanfiction . net / s / 3112336 / 1 / sem os espaços). Se não der certo, basta procurar nos meus favoritos. E 3 ficlets da Paula Lírio. Assim que ela postar no fanfiction net, eu coloco link.
Ah, só faltam mais dois capítulos para acabar. É isso. Nossa, escrevi demais. O.o' Desculpem.
Beijos e até mais!
