26) Suposições
Eram oito e meia, mas Hermione ainda não pudera ir ao Ministério. Marcara com uma babá que a senhora Weasley lhe arranjara e agora estavam conversando. Chamava-se Cléa, e deveria ter mais de 40 anos; tinha ótimas referências e aquilo tranqüilizou Hermione, pois conhecia a maioria das famílias para quem Cléa já havia trabalhado.
- Então... Quando gostaria de começar? – Hermione perguntou sorrindo.
- Posso começar hoje mesmo, senhora Malfoy – Cléa respondeu.
- Não precisa me chamar de senhora. Faz-me sentir velha – ambas sorriram – Pode me chamar de Hermione.
- Como queira. Se quiser já posso começar essa manhã – a mulher falou.
- Eu adoraria. Meus pais certamente amam ficar com o Jack, mas não quero incomodá-los o tempo todo.
- A senh... – Hermione ergueu a sobrancelha – Você... Vem almoçar em casa?
- Geralmente sim, mas hoje não poderei vir – ela disse – Retorno por volta das seis.
- Certo. Garanto que pode confiar em mim – Cléa sorriu – Cuidarei muito bem de seu bebê.
- Obrigada – Hermione levantou do sofá, Cléa fez o mesmo – Venha, vou te mostrar meu filho - As duas subiram as escadas e rumaram para o quarto de Jack. O pequeno ainda dormia tranquilamente em seu berço.
- Então, esse é o Jack – Cléa olhou carinhosamente para o bebê – É uma criança linda, Hermione. Até parece um anjinho.
- Ah, mas só quando está dormindo – ambas sorriram – Tenho a leve impressão que será bastante travesso que ficar mais velho...
- E o senhor Malfoy? Ele vem para casa almoçar?
- Draco está viajando. Mas geralmente sempre vem almoçar em casa também – Hermione comentou – Bom... É melhor eu ir, está ficando tarde.
- Tenha um bom dia, Hermione – Cléa desejou.
- Você também – ela beijou a testa do filho e desceu as escadas ao lado de Cléa – Se precisar de qualquer coisa, é só me telefonar... Você sabe usar o telefone não sabe?
- Sei sim.
- Ótimo. Qualquer urgência basta ligar para o meu celular, tem o número bem ali – e apontou para uma mesinha perto do sofá, na qual havia um telefone e uma agenda – E pode ficar tranqüila que essa casa é bastante segura.
- Graças a Merlim. Até mais tarde, Hermione.
- Até mais tarde, Cléa – Hermione sorriu e saiu de casa.
Ia com o coração apertado, era a primeira vez que iria trabalhar e seu filho ficaria com alguém que não eram seus pais. Todavia, sabia que a senhora Weasley não recomendaria alguém que não fosse de confiança. Olhou para a própria casa uma vez mais, então, desaparatou.
Faltavam cinco minutos para as nove quando Hermione chegou ao seu escritório. Briget já lhe avisara que seria um dia cheio, no qual tinha duas reuniões marcadas. Agradeceu a secretária, enquanto pegava sua agenda e entrava na sua sala. Sentou-se, colocando sobre a mesa a agenda e abrindo na data daquele dia. Havia uma reunião pela manhã, e outra à tarde. Almoçaria com Harry. Sorriu ao lembrar dele, mas balançou a cabeça para afastar qualquer pensamento com o moreno. Precisava trabalhar.
Gina terminava de escrever sua carta para Harry, na qual lhe avisava que só retornaria a Londres no sábado. Draco estava de pé, ao seu lado, relendo a carta que ele mesmo havia escrito para Hermione. Quando finalmente terminou, levantou-se e sorriu.
- Pronto. Podemos enviar agora – Gina disse.
- Precisamos mudar logo nossa situação – Draco a envolveu pela cintura, depois depositou um beijo em seu pescoço – Quero poder ficar com você de uma vez.
- Breve, meu amor – ela sussurrou enquanto acariciava a nuca dele, e sentia outros beijos do loiro em sua pele – Eu tenho certeza que muito em breve seremos livre um para o outro.
- E seremos felizes? – perguntou encarando-a.
- Com certeza – ele sorriu – Muito felizes. Formaremos uma família.
- Então... Vai querer um filho meu?
- Se você quiser... Até dois! – Gina sorriu.
- Só dois?
- Draco, eu já tenho uma filha, e você já tem um filho! Não quer formar um time de quadribol, quer?
- Não seria má idéia – ela ergueu a sobrancelha - Estou brincado. Quantos filhos você quiser, meu amor – e a beijou nos lábios – Tua felicidade é a minha!
- Eu te amo – Draco a beijou novamente, e já ia guiá-la para a cama, mas Gina o impediu – Não, não! Precisamos mandar nossas correspondências!
- Mas Gina...
- Nada de "mas" – a ruiva afastou-se – Já é quase meio-dia... Lembra-se que pretendíamos colocar a carta assim que acordássemos?
- Não tenho culpa se você me acorda de uma maneira extremamente sensual – ele brinca, fazendo-a sorrir.
- Ah, então a culpa é minha?
- Sim, claro! Você me provoca com aqueles beijos pelo meu corpo... O que acaba animando o que não deveria... E quer que eu faça o quê senão fazê-la arcar com as conseqüências?
- Tomar um banho frio? – a ruiva sugeri.
- Um banho frio? Então você acha que eu deveria tomar um banho frio?
- Sim... – ela dá um sorriso maroto.
- OK! Eu vou tomar um banho frio, então – Draco já ia se afastar – Mas você vai comigo!
- O quê? – ele colocou a carta em cima da mesa, e tirou a de Gina das mãos dela, repousando na mesa também. Em seguida, a segurou pelo braço, depois a carregou – Não Draco, você sabe que eu odeio banho frio!
- Você também sabe que eu odeio... Mas mesmo assim sugeriu... – ele rumou para o banheiro com Gina nos braços.
- Draco Malfoy me ponha no chão agora mesmo! – "ordena" tentando não sorrir.
- Sinto muito Virginia Weasley, mas sinto informar-lhe que tomaremos um banho frio, juntos – ele abriu o chuveiro com uma das mãos.
- Não Draco. Espera... – e com ela nos braços, sem se importar em tirar as roupas, vai para debaixo do chuveiro. A água estava gelada e ambos começaram a sorrir – Eu pensei que a idéia era você... Se desanimar.
- Eu acho meu impossível com você assim desse jeito – sussurrou no ouvido dela, fazendo-a arrepiar-se. Gina já estava toda molhada, sua roupa grudando no corpo.
- Então... Mais uma vez a culpa é minha!
- Completamente sua – ele sorri.
- Acho que podemos enviar as corujas mais tarde – ela disse antes de beijá-lo...
Hermione mal podia acreditar que tivera aquela reunião de emergência bem no seu horário de almoço. Era uma hora da tarde, e era provável que Harry não tivesse esperado-a. Caminhou de volta para o escritório, quase bufando de raiva. Entrou Briget com a bolsa nas mãos.
- Ainda aqui Briget... – Hermione comentou sem entender.
- Ah sim, senhora Malfoy. Estava esperando que voltasse da reunião para ir almoçar – a mulher explicou-se.
- Não precisava ter me esperado.
- É que... Eu não sabia se deveria sair deixando o senhor Potter sozinho... Talvez ele quisesse alguma coisa...
- Harry está aqui? – todo o mau-humor de Hermione desapareceu.
- Sim. Esperando-a em sua sala há quase uma hora! – Briget avisou.
- Obrigada por ter me aguardado. Pode ir agora, Briget – Hermione disse.
- Certo. Até mais tarde senhora Malfoy – a mulher falou antes de começar a se afastar.
A morena mirou a porta e sorriu. Harry estava ali, há quase uma hora, esperando-a. Sentiu-se contente por ele não ter desistido do almoço. Aproximou-se da porta e a abriu. Harry estava sentado numa das cadeiras em frente à mesa de Hermione. Ao ouvir o barulho da porta, virou-se.
- Desculpa, meu amor. Tive uma reunião de última hora – fala Hermione, enquanto se aproxima.
- Está tudo bem – ele levanta e a abraça.
- Não está chateado?
- Não. Sei que não foi sua culpa – Harry disse, depois a beija demoradamente nos lábios – Eu te amo, Hermione.
- Também amo você, Harry – ela acaricia o rosto dele. Fitaram-se por algum tempo, antes de beijarem-se novamente, agora de uma forma mais intensa.
Hermione sentiu as mãos de Harry acariciarem suas costas. Ele deu um passo para trás, ainda abraçado a ela, e se encostou à mesa. O beijo foi ficando cada vez mais intenso, e ele vez ou outra deixava os lábios dela para mordiscar levemente a orelha de Hermione. Ela já estava um pouco ofegante, quando o olhou nos olhos novamente. Harry tinha um sorriso maroto nos lábios, assim como Hermione.
Rapidamente, ela tirou sua varinha e murmurou um feitiço na porta. Colocou a varinha sobre a mesa, e voltou sua atenção para o pescoço de Harry; mordendo-o e beijando-o. Deveria estar ficando completamente louca, mas não se importava. Sentia a adrenalina invadindo seu corpo e o desejo de tê-lo naquele momento ia ficando cada vez mais incontrolável. Parou de beijá-lo e o encarou quando sentiu a mão quente dele, sobre sua pele. Harry começara a tirar sua blusa.
- Estamos ficando loucos, não é? – murmurou próxima ao ouvido dele. Sua blusa jazia no chão de seu escritório.
- Completamente – ele sorriu. Hermione fechou os olhos para sentir mais beijos dele em seu pescoço e seu colo. Abafou alguns gemidos, embora não fosse necessário, já que lançara um feitiço na sala.
- Eu te amo, Harry – disse baixinho, enquanto seus dedos desabotoavam a camisa dele – Eu te amo.
- Eu também te amo, Mione – sussurrou de volta, sentindo as mãos dela percorrerem todo seu tórax.
Harry a carregou, mudando de posição com Hermione. Agora, ela estava sobre a mesa, abraçada ao corpo dele, sentindo mais beijos ardentes dele. Queria que aquele momento durasse para sempre...
Faltavam poucos minutos para as duas da tarde, e provavelmente Briget estaria para chegar. Hermione terminava-se de se vestir, assim como Harry. Trocavam olhares e sorrisos cúmplices, além de beijos e abraços. "Eu fiz amor com Harry no meu escritório!"... Aquele pensamento não lhe saía da mente. Jamais imaginaria que faria algo assim. Contudo, não estava arrependida. Ao contrário, a sensação de perigo pareceu dar-lhe um prazer ainda maior. Ruborizou com os próprios pensamentos.
- Harry!
- O que foi? – perguntou ele, calçando os sapatos.
- Eu nem almocei – finalmente pareceu lembrar.
- Oh meu amor... Realmente... Também não almocei – ambos sorriram.
- Mas não posso sair agora, meu expediente já vai começar.
- Posso comprar algo para nós, o que acha?
- Eu adoraria. Você faria isso por mim?
- Faria qualquer coisa por você, Mione – ele a abraçou e beijou-lhe carinhosamente os lábios.
- Obrigada, Harry.
- Volto em alguns minutos. Tem um restaurante maravilhoso aqui perto – Harry comentou.
- OK! – ela piscou. Harry caminhou até a porta – Harry espera!
- Hum?
- Preciso tirar o feitiço da porta – ela apontou para a porta e murmurou algumas palavras – Até daqui a pouco.
- Eu te amo – ele disse e sorriu, antes de sair. Hermione sentou na cadeira, fechando os olhos. Estava vivendo os melhores dias de sua vida. Uma batida na porta, a fez dar um salto na cadeira.
- Quem é? – Hermione perguntou.
- Sou eu, senhora Malfoy – era Briget.
- Pode entrar.
- Acabei de chegar. Se precisar de alguma coisa... – a secretária falou - Ah... Quase me esqueço – aproximou-se da mesa de Hermione – Acabou de chegar.
- Obrigada, Briget – Hermione pegou o envelope. Era de Draco.
- Com licença – a mulher saiu, deixando Hermione sozinha. A morena abriu o envelope e começou a ler o pergaminho. Era uma pequena carta de Draco, na qual ele avisava que chegaria no sábado.
Aquela notícia a deixaria completamente feliz, se não tivesse deixado-a intrigada. O marido fora completamente normal na carta, como se fosse apenas um bom amigo. Não usara os apelidos carinhosos, ou falara muitas vezes que a amava. Um pensamento ocorreu-lhe, mas Hermione julgou absurdo demais, a princípio... E se Draco estivesse com a outra? Se houvesse uma outra, claro... Ela não tinha certeza de que ele tinha uma amante. Contudo, a diferença no comportamento do marido deixara-a desconfiada.
Balançou a cabeça para afastar tais pensamentos e concentrar-se no trabalho, mas seu estômago começou a reclamar. Decidiu que esperaria Harry para assim almoçar... Depois, retornaria ao trabalho. Por sorte, o moreno não demorou muito, e logo Briget o anunciou.
- Aqui está um almoço especial para você – ele aproximou-se com duas sacolas nas mãos.
- Obrigada, Harry! – ela o ajudou a colocar a comida na mesa, depois de afastar os diversos pergaminhos que havia ali.
- Tenho uma ótima notícia – disse enquanto servia-se.
- O que foi? – Hermione também se servia. O cheiro da comida era maravilhoso.
- Recebi uma coruja da Gina – ele comentou. Hermione parou de comer e o encarou.
- Da Gina? Ela está viajando, não é?
- Sim. Ela disse na carta que voltaria no sábado – Harry sorriu – Teremos mais uns dias sozinhos.
- Sábado... Hum... – um pensamento ainda mais absurdo que Draco estar com outra em outro país veio-lhe à mente... Draco estar com Gina em outro país – Por acaso a Gina está na Alemanha?
- Está sim. Por quê?
- Sabia que Draco também está na Alemanha? – um sorriso se esboçou nos lábios dela... Era absurdo imaginar Draco e Gina juntos, mas... Eram coincidências demais... Harry balançou a cabeça negativamente – Harry... Se eu dissesse que desconfio que Draco e Gina estão juntos... O que você diria?
- Juntos como?
- Como nós!
- Diria que você ficou louca! – disse como se fosse a coisa mais óbvia – Estamos falando de Malfoys e Weasleys... Nunca ficariam juntos!
- Por que não?
- Por que as famílias deles se odeiam?
- Harry, isso é passado. Raciocine comigo... Draco e Gina ficaram meses trancados na Ordem... É de se esperar que tivessem tornado-se amigos ou matassem um ao outro. Como estão vivinhos, a única possibilidade é que tenham tornado-se amigos...
- Isso não quer dizer que estão tendo um caso – Harry falou.
- Eu sei... Mas de uma hora para outra meu marido está diferente comigo... Trata-me como se fossemos irmãos...
- Bom... Gina também não é mais a mesma... – comentou lembrando-se da esposa.
- E viaja coincidentemente para o mesmo país que está a mulher com quem estava convivendo nos últimos meses... E se eles se apaixonaram? E se estão juntos?
- É uma possibilidade... O que acha? – perguntou confuso. Ainda era estranho pensar em Draco e Gina juntos.
- Eu não sei, Harry... Mas como você disse, é uma possibilidade – Hermione sorri para ele. Harry mirou a amiga por algum tempo. Conhecia aquele olhar, aquele sorriso... Tinha certeza que Hermione estava planejando alguma coisa...
N/A: Eu sei... Péssimo capítulo! Mil perdoes gente, mas estou passando por um grave bloqueio criativo... Minhas fics estão horriveis, estou com idéias, mas não consigo colocá-las no papel... Sem falar as fics que começo, mas não consigo terminar e ficam guardadas no meu word... Espero que isso passe logo, assim poderei escrever um proximo cap bem melhor pra vcs... Bom, acho que a fic tem mais uns dois ou três caps, oks! Vou sentir falta de escrevê-la... D
