Disclaimers: Saint Seiya pertence a seus criadores... e a música é "Por Enquanto", do Legião Urbana, e está no disco "Legião Urbana". É, eu adoro Legião mesmo... xD

Agora é a vez de um certo espanhol de mãos cortantes... eu adoro ele! Não se vê muita história do Shura por aí, né? Ou eu ando procurando errado? Adoraria dicas, pessoas, quero ler Shura ultimamente. E quanto a essa aqui... bem, ela é estranha, vou avisando. E tem lemon. Lemon sugerido, na minha opinião. Bem, avisei. Tomara que gostem rsrsrsrs

Metal contra as nuvens

: Shura e Shina :

"Mudaram as estações,
e nada mudou...
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu,
está tudo assim tão diferente..."

Era tudo muito rápido, intenso e inevitavelmente violento entre eles. Podia ser todos os dias, como poderia ser só de vez em quando, aquele relacionamento - se é que podia chamar aquilo de "relacionamento" - não tinha a menor regularidade. Nem parecia ter a menor chance de dar certo. Isso porque não conseguiam ficar nem um minuto sem brigar.

Shura estava em casa, repassando mentalmente o que havia acontecido há menos de uma hora. Começou com uma besteira, como havia sido todas as outras vezes, mas daquela vez a coisa parecia muito pior.

Shina saíra dalí chorando. E ele jamais ouviu falar de nenhuma lágrima vinda daquela mulher. Ela não era disso, ele sabia. Ela estava muito mais para uma boa luta do que para lágrimas.

E pensar em uma boa luta vindo daquela amazona italiana de sangue quentíssimo logo mudou a direção dos pensamentos do espanhol. Ela era sim muito boa de luta, e de cama também. Essa foi a primeira coisa que lhe chamou a atenção. Mesmo antes da primeira noite juntos, ele já sabia que ela era o que se pode chamar de quente, "pelando", na verdade. Mas o que ela tinha de irresistível, também tinha de indomável. Ele sabia que ela amou o cavaleiro de Pégasus por muito tempo. E supunha que ela ainda amasse. Aliás, esse foi o estopim da ultima briga.

O que o fez lembrar de novo da expressão magoada e das lágrimas da amazona. Dessa vez tinha sido diferente. Dessa vez ela não gritou de volta, nem nada. Ela apenas deixou as lágrimas correrem soltas, virou as costas e foi embora.

Talvez fosse verdade, talvez ela ainda amasse tanto o jovem cavaleiro de bronze, que por isso não se deixava envolver com mais ninguém. Shura riu, sozinho. Tantas mulheres dariam a mão direita por uma proposta como a que ele fez... e nem era tanta coisa assim, ele só quis oficializar o que já estava mais do que público. Isso porque não havia ninguém naquele lugar que já não soubesse que eles estavam juntos.

Devia deixá-la de vez, e quem sabe um dia outro alguém aparecesse e o amasse de verdade, e quisesse ter uma vida a seu lado. Porque ele não queria nada mais além disso. Só tinha um detalhe...

...tinha que ser com ela. Porque a verdade era uma só.

E lá estava a sua verdade, entrando feito um furacão pela mesma porta por onde saiu antes, calada. A diferença toda estava no rosto dela. Os olhos, vermelhos pelas lágrimas de antes, agora faiscavam de raiva. Aquela era a Shina que conhecia. E por quem estava completamente apaixonado.

"Você!" - Shina apontava para ele - "Você se acha muito bom, não é?"

Shura permaneceu em silêncio. Ainda não estava entendendo o que teria feito de errado para deixá-la tão irritada, afinal, só havia dito a verdade.

"Você acha que eu deveria agradecer a todos os malditos deuses por você ter me escolhido para ser sua mulher, não acha?" - Shina se aproximou, e Shura nem se mexeu - "E você, muito despeitado porque eu não te disse sim na mesma hora, acha que eu não aceitei porque vou passar o resto da minha vida amando alguém que sequer nota a minha existência, não foi isso que você jogou na minha cara?"

"Shina, ouça..."

"Foi ou não foi?" - A amazona enxugou rudemente as novas lágrimas que já rolavam pelo seu rosto - "Pois eu vou te dizer qual é a grande porcaria dessa história toda. Eu te digo, cavaleiro, a pior parte dessa história é amar tanto justamente quem pensa tão pouco de mim."

Shura estava boquiaberto. Não fazia idéia de que ela o havia entendido tão mal quando ele propôs... e não era despeito por ela não ter aceitado, ele não disse o que disse por isso. Disse porque acreditava ser a verdade. E entre eles só havia verdades até então. Por isso brigavam tanto, porque a verdade é joio na maior parte das vezes. E ele achou que ela apenas tinha se magoado com mais uma das verdades que ele disse.

E não era nada disso. Só agora percebeu. E sentia-se feliz por isso, porque não estava sozinho se ela também o amava. Mas o que a impedia de aceitar de uma vez uma coisa tão normal? Casar é normal, gente normal se casa quando encontra seu amor. Não é assim? Mas ela estava indo embora de novo, e não, ele não podia deixar...

"Shina, espere!"

Shura moveu-se rapidamente para alcançá-la, segurando-lhe o braço. Ela apenas olhou para ele, sem ter o que esperar. Ele então a trouxe para perto. Se precisasse, a calaria com um beijo. Sabia que essa era a única maneira de ser ouvido às vezes. Mas ela manteve-se imóvel.

"Shina... me perdoe..." - Shura viu os olhos da amazona marejarem novamente - "Me escute, por favor... eu não te disse aquilo para ofender, eu só..."

"Shura, você nunca notou não é? Acho que nem eu notaria se fosse você... sei que não sou a mais fácil das pessoas, nem sei me expressar claramente, mas eu me apaixonei por você de verdade."

"Mas então por que você não quer viver comigo?"

"Porque quando você falou... Shura, eu não preciso que você sinta pena de mim. Sei que você sabe da minha história, mas ela virou passado quando te conhecí melhor... mas isso ainda não é motivo para você se sentir obrigado a assumir nada comigo."

"Eu não me sinto obrigado a nada. Shina, eu te amo de verdade, não é por conveniência não!"

Shina riu. E Shura não sabia mais se aquilo era bom ou ruim.

"O que eu sei, espanhol, é que a nossa gente tem um senso de responsabilidade muito forte. O que faz um homem pedir uma mulher em casamento, na sua terra? Não é primeiramente a obrigação de fazer dela uma mulher de respeito? Tanto na sua terra como na minha?"

Shura percebeu que não ia ganhar aquela briga apenas com palavras, decidiu usar o que sabia ter de mais persuasivo. Puxou a amazona ainda mais perto, e afundou o rosto nos cabelos dela, já sabendo a reação que iria provocar.

"Eu quero fazer de você uma mulher de respeito mas é porque te amo." - Sentiu a amazona estremecer quando tocou-lhe pescoço com os lábios quentes - "Eu quero que você seja minha mulher e de mais ninguém."

"Ah, pelo amor de Deus, não acredito!" - Shina tentou se soltar, se irritando novamente - "Ainda por cima acha que eu ando por aí com outros, vá pro diab..."

"Shh... calada..." - Shura não a largou, e continuou provocando a amazona com mãos e boca ágeis, totalmente disposto a ganhar aquela. - "Não quero ouvir nem falar mais nada, aliás..." - Levantou-a do chão facilmente, e a carregou para o quarto - "...acho que já falamos demais por hoje..."

Deitou a amazona na cama e ficou olhando por alguns instantes. Achou-a perfeita alí, deitada sobre sua cama. Aquilo combinava. Os dois combinavam. Ela ainda o olhava com uma certa estranheza, mas isso logo passaria quando ele deitou-se ao lado dela, e ao invés de beijá-la com a quase-violência e intensidade de sempre, ele o fez ternamente, com um carinho que jamais havia acontecido entre eles. Shina arqueava o corpo, buscando mais contato, mas ele parecia disposto a se demorar muito mais em cada ponto que achasse interessante agradar. Foi quando a curiosidade superou os sentidos da amazona.

"Shura..."

"Hum..."

"Shura, o que está fazendo? ...por acaso planeja me matar de vontade aqui?"

Shura achou graça da pressa dela. Mas que coisa... a maioria das mulheres daria a mão que sobrou, a esquerda, não é? Sim, a mão esquerda, para ter aquele espanhol totalmente dedicado a dar muito prazer, sem pressa nenhuma de acabar...

Nem teve tempo para pensar, numa fração de segundo havia uma amazona feroz sobre ele, tomando as rédeas da situação, e ele não podia fazer nada para impedí-la... aquela era a fera indomável que ele escolheu para ser sua. Será que aguentaria? Sua resposta veio horas mais tarde, quando entre um cochilo e outro, sua amazona de prata murmurou:

"Promete que vai ser sempre assim? ...se você prometer, eu aceito..."

E voltou a dormir. Shura não era homem de quebrar promessas. A amazona indomável era sua mulher, então.

"...Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou...
Quando penso em alguém,
só penso em você,
e aí então estamos bem...
Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está...
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
estamos indo de volta pra casa..."

E aí? Doeu? Essa é uma das mais bizarras de todas... porque é cheia de situações verídicas adaptadas (porque senão imagina a novela mexicana que uma vida-real viraria se acontecesse desse jeito aí mesmo? Isso é coisa de fic, pelo amor de Deus!) e porque eu tenho a impressão que nem todo mundo vai chegar a 'captar' a mensagem rsrsrs mas td bem, estou feliz por ter postado mais essa. Obrigadaaaa: