As coisas tinham se desenrolado rápido demais em torno de Sigyn para que ela conseguisse processar tudo que havia ocorrido.
Primeiro, ela tinha se inteirado de quem era Jane, uma moça midgardiana que havia ganhado o amor e a afeição de Thor, que havia sido trazida para Asgard para ter o éter retirado dela, sua própria presença ali representava um risco a todos. Risco esse que logo veio à tona, houve a invasão das masmorras, a invasão no palácio, a tentativa de fuga, Sigyn havia se separado de Jane nesse processo, ambos acreditavam que ela estaria mais segura com Frigga. Era o que pensavam, e por um certo tempo, foi o que aconteceu.
Mas depois, o plano dos elfos negros parecia estar correndo bem, trazendo desgraça, morte e luto a Aagard. Quando Sigyn deixou seu esconderijo, as piores notícias a alcançaram. Os elfos negros acabaram com Asgard e mataram Frigga no processo. A princesa mal pôde acreditar no que ouviu, era cruel demais para se acreditar. Sua segunda mãe, que tinha sido sua fortaleza nos piores momentos em que viveu naquele palácio, sua tutora, sua sogra, tinha deixado de existir. Ela caiu em prantos imediatamente, sem se importar com os guardas que a observavam com pena. Eles mesmos estavam sentindo sua própria cota de sofrimento, então não sabiam como ajudá-la exatamente. Não era seguro para ela ficar ali, talvez precisasse se esconder, talvez precisasse se vingar. Não sabia o que fazer, novamente, em tão pouco tempo se sentia perdida.
As horas se passaram rápido e de repente, todo o reino se empenhou para que sua rainha tivesse um funeral digno. Antes que as coisas se desenrolassem, Sigyn conseguiu visitar o marido mais uma vez. Sem reservas ou hesitações, se materializou dentro da cela, sem muitas palavras, ofereceu a Loki um abraço apertado, o único consolo que ele tinha recebido sobre a morte de sua mãe até então.
-Alguma coisa precisa ser feita, isso foi um ato de guerra, ela não merecia isso - Sigyn disse de forma feroz, como se praticamente fosse uma ordem.
-O que eu posso fazer aqui, da minha cela? - ele questionou - não me foi nem me dado o direito de atender o funeral, da minha própria... mãe.
-Eu sei, eu... não quero entrar nesses méritos agora, mas vamos ter que confiar em Thor agora, por mais que me doa dizer isso, e por mais que eu saiba o quanto isso pode ser doloroso para você - confessou ela.
-Aprovaria se eu... escapasse? - ele quis ouvir a resposta dela.
-Eu não sei o que dizer, talvez seja o que é necessário agora, não necessariamente o correto - Sigyn opinou, não querendo infringir seu próprio código de conduta.
-Eu farei o que for necessário, por você, por nosso filho - ele prometeu.
Assim, o plano de Thor ganhou vida, o irmão traidor era do que ele realmente precisava para sua vingança. Sigyn fez questão de se despedir dos dois irmãos, sabendo que o que eles fariam era arriscado.
-Eu não concordo com tudo o que fez, por mais que entenda porque fez, mas ainda assim, por mais que eu deteste admitir na maioria das vezes, eu ainda amo você, você é o amor da minha vida - ela se despediu - e caso não volte, por mais que se ache o mais rejeitado de Asgard, saiba que sempre terá o meu amor.
-Não diga assim, não pense que não voltarei, mas de qualquer forma, obrigado por tudo minha bela Sigyn, e sinto muito por não ter me contentado com tudo que me oferece, eu a amo, sempre vou amar - Loki declarou, sendo bem sincero, sinceridade essa que sua esposa sentiu também ao ser beijada por ele.
Sigyn o observou partir, a deixando para trás, sem ter a mínima ideia do que poderia acontecer. As horas se passaram devagar e a mente de Sigyn só conseguia se concentrar em uma coisa, pedir e clamar aos deuses antigos que seu marido voltasse com vida. Thor a encontrou no seu típico estado de devoção, e novamente, lhe trouxe as notícias mais dolorosas. Seu marido tinha morrido, pela segunda vez. Por mais que a tristeza invadisse o coração de Sigyn, sabia lá no fundo que ainda poderia ter uma pequena chance disso não ser verdade e Loki ter sobrevivido novamente. O tempo lhe seria prova de que estava certa.
Thor então tinha decidido deixar Asgard e ficar em Midgard por tempo indeterminado. Já a Sigyn, coube reviver um luto multiplicado, por sua sogra, por seu marido. Enquanto isso também lidava com a gravidez, com seus bebês cada vez mais próximos do nascimento.
